segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Lição da Transfiguração!

 02 de março de 2025

Transfiguração de Jesus

Salmo 99; Deuteronômio 34.1-12; Hebreus 3.1-6; Lucas 9.28-36

Texto: Lc 9.28-36

Tema: Lição da Transfiguração!

 

A maior reclamação de uma mulher é não ser ouvida pelo parceiro. Isso traz desapontamento, e a impede de se expressar e ela sente desrespeitada.

Escutar o que o outro diz é difícil. Ou seja, a dificuldade é captar a mensagem que a outra pessoa de fato quer transmitir pelo não ouvir com atenção.

O episódio da transfiguração é narrado por três dos quatro evangelistas (Mt 17.1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36). A mensagem central desse evento é a palavra dita pelo próprio Deus: escutem o que ele diz!

Você escutou o que foi dito?

Escutem o que ele diz!

Os personagens da cena da transfiguração, Moisés, Elias e Jesus, como que diante de um telão, foram testemunhados por Pedro, Tiago e João.

Moisés - o representante da lei. Elias - representava os profetas. Jesus - cumpriu a lei e é o cumprimento das profecias anunciadas pelos profetas.

O evento da transfiguração é o não de Deus ao legalismo.

Legalismo é a distorção da lei. A lei de Deus tem seu propósito e finalidade, mas, infelizmente muitos acrescentam penduricalhos a lei que “a mesma” se torna irreconhecível e perde toda sua finalidade.

Legalismo nada mais é do que um meio humano de tentar através da obediência de regras humanas, ser recompensando por Deus. O perigo do legalismo é anular a graça misericordiosa de Deus em Jesus.

Outra lição que Jesus nos ensina pelo episódio da transfiguração é que eu não preciso de revelação, assim como no tempo dos profetas. A revelação de Deus é Jesus. João Batista foi o último profeta (Mt 11.13).

Vivemos numa época em que as revelações são buscadas e supervalorizadas. Por essa razão, muitas pessoas são exploradas e enganadas por supostas revelações. Muitas dessas revelações levam as pessoas a abandonarem a revelação dos profetas: Jesus.

Ouvi certa vez um pregador mencionar que um homem antes de ir ao médico recebeu uma revelação de que teria câncer. Fez os exames e constatou câncer. Ao mencionar o fato dessa suposta revelação desse suposto profeta para o seu pastor, o seu pastor lhe perguntou: - ao revelar isso, ele orou com você e por você? – O homem disse que não. Então, seu pastor disse que ele havia apenas dado um palpite de sorte, pois se ele estivesse convicto do que estava revelando teria orado e apoiado. E continuou, é o mesmo que ver uma mulher grávida e dizer: será menino. O suposto revelador tem 50% de chances para acertar, mas não têm coragem de dar todo enxoval de menino mesmo antes de saber com certeza por exames se será menino.

Outra lição da transfiguração é o cumprimento de uma profecia anunciada por Jesus de que alguns dos seus discípulos não morreriam antes de ver Jesus em seu reino. O apostolo Pedro destacou isso na sua segunda carta (2Pe 1.16-18). Para ele, lembrar desse evento sempre confortou e fortaleceu os discípulos (2Pe 1.16-18).

A frase dita por Deus por ocasião do Batismo de Jesus no início do ministério, este é o meu Filho amado, é a frase proclamada novamente no início da última subida de Jesus para Jerusalém, onde Jesus seria crucificado, ressuscitado e subiria aos céus.

A voz divina: este é o meu Filho amado é a confirmação da profecia proclamada por Moisés de que o profeta a quem o povo deveria ouvir (Dt 18.15), Jesus, estava ali a caminho da cruz.

A Palavra de Deus: escutem o que ele diz é importante para todos, todavia, naquela situação era peculiar para Pedro.

Dias antes, Pedro diante da afirmação de Jesus de que iria para Jerusalém, sofrer, morrer e ressuscitar, disse que Deus não permitiria algo tão cruel. Agora, no monte Tabor, ao ouvir a afirmação divina de que escutasse o que Jesus dizia era como enfatizar para não se deixar levar por suas ideias e convicções.

Queridos irmãos e irmãs em Jesus.

Há duas igrejas numa mesma rua. Há duas igrejas num mesmo bairro. Há duas igrejas numa mesma cidade. Uma igreja anuncia: chega de sofrer, deixe a sua cruz pesada e receba a vitória, oh glória. Os Pedros que frequentam essa igreja louvam e testemunham para todos que bom é estarmos aqui. A outra igreja anuncia com alegria: carregue a sua cruz por mais pesada que for. Não há glória humana, nem fatos extraordinários que fazem as pessoas quererem permanecer ali.

Para essas duas igrejas o ensino da transfiguração é o mesmo. Todavia, uma dessas igrejas rejeita esse ensino, pois, a mensagem é pura e simples: “Escutem o que ele (Jesus) diz”.

Na Igreja não há outro que diz! Apenas Jesus diz! E o que Jesus diz, muitas vezes vai contra toda a lógica humana. Jesus nos garante sofrimento, perseguição, calúnia, desafetos.

Ainda escutamos a exultação de Pedro, no século atual: bom é estarmos aqui. Aqui onde? Onde há glória e por essa glória se abandona a cruz.

O convite de Deus é: escute Jesus. É preciso continuar no caminho da transfiguração, ou seja, no caminho da cruz que me conduz ao caminho da glória. Chegará o dia em que Jesus trocará a cruz pela coroa. Enquanto esse dia não chega, nunca deixe de escutar Jesus, pois só Jesus tem as palavras que dão vida (Jo 6.68), mesmo no caminho da cruz. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

O perdão restaura (Gn 45.3-15)

 23 de fevereiro de 2025

Sétimo Domingo após Epifania

Salmo 103.1-13; Gênesis 45.3-15; 1Coríntios 15.21-26,30-42; Lucas 6.27-38

Texto: Gn 45.3-15

Tema: O perdão restaura 

 

No dia 30/10/2024, na revista eletrônica OGlobo trouxe uma reportagem com o seguinte título: 'Corvos morrem, mas o ódio não': entenda como as aves ensinam filhotes a perpetuarem rancor e vinganças.

Um estudo da Universidade de Washington comprovou que essas aves são capazes de reconhecer pessoas eleitas como inimigas do bando e passaram a atacá-los sempre que possível.

O ódio, inclusive, é multigeracional. Quando um bando de corvos escolhe alguém como perigoso, sua ira pode ser alarmante, inclusive, conforme pesquisa realizada pelos americanos, evidenciou que os ataques a pessoas especificas chegam a durar 17 anos. Os corvos são considerados os “reis do rancor”.

Os corvos se comportam de modo específico para que os filhotes compreendam quem sempre deve ser atacado.

Será que eu me assemelho a um corvo?

O episódio narrado em Gênesis 45 mostra José revelando sua identidade aos seus irmãos que 22 anos antes o havia vendido para os ismaelitas como escravo.

A família que foi destroçada pela venda do irmão e a mentira de que José havia sido devorado por um animal, trouxe luto para o pai e um segredo a ser guardado entre os irmãos.

Gênesis 45 mostra uma família que agora estava por se reunir novamente pelo perdão e reconciliação.

José soube perdoar devido alguns motivos:

- Soube que Deus esteve cuidando de tudo, mesmo em meio a maldade dos seus irmãos;

- José compreendeu que Deus o enviou para o Egito (Gn 45.7-8) para salvar a vida de muita gente (Gn 50.20), de forma especial, o povo do qual nasceria Jesus (tribo de Judá).

José compreendia a fidelidade de Deus quanto a promessa de salvação que havia feito para Abraão (Gn 12), por essa razão, usou a expressão “Deus me enviou na frente de vocês a fim de que ele, ... garantisse que teriam descendentes” (Gn 45.7).

Deus usou o Egito, sua riqueza e fartura para preservar seu povo e garantir que eles fossem uma grande nação.

Aquele garoto fraco, vendido pelos irmãos, agora era o segundo homem mais poderoso do Egito. Poderia ter feito o que quisesse, e vendo que os irmãos haviam mudado de postura (Gn 44.30-34), José se identificou e proclamou sobre eles o seu perdão.

A vida de José foi marcada pelo perdão. Diante da acusação da esposa de Potifar, José não se defendeu ou culpou ela da armadilha (Gn 39.19-20). Ao se revelar aos seus irmãos não os considerou culpado, considerou tudo como um plano de Deus para preservar o povo do qual viria o descendente para salvação.

Com a história de José aprendemos que o perdão é um processo. As palavras ditas para seus irmãos não foram automáticas, mas era fruto de muita reflexão. Os testes anteriores em relação aos seus irmãos era para verificar sobre a mudança de coração dos seus irmãos.

José estava tranquilo em relação a Deus, pois, sabia que tudo estava sobre o controle do plano de Deus. Por causa desse entendimento, José não deixou a amargura e o ódio envenenar a sua alma.

Deus dirige as nossas vidas para o nosso bem. Ninguém age com maldade conosco sem que Deus reverta aquilo para nosso bem (Rm 8.28).

Antes de colocar José num alto posto, José teve que passar pela cova, separação dos seus irmãos e pai, acusações que o levaram a prisão. As provações fizeram José refletir, amadurecer e compreender sobre o propósito de Deus. José reconheceu que Deus o usou para salvar a vida de muita gente, inclusive a minha. Pois, ao preservar o seu povo, Deus enviou o seu Filho Jesus, o meu Salvador.

Preciso ver as minhas provações a luz da graça de Deus!

Depois da provação vem o gozo. Deus é especialista em mudar qualquer situação. Tirou José da cadeia e o colocou ao lado direito do Faraó. Tirou Davi do pasto e o colocou no trono.

José preparou o caminho para a reconciliação. Perdão requer tempo e paciência. Sempre escuto as pessoas dizerem para as outras: você precisa perdoar! Todavia, é preciso entender que o perdão é um processo e cada pessoa têm o seu tempo.

Durante os anos de fome, os irmãos de José foram ao Egito para comprar alimentos, sem reconhecer que o governador que os atendia era o próprio irmão que haviam vendido como escravo. José, logo os reconheceu e decidiu testá-los para ver se haviam mudado (Gn 42.6-24).

Quando os irmãos retornaram ao Egito com Benjamim, José os recebeu com um banquete, mas colocou um cálice de prata no saco de Benjamim e o acusou de roubo. Diante da acusação, os irmãos entraram em desespero, especialmente Judá, que se ofereceu para tomar o lugar de Benjamim como escravo, em troca da liberdade do mais novo (Gn 44.1-34).

José não estava brincando e nem fazendo algo cruel com seus irmãos. Sua intenção não era vingança. José queria testá-los para avaliar se estavam arrependidos e se mereciam sua confiança e perdão.

Deus, por exemplo, testou Abraão ao pedir que oferecesse Isaque em sacrifício (Gn 22.1-2). Jesus testou a fé da mulher siro-fenícia ao parecer ignorar seu pedido de ajuda antes de atender sua súplica com misericórdia (Mt 15.22-28). Os testes podem ser usados, todavia, seu propósito visa revelar caráter, amadurecimento e buscar trazer restauração, jamais deve ser usado para punir ou condenar.

O teste de José surtiu o efeito esperado. José viu que seus irmãos haviam mudado, a ponto de Judá se voluntariar em se sacrificar por Benjamim (Gn 44.33-34).

O perdão restaura os relacionamentos familiares. Desde o dia em que José foi vendido, já havia se passado 22 anos. José foi vendido com 17 anos. Aos 30 anos se tornou governador. Administrou os 7 anos de fartura e agora, estavam enfrentando 2 anos de seca.

Os irmãos foram auxiliados pelo Egito para buscar o pai Jacó.

O perdão é muito mais do que liberar alguém de culpa. O perdão é abrir espaço para a reconciliação e permitir que o propósito de Deus seja cumprido também no perdão.

O perdão é o maior desejo de Deus para seus filhos. Por essa razão é algo difícil. O Diabo não quer a união. O Diabo deseja a destruição. Por isso, além de causar intrigas, faz com que se viva sem perdão.

O perdão é sinônimo de restauração. Deus perdoa, e por seu perdão restaura nossa vida com Ele. Tanto que Deus preserva sua igreja, para que por meio do batismo, do ofício das chaves, da pregação e da santa ceia, seu perdão seja distribuído e relacionamentos com Ele sejam restaurados.

Você é um corvo ou José?

Os corvos se vingam e ensinam seus filhotes a se vingar da pessoa. José viu a mão de Deus mesmo ante a maldade. José viu o plano de Deus senso realizado.

Que no perdão recebido por Cristo possamos buscar perdoar e viver a reconciliação e a restauração. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann


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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Frutos e folhas “inmurcháveis” (Sl 1.3)

 16 de fevereiro de 2025

Sexto Domingo após Epifania

Salmo 1; Jeremias 17.5-8; 1Coríntios 15.12-20; Lucas 6.17-26

Texto: Salmo 1.3

Tema: Frutos e folhas “inmurcháveis”

Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo” (Sl 1.3)

 

Não sei você, mas, na minha infância era comum ficarmos perguntando que tipo de animal a outra criança queria ser. Se você pudesse ser outra coisa dentro da criação. O que gostaria de ser?

O salmista compara o crente a uma árvore.

Essa é uma das tantas figuras de linguagem que a Escritura usa para representar a Igreja de Cristo e cada crente em particular.

Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo” (Sl 1.3)

Galhos e folhagem representam muito sobre uma árvore. Significa que a árvore é saudável e com potencial de produzir muitos frutos.

As folhas da árvore se mantem vivas através da vida que emana dos galhos, troncos e raízes. As raízes extraem os nutrientes da terra e distribuem por toda árvore. A qualidade do terreno influencia muito na formação, frutificação e vida útil da árvore.

O ribeiro de águas simboliza o Espírito Santo e Cristo, a fonte de nossa vitalidade. Cristo é a fonte de vida (Jo 4.14).

O Salmo 1 destaca que a uma árvore plantada junto aos ribeiros de águas é uma árvore plantada num lugar e com clima totalmente favorável para o crescimento e frutificação.

Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo” (Sl 1.3).

As folhas das árvores se renovam a cada estação. Todavia, o salmista diz que essa árvore (a Igreja), tem folhas que não murcham. As folhas “inmurcháveis” da árvore (Igreja) são seus dons espirituais. Recorde-se que não importa as folhas e sim os frutos.

A árvore (Igreja) plantada junto ao ribeiro significa que vive daquilo que acredita. Deus disse ao profeta Jeremias: “... eu abençoarei aquele que confia em mim, aquele que tem fé em mim, o Senhor. Ele é como a árvore plantada perto da água, que espalha as suas raízes até o ribeirão. Quando vem o calor, ela não tem medo, pois as suas folhas ficam sempre verdes. Quando não chove, ela não se preocupa; continua dando frutas” (Jr 17.7-8).

Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo” (Sl 1.3).

Essas pessoas destacadas pelo salmista são ...aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus, que não seguem o exemplo dos que não querem saber de Deus e que não se juntam com os que zombam de tudo o que é sagrado! ... o prazer deles está na lei do Senhor, e nessa lei eles meditam dia e noite” (Sl 1.1-2).

Em meio as pessoas que odeiam a Deus e escancaram esse ódio, não perca sua identidade. Balaão disse que o povo de Israel é “como cedros junto as águas” (Nm 24.6). Essa é a Igreja, por cujo canal de água é alimentada e fortalecida. O canal de água são os meios da graça (Batismo, Pregação e Santa Ceia).

A palavra para riacho é peleg, pâlag, significa divisões, canais, trincheiras, ramificações. Era o método oriental para irrigar suas terras fazendo riachos artificiais para transportar água de um riacho maior para suas plantações. Conhecemos bem isso, pois moramos na capital do arroz irrigado do Paraná.

Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo” (Sl 1.3).

Essas pessoas (Igreja) são destacadas como felizes por Jesus (Lc 6.20-26). No entanto, as pessoas que Jesus chama de felizes, o mundo chamaria de miseráveis.

As palavras de Jesus (Lc 6.20-26) ensinam que “colocar o coração, dedicação e as energias para obter as coisas que o mundo valoriza, a pessoas irá obtê-las - mas isso é tudo que será obtido”. Como árvore plantada junto ao riacho, mantenha-se nesse “riacho de água” (Sl 1.3).

A verdade é que permanecer junto a fonte de água, ser fiel a Cristo, fará você enfrentar todos os tipos de problemas. Muitas vezes você irá parecer a pessoa mais infeliz, será perseguido, injuriada.

Querido irmão e irmã, o caminho de Cristo, a felicidade de estar com Cristo, é cheio de inquietudes, perseguições e sofrimentos.

É irônico, mas é promessa de Jesus: você enfrentará constantes problemas; você será destemido; você será absurdamente feliz. Como escreveu o salmista: “...dará frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham...” (Sl 1.3). Amém

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Sob a sua Palavra - Parte 2

 09 de fevereiro de 2025

Quinto Domingo após Epifania

Salmo 138; Isaías 6.1-8; 1Coríntios 14.12b-20; Lucas 5.1-11

Texto: Lucas 5.1-11

Tema: Sob a sua Palavra - Parte 2

 

Uma brevissima reflexão sobre Lucas 5.1-11.

Certo dia Jesus estava na praia do lago da Galileia, a multidão se apertava em volta dele para ouvir a mensagem de Deus” (Lc 5.1).

Todos tinham a possibilidade de ouvir Jesus. Seu ministério era público.

Ele viu dois barcos no lago, perto da praia. Os pescadores tinham saído deles e estavam lavando as redes” (Lc 5.2).

Era necessário lavar as redes.

As redes eram caríssimas e precisavam ser cuidadas.

Após a pesca da noite, boa parte da manhã era para lavar e concertar as redes. O evangelista João Marcos (Mc 1.9) apresenta Tiago e João consertando as redes antes de serem chamados por Jesus.

Jesus entrou num dos barcos, o de Simão, e pediu que ele o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se e começou a ensinar a multidão” (Lc 5.3).

A multidão ouvia, todavia, Jesus tinha o objetivo de ensinar um home mem particular: Pedro.

Usou o barco de Pedro como púlpito. E logo após, esse pulpit seria uma local de milagre e também reconhecimento.

Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão: — Leve o barco para um lugar onde o lago é bem fundo. E então você e os seus companheiros joguem as redes para pescar” (Lc 5.4).

Jesus estava falando com pescadores experientes.

Me admira, após conhecer a história de Pedro, sabendo que ele era delicado como coice de mula não ter dito: quer ensinar o sacerdote a realizar o sacrifício.

Simão respondeu: — Mestre, nós trabalhamos a noite toda e não pescamos nada. Mas, já que o senhor está mandando jogar as redes, eu vou obedecer” (Lc 5.5).

Pedro estava lavando as redes, mas vivendo sua frustração pessoal.

O pescado garantia o sustento da família. Era a diária tão necessária e importante para o sustento. Mas, tinha algo na Palavra de Jesus que o fez ir mesmo e diante de um horário impróprio para a pesca: “…já que o Senhor está mandando jogar as redes, eu vou obedecer

Observe que havia dois barcos de pesca e os Pescadores tinham trabalhado toda a noite. Pelo termo grego (koinonos e Metorós), eles eram organizados como uma pequena empresa.

Por si mesmo, Pedro não retornaria. Não era hora de pesca. Era improvável pegar alguma coisa naquela hora. Mas, por causa da Palavra de Jesus, Pedro foi.

Diante da Palavra de Deus, eu sempre serei provado. E a provação de Pedro foi lançar as redes num horário improvável.

O momento podia ser improvável, mas para Deus nada é impossível.

Quando eles jogaram as redes na água, pescaram tanto peixe, que as redes estavam se rebentando. Então fizeram um sinal para os companheiros que estavam no outro barco a fim de que viessem ajudá-los. Eles foram e encheram os dois barcos com tanto peixe, que os barcos quase afundaram. Quando Simão Pedro viu o que havia acontecido, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: — Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!” (Lc 5.6-8).

Consegue captar o motivo pelo qual Deus proclama sua Palavra?

Por essa razão, Jesus ao ensinar a orar o Pai Nosso, recomendou a pedir primeiramente:

-        Santificado seja teu nome;

-        Venha o teu Reino;

-        Seja feita a sua vontade assim na terra como no céu.

Ou seja,

-        Nos dê sua Palavra

-        Nos dê o Espírito Santo para crer

-        Tire da minha vida o que me atrapalha ouvir sua Palavra.

... o Diabo, anda por aí como um leão que ruge, procurando alguém para devorar” (1Pe 5.8).

Eles não podem crer, pois o deus deste mundo conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo, o qual nos mostra como Deus realmente é” (2Co 4.4)

Reflita

Como o diabo vai devorando, impedindo a pessoa de ouvir a Palavra de Deus?

A pregação é algo divino para me fazer reconhecer quem eu sou e quem é Deus.

Simão e os outros que estavam com ele ficaram admirados com a quantidade de peixes que haviam apanhado” (Lc 5.9).

Nos impressionamos com esse milagre num horário improvável.

A voz era conhecida pelos peixes. Jesus é a Palavra na criação do mundo (Gn 1.21-22)

As rãs, os piolhos, gafanhotos, durante as pragas no Egito (Êxodo)

O jumento que falou com Balaão (Nm 22.28-30)

O verme que matou a planta para ensinar Jonas (Jn 4.7)

Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão, também ficaram muito admirados. Então Jesus disse a Simão: — Não tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente. Eles arrastaram os barcos para a praia, deixaram tudo e seguiram Jesus” (Lc 5.10-11).

Quando Deus fala e faz algo há uma mensagem especial. Nesse caso, Jesus chamou Pedro: “ Não tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente” (Lc 5.10).

Seguir a Cristo, ouvir sua Palavra, requer renunciar algumas coisas.

Renunciem tudo para seguir Jesus.

Nesse relato temos Pedro se sentindo frustrado e desanimado.

Era uma multidão, mas Pedro era o objetivo daquela pregação naquele dia.

Mesmo frustrado, diante da pregação, Pedro disse: sob a Palavra Jesus irei lançar as redes.

Queridos irmãos em Jesus!

Sob a sua Palavra

Precisa ser nosso lema de vida;

Noé construiu a arca sob a Palavra;

Abraão viveu assim;

Moisés foi libertar o povo de Deus sob a Palavra de Deus;

A igreja de Filadélfia ao receber a carta de Jesus (apocalipse), estava sendo exortada por Jesus por continuar escutando a Palavra de Deus.

Sob a Palavra – o caminho passa por sofrimentos e aflições.

Deus transforma frustrações em bênçãos.

Nada depende dos nossos esforços.

As redes cheias após estarem vazias visa a exaltação de Deus.

Nos convém confessar como Pedro: por mim mesmo Senhor:

eu não quero, eu não faria; mas, sob a tua Palavra, vou lançar as redes. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

Sob a sua Palavra!

 09 de fevereiro de 2025

Quinto Domingo após Epifania

Salmo 138; Isaías 6.1-8; 1Coríntios 14.12b-20; Lucas 5.1-11

 

Texto: Lucas 5.1-11

Tema: Sob a sua Palavra!

 

Jesus disse: “Não tenham medo! De agora em diante você vai pescar gente” (Lc 5.10).

Pescadores exaustos limpam as redes após uma noite de trabalho infrutífero. Jesus escolheu justamente o barco de um desses pescadores frustrados, o barco de Pedro.

Alguma vez já lhe foi solicitado para fazer novamente aquilo que você já havia feito e se frustrou?

Jesus desafia o frustrado Pedro para lançar as redes novamente. Pedro, pescador experiente respondeu que se ele havia se frustrado durante a noite que se pegava peixe, iria novamente, mas, o frustrado seria Jesus que o estava enviando para ir pescar num horário improvável.

Tudo o que é improvável para nós não é impossível para Deus.

No improvável de Pedro, realizou-se o grande milagre de Jesus. Os pescadores pescaram tanto peixe que nunca haviam pescado anteriormente.

Nos improváveis da vida, vemos as mãos graciosas de Deus. O povo de Deus cantava: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão labutam seus construtores” (Sl 127).

Tiago, Pedro, João e André, nas águas do Mar da Galiléia (Genesaré, Tiberíades), eram “os caras” da pesca naquela região norte de Israel. Homens experientes e que já haviam vivido muitas situações naquelas águas. Todavia, pegar tantos peixes foi a maior experiência já vivenciada por esses homens.

A pesca não era uma prática esportiva. Toda a economia girava em torno da pesca. O sustento familiar provinha da pesca. Por essa razão, passar a noite trabalhando e não pegar nenhum peixe significava incerteza quanto ao sustento e as necessidades básicas da família.

Em muitos momentos, não importa o conhecimento, os recursos financeiros e as amizades. Nada é capaz de impedir um dia ruim. Momentos difíceis surgem a qualquer momento e para qualquer pessoa.

Era um cenário de Frustração e fracasso.

Jesus chega, faz a pregação. Os homens frustrados e fracassados ouvem a pregação. Pedro é comissionado para ir e pescar novamente. Retornar ao local do qual havia acabado de chegar cheio de frustração e fracasso. Pedro se dispõe a retornar, mas deixa claro que só estava indo por causa da Palavra de Jesus, pois por sua experiência profissional jamais iria (Lc 5.5).

Pedro foi confrontado com a majestade de Deus. Por isso, a exemplo de Jó e Isaías, reconheceu sua pecaminosidade (Jó 42.6; Is 6.5) e se ajoelha aos pés de Jesus.

A partir disso, Pedro e outros passaram a ter intimidade com Jesus. E dessa intimidade, Pedro e os demais se tornariam pescadores de gente. E para essa pesca, seriam ensinados por Jesus.

O homem frustrado, fracassado e reconhecendo-se impróprio para estar diante de Jesus, é chamado por Jesus para uma missão. E a missão é pescar pessoas assim como ele, frustrados, fracassados e humilhados em seus pecados.

Querido irmão e irmã em Jesus, estudiosos e pesquisadores sobre o assunto “crescimento da igreja”, destacam que apenas 53% sentem a responsabilidade de testemunhar sua fé. Isso significa que a metade não testemunha. Não convida seus amigos, familiares para se envolver na igreja.

Certa vez o Departamento de Bombeiros de Nova York participou de um grande desfile onde lotaram ônibus com pessoas de todos os níveis sociais com cartazes fixados nos ônibus: “Todos nós fomos salvos de prédios em chamas pelos bombeiros desta cidade”.

Observe que o pescador Pedro foi pescado. Por ele mesmo, não retornaria para lançar as redes, mas “sob a tua palavra lançarei as redes” (Lc 5.5).

Eis a isca correta para realizar a missão da pesca para o Reino de Deus, “sob a tua palavra...”.

Toda a obra da criação de Deus se concretizou pela Palavra de Deus (Gn 1).

Na visão do profeta Ezequiel, diante de um vale seco de ossos, sob a Palavra de Deus, os ossos reviveram (Ez 37).

Paulo na carta aos Romanos escreveu: “...como poderão crer, se não ouvirem a mensagem? E como poderão ouvir, se a mensagem não for anunciada? E como é que a mensagem será anunciada, se não forem enviados mensageiros? As Escrituras Sagradas dizem: “Como é bonito ver os mensageiros trazendo boas notícias!... a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo” (Rm 10.14-15,17).

Sob a tua Palavra - Abraão caminhou.

Sob a tua Palavra - a igreja realiza a missão.

Sob a tua Palavra - é um desafio! O maior desafio da igreja. O maior desafio do ministério.

Pela Palavra Deus criou. Pela Palavra Deus perdoa e redime. Pela Palavra, Deus santifica.

Querida igreja, pela Palavra somos igreja, e sob a Palavra, continuemos a realizar àquilo que Jesus nos chamou para realizar.

Assim, confessemos nossa fé, tal como Davi “com o teu poder, aumentaste as minhas forças... O teu amor dura para sempre, ó Senhor Deus. Não abandones o trabalho que começaste” (Sl 138.3,8). Supliquemos como fez o profeta Isaías: “Aqui estou eu. Envia-me a mim!” (Is 6.8). Escutemos o conselho do apostolo Paulo aos Coríntios: “...procurem acima de tudo ter os dons que fazem com que a igreja cresça espiritualmente ... sejam adultos no seu modo de pensar” (1Co 14.12,20). Amém.

Edson Ronaldo Tressmann

Lição da Transfiguração!

  02 de março de 2025 Transfiguração de Jesus Salmo 99; Deuteronômio 34.1-12; Hebreus 3.1-6; Lucas 9.28-36 Texto: Lc 9.28-36 Tema: ...