21 de dezembro 2025
Quarto
Domingo de advento
Salmo
24; Isaías 7.10-17; Romanos 1.1-7; Mateus 1.18-25
Texto:
Mateus 1.18-25
Tema: “...ele salvará o seu povo dos pecados deles”
(Mt 1.21)
Sempre houve e há situações
conflitantes, cheias de tensão. Viver em tais situações causa ansiedade,
estresse, depressão.
Desde o primeiro Natal, essa festa é envolvida
de tensão. Vivemos na tensão atual entre o verdadeiro significado da festa e a
pressão da sociedade moderna referente ao consumismo. Há a tensão social e
familiar do Natal, onde tudo se resume a uma reunião de pessoas.
Tensão é uma palavra que resume bem o
tempo do Natal em todos os sentidos. Olhando para os eventos que antecedem o
nascimento de Jesus, observamos momentos de tensão.
José estava noivo de Maria e estar
noivo era como estar casado. As bodas era o evento em que o noivo buscava a
noiva para casa. Se houvesse interrupção do noivado, era necessário realizar o
divórcio.
Sendo que José estava praticamente
casado com Maria, ao saber da sua gravidez sem ter tido relação com ela, passou
a viver uma grande tensão advinda da questão: como
era possível que Maria estivesse grávida?
Conforme apontamento do evangelista
Mateus, José era um homem justo. A luz do Antigo Testamento isso significava
que José era um homem temente a Deus e que amava a Lei de Deus. Pelo que se
nota no texto, José também amava Maria. Assim, amando a Lei de Deus e amando
Maria, passou a viver uma tensão.
Como José
iria proceder? Pela Lei de Deus, Maria deveria ser apedrejada, mas, por
ser filha de sacerdote, a pena era agravada e Maria deveria ser morta por fogo,
sendo colocado chumbo derretido em sua garganta. Devido ao domínio Romano,
essas penas eram executadas pelos romanos sob pressão dos judeus.
Por amor a Maria, José não desejava
que tal situação ocorresse para Maria, por isso Mateus registra: “José, com quem Maria ia casar, era um homem que sempre
fazia o que era direito. Ele não queria difamar Maria e por isso resolveu
desmanchar o contrato de casamento sem ninguém saber” (Mt 1.19).
Por amor a Lei de Deus, José precisava
se divorciar de Maria. Todavia, José não queria que Maria fosse ferida pela
morte, por isso, tinha duas opções:
1 - o caminho público: por essa
via, todos iriam saber e Maria sofreria as consequências trágicas;
2 – enviar uma carta de
divórcio em particular e resolver secretamente a situação e assim safar Maria
de qualquer punição advinda da Lei;
José estava ferido na alma devido as
suas dúvidas e inquietação. Estava envolvido numa tensão. E José, por amor a
Maria estava resolvido em seu coração que procederia de maneira discreta e
interna com a família para resolver a situação.
Em meio a sua tensão pessoal, Deus
resolve a inquietação de José por meio de um recado dado durante o sono por um
anjo: “Enquanto José estava pensando nisso, um
anjo do Senhor apareceu a ele num sonho e disse: — José, descendente de Davi,
não tenha medo de receber Maria como sua esposa, pois ela está grávida pelo
Espírito Santo” (Mt 1.20).
No relato bíblico, temos duas pessoas
religiosas, Maria e José. Ambos estão enfrentando uma verdadeira tensão. A
tensão de Maria era sobre quem iria acreditar que essa gravidez era obra do
Espírito Santo. Temos a tensão de José, ferido em sua masculinidade. Mas, o
recado do anjo para José, resolve tanto a tensão de Maria quanto a de José.
Ao ouvir a notícia de que a gravidez
de Maria era obra do Espírito Santo, José se vê na execução de uma obra divina.
Essa obra divina tem um propósito que é revelado no nome do Filho, Jesus.
Note que, além do anjo trazer a notícia
que resolve a tensão de José, trouxe também o laudo do ultrassom: é um menino.
E esse menino é Filho de Deus, mas você precisa assumi-lo como seu filho e lhe
dar o nome de Jesus, você declarará sua verdadeira missão: “pois ele salvará o seu povo dos pecados deles”
(Mt 1.21).
O que temos aqui é exuberante!
O judaísmo no qual Maria e José foram
criados, judaísmo daquela geração, compreendiam que Jesus, o Messias, era àquele
que criaria uma classe diferente de pessoas. Entendiam que os pecadores seriam
ceifados e aniquilados e somente os justos reinariam. O judaísmo não conseguia compreender
o perdão dos pecados através do sacrifício de Jesus na cruz. Por essa razão,
conforme narra o evangelista João Marcos, a família de Jesus achava que ele
estava louco (Mc 3.20-21).
Enquanto o mundo daquela época
esperava um Messias que aniquilasse os pecadores, Deus enviou um Messias que
morreria pelos pecadores. Isso mudou tudo!
A festa do Natal ainda se dá em meio a
tensão. Ainda há pessoas que não conseguem perceber que Natal é uma festa em
que se celebra àquele que veio para salvar dos pecados.
O nome Jesus significa, auxílio, cura,
salvação. Em Jesus, temos Deus trazendo e oferecendo a salvação.
Enquanto José, em sua tensão, recebeu
a notícia do anjo e creu na mensagem de que Maria estava “grávida pelo Espírito Santo” (Mt 1.20),
podemos destacar que ao receber a notícia sobre Jesus e sua obra redentora, só
é possível crer pelo poder do mesmo Espírito Santo que envolveu Maria e a
engravidou.
Natal é uma festa de uma mensagem
especial: “pois ele salvará o seu povo dos
pecados deles” (Mt 1.21). Você tem
pecados? Tem pessoas que parecem não ter nenhum pecado, se julgam
melhores e quando veem outros cometendo um pecado, rapidamente julgam-na e a
condenam.
Natal é a festa onde lembramos o
perdão de Deus naquele que nasceu na manjedoura. Em meio a tensão de José, onde
parecia que Maria havia cometido um pecado de adultério, recebeu a notícia para
assumir a paternidade do Filho de Deus, “pois
ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21).
Jesus é o salvador do pecador. A
alegria do Natal está no perdão concedido em Jesus ao pecador. Não é fácil
assumir pecados. Todavia, foi por minha causa que Jesus nasceu.
É Natal!
Uma festa onde o pecador encontra o
Salvador dos seus pecados.
Celebro o Natal, porque sei que sou pecador
que preciso de perdão.
As crianças são incentivadas a
escrever uma carta para o Papai Noel pedindo um presente. Agora, após ouvir
essa mensagem, sugiro que você escreva uma carta pedindo o verdadeiro presente
do Natal, o perdão de Jesus.
Tal como em meio a tensão de José, o
anjo proclamou “...ele salvará o seu povo dos
pecados deles” (Lc 1.21), a igreja continua a proclamar a respeito
da salvação oferecida por Jesus em meio a tensão de querer fazer para merecer a
salvação.
O Natal não é sobre sermos “perfeitos” ou “melhores
que os outros”, é sobre reconhecermos que precisamos de perdão,
afinal, “...ele salvará o seu povo dos pecados
deles” (Mt 1.21). Amém
Edson
Ronaldo Tressmann
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