Sétimo Domingo após Epifania
Salmo 103.1-13; Gênesis 45.3-15;
1Coríntios 15.21-26,30-42; Lucas 6.27-38
Texto: Gn 45.3-15
Tema: O perdão restaura
No
dia 30/10/2024, na revista eletrônica OGlobo trouxe uma reportagem com o
seguinte título: 'Corvos morrem, mas o ódio não': entenda como as aves
ensinam filhotes a perpetuarem rancor e vinganças.
Um
estudo da Universidade de Washington comprovou que essas aves são capazes de
reconhecer pessoas eleitas como inimigas do bando e passaram a atacá-los sempre
que possível.
O
ódio, inclusive, é multigeracional. Quando um bando de corvos escolhe alguém
como perigoso, sua ira pode ser alarmante, inclusive, conforme pesquisa
realizada pelos americanos, evidenciou que os ataques a pessoas especificas chegam
a durar 17 anos. Os corvos são considerados os “reis do rancor”.
Os
corvos se comportam de modo específico para que os filhotes compreendam quem
sempre deve ser atacado.
Será que eu me assemelho a um corvo?
O
episódio narrado em Gênesis 45 mostra José revelando sua identidade aos seus
irmãos que 22 anos antes o havia vendido para os ismaelitas como escravo.
A
família que foi destroçada pela venda do irmão e a mentira de que José havia
sido devorado por um animal, trouxe luto para o pai e um segredo a ser guardado
entre os irmãos.
Gênesis
45 mostra uma família que agora estava por se reunir novamente pelo perdão e
reconciliação.
José soube
perdoar devido alguns motivos:
-
Soube que Deus esteve cuidando de tudo, mesmo em meio a maldade dos seus
irmãos;
-
José compreendeu que Deus o enviou para o Egito (Gn 45.7-8) para salvar a
vida de muita gente (Gn 50.20), de forma especial, o povo do qual nasceria
Jesus (tribo de Judá).
José
compreendia a fidelidade de Deus quanto a promessa de salvação que havia feito
para Abraão (Gn 12), por essa razão, usou a expressão “Deus me enviou na frente de vocês a fim de que ele, ...
garantisse que teriam descendentes” (Gn 45.7).
Deus
usou o Egito, sua riqueza e fartura para preservar seu povo e garantir que eles
fossem uma grande nação.
Aquele
garoto fraco, vendido pelos irmãos, agora era o segundo homem mais poderoso do
Egito. Poderia ter feito o que quisesse, e vendo que os irmãos haviam mudado de
postura (Gn 44.30-34), José se identificou e proclamou sobre eles o seu perdão.
A vida de José
foi marcada pelo perdão. Diante da acusação da esposa de
Potifar, José não se defendeu ou culpou ela da armadilha (Gn 39.19-20). Ao se
revelar aos seus irmãos não os considerou culpado, considerou tudo como um
plano de Deus para preservar o povo do qual viria o descendente para salvação.
Com a história
de José aprendemos que o perdão é um processo. As palavras ditas para seus irmãos
não foram automáticas, mas era fruto de muita reflexão. Os testes anteriores em
relação aos seus irmãos era para verificar sobre a mudança de coração dos seus
irmãos.
José
estava tranquilo em relação a Deus, pois, sabia que tudo estava sobre o
controle do plano de Deus. Por causa desse entendimento, José não deixou a
amargura e o ódio envenenar a sua alma.
Deus
dirige as nossas vidas para o nosso bem. Ninguém age com maldade conosco sem
que Deus reverta aquilo para nosso bem (Rm 8.28).
Antes
de colocar José num alto posto, José teve que passar pela cova, separação dos
seus irmãos e pai, acusações que o levaram a prisão. As provações fizeram José
refletir, amadurecer e compreender sobre o propósito de Deus. José reconheceu
que Deus o usou para salvar a vida de muita gente, inclusive a minha. Pois, ao
preservar o seu povo, Deus enviou o seu Filho Jesus, o meu Salvador.
Preciso ver as
minhas provações a luz da graça de Deus!
Depois
da provação vem o gozo. Deus é especialista em mudar qualquer situação. Tirou
José da cadeia e o colocou ao lado direito do Faraó. Tirou Davi do pasto e o
colocou no trono.
José preparou o
caminho para a reconciliação.
Perdão requer tempo e paciência. Sempre escuto as pessoas dizerem para as
outras: você precisa perdoar!
Todavia, é preciso entender que o perdão é um processo e cada pessoa têm o seu
tempo.
Durante
os anos de fome, os irmãos de José foram ao Egito para comprar alimentos, sem
reconhecer que o governador que os atendia era o próprio irmão que haviam
vendido como escravo. José, logo os reconheceu e decidiu testá-los para ver se
haviam mudado (Gn 42.6-24).
Quando
os irmãos retornaram ao Egito com Benjamim, José os recebeu com um banquete,
mas colocou um cálice de prata no saco de Benjamim e o acusou de roubo. Diante
da acusação, os irmãos entraram em desespero, especialmente Judá, que se
ofereceu para tomar o lugar de Benjamim como escravo, em troca da liberdade do
mais novo (Gn 44.1-34).
José
não estava brincando e nem fazendo algo cruel com seus irmãos. Sua intenção não
era vingança. José queria testá-los para avaliar se estavam arrependidos e se
mereciam sua confiança e perdão.
Deus,
por exemplo, testou Abraão ao pedir que oferecesse Isaque em sacrifício (Gn 22.1-2).
Jesus testou a fé da mulher siro-fenícia ao parecer ignorar seu pedido de ajuda
antes de atender sua súplica com misericórdia (Mt 15.22-28). Os testes podem
ser usados, todavia, seu propósito visa revelar caráter, amadurecimento e buscar
trazer restauração, jamais deve ser usado para punir ou condenar.
O
teste de José surtiu o efeito esperado. José viu que seus irmãos haviam mudado,
a ponto de Judá se voluntariar em se sacrificar por Benjamim (Gn 44.33-34).
O perdão
restaura os relacionamentos familiares.
Desde o dia em que José foi vendido, já havia se passado 22 anos. José foi
vendido com 17 anos. Aos 30 anos se tornou governador. Administrou os 7 anos de
fartura e agora, estavam enfrentando 2 anos de seca.
Os
irmãos foram auxiliados pelo Egito para buscar o pai Jacó.
O perdão é muito mais do que liberar
alguém de culpa.
O perdão é abrir espaço para a reconciliação e permitir que o propósito de Deus
seja cumprido também no perdão.
O perdão é o
maior desejo de Deus para seus filhos.
Por essa razão é algo difícil. O Diabo não quer a união. O Diabo deseja a
destruição. Por isso, além de causar intrigas, faz com que se viva sem perdão.
O
perdão é sinônimo de restauração. Deus perdoa, e por seu perdão restaura nossa
vida com Ele. Tanto que Deus preserva sua igreja, para que por meio do batismo,
do ofício das chaves, da pregação e da santa ceia, seu perdão seja distribuído
e relacionamentos com Ele sejam restaurados.
Você é um corvo ou José?
Os
corvos se vingam e ensinam seus filhotes a se vingar da pessoa. José viu a mão
de Deus mesmo ante a maldade. José viu o plano de Deus senso realizado.
Que
no perdão recebido por Cristo possamos buscar perdoar e viver a reconciliação e
a restauração. Amém!
Edson
Ronaldo Tressmann
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