segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Louvando a Deus com tudo que somos e temos


Tema do mês: Fundamentados em Jesus – “com um coração sincero eu te louvarei à medida que for aprendendo os teus justos ensinamentos” (Sl 119. 7)
11/11/12 – 24º Domingo após Pentecostes

Sl 146; 1Rs 17. 8 - 16; Hb 9. 24 - 28; Mc 12. 38 - 44
Tema: Louvando a Deus com tudo que somos e temos.

         Pensemos hoje num assunto que não gostamos tanto, mas que é preciso ser dito: oferta.  

(imagem Oferta 4)
         Baseados na palavra de Deus, no evangelho de Marcos 12. 38 – 44 que diz:


 

E, ao ensinar, dizia ele: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e das saudações nas praças; e das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos primeiros lugares nos banquetes; os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais severo. Assentado diante do gazofilácio, observava Jesus como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustentomeditemos no tema: Louvando a Deus com tudo que somos e temos, com  destaque na certeza de que a pobreza não é empecilho para a Contribuição generosa.
         Quando o apóstolo Paulo escreve sua segunda carta aos Coríntios, relata o exemplo dos cristãos das igrejas da Macedônia. E cita esse exemplo para com isso motivar as pessoas para que ofertar e enviar as mesmas aos pobres de Jerusalém.
         Nós luteranos entendemos que o ofertar está ligado intimamente ao estado da vida espiritual. O documento Diretrizes teológicas e práticas da mordomia cristã, aprovado pela 53ª Convenção Nacional da IELB, identifica como principal causa das dificuldades que a igreja enfrenta no campo da oferta cristã a fraqueza de fé e a falta de conhecimento bíblicode seus membros. Ora, fraqueza de fé não diz respeito à fé como meio da salvação, mas como poder na santificação. Logo, há necessidade de instruir o cristão sobre oportunidades e maneiras de administrar os seus dons e bens de um modo geral e de modo específico na sua contribuição para o sustento da igreja na sua missão no mundo. Nesse assunto, o cristão busca conselho com seus irmãos na fé. Reconhecendo a dificuldade que algumas congregações da IELB estão enfrentando em relação a sistemas de ofertas, a CTRE submete o presente parecer como uma orientação que visa levar as congregações a adotarem uma prática comum nesse assunto dentro da liberdade cristã (2Co 9.7, 8.8). Onde vemos contribuição generosa a Deus, à sua obra, ali podemos reconhecer a ação do Espírito Santo. Se há falta de contribuição generosa, a falta está na vida espiritual. Ofertar generosamente e voluntariamente é sinal da nova vida.
         Precisamos lembrar que os cristãos da macedônia estavam passando por severas aflições. Eram perseguidos e atribulados pelos não cristãos (At 16.20; Fp 1.28-29; 1Ts 1.6; 2.14; 3.3-9). Mas, essas dificuldades não interferiram na relação, cristão x Deus, e nem afetou a contribuição cristã. Bem ao contrário daquilo que ocorre hoje, qualquer dificuldade ou problema, as pessoas infelizmente se afastam da igreja. Não sei se a julgam como culpada, ou se é devido ao pré-conceito de que a igreja as irá criticar por determinada situação. Nos momentos ruins não podemos nos afastar daquele que nunca se afasta de nós. Cristo é a nossa companhia diária.
         Os historiadores dizem que quase toda a Grécia “estava numa terrível condição de pobreza e opressão no período em que Paulo arrecadou ajuda aos pobres de Jerusalém.” Portanto, mesmo assim, em meio a dificuldades pessoais e financeiras, as ofertas dos cristãos da Macedônia é semelhante a da viúva pobre a qual Jesus elogia. Precisamos lembrar que havia famílias ricas, como a de Lídia, mas, mesmo em meio a muitos pobres não houve recusa nem negligência no ofertar.
         Muitas pessoas se utilizam da pobreza como desculpa para não ofertar. Na verdade, a oferta não depende da riqueza. Ninguém é tão pobre que não pode ofertar nada. Se observarmos bem, veremos que são justamente os mais pobres que ofertam duas vezes mais que àqueles mais abastados financeiramente.
         Tudo o que somos e temos vem de Deus. E de tudo que recebemos de Deus, somos colocados como mordomos por Deus. Ou seja, somos administradores doe bens que Deus coloca a nossa disposição. Vale a nós cristãos perdoados em Cristo, amados em Jesus, administrar corretamente ofertando 100% à Deus. Eu na verdade, não gosto da expressão, “dizimo.” Pois a mesma nos faz apenas olhar para os 10% como obrigação e dever.
         Ofertar envolve muito mais que doar 10 % daquilo que recebemos de Deus. Ofertar envolve cuidado com a família, aquisição de propriedades, cuidado e zelo da igreja, ajuda na manutenção da pregação do evangelho, quer pelos cultos, programação de rádio, internet ou até mesmo por entidades sociais.
         Quando Jesus estimou a oferta da viúva pobre. Ele o fez por que de fato e de verdade, ela, mesmo sendo pobre doou 100%. Foi generosa em sua oferta, deu tudo o que possuía, sem se preocupar demasiadamente com o outro dia.
         Os macedônios, bem como a viúva pobre, mesmo em meio a dificuldades pessoais e financeiras fizeram sua oferta generosamente.

         Louvando a Deus com tudo que somos e temos afinal a pobreza não é empecilho para a Contribuição generosa. A palavra de Deus fala o oposto daquilo que nós arrumamos como desculpa para não ofertar. Nossa oferta é algo voluntário. Sem regra. É livre. É resposta ao amor de Deus em Jesus por nós. Assim, animados pela graça de Deus os macedônios deram acima de suas posses. Eles não lamentaram, não reclamaram da falta disso ou daquilo, simplesmente responderam ao amor de Deus com generosidade e prontidão. Cada cristão macedônio, bem como a viúva pobre viviam dependentes da graça de Deus. E por se reconhecerem dependentes da graça de Deus responderam com alegria e prontidão.
         A viúva pobre era o oposto dos escribas. Dos escribas se exigia que explicasse e atualizasse a lei em função dos novos tempos e dos problemas concretos que existiam. Esperava-se que fossem guias espirituais. Sem os escribas seria impossível resolver os casos difíceis. Eles interpretavam a lei, julgavam a lei, e erradamente viviam a lei. Enquanto a lei visava como objetivo o amor. Os escribas, bem como os fariseus viam na lei uma autopromoção de si próprios. Era para eles como alimento para o ego.
         E nesse culto, onde muitos estavam presentes, Jesus como sempre, observava e por suas observações ensinava seus discípulos. E o ensino de Jesus naquele culto iniciou-se tendo, propositalmente, sentado próximo ao gazofilácio. Observava como as pessoas traziam suas ofertas. E observando a postura inadequada dos interpretes das Escrituras, Jesus recomendou: “guardai-vos dos escribas....” E essa guardar implicava que através de supostos gestos piedosos, ou até mesmo de supostas ofertas maiores, justificavam suas graves faltas.
         No entanto, Jesus chamou a atenção para a oferta da viúva pobre. Aquela a qual nós também tantas vezes desprezamos. Por que Jesus se admirou da oferta da viúva pobre?
         Naquela época não havia sistema de aposentadoria assim como nós temos aqui no Brasil. As viúvas precisavam ser sustentadas. Por isso a advertência do apóstolo Tiago: “Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más desse mundo” (Tg 1.27). E sua admiração foi que, ao invés dela ser sustentada devido a sua idade e dificuldade financeira, justamente, sem olhar para a sua dificuldade, sem reclamação, nem murmuração, se propôs a ofertar tudo o que tinha. Sua oferta não foi qualquer coisa, ou aquilo que lhe sobrava, ao contrário, ofertou tudo quanto possuía. Tudo o que lhe era necessário para comprar pão para não passar fome, ela ofertou, na certeza de sua dependência de Deus.
         Deus nos ajude a sermos exemplos de oferta como os macedônios e como a viúva pobre.
         Louvando a Deus com tudo que somos e temos, pois, a pobreza não é empecilho para a Contribuição generosa. E quem foi que disse que nós somos pobres? Somos ricos. Possuímos o maior tesouro, a Bíblia. Temos o maior de todo os dons, a . Recebemos a maior de todas as heranças, a vida eterna. Somos membros da maior família do mundo, família de Deus.

       Há inúmeros motivos para ofertarmos generosamente ao reino de Deus sem queixas e reclamações, mas com alegria e certeza de que tudo que somos e temos vem de Deus, o criador dos céus e da terra. E de que desse mesmo Deus somos dependentes e prometeu que nada nos faltaria, nem mesmo daquilo que ofertarmos. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Auxilio Bibliográfico
AZARIAH, Vedanayagam Samuel. Contribuição Cristã. Imprensa Metodista. São Paulo, 1957.
Arquivos do PEM. Parecer da 53º Convenção Nacional da IELB.

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