segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Lição da Transfiguração!

 02 de março de 2025

Transfiguração de Jesus

Salmo 99; Deuteronômio 34.1-12; Hebreus 3.1-6; Lucas 9.28-36

Texto: Lc 9.28-36

Tema: Lição da Transfiguração!

 

A maior reclamação de uma mulher é não ser ouvida pelo parceiro. Isso traz desapontamento, e a impede de se expressar e ela sente desrespeitada.

Escutar o que o outro diz é difícil. Ou seja, a dificuldade é captar a mensagem que a outra pessoa de fato quer transmitir pelo não ouvir com atenção.

O episódio da transfiguração é narrado por três dos quatro evangelistas (Mt 17.1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36). A mensagem central desse evento é a palavra dita pelo próprio Deus: escutem o que ele diz!

Você escutou o que foi dito?

Escutem o que ele diz!

Os personagens da cena da transfiguração, Moisés, Elias e Jesus, como que diante de um telão, foram testemunhados por Pedro, Tiago e João.

Moisés - o representante da lei. Elias - representava os profetas. Jesus - cumpriu a lei e é o cumprimento das profecias anunciadas pelos profetas.

O evento da transfiguração é o não de Deus ao legalismo.

Legalismo é a distorção da lei. A lei de Deus tem seu propósito e finalidade, mas, infelizmente muitos acrescentam penduricalhos a lei que “a mesma” se torna irreconhecível e perde toda sua finalidade.

Legalismo nada mais é do que um meio humano de tentar através da obediência de regras humanas, ser recompensando por Deus. O perigo do legalismo é anular a graça misericordiosa de Deus em Jesus.

Outra lição que Jesus nos ensina pelo episódio da transfiguração é que eu não preciso de revelação, assim como no tempo dos profetas. A revelação de Deus é Jesus. João Batista foi o último profeta (Mt 11.13).

Vivemos numa época em que as revelações são buscadas e supervalorizadas. Por essa razão, muitas pessoas são exploradas e enganadas por supostas revelações. Muitas dessas revelações levam as pessoas a abandonarem a revelação dos profetas: Jesus.

Ouvi certa vez um pregador mencionar que um homem antes de ir ao médico recebeu uma revelação de que teria câncer. Fez os exames e constatou câncer. Ao mencionar o fato dessa suposta revelação desse suposto profeta para o seu pastor, o seu pastor lhe perguntou: - ao revelar isso, ele orou com você e por você? – O homem disse que não. Então, seu pastor disse que ele havia apenas dado um palpite de sorte, pois se ele estivesse convicto do que estava revelando teria orado e apoiado. E continuou, é o mesmo que ver uma mulher grávida e dizer: será menino. O suposto revelador tem 50% de chances para acertar, mas não têm coragem de dar todo enxoval de menino mesmo antes de saber com certeza por exames se será menino.

Outra lição da transfiguração é o cumprimento de uma profecia anunciada por Jesus de que alguns dos seus discípulos não morreriam antes de ver Jesus em seu reino. O apostolo Pedro destacou isso na sua segunda carta (2Pe 1.16-18). Para ele, lembrar desse evento sempre confortou e fortaleceu os discípulos (2Pe 1.16-18).

A frase dita por Deus por ocasião do Batismo de Jesus no início do ministério, este é o meu Filho amado, é a frase proclamada novamente no início da última subida de Jesus para Jerusalém, onde Jesus seria crucificado, ressuscitado e subiria aos céus.

A voz divina: este é o meu Filho amado é a confirmação da profecia proclamada por Moisés de que o profeta a quem o povo deveria ouvir (Dt 18.15), Jesus, estava ali a caminho da cruz.

A Palavra de Deus: escutem o que ele diz é importante para todos, todavia, naquela situação era peculiar para Pedro.

Dias antes, Pedro diante da afirmação de Jesus de que iria para Jerusalém, sofrer, morrer e ressuscitar, disse que Deus não permitiria algo tão cruel. Agora, no monte Tabor, ao ouvir a afirmação divina de que escutasse o que Jesus dizia era como enfatizar para não se deixar levar por suas ideias e convicções.

Queridos irmãos e irmãs em Jesus.

Há duas igrejas numa mesma rua. Há duas igrejas num mesmo bairro. Há duas igrejas numa mesma cidade. Uma igreja anuncia: chega de sofrer, deixe a sua cruz pesada e receba a vitória, oh glória. Os Pedros que frequentam essa igreja louvam e testemunham para todos que bom é estarmos aqui. A outra igreja anuncia com alegria: carregue a sua cruz por mais pesada que for. Não há glória humana, nem fatos extraordinários que fazem as pessoas quererem permanecer ali.

Para essas duas igrejas o ensino da transfiguração é o mesmo. Todavia, uma dessas igrejas rejeita esse ensino, pois, a mensagem é pura e simples: “Escutem o que ele (Jesus) diz”.

Na Igreja não há outro que diz! Apenas Jesus diz! E o que Jesus diz, muitas vezes vai contra toda a lógica humana. Jesus nos garante sofrimento, perseguição, calúnia, desafetos.

Ainda escutamos a exultação de Pedro, no século atual: bom é estarmos aqui. Aqui onde? Onde há glória e por essa glória se abandona a cruz.

O convite de Deus é: escute Jesus. É preciso continuar no caminho da transfiguração, ou seja, no caminho da cruz que me conduz ao caminho da glória. Chegará o dia em que Jesus trocará a cruz pela coroa. Enquanto esse dia não chega, nunca deixe de escutar Jesus, pois só Jesus tem as palavras que dão vida (Jo 6.68), mesmo no caminho da cruz. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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