terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sujeitando-se a mensagem divina

22/01/12 
 3º Domingo após Epifania
Sl 62; Jn 3. 1 – 5,10; 1Co 7. 29 – 31; Mc 1. 14 - 20
Tema: Sujeitando-se a mensagem divina

            O que você pensa sobre o assunto crescimento da igreja?

            O que é preciso para a igreja crescer mais?

            Disso surgem às inúmeras alternativas. Culto dinâmico, banda show, etc. É como se dependesse de nós o crescimento da igreja.
            O assunto crescimento da igreja é um assunto sempre discutível. Muitas vezes se faz reunião e reunião para se discutir o que fazer para que a igreja cresça. Outras vezes se procura métodos, e com o tempo se vê que os métodos também são falhos. O que fazer? Como agir? Onde está a falha? Numa possível varredura, ocorre uma verdadeira caça as bruxas.
            O nosso texto, Jonas 3, é o relato de uma Missão na cidade de Nínive. Vejam que o texto diz que é a segunda vez que a palavra de Deus veio a Jonas. O que aconteceu na primeira vez? Jonas fugiu. Ele não queria ir até a cidade de Nínive. Qual é o motivo de Jonas ter fugido da missão de Deus, e não querer ir a Nínive? Nínive era a capital do grande Império Assírio. Esses tiraram territórios do povo de Israel, cobravam altos impostos, (esse é o período do profeta Jonas). Além do mais o reino do norte, Israel, foi levado cativo pelos assírios. Isso tudo gerou mágoas. E devido ao seu patriotismo, era incompreensível que Deus quisesse salvar aquelas pessoas tão má. Israel estava sendo oprimida e pedia por libertação e extermínio da Assíria. E ao contrário disso, Deus resolve enviar Jonas, seu servo, para chamar o povo de Nínive ao arrependimento e oferecer a eles o perdão.
            Na primeira vez Deus disse: “Dispõe-te, vai á grande cidade de Nínive e clama contra ela, por que a sua malicia subiu até mim” e Jonas se dispôs, mas para fugir do Senhor. Talvez por não entender os planos de Deus. Talvez Jonas tenha pensado, “você até pode me mandar, mas eu não vou, não concordo”. Depois de um grande peixe ter engolido Jonas, e por ordem de Deus ter vomitado o profeta, veio à palavra de Deus pela segunda vez: “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e proclama contra ela a mensagem que eu te digo”. Jonas se levantou e foi a Nínive.
            Qual é a diferença entre a primeira e a segunda vez? A DIFERENÇA ESTÁ no fato de que Jonas se sujeitou a mensagem divina.
            Sujeitando-se a mensagem divina. Eu não sou contra métodos, mas infelizmente muitas vezes tendemos a valorizar excessivamente nossos métodos, nossas alternativas, nossa simpatia, e nos esquecemos daquilo que Paulo nos transmite: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (1Co 3.6). Deus dá o crescimento, por qual meio? Palavra. Eis o maior e melhor instrumento que nós podemos usar. Infelizmente essa Palavra muitas vezes está sendo esquecida, desvalorizada. Nós reunidos no culto, até ouvimos a Palavra de Deus, mas por inúmeras vezes não lhe damos a devida atenção. Não nos sujeitamos a mensagem divina. Deus até me diz, mas a exemplo de Jonas, eu procuro fugir, pois não concordo.
            Nós, cristãos luteranos temos a receita certa para a igreja crescer, PALAVRA. Mas, acredito que por muitas vezes estamos nos desviando do foco. Vejam que Deus é claro com Jonas: “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e proclama contra ela a mensagem que eu te digo”. Anunciar aquilo que Deus diz. Essa é a tarefa da igreja. Falar somente aquilo que Deus diz na sua Palavra. Não podemos cair na tentação de anunciar aquilo que queremos, ou aquilo que irá agradar o ciclano ou beltrano. A função do pastor é anunciar a verdade, cuidar da verdade. Pois essa verdade é para que você se sujeite a ela.
            Sujeitando-se a mensagem divina. Anunciando aquilo que Deus diz, pois diz o apóstolo João em Apocalipse 22. 18-19: “...Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”. Essas palavras, não podem nos causar medo, pois nos tranqüilizam. Elas simplesmente enfatizam o que deve ser feito: FALAR AQUILO QUE DEUS PEDIU, sem invenção, sem acréscimo e decréscimo, doa a quem doer. Nossa mensagem é a mensagem de Deus, e precisa ser anunciada. Não importa a reação dos ouvintes.
            No livro de Jonas, vemos que ele foi bem sucedido em sua pregação. Podemos colocá-lo como maior pregador da história. E tenho certeza que a fórmula do sucesso foi ter se sujeitado aquilo que o Senhor falou, e mesmo em território inimigo, não deixou de anunciar o que Deus queria. Imagine a situação, Jonas, um judeu, pregando a um povo que era inimigo, que explorava, maltratava os israelitas e agora recebe justamente um judeu e ouve que Deus os castigará se eles não se arrependerem (em dias de guerra é como se um israelita fosse pregar uma nova chance aos palestinos). É justamente nisso que eu quero que vocês fiquem focados, o PODER ESTÁ NA PALAVRA DE DEUS. Os meios para levar a palavra são válidos, mas não podemos colocar os meios humanos acima da Palavra. No evangelho de Marcos vemos Jesus chamando discípulos para que sejam pescadores de homens. Homens simples. Aos olhos do mundo não havia nada de especial em nenhum deles, mas Jesus os fez pescadores de homens. Na PALAVRA estaria o poder, assim como Jesus disse a Pedro: “...Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus” (Mt 16.17) e sobre a Palavra, Jesus Cristo, a igreja está fundamentada: “...sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
            Sujeitando-se a mensagem divinamas qual é a vontade de Deus? É a mesma anunciada ao profeta Ezequiel: “...Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva....” (Ez 33.11) e segue o apóstolo Paulo: “o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2.4). Sim! Sujeitemo-nos a mensagem de Deus. Anunciemos aquilo que Deus fez e faz para a humanidade. Que sejamos portas vozes dessa mensagem que como Paulo diz é loucura, mas é pela loucura da pregação que muitos estão sendo salvos, porque “nós pregamos a Cristo crucificado” (1Co 1.23ª). Sujeitemo-nos a continuar nessa loucura, os resultados, esperemos de e em Deus. Se ele nos escolheu, ele também nos capacita para realizarmos a missão eu não é nossa, é de Deus.
            Sujeitando-se a mensagem divina
            2 – O resultado é produzido por Deus;
            Quero compartilhar com todos uma frase dita pelos pais da igreja: “Non vi, sed verbum” ou seja, “não pela força, mas pela Palavra”. Cito essa frase, pois ela identifica-se muito conosco ainda hoje. Infelizmente quando os meios de levar a palavra se tornam mais importantes que a palavra, caímos no erro de querer produzir o resultado. Lembremos que Jonas, não quis ir, e depois de pregar ficou aguardando a destruição de Nínive. Mas, o resultado está em Deus, não nos nossos desejos e caprichos. Quantas vezes precisaremos ouvir a resposta de Deus a Paulo: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2Co 12.9) e tudo isso para que possamos confessar: “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação” (Fp 4.13).
            Deus ainda hoje continua atuando pela Palavra. E pela Palavra continua salvando pessoas. O poder está na Palavra presente na água do batismo que nos salva, está presente na Palavra “dado e derramado em favor de vós para perdão dos vossos pecados”, está presente na própria Bíblia, e aliás, toda ela foi escrita com um propósito, conforme narra o apóstolo João: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.30-31).
            Sujeitando-se a mensagem divina - eis um bom conselho para cada um de nós. Pois assim, re-valorizamos aquilo que nos faz crer e nos preserva na fé. Nesse tempo da graça, tempo em que estamos em missão, tempo de epifania, onde Deus se revela aos gentios, vamos nós confiar no amor e no poder da Palavra de Deus. Anunciemos sem medo, testemunhemos sem receio. Não vamos nos preocupar com números, o importante é que as pessoas ouçam a Palavra, os resultados, esperemos de e em Deus. Não depende de nós. Aliás, graças a Deus que não depende de nós, senão, aqueles que eu não gosto, a exemplo dos ninivitas em Jonas, ficariam sem ouvir, sem receber aquilo que Deus quer lhes dar, perdão, vida e salvação.
            Sujeitando-se a mensagem divina. Mantenhamos a PALAVRA de Deus no centro. Falemos somente aquilo que Deus quer que falemos, assim como advertiu o apóstolo Paulo: “Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1.9).
            Permaneçamos, pois, naquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Estejamos sujeitos à mensagem de Deus, uma mensagem que na noite de natal nos disse: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). E que digamos como Simeão: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste perante a face de todos os povos:..” (Lc 2.29-31).
            Deus nos abençoe!
            Sujeitando-se a mensagem divina
1 – anunciando aquilo que Deus diz;
2 – o resultado é produzido por Deus;
            Então façamos como Jonas na segunda vez em que o Senhor lhe falou; sujeitemo-nos a mensagem divina e continuemos a realizar a missão de Deus.
E sobre o crescimento da igreja: esperemos em Deus. Para a igreja crescer não falta nada, nós temos tudo, e esse tudo é a PALAVRA, então a anunciemos. Deus nos abençoe. Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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