11 de junho de 2023
Salmo 119.65-72; Oséias 5.15-6.6;
Romanos 4.13-25; Mateus 9.9-13
Texto:
Oséias 5.15-6.6
Tema: “vamos nos
dedicar mais e mais ao Senhor!”
Gostamos
de conhecer pessoas, gostamos de ter novos(as) amigos(as). Conhecer pessoas e
fatos é muito enriquecedor.
Hoje
iremos meditar numa breve perícope escrita pelo profeta Oséias (Oséias
5.15-6.6).
Oséias
significa “salvação”.
Oséias
clamou dramaticamente para o povo que abandonasse o seu pecado e voltasse ao
primeiro amor. O povo estava cometendo um pecado grave - a idolatria (nesse
caso especifico - a falta de conhecimento de Deus). Essa idolatria, ou melhor,
a falta de conhecimento de Deus estava em duas áreas: política
e religiosa.
Idolatria política: os governantes se afastaram de
Deus. O povo de Israel estava passando por momentos críticos, forças militares
estavam se movimentando para atacar seu território. A quem Israel foi buscar ajuda? Em Deus? De forma alguma. Israel se esqueceu
de Deus. Procurou fazer aliança com o Egito e com a Assíria devido às forças
militares. Tanto o Egito, quanto a Assíria, poderiam fornecer cavalos, soldados
e armas para poderem se defender. Para o povo de Deus, somente o Egito e a
Assíria poderiam livra-los.
Idolatria religiosa: se resume na falta de gratidão a
Deus. Prestavam cultos a outros deuses, esquecendo-se de que Deus era o autor de
todas as coisas.
O
casamento do profeta Oséias com uma prostituta, era didático da parte de Deus.
O objetivo era mostrar ao povo a fidelidade de Deus e a corrupção do povo assim
como uma prostituta.
O
livro do profeta Oséias é um dos livros mais evangélico do Antigo Testamento,
pois fala muito no amor de Deus. Alguns denominam Oséias como o apóstolo João
do Antigo Testamento.
Oséias
5.15 – 6.2 é apelo do profeta Oséias para que o povo se arrependa diante do
pecado da falta de conhecimento de Deus. O profeta Oséias deseja ardentemente
que as pessoas rasguem seus corações.
Os capítulos 1 a 3
relatam o casamento com a prostituta. Visando ilustrar a diferença da
fidelidade de Deus simbolizado pelo esposo Oséias, e a infidelidade do povo de
Israel simbolizado pela esposa do profeta, a prostituta Gômer. Assim, o texto de
Oséias 5.15-6.2 é uma denuncia da falta de conhecimento de
Deus.
Se
para muitos conhecer pessoas simples ou importantes é algo gratificante, para
Deus é de suma importância que se tenha conhecimento dEle. Conhecer a Deus é
vital. O próprio Salvador Jesus lembra “e a vida eterna é esta: que te conheçam a
ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo
17.3).
O
profeta Oséias traz um tema muito importante, urgente e necessário: conhecer a Deus em Cristo.
O
profeta Oséias chama a atenção do povo de Deus para o fato de estarem cometendo
pecado justamente pela falta de conhecimento de Deus.
Os capítulos 4 e 5
do profeta Oséias ensina que a falta de conhecimento de Deus leva à destruição
e à perdição. “O
meu povo não quer saber de mim e por isso está sendo destruído. E vocês,
sacerdotes, também não querem saber de mim e esqueceram as minhas leis;
portanto, eu não os aceito mais como meus sacerdotes, nem aceitarei os seus
filhos como meus sacerdotes” (Os 4.6), por isso, “... assim um
povo sem juízo caminha rápido para a destruição” (Os 4.14).
O
século 8 antes de Cristo, era um tempo de desconhecimento da Palavra de Deus. O que será que
fez com que o povo desconhecesse a Deus? Dois fatos:
1) -
a proibição das autoridades religiosas e políticas para que o povo fosse
adorar no templo de Jerusalém. Não permitiam a adoração ao Deus verdadeiro
e convidavam as pessoas a adorar bezerros de ouro em templos de Betel e Dã (1Rs
12.28-29).
2) - Relaxamento
no uso e estudo da Palavra de Deus. Cem anos depois da
advertência do profeta Oséias, a lei de Deus, dada por intermédio de Moisés
teve que ser encontrada em algum canto do templo de Jerusalém devido ao seu desuso
(2Cr 34.14).
Será que essas duas realidades
ocorrem entre nós?
As
próprias pessoas lhe proíbem prestar culto. Vivemos na era das desculpas: frio,
calor, falta de tempo, falta de prioridade nas coisas de Deus, ...
Há
muito relaxo com as coisas concernentes a Deus. Há tempo para tudo, no entanto,
para estudo e reflexão na Palavra de Deus, o pastor que faça malabarismo.
Assim
como naquele período, oitocentos anos antes de Cristo, agora vinte e um século
depois do nascimento de Jesus Cristo, há muita ignorância a respeito de Deus.
Muitos
já ouviram a mensagem do evangelho, mas teimosos, rejeitaram. A rejeição se dá
pelas desculpas em não poder estudar e ouvir a Palavra de Deus. Aos Romanos, o
apóstolo Paulo registrou: “tendo conhecimento de Deus não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças” (Rm 1.21).
As
pessoas estão saindo pelas portas do fundo da igreja, ou seja, estão
desprezando o conhecimento de Deus
Conhecemos o único Deus verdadeiro e também conhecemos a Jesus Cristo. Será
possível pecar por falta de conhecimento de Deus?
Pensamos que conhecemos muito bem a Bíblia. Mas quando o profeta Oséias fala em
conhecimento de Deus, ele não está simplesmente falando de um conhecimento
intelectual ou abstrato de Deus. Ele se refere a um conhecimento pessoal de Deus em Cristo que tem
consequências práticas na vida diária.
O
apóstolo Paulo escreveu aos Filipenses “...considero tudo uma completa perda, comparado com
aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente a Cristo Jesus,
o meu Senhor” (Fp 3.8).
Não
podemos nos deixar levar pelo orgulho, talvez de pensar que somos luteranos de
berço e já conhecemos a Deus o suficiente, ou supor que conhecemos toda a
Bíblia, e não precisamos mais estudá-la. Vamos deixar que o Espírito Santo nos
guie a “toda
a verdade” (Jo 16.13) nos ensinando sempre a sua Palavra. Afinal, a Palavra de Deus é poderosa e
nos leva ao conhecimento de Deus em Jesus e á prática. Recordemos que “... toda a Escritura
Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro,
corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver” (2Tm 3.16).
A
Palavra de Deus que mostra nossos erros, nossas falhas, mostra também, apesar
dos nossos pecados, o quanto somos amados por Deus em Jesus. O apóstolo João
registrou: “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo o
que nele crer não perca mais tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
O
profeta Oséias usa metáforas para denunciar o pecado do povo de Israel.
O
profeta Oséias diz que em sua ignorância, Israel
era como “uma
vaca rebelde” (Os 4.16). O templo em Betel, nome que significa “casa de Deus”
é chamado pelo profeta Oséias de “Bate-Áven” a casa do mal e do nada (Os 5.8).
Anuncia ainda que o Senhor irá retirar a sua presença de Israel, “para Efraim
serei como a traça e para a casa de Judá como a podridão” (Os 5.12),
e “para
Efraim serei como leão...Eu, eu mesmo, os despedaçarei e ir-me-ei embora”
(Os 5.14).
A
Nova Linguagem de Hoje o título do capítulo 6 é: “Arrependimento fingido”. O título
em si dá ao texto um tom de zombaria. E mesmo que a maioria das pessoas de
Israel não se tenham se arrependido, o verso 1 do capítulo 6 aponta para uma
verdade fundamental da fé cristã: não é o ser humano, mas, sim, o Espírito
Santo, que trabalha através da lei e convence cada um de seus pecados e leva o
pecador ao arrependimento.
Ao
destacar: “quando
Efraim viu a sua enfermidade” (Os 5.13), o profeta Oséias elucida
que as desgraças que aconteceram já estavam levando os israelitas a verem seus
pecados. E mesmo que tivessem visto e sentirem seus pecados, o equívoco foi procurar a solução numa aliança com os
assírios e deixarem Deus de lado.
Quem
já não ouviu a frase: o que fiz para
merecer tudo isso?
Reflita:
não será
Deus mostrando seu pecado e desejoso de que se busque refúgio nele?
O
fato é que a queda em pecado endureceu nosso coração. Sendo pecadores desde a
concepção, o desejo de Deus é o arrependimento e a volta para Ele.
O
profeta Oséias escreveu: “estando eles angustiados, cedo me buscarão” (Os
5.15). Lembre-se, que quando Deus mostra seus pecados, seu desejo é te libertar
da sua angustia. Por isso, Jesus disse: “conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (Jo 8.32) e Jesus
disse: “Eu
sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por
mim” (Jo 14.6). O salmista nos faz lembrar: “Em meio à tribulação, invoquei o Senhor, e
o Senhor me ouviu e me deu folga” (Sl 118.5) e “Senhor, meu Deus, clamei a ti por socorro,
e tu me saraste” (Sl 30.2).
A
frase do profeta Oséias “O Senhor fez a ferida e a curará” (Os 6.1) é a
renovação da promessa de Deus de enviaria seu único filho Jesus Cristo para
resgatar os pecadores. Jesus disse, repetindo as palavras do profeta Isaías e Oséias:
“O Espírito
de Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos
quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração” (Is
61.1; Os 6.1; Lc 4.18). Em Oséias 6.2 está escrito “Depois de dois dias, nos revigorará; ao
terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele”, dando-nos a clareza,
o conhecimento necessário de que o Filho de Deus, Jesus Cristo, venceria a
morte, e por meio dessa ferida seríamos curados.
O
profeta Oséias alerta sobre o pecado da falta de conhecimento de Deus. Não é conhecimento
intelectual, mas conhecimento pessoal de Deus em Cristo que se aplica na vida
diária. De que adianta dizer creio em Deus se diante da primeira dificuldade
busco ajuda em outros meios e se diante dos acontecimentos passo a reclamar da
vontade de Deus.
O
profeta Oséias destaca a ação prática na vida das pessoas diante do
conhecimento e da Palavra de Deus, “vamos nos dedicar mais e mais ao Senhor!” (Os 6.3).
Que
nossa oração diária seja como a do povo arrependido “vamos nos dedicar mais e mais ao Senhor!”
Desejo crescer no conhecimento de Deus e ajudar para que outros também recebam
e cresçam neste conhecimento que leva a vida eterna. Amém!
Edson
Ronaldo Tressmann.
Subsídio:
Vox Concordiana, 2002, n 1, vol 17, p. 81-86
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