segunda-feira, 30 de junho de 2025

Dez lições aos enviados de Jesus (Lc 10.1-20)

 06 de julho de 2025

Quarto Domingo após Pentecostes

Salmo 66.1 – 7; Isaías 66.10 – 14; Gálatas 6.1-10,14 – 18; Lucas 10.1 – 20

Texto: Lucas 10.1 – 20

Tema: Dez lições aos enviados de Jesus

 

Esses setenta discípulos enviados por Jesus de dois em dois, dos quais não conhecemos nenhum por nome e só se sabe da sua existência por causa de Lucas. Muitos dizem que se trata de uma menção do evangelista aos que anunciam a Boa Nova. Outros destacam que se trata apenas de uma referência ao Antigo Testamento onde 70 anciãos, chamados por Moisés, ficaram cheios do Espírito Santo e mais dois que fora do acampamento profetizaram, por isso, algumas versões apresentam 72 como os enviados por Jesus.

Além disso, há também quem diga que esse relato de Lucas objetiva se referir ao envio de Jesus a todas as nações. Afinal, conforme o relato hebraico em Gênesis 10, os descendentes dos filhos de Noé, Sem, Cam, e Jafé, são 70.

Os fatos narrados acima são conjecturas. Todavia, o relato de Lucas nos conduz a reflexão sobre as instruções que podemos retirar desse relato. Dessa forma, aprenderemos em Lucas 10.1-20, Dez lições aos enviados de Jesus.

Lucas 10.1-7

Primeira lição: A necessidade da oração e intercessão para que a missão aconteça

Para muitas pessoas a missão e trabalho missionário requer muitas coisas e de fato muitas coisas são necessárias. Todavia, nesse relato de Lucas 10, aprendemos que podemos fazer missão de uma maneira muito simples e sem sair de casa: orando. Disse Jesus “...peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita” (Lc 10.2).

A intercessão e oração é um instrumento para levar adiante a causa de Jesus Cristo ao mundo. Só Deus levanta e envia obreiros para fazer sua obra entre os homens.

Segunda lição: É extremamente perigosa a natureza dessa obra divina

Jesus levanta, chama e envia os seus. E só poder da parte de Jesus mesmo, pois a natureza da missão é muito perigosa.

Jesus não ocultou os perigos e as provações dos seus enviados. Não alimentou e nem alimenta falsas pretensões ou coisas agradáveis. Jesus enfatiza que seus mensageiros são como ovelhas no meio dos lobos.

Uma tradição antiga narra que Pedro havia perguntado para Jesus sobre o que aconteceria se os lobos rasgassem os cordeiros. Jesus respondeu que os cordeiros não temessem os lobos, pois os cordeiros morrem apenas uma vez.

Martinho Lutero escreveu que “se puder, Caim continuará a assassinar Abel até o fim do mundo”.

O apostolo João escreveu: “Meus irmãos, não estranhem se as pessoas do mundo os odeiam” (1Jo 3.13).

O apostolo Paulo escreveu para Timóteo: “Todos os que querem viver a vida cristã unidos com Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12).

Terceira Lição: Não perder tempo com formalidades

Jesus não ensina a ser antissocial. A instrução de Jesus é para que os seus discípulos não percam tempo. Anos mais tarde, o apostolo Paulo escreveu: “Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm” (Ef 5.16).

A instrução de Jesus deve-se ao fato de as saudações orientais serem muito demoradas e, como a missão é urgente, não há tempo para perder com formalidades.

Quando Neemias estava reconstruindo os muros de Jerusalém e faltava apenas colocar os portões, foi convidado para ir se encontrar com Sambalate, Tobias, Gesém e Neemias respondeu: “Eu estou fazendo um trabalho importante e não posso descer até aí. Eu não vou deixar este trabalho só para ir falar com vocês” (Ne 6.3).

Quarta Lição: Não perder o foco central

Dentro do trabalho congregacional, é muito comum direcionar toda a energia para a abundância material. Em muitas situações, o dinheiro e as cortesias se tornam armadilhas para o mensageiro. Jesus destaca aos seus enviados que a urgência é outra: que a mensagem seja proclamada.

Recordo que a quase 15 anos atrás, a PEL Concórdia, na qual sou pastor estava enfrentando uma situação financeira complicadíssima. Eram meses de atraso salarial, incerteza quanto a quitação dos salários atrasados e até mesmo quanto a manutenção no futuro. Veio um chamado. E nesse o oferecimento e a garantia de um salário maior, junto a isso a garantia de emprego para a esposa. Que situação! Olhando para trás, não me arrependo de ter dito não para esse chamado. E o motivo de ter dito não era que a única coisa que despertava interesse era a garantia salarial e ganhar um pouco mais.

Ao ensinar sobre manter o foco com o primordial, aprendemos a quinta lição.

Quinta lição: Não perder a simplicidade e o contentamento em Jesus

O mensageiro não precisa ser agradado. O trabalho do mensageiro não tem como termômetro as coisas visíveis. O contentamento é a garantia de Jesus de que Ele está cuidando do seu enviado.

Para avançar com a sexta lição, é preciso ler Lucas 10.8-16

Sexta lição: A simplicidade da mensagem

Há uma tendência de querer argumentar. Muitos agem como se Deus nos tivesse contratado como advogados. (Certo dia numa conversa com um médico supostamente pendendo ao ateísmo, o questionei: por qual razão você é médico? E o médico respondeu: para salvar vidas. E logo disse: que tipo de vida você quer salvar. Não deveria se preocupar com isso, pois, sem Deus a vida não tem nenhum sentido. Fiquei sabendo algum tempo depois que está frequentando uma igreja cristã).

A Palavra de Deus provém da aljava de Deus e o Espírito Santo sopra onde quer. A Palavra de Deus é como a pedrinha usada por Davi que derrubou o gigante Golias.

Há tantas pessoas preocupadas em querer saber a cor dos olhos de Jesus e acabam perdendo a maravilha que é saber e crer que Jesus com seus olhos o olhou com amor.

Sétima lição: Rejeitar a mensagem de Cristo é um grave pecado

Jesus faz afirmativas terríveis. Entre suas afirmativas terríveis está a de que muitos podem saber e ver milagres, e mesmo assim, permanecer incrédulos.

Alguém pode até dizer, não há menção na Bíblia sobre os milagres realizados em Betsaida e Corazim. Bem, o apostolo João escreveu que Jesus fez muitos milagres não mencionados na Bíblia (Jo 20.31).

Deus chama. Deus quer salvar. Mas, muitos rejeitam.

A instrução de Jesus é para que haja cautela diante da incredulidade.

Adão e Eva viviam no paraíso. Eva foi enganada por argumentos que colocaram em xeque a Palavra dita pelo próprio Deus. Desde o Éden o diabo lança a semente da dúvida com intuito de conduzir para a incredulidade. E atualmente ele tem muitos servos a seu serviço para tal empreendimento.

Judas tencionou escrever sua epistola com intuito de descrever a salvação comum. Todavia, foi obrigado a escrever sobre a defesa da doutrina pura. A doutrina destaca o modo como se lê a Bíblia. Dessa forma, ler a Bíblia de maneira correta me mostra o verdadeiro Deus.

Diante dos pecados flagrantes, lembremos a urgência de levar a Palavra de Deus que conduz ao arrependimento e dá o perdão. Só não há perdão para a incredulidade.

É preciso cuidar para não se tornar insensível, apático e desinteressado com a pregação. Aos poucos a pessoa vai dormindo para Deus e pode acordar no inferno. A incredulidade é um pecado silencioso e condenatório.

As afirmativas terríveis de Jesus precisam ser ecoadas para que todos ouçam sobre o perigo da incredulidade.

Oitava lição: Honra aos ministros fiéis

Ao dizer: “Quem ouve vocês está me ouvindo; quem rejeita vocês está me rejeitando; e quem me rejeita está rejeitando aquele que me enviou” (Lc 10.16), Jesus enumera que as cidades estavam recebendo seus mensageiros com a mensagem do próprio Jesus.

Os setenta já haviam sido instruídos sobre a natureza perigosa da missão, quanto ao não perder tempo com formalidades, não perder o foco, permanecerem contentes com as bênçãos divinas, manterem a simplicidade da mensagem, e estarem atentos ao perigo da incredulidade. E, após isso ouvem Jesus dizer que esses enviados são seus embaixadores.

Sou um embaixador do Reino dos Céus aqui em Querência.

A rejeição e a perseguição não é algo pessoal, é contra àquele que você representa, do qual se é embaixador. Enquanto o Salvador envia com intuito de salvar, os lobos rejeitam e devoram os enviados. Todavia, o que hoje envia para salvar, é o Salvador que virá para julgar. Por isso, Jesus exorta: “Ai de ti...”.

Jesus não incentiva idolatrar o pastor, criar uma superstição ao redor dele. Jesus diz que, sendo o servo fiel a mensagem de Cristo, o escute com atenção e o honre por isso. Em outras palavras: não se torne um lobo, continue sendo ovelha ouvindo o pastor que te conduz com a Palavra de Cristo.

Para concluir as 10 lições apresentadas em Lucas 10.1-20 vamos ler Lucas 10.17-20

Nona lição: Cuidado com a vaidade do sucesso

Ao retornarem do empreendimento, havia uma certa ilusão na alegria dos discípulos. E, diante dessa empolgação e relato das alegrias, Jesus respondeu: “De fato, eu vi Satanás cair do céu como um raio” (Lc 10.18).

Parece estranho essa resposta de Jesus, todavia, com essas palavras, Jesus estava enfatizando que os corações daqueles jovens missionários foram sondados e o diabo conseguiu os ensoberbecer. Por amor, Jesus os repreende em sua exultação e os adverte contra o orgulho. E como isso é importante para os enviados de nossos dias.

Não há nada errado em desejar ter sucesso no trabalho missionário. No entanto, Jesus adverte o perigo para a alma no tempo do sucesso. Assim como muitos se deprimem quando os lobos atacam, quando as coisas não acontecem, muitos se exaltam e se perdem no tempo da prosperidade. São raríssimos os Sansões que matam um leão sem contar para os outros (Jz 14.6).

O maior perigo para a alma do enviado é quando tudo vai bem. É preciso vigilância dobrada. Nos dias de sucesso, o diabo cai do céu como um raio, e planta as sementes do mal. São raros os servos capazes de carregar uma taça cheia com a mão firme. Poucos permanecem humildes em dias de sucesso. No sucesso há muita honra para a sabedoria, capacidade e as decisões acertadas.

Caríssimo irmão não esqueça essa exortação especial de Jesus.

Décima lição: Nada supera a graça de Deus de escrever nosso nome no livro da vida

...não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu” (Lc 10.20).

Foi uma honra poder expulsar demônios, mas, nenhuma honra é maior que ser convertido, de ter o próprio nome escrito no registro do cartório divino.

É maravilho ter e ver dons espetaculares. O problema é quando esses são supervalorizados. Dons sem a graça de Deus são sem graça. Um dom sem a graça de Deus não salva e é utilizado pelo diabo para criar soberba. Há pessoas com dons extraordinários, mas não passam de Judas Iscariotes, ou um falso apostolo, e muitos estão a serviço do AntiCristo, afastando pessoas da fé em Cristo Jesus e as conduzindo a incredulidade.

A maior graça do cristão é saber que pela obra de Deus, por sua Palavra, que gera oposição e perseguição, o seu nome está escrito no livro da vida.

Muitas coisas são boas, todavia, nos seus devidos lugares. Mas, o extraordinário é saber que o nome está escrito no livro da vida. Recordemos o apostolo Paulo: “...ninguém pode dizer “Jesus é Senhor”, a não ser que seja guiado pelo Espírito Santo” (1Co 12.3).

Que reine entre nós o espírito de Lázaro (Lazarento – cheio de lepras), mas que ao nosso nome esteja escrito no livro da vida. Amém.

 

Edson Ronaldo Tressmann

 

Bibliografia

RIENECKER, Fritz. Evangelho de Lucas: comentário Esperança. Tradução Werner Fuchs. Editora Evangélica Esperança, Curitiba, PR, 2005.

 

RYLE, J.C. Meditações no Evangelho de Lucas. Editora Fiel, São José dos Campos, SP, 2018.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Luteranos realmente livres!

 

Mensagem para celebrar os 121 anos da IELB

Texto base: Gálatas 5.1

Tema: Luteranos realmente livres!

 

Cerca de 3,8 milhões de estrangeiros ingressaram no Brasil entre os anos de 1887 e 1930, até 1914, haviam ingressado 2.732 milhões. A segunda guerra mundial reduziu a entrada de mais imigrantes, sendo que de 1915 até 1930 ingressaram apenas 1.064 milhões.

Desses milhões de imigrantes, o quarto maior grupo foram os alemães. Italianos ocupam a primeira posição (1.513.151); Portugal (1.462.117); Espanha (598.802) e Alemanha (250.000).

Desses 250 mil alemães, 21.225 filiaram-se ao Distrito Brasileiro do Sínodo de Missouri em 1924. Haviam 116 capelas e 35 paróquias.

A atuação nesses anos iniciais era realizada por missionários americanos. Apesar o sempre haver muita ênfase no fato de que a atuação da Igreja Luterana não era apenas as pessoas de origem alemã e mesmo que tenha existido já no início do trabalho uma comunidade exclusivamente de afro-brasileiros, o luteranismo sempre foi caracterizado como uma igreja de alemães.

O historiador René Gertz escreveu que “a opinião publica brasileira e os cientistas sociais que as comunidades de origem alemã, em especial as luteranas, se caracterizam pelo isolamento”.

A Igreja nunca quis, mas, acabou recebendo alcunha de igreja de alemães. Steyer (1999) comentou que a ajuda que a Igreja Luterana prestou aos alemães era uma responsabilidade étnica. Dizia-se: “são alemães, são luteranos, cabe-nos ajudá-los”.

Um fato pouco considerado era que os missionários, atendendo os alemães, não precisavam aprender uma nova língua. Por saberem alemão. Podiam logo transmitir a Palavra na língua materna desses imigrantes. O nome dado a Igreja era em alemão: Der Brasilianische District der deutschen evangelisch-lutherischen Synode von Missouri, Ohio und andem Staaten (Distrito Brasileiro do Sínodo Evangélico Luterano Alemão de Missouri, Ohio e outros Estados).

Aos poucos, o Synodo Evangélico Lutherano do Brasil sentiu a necessidade de abrasileira-se e na Convenção Nacional de 1953, o nome foi alterado para o que temos até hoje, Igreja Evangélica Luterana do Brasil, IELB. Mas, somente em 27 de janeiro de 1954 este nome foi registrado em cartório.

Observem um detalhe. Há atendimento aqui em Querência do Norte, PR, desde 1953, assim, também passamos por esse período de transição.

O nome Igreja Evangélica Luterana do Brasil, IELB, a igreja se desafiava a sair do reduto germânico, ser uma igreja brasileira, falar a língua do país e levar o evangelho ao povo brasileiro.

É verdade que o nosso DNA está atrelado a um denominado grupo de imigrantes europeus. Todavia, não podemos negar, a IELB tem em suas fileiras um trabalho prestado a sociedade brasileira.

Vou destacar o atendimento que já ocorre desde 1988 aqui em Querência do Norte, entre os acampados e assentados rurais denominados sem-terra.

Aliás, nesse ponto fico refletindo: como pode uma igreja alemã ir em busca de pessoas que na época eram denominados como terroristas, ladrões de terra?

Talvez seja como alguém me disse esses dias: foram lá porque tinha alemães e luteranos. Verdade! A Igreja Luterana sempre se ocupa com suas ovelhas, sejam elas quem forem e onde estejam. Diga-se de passagem: é uma mistura de fé missionária com ética cristã.

Celebramos 121 anos de Igreja Evangélica Luterana Do Brasil no Brasil em 2025 e ainda enfrentamos o paradigma: igreja de alemães querendo ser brasileira para os brasileiros.

Como se comunicar com um país pluricultural? Como se manter confessional sem incorrer no perigo de se pentecostalizar?

Querendo ou não, a marca “Igreja Alemã” ainda traz problemas para nossa amada igreja. Todavia, a IELB não é uma igreja para alemães. E hoje muito me alegro ao ver tantos sobrenomes Silva, Santos, Pereira, Nogueira, Oliveira em nossa lista de membros.

É preciso lembrar que em nenhum outro lugar a Igreja Luterana enfrentou tanta oposição, ameaça, antagonismo e animosidade e perseguição como no Brasil. Pastores foram presos, igrejas queimadas, escolas fechadas e o idioma alemão proibido (1917). O conflito internacional diante da guerra, fez a igreja sofrer. Muitos posicionamentos em prol da Alemanha, o uso da língua alemã, o cultivo das tradições alemãs, geraram antipatia e conflito com a opinião pública.

Em meio a esses conflitos, a confessionalidade luterana fez a diferença em sua comunicação. Afinal, para nós luteranos, a paz não é ausência de guerra, mas estar na fé em Jesus Cristo. E esta paz só o evangelho oferece e dá. Proclamar essa paz é o desafio da IELB. Por essa razão, nossa visão é: sermos uma Igreja Luterana confessional que vai ao encontro das necessidades das pessoas.

                    - Proclamando Cristo Para Todos;

                    - Compartilhando o evangelho de Jesus;

                    - Exercitando o amor de Jesus para as pessoas;

Ser Luterano não significa ser alemão;

Ser Luterano, conforme Martinho assinou na carta ao Papa Leão X, Martinius Eleutherios, significa ser Liberto.

Eleutherios é um jogo de palavras que significa liberto.

Ser luterano significa estar liberto do peso da lei divina que acusa e atemoriza. Ser luterano e estar livre da imposição papal. Ser luterano significa estar livre da tradição como regra de vida.

Ser luterano é confessar e viver como quem está em Cristo, e assim, salvo.

Cristo nos libertou para que sejamos realmente livres. Luteranos são livres, mas abusam da liberdade de não estarem presos a regras, que muitas vezes relaxam nas ofertas, na frequência aos cultos, na atuação na igreja.

Cristo nos libertou para que sejamos realmente livres – ser livre em Jesus Cristo é o DNA da IELB.

Continuemos Luteranos - nos sustentando pela Palavra final, a Bíblia. Sejamos Luteranos – professando Jesus Cristo que nos salva por sua graça redentora. Sejamos Luteranos - crendo unicamente em Jesus, pois só a fé na obra de Jesus Cristo salva.

Ser Luterano é ser livre e viver a liberdade em Cristo Jesus. Amém.

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 23 de junho de 2025

A liberdade para a qual Cristo me libertou envolve responsabilidade e limite! (Gl 5.1)

 29 de junho de 2025

Terceiro Domingo após Pentecostes

Salmo 16; 1Reis 19.9-21; Gálatas 5.1,13-25; Lucas 9.51 – 62

Texto: Gl 5.1

Tema: A liberdade para a qual Cristo me libertou envolve responsabilidade e limite!

 

Theodore Dalrympe, médico psiquiatra e escritor britânico, escreveu num ensaio denominado “E a faca entrou” sobre a premissa de que há muito debate político sobre a liberdade, todavia, no fundo, talvez as pessoas não queiram a liberdade, pois liberdade exige responsabilidade. Para Theodore é um erro supor que todos os homens queiram ser livres.

Viver em liberdade acarreta numa vida de responsabilidade. Tenho liberdade para qualquer coisa, todavia, essa liberdade traz consigo consequências.

Dalrympe, médico psiquiatra em prisões e hospitais descreve que todos tem a liberdade de fazer diferente, no entanto, essa liberdade incorre em ter que assumir erros. Dessa forma, ao invés de reconhecer seus erros e fazer diferente, as pessoas preferem se enxergar e colocar como vítima das circunstâncias.

Vivemos na cultura da vitimização, onde tudo passa a ser justificável pela situação social do indivíduo. A vitimização produz um ciclo de dependência e apatia, levando a pessoa a deixar de acreditar na capacidade para mudar de vida.

Infelizmente, muitos apoiam e incentivam a ideia de que o individuo não é livre, mas um refém da sua circunstância.

A liberdade cristã destaca com ênfase de que cada qual é livre, todavia, cada qual é responsável por sua liberdade.

Falar sobre liberdade é destacar a responsabilidade individual. Viver em liberdade é ter capacidade para escolher com responsabilidade e viver as consequências dessa escolha.

Todos temos liberdade de escolha! Toda decisão acarreta alegria ou tristeza! As decisões levam ao riso ou ao choro e sofrimento!

Na epístola aos Gálatas, o tema sobre a verdadeira liberdade é central.

Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres” (Gl 5.13).

Com a verdadeira liberdade em Cristo, temos a chance de fazer as melhores escolhas.

Liberdade cristã não implica fazer da própria vida o que bem se quer, pois, liberdade traz consigo responsabilidade. O próprio Deus anuncia “...cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus” (Rm 12.14).

Ao escrever: “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres” (Gl 5.13), o apostolo Paulo enfatiza a responsabilidade e limite.

Tenho ouvido pessoas declararem que estão vivendo como se não houvesse amanhã. É preciso ter cuidado com esse tipo de vida. Cuidado com a busca da felicidade a qualquer custo. Extrapolar o hoje é jogar fora o amanhã. Minha liberdade cristã está limitada por responsabilidades e limites.

Cristo nos libertou ...

O Novo Testamento não transmite a ideia de liberdade, no sentido, de fazer o que bem se entende. A liberdade de acordo com o Novo Testamento é um modo de vida de acordo com a vontade de Deus. A liberdade anunciada no Novo Testamento é o ser escravo de Cristo (1Pe 2,16; 1Co 9.9).

Minha liberdade cristã não interfere apenas em minha vida. Saber que “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres” (Gl 5.13) é viver levando em conta que meu viver tem em vista o outro. Assim, a minha liberdade tem como responsabilidade a pessoa do próximo. Minha liberdade tem como limite a pessoa do próximo. Não é viver como se eu fosse o único ser vivente da terra.

Ao escrever aos Gálatas: “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres” (Gl 5.13), Paulo desejava chamar atenção dos judeus que queriam obrigar os gentios a se circuncidarem e viver sob a lei. O que os judeus ainda não haviam descoberto era que os gentios estavam libertos pelo evangelho de Cristo.

A frase “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres” (Gl 5.13) era para levar os judeus para a reflexão, pois ignoravam o ponto mais importante da lei: o amar o próximo. A liberdade do evangelho me coloca sob a liberdade de viver em favor do próximo que Deus também quer libertar pelo evangelho.

A frase “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres” (Gl 5.13) se contrapõe a ética dos nossos dias, baseada na filosofia hedonista (vale tudo pelo meu prazer), na filosofia naturalista (o mais forte predomina) e na filosofia relativista (viver como se não houvesse norma e nem lei).

Fui libertado no amor de Cristo e nesse amor vivo minha vida. Somos promotores da liberdade em amor, por isso, a vida tem como responsabilidade o próximo e o limite do viver é o próximo.

Lembre-se: Se faço tudo o que desejo, sem me preocupar comigo e com o outro, acabo perdendo a liberdade para a qual Cristo me libertou. Na fé em Cristo todas as minhas atitudes e decisões são exercícios de fé. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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terça-feira, 17 de junho de 2025

Em meio a batalha, a segurança! (Salmo 3)

 22 de junho de 2025

Segundo Domingo após Pentecostes

Salmo 3; Isaías 65.1-9; Gálatas 3.23-4.7; Lucas 8.26 - 39

Texto: Salmo 3

Tema: Em meio a batalha, a segurança!

 

A maior necessidade humana é sentir-se seguro. Onde se está seguro? Qual é a verdadeira segurança?

Davi estava dentro do palácio, cercado por soldados, mas, teve que fugir. Davi teve que sair do local de refúgio e esteve verdadeiramente refugiado num campo aberto.

O Salmo 3 é chamado de Salmo da manhã e da noite.

Davi passou a ser odiado pelo próprio filho, o filho favorito, Absalão.

Na calada da noite, Davi teve que fugir, atravessou o riacho Cedrom com alguns seguidores fiéis e se escondeu por um tempo da fúria de seu filho rebelde.

O evento narrado aqui é tipológico, apontando diretamente para Jesus. Jesus também precisou fugir e passou pelo ribeiro Cedrom e foi ao jardim do Getsêmani.

Para entendermos o Salmo3, nessa reflexão meditaremos nas palavras introdutórias do Salmo: “Davi escreveu este salmo quando fugia do seu filho Absalão”. Esse relato é lido no texto narrado por Samuel (2Samuel 15-18).

O Salmo 3 é uma oração de Davi que expressa confiança em Deus durante momentos de adversidade, no caso uma traição de Absalão.

Absalão ficou obstinado em tomar o trono de seu pai e estava disposto a fazer isso a qualquer custo e o filho amado passou a ser um perigoso inimigo. Diante disso, Davi foi obrigado a fugir de Jerusalém para escapar da ira de seu próprio filho.

Junto aos membros de sua casa, Davi atravessou o vale do Cedrom e acampou em Maanaim.

Jesus ao ser traído por Judas também atravessou o vale do Cedrom e seguiu ao Monte das Oliveiras com seus discípulos (Jo 18.1-2). De acordo com uma tradição baseada numa passagem do profeta Zacarias, o Messias começaria a redimir os mortos a partir do Monte das Oliveiras (Zc 14).

O Vale do Cedrom possui um significado simbólico importante. Está associado a momentos de transição, julgamento e arrependimento.

O vale é mencionado em passagens bíblicas que retratam eventos significativos na história do povo judeu. Serve como um lembrete da importância de se arrepender dos pecados e buscar a reconciliação com Deus.

No livro de 2 Samuel, capítulo 15, versículo 23, é mencionado que o rei Davi passou pelo vale enquanto fugia de seu filho Absalão. Nesse contexto, o vale representa um momento de reflexão e arrependimento para Davi, que reconhece seus erros e busca a reconciliação com Deus.

Outro aspecto simbólico do Vale do Cedrom é o seu papel como local de luto. No livro de 2Samuel (2Sm 15.30) é mencionado que Davi subiu o Monte das Oliveiras chorando, com a cabeça coberta e descalço, enquanto atravessava o vale. Esse episódio retrata o momento em que Davi lamenta a traição de seu filho Absalão e expressa sua tristeza e dor.

No Salmo 23 (Sl 23.4), esse vale é mencionado como um lugar de sombras da morte. Assim como no Salmo 23, também no Salmo3, Davi não mostra medo, mas confiança em Deus.

Em 2Samuel (2Sm 18.6), é mencionado que uma batalha ocorreu no vale entre as tropas de Davi e as de Absalão. Essa batalha foi decisiva para o desfecho da história de Davi e Absalão, representando a luta pelo poder e a busca pela justiça.

Davi está passando por uma experiência dolorosa. Davi é vítima da rebelião de seu próprio filho, Absalão, que usurpa o trono. Davi não reage, apenas se quebranta diante de Deus (2Sm 15.23).

Jesus também passou pelo Vale de Cedrom e foi além. Caminhando com os discípulos até o Getsêmani, entregou ao Pai tudo o que tinha, até o seu último e desesperado desejo: “E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39).

Durante a fuga, Samuel narra que veio um mensageiro à Davi e disse: “Todo o povo de Israel segue decididamente a Absalão” (2Sm 15.13), esses são tidos como os muitos inimigos de Davi. Por isso, o Salmo 3 é um clamor em meio a uma crise pessoal. Davi está cercado por inimigos e ameaças.

Ao fugir do seu filho rebelde, Davi, mesmo sendo rei, é um pai vulnerável.

Na concepção humana, para muitos, Deus havia abandonado Davi. No entanto, Davi declara firmemente: “Mas tu, ó Senhor, me proteges como um escudo. Tu me dás a vitória e renovas a minha coragem” (Salmo 3.3). Davi sentia-se seguro em Deus.

Na carta aos Romanos, o apostolo Paulo parece parafrasear Davi ao escrever: “Diante de tudo isso, o que mais podemos dizer? Se Deus está do nosso lado, quem poderá nos vencer? Ninguém!” (Rm 8.31; Sl 3.4).

A situação era tão grave que muitos diziam: “Deus não o ajudará!” (Sl 3.2).

Todo o episódio, levou Davi a enfrentar uma luta interna. Ele teve que lidar com a dor emocional (traição) e, a dor espiritual, onde muitos dos que o cercavam, duvidavam sobre os cuidados de Deus. A luta interna foi vencida pela confissão de fé de Davi, onde destaca que Deus o protege.

Você já passou por crises pessoais? O Salmo 3 é um bálsamo para auxiliar o cristão em situações em que precisa lidar com circunstâncias adversas.

Salmo 3.1: Davi declara sua vulnerabilidade.

Salmo 3.2: Davi declara a dúvida daqueles que presenciaram a situação. Diante da gravidade do momento, muitos diziam que nem mesmo Deus o salvaria. Humanamente falando, Davi parecia abandonado.

Salmo 3.3: a metáfora do escudo visa enfatiza a segurança que Davi encontra em Deus. Esse é um maravilhoso contraste com a vulnerabilidade do momento.

A metáfora do Senhor como um escudo conduz a reflexão sobre como encontrar segurança na fé. Davi se sentia protegido por Deus mesmo quando as circunstâncias pareciam sombrias.

Salmo 3.4: Davi reafirma sua confiança de que Deus ouve suas orações e responde ao contrário do que as pessoas estavam imaginando. Temos um testemunho e declaração de fé de que, mesmo em meio as crises pessoais e desespero, Deus está presente e auxilia.

Salmo 3.5: A declaração de confiança em Deus não era vazia e superficial; era algo que norteava sua vida.

Salmo 3.6: o clímax no Salmo. Davi expressa sua confiança em Deus. É a fé em ação num momento paralisante.

 

Na cultura israelita antiga, a honra e o respeito eram valores centrais e a posição de um rei era vista como um reflexo da bênção divina. Dessa maneira, quando estavam presenciando a queda de Davi, um rei escolhido por Deus, diante de seus inimigos e da traição de seu próprio filho, a questão agora era sobre a justiça e a fidelidade de Deus. A literatura sapiencial exemplifica em muitos dos seus Salmos a luta entre a condição humana e a soberania divina.

As palavras de Davi não são um desabafo de dor, mas um convite à reflexão sobre a verdadeira natureza da fé e da confiança em Deus nos momentos de crise pessoal e desespero.

Sentir medo e desespero é natural, todavia, nessas situações precisamos voltar nosso olhar para Deus em busca de ajuda e proteção.

Davi não hesita em compartilhar sua angústia e seu clamor, e isso nos lembra que Deus está sempre disposto a ouvir nossas orações.

A confiança de Davi não era teórica, mas experiencial. Dizer que confia em Deus é uma coisa; viver como quem confia em Deus é outra.

A declaração de confiança em Deus por parte de Davi não era vazia e superficial. Era algo que norteava sua vida, por essa razão declara que “Eu me deito, e durmo tranquilo, e depois acordo porque o Senhor me protege” (Sl 3.5). A confiança em Deus dá coragem (Sl 3.6) nos piores momentos da vida.

O Salmo 3 nos faz refletir sobre a vida de oração em momentos de crise pessoal e desespero.

Deus sabe o quanto somos fracos devido a natureza pecaminosa, por isso, ao dar seus mandamentos, logo após o primeiro mandamento onde diz que Ele é o único Deus a ser crido, chama os que creem a orar nos momentos de angústia e desespero. Deus deseja ser honrado. Para isso nos convida a não tomar seu nome em vão, passando a confiar em meios que Deus proíbe na sua Palavra quando as coisas vão de mal a pior.

Você tem orado?

A eficácia da oração não está no poder das palavras humanas. Orar não é uma questão de retórica. Muitos estão caindo na tentação de terceirizar a oração. Não deixe de orar. A oração é a pulsação da fé.

Na guerra consigo mesmo e com seu filho rebelde, a arma de Davi era a oração, por essa razão, alguns exegetas chamam esse salmo de grito de guerra. No Salmo, Davi enumera que a batalha é lutada por Deus. E pelos seus, Deus lutou e luta qualquer batalha, e a maior de todas foi vencida na cruz com o brado da vitória: está consumado. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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segunda-feira, 9 de junho de 2025

“O Senhor perdoou o seu pecado” (2Sm 12.13). Experimentando a graça de Deus.

 15 de junho de 2025

Primeiro Domingo após Pentecostes

Salmo 32.1-7; 2Samuel 11.26-12.10,13-14; Gálatas 2.15-21; 3.10-14; Lucas 7.36.8.3

Texto: 2Sm 12.13

Tema:O Senhor perdoou o seu pecado” (2Sm 12.13). Experimentando a graça de Deus.

 

Ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, Lucas destacou Davi como um homem segundo o coração de Deus (At 13.22). Todavia, surge a questão: como esse homem segundo o coração de Deus cometeu adultério e assassinato? Se Davi, segundo o coração de Deus, cometeu esses pecados, o que será de mim?

Ser conforme o coração de Deus, não significa ser perfeito ou sem pecado. Aliás, você também pode ser alguém conforme o coração de Deus. Ser um homem conforme o coração de Deus significa:

1 – Ter consciência da natureza pecaminosa (Sl 51.3,5);

2 – Confessar os pecados em verdadeiro arrependimento (Sl 51.2,4);

3 – Reconhecer que a comunhão com Deus depende da graça de Deus (Sl 51.10);

4 – Não quer perder a comunhão com Deus (Sl 51.11);

5 – O perdão leva ao testemunho (Sl 51.13-15);

Por ter cometido e adultério e com medo, Davi buscou esconder seus pecados. Conforme a lei divina, Davi precisava ser colocado em praça pública e apedrejado. Todavia, diante de um homem arrependido, Deus passou por cima da lei para Davi viver.

O orgulho e a vaidade humana não permiti admitir e corrigir o pecado. Davi escondeu seu pecado. Deus, por amor e misericórdia enviou um confessor para Davi. Natã desempenhou bem seu papel e levou Davi ao arrependimento e fez o maior anúncio da história: “O Senhor perdoou o seu pecado” (2Sm 12.13), ou seja, o Senhor passa por cima da sua lei para salvar. E a resposta de Davi a esse anúncio encontramos no Salmo 32: “feliz é aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga” (Sl 32.1).

É costume festejar por ocasião do aniversário, seja de nascimento, casamento. Você já experimentou dar uma festa por sua felicidade diante do perdão?

Davi provou da misericórdia de Deus.

A partir disso, Davi foi sendo lapidado nessa graça devido as muitas ocorrências estranhas na sua vida. Teve perdas. E o que dizer das lutas em sua casa.

Provar da misericórdia de Deus não é fácil. Sempre há alguém para apontar o dedo e duvidar dessa graça que nos é oferecida e derramada em Cristo Jesus. O próprio apostolo Paulo teve que lidar com isso. Possivelmente você conheça alguém da qual já se ouviu: nossa, essa pessoa é da igreja? É cristã? Quem diria!

Muitas pessoas exclamam que nunca mataram e nem roubaram supondo que dessa forma estão bem. Mas, e os pecados do coração? Do pensamento? Da fala? Da falta de ação?

Meus pecados também são passíveis de condenação. Mas, Deus passou por cima da sua lei para me salvar. Deus matou o seu próprio Filho para que eu não fosse morto.

Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim” (Gl 2.19-20).

Cada culto, lembro e vivo esse perdão. Perdão dado pela Palavra, na pregação, na santa ceia e no Batismo.

Para provar da misericórdia divina, só há um requisito: coração arrependido tal como o de Davi: “eu pequei contra Deus” (2Sm 12.13). Davi reconheceu que sua situação era inadmissível e sabia que estava fadado a morte. Essas palavras foram transliteradas pelo apostolo Paulo ao escrever: Quão miserável eu sou! (Rm 7).

Os relatos bíblicos desse culto (Salmo 32.1-7; 2Samuel 11.26-12.10,13-14; Gálatas 2.15-21; 3.10-14; Lucas 7.36.8.3) devem ser lidos num local onde de fato as pessoas têm consciência de seus pecados e sabem que a única alternativa é a morte, pois, não conseguem mais ver solução de acordo com a lei de Deus. Digo isso, pois muitas vezes não conseguimos entender a grande misericórdia de Deus com o pecador, do qual eu sou um e até o pior.

Talvez o seu pecado não seja escandaloso, mas, é pecado. E tal como um pecado escandaloso, também precisa de perdão. Do mesmo jeito, Deus precisou passar por cima da lei para perdoá-los.

Ser conforme o coração de Deus não significa ser perfeito ou sem pecado. Significa saber que Deus em Jesus perdoou o meu pecado. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

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terça-feira, 3 de junho de 2025

Pentecostes - a partir da ação do Espírito Santo, Deus disponibiliza a salvação

08 de junho de 2025

Dia de Pentecostes

Salmo 143; Gênesis 11.1-9; Atos 2.1-21; João 14.23-31

Texto: Atos 2.1-21

Tema: Pentecostes - a partir da ação do Espírito Santo, Deus disponibiliza a salvação

 

O relato de Lucas em Atos 2.1-21 descreve um momento fundamental na história da Igreja Cristã. O livro de Atos dos Apóstolos é intitulado pelo teólogo Justo González como "Os Atos do Espírito Santo". Ou seja, é um livro que reflete a atividade tangível do Espírito Santo entre o povo de Deus.

Desde o Antigo Testamento, Pentecostes (festa das semanas) era apenas uma festa, até que 50 dias depois da Páscoa em que Jesus ressuscitou, Pentecostes inaugurou a nova era da igreja.

Os discípulos foram instruídos por Jesus para aguardarem em Jerusalém a vinda do Espírito Santo.

Pedro, o pregador do dia, destacou que tal evento por mais estranho que fosse para as pessoas que o haviam presenciado era o cumprimento da profecia de Deus anunciada pelo profeta Joel (Jl 2.28-32).

Pedro chama a atenção para o fato do profeta Joel ter anunciado esse dia como se referindo aos últimos dias. E essa é a nova era que vivenciamos a partir de Pentecostes, os últimos dias. Já vivemos os últimos dias a quase 2 mil anos.

A comunidade, cerca de 120 pessoas, estava reunida e se reunia para orar e esperar esse dia já anunciado por Jesus.

Não será isso que precisamos em nossos dias. Orar e esperar, afinal, se estamos vivendo os últimos dias, pode ser que a qualquer momento Jesus retornará ara julgar vivos e mortos.

Naquele dia houve manifestações tangíveis e sensoriais da presença de Deus. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e por eles o Espírito Santo começou a falar.

O vento, o fogo e as línguas não estranhas, mas vernacular, causou espanto e perplexidade na multidão, a ponto de alguns zombarem dizendo que eles estavam cheios de vinho, ou popularmente, “bêbados”.

Por parte de alguns houve ceticismo que os levaram a questionar: “o que será que isso quer dizer?” (At 2.12).

Pedro faz uma interpretação do evento a luz da profecia divina proclamada por Joel. Deus promete e age para fazer acontecer o que prometeu. Dessa forma, “todas as pessoas ... anunciarão a minha mensagem; os moços terão visões, e os velhos sonharão. Sim, eu derramarei o meu Espírito sobre os meus servos e as minhas servas, e naqueles dias eles também anunciarão a minha mensagem” (At 2.17-18).

No evento do Pentecostes, Deus chamou a atenção da multidão por meio do vento, o fogo e as línguas não estranhas para que as grandes coisas que Deus tem feito fossem anunciadas (At 2.11).

Deus quer ser escutado para que todo o que invocar o seu nome seja salvo (At 2.21). Ou melhor, a partir da ação do Espírito Santo, Deus disponibiliza a salvação.

Em Pentecostes temos uma mudança escatológica. Os tempos agora são os últimos dias.

Pentecostes marca a disposição da salvação pelo poder do Espírito Santo. Pentecostes é um dia em que refletimos sobre o poder do Espírito Santo pela Palavra.

Alguns denominam o Espírito Santo como o “membro tímido da Trindade”. Essa definição é dada pelo fato de o Espírito Santo não chamar atenção para si mesmo, mas para promover Jesus Cristo.

Dessa forma, a festa de Pentecostes é um ataque aos entusiastas que buscam promover o Espírito Santo por meio de experiências e sentimentos subjetivos.

A obra do Espírito Santo é apenas uma: entregar os benefícios da obra de Jesus Cristo aos pecadores.

Pentecostes é uma história do agir de Deus em sua igreja.

Pensa-se muito sobre Pentecostes como sendo apenas um evento do derramamento do Espírito Santo, todavia, a obra do Espírito Santo foi e continua sendo, derramar Cristo sobre as pessoas.

A obra do Espírito Santo não é oferecer transe a uma pessoa e colocá-la como alvo, pelo contrário, Pentecoste é o dia em vemos o Espírito Santo colocando o foco em Jesus Cristo.

Dia de Pentecostes é dia para refletir sobre o que o Espírito Santo nos oferece e dá. Primeiro, o Espírito Santo leva ao arrependimento. Arrependimento é uma obra divina. O Espírito Santo promove lágrimas. E desse arrependimento conduz a fé. Em outras palavras, o Espírito Santo age na pregação da Palavra, pois conduz ao arrependimento e a fé.

A partir disso compreendemos nossa missão como igreja: somos proclamadores. Temos tudo o que precisamos. Temos a Palavra e pela Palavra o Espírito Santo faz toda a obra.

Dia de Pentecostes é dia para refletir sobre a importância e a necessidade da Palavra. A Palavra pregada oferece e dá o que Cristo conquistou na cruz: perdão, vida e salvação. Amém.

Edson Ronaldo Tressmann

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Dez lições aos enviados de Jesus (Lc 10.1-20)

  06 de julho de 2025 Quarto Domingo após Pentecostes Salmo 66.1 – 7; Isaías 66.10 – 14; Gálatas 6.1-10,14 – 18; Lucas 10.1 – 20 Texto...