segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

“...ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21)

 21 de dezembro 2025

Quarto Domingo de advento

Salmo 24; Isaías 7.10-17; Romanos 1.1-7; Mateus 1.18-25

Texto: Mateus 1.18-25

Tema:...ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21)

 

          Sempre houve e há situações conflitantes, cheias de tensão. Viver em tais situações causa ansiedade, estresse, depressão.

          Desde o primeiro Natal, essa festa é envolvida de tensão. Vivemos na tensão atual entre o verdadeiro significado da festa e a pressão da sociedade moderna referente ao consumismo. Há a tensão social e familiar do Natal, onde tudo se resume a uma reunião de pessoas.

          Tensão é uma palavra que resume bem o tempo do Natal em todos os sentidos. Olhando para os eventos que antecedem o nascimento de Jesus, observamos momentos de tensão.

          José estava noivo de Maria e estar noivo era como estar casado. As bodas era o evento em que o noivo buscava a noiva para casa. Se houvesse interrupção do noivado, era necessário realizar o divórcio.

          Sendo que José estava praticamente casado com Maria, ao saber da sua gravidez sem ter tido relação com ela, passou a viver uma grande tensão advinda da questão: como era possível que Maria estivesse grávida?

          Conforme apontamento do evangelista Mateus, José era um homem justo. A luz do Antigo Testamento isso significava que José era um homem temente a Deus e que amava a Lei de Deus. Pelo que se nota no texto, José também amava Maria. Assim, amando a Lei de Deus e amando Maria, passou a viver uma tensão.

          Como José iria proceder? Pela Lei de Deus, Maria deveria ser apedrejada, mas, por ser filha de sacerdote, a pena era agravada e Maria deveria ser morta por fogo, sendo colocado chumbo derretido em sua garganta. Devido ao domínio Romano, essas penas eram executadas pelos romanos sob pressão dos judeus.

          Por amor a Maria, José não desejava que tal situação ocorresse para Maria, por isso Mateus registra: “José, com quem Maria ia casar, era um homem que sempre fazia o que era direito. Ele não queria difamar Maria e por isso resolveu desmanchar o contrato de casamento sem ninguém saber” (Mt 1.19).

          Por amor a Lei de Deus, José precisava se divorciar de Maria. Todavia, José não queria que Maria fosse ferida pela morte, por isso, tinha duas opções:

          1 - o caminho público: por essa via, todos iriam saber e Maria sofreria as consequências trágicas;

          2 – enviar uma carta de divórcio em particular e resolver secretamente a situação e assim safar Maria de qualquer punição advinda da Lei;

          José estava ferido na alma devido as suas dúvidas e inquietação. Estava envolvido numa tensão. E José, por amor a Maria estava resolvido em seu coração que procederia de maneira discreta e interna com a família para resolver a situação.

          Em meio a sua tensão pessoal, Deus resolve a inquietação de José por meio de um recado dado durante o sono por um anjo: “Enquanto José estava pensando nisso, um anjo do Senhor apareceu a ele num sonho e disse: — José, descendente de Davi, não tenha medo de receber Maria como sua esposa, pois ela está grávida pelo Espírito Santo” (Mt 1.20).

          No relato bíblico, temos duas pessoas religiosas, Maria e José. Ambos estão enfrentando uma verdadeira tensão. A tensão de Maria era sobre quem iria acreditar que essa gravidez era obra do Espírito Santo. Temos a tensão de José, ferido em sua masculinidade. Mas, o recado do anjo para José, resolve tanto a tensão de Maria quanto a de José.

          Ao ouvir a notícia de que a gravidez de Maria era obra do Espírito Santo, José se vê na execução de uma obra divina. Essa obra divina tem um propósito que é revelado no nome do Filho, Jesus.

          Note que, além do anjo trazer a notícia que resolve a tensão de José, trouxe também o laudo do ultrassom: é um menino. E esse menino é Filho de Deus, mas você precisa assumi-lo como seu filho e lhe dar o nome de Jesus, você declarará sua verdadeira missão: “pois ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21).

          O que temos aqui é exuberante!

          O judaísmo no qual Maria e José foram criados, judaísmo daquela geração, compreendiam que Jesus, o Messias, era àquele que criaria uma classe diferente de pessoas. Entendiam que os pecadores seriam ceifados e aniquilados e somente os justos reinariam. O judaísmo não conseguia compreender o perdão dos pecados através do sacrifício de Jesus na cruz. Por essa razão, conforme narra o evangelista João Marcos, a família de Jesus achava que ele estava louco (Mc 3.20-21).

          Enquanto o mundo daquela época esperava um Messias que aniquilasse os pecadores, Deus enviou um Messias que morreria pelos pecadores. Isso mudou tudo!

          A festa do Natal ainda se dá em meio a tensão. Ainda há pessoas que não conseguem perceber que Natal é uma festa em que se celebra àquele que veio para salvar dos pecados.

          O nome Jesus significa, auxílio, cura, salvação. Em Jesus, temos Deus trazendo e oferecendo a salvação.

          Enquanto José, em sua tensão, recebeu a notícia do anjo e creu na mensagem de que Maria estava “grávida pelo Espírito Santo” (Mt 1.20), podemos destacar que ao receber a notícia sobre Jesus e sua obra redentora, só é possível crer pelo poder do mesmo Espírito Santo que envolveu Maria e a engravidou.

          Natal é uma festa de uma mensagem especial: “pois ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Você tem pecados? Tem pessoas que parecem não ter nenhum pecado, se julgam melhores e quando veem outros cometendo um pecado, rapidamente julgam-na e a condenam.

          Natal é a festa onde lembramos o perdão de Deus naquele que nasceu na manjedoura. Em meio a tensão de José, onde parecia que Maria havia cometido um pecado de adultério, recebeu a notícia para assumir a paternidade do Filho de Deus, “pois ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21).

          Jesus é o salvador do pecador. A alegria do Natal está no perdão concedido em Jesus ao pecador. Não é fácil assumir pecados. Todavia, foi por minha causa que Jesus nasceu.

          É Natal!

          Uma festa onde o pecador encontra o Salvador dos seus pecados.

          Celebro o Natal, porque sei que sou pecador que preciso de perdão.

          As crianças são incentivadas a escrever uma carta para o Papai Noel pedindo um presente. Agora, após ouvir essa mensagem, sugiro que você escreva uma carta pedindo o verdadeiro presente do Natal, o perdão de Jesus.

          Tal como em meio a tensão de José, o anjo proclamou “...ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Lc 1.21), a igreja continua a proclamar a respeito da salvação oferecida por Jesus em meio a tensão de querer fazer para merecer a salvação.

          O Natal não é sobre sermos “perfeitos” ou “melhores que os outros”, é sobre reconhecermos que precisamos de perdão, afinal, “...ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Amém

 

 

Edson Ronaldo Tressmann

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