23 de janeiro de 2022
Terceiro Domingo após Epifania.
Texto para pregação:
Lucas 4.16-30
Tema: Enquanto houver Pregação, há o Tempo da graça!
Jesus
leu o texto proposto para aquele encontro na sinagoga (Is 61.1-2). Só pela
leitura as pessoas já ficaram admiradas a ponto de não tirarem os olhos dele
(v. 20). Esse olhar não era apenas pela leitura que fazia, mas, pela sua fama
(v.14,23) que já havia se espalhado. Muitos que ali estavam o viram crescer, o
conheciam desde a infância (v.22), eram seus vizinhos.
Pessoas
admiradas com aquele que entre eles havia crescido agora ser considerado um
profeta devido os feitos que realizava e por serem seus conhecidos, desejavam
que milagres fossem realizados entre eles também.
Esse
relato com algumas variações foi descrito por João Marcos, Mateus e Lucas. O
evangelista Lucas visa destacar que diante da pregação da Palavra de Deus só há
duas reações: aceitação ou rejeição.
As
pessoas de Nazaré são um exemplo claro de como as pessoas reagem diante da
pregação. Num primeiro momento ficam maravilhadas, mas, após um período tentam
silenciar aquele que anuncia a Palavra de Deus. Na sinagoga, admirados, mas
quando exortados pela Palavra, arrastaram Jesus para fora da sinagoga e cidade
(v.29).
É
preciso recordar que muitos que presenciaram os milagres de Jesus desejaram
fazer dEle um rei, mas, quando estavam sob pressão, gritaram crucifica-o.
Na
sinagoga em Nazaré, diante dos seus amigos, conhecidos, familiares, vizinhos. Para
muitas dessas pessoas Jesus prestou algum serviço de carpintaria. E ante essas
pessoas declara o ano da graça do Senhor. Ou melhor, o ano da libertação de
acordo com a lei apresentada por Moisés em Levítico 25. O profeta Ezequiel
anunciou que é o ano do perdão (Ez 46.17). E ele Jesus foi o enviado de Deus
para resgatá-los.
Jesus
disse para seus conhecidos, amigos, familiares de que naquele dia estava se
cumprindo a profecia anunciada pelas Escrituras por boca do profeta Isaías. Era
como se Jesus estivesse anunciando: por anos vocês frequentam essa sinagoga,
ouviram essas palavras e hoje, estão vendo seu cumprimento. Jesus é o
evangelizador dos perdidos e condenados.
Enquanto
houver proclamação acontece o tempo da graça divina. A proclamação, o tempo da
graça de Deus, é a boa nova para o oprimido e quebrantado.
Para
muitos em Nazaré, Jesus era amigável, mas, insignificante. E aparecer de
repente dizendo que nEle Deus perdoa os pecados e assim oferece a libertação
era inaceitável.
As
pessoas apenas ouviram o som das palavras, ou melhor, o som da Palavra de Deus,
mas a reação a esse som foi espantoso. A Palavra de Deus desmascarou aquelas pessoas
e elas, não aceitando o fato, realizaram o primeiro insulto a Jesus (v.29) e o
rejeitaram. E assim como o Espírito julgou o povo que rejeitou a proclamação do
profeta Ezequiel, julgou os do tempo de Jesus e as pessoas do nosso tempo. O
Espirito disse que as pessoas nos tratam como seres que possuem boas palavras,
mas não fazem nada do que falamos (Ez 33.32).
Não
adianta ouvir e nada fazer. Conselho é bom quando se segue o mesmo. O apostolo
Tiago adverte: “Não
se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática”
(Tg 1.22). O apostolo Paulo orienta a Tito e seus ouvintes: “Ensine essas
coisas e use toda a sua autoridade para animar e também para repreender os seus
ouvintes. E que ninguém despreze você” (Tt 2.15). Por isso, recorde
que um dos motivos pelos quais Deus enviou e envia pregadores é para preparar o
povo de Deus para o serviço e ampliação do reino de Deus (Ef 4.12).
O
evento ocorrido em Nazaré mostra um verdadeiro sentimento de inveja (Lc 4.23). Eles
queriam ver os milagres realizados em Cafarnaum. Não aceitavam o fato de que entre
seus conhecidos, amigos e familiares, Jesus não se dispunha a realizar nenhum
milagre. E assim ignoravam a maior e maior de todas as proclamações: o ano
aceitável do Senhor. A libertação.
Quantas vezes nossos
interesses também têm nos impedido de ouvir a maior de todas as proclamações?
Quando
as coisas acontecem como queremos é fácil estar admirado com o Senhor, mas,
quando algo começa a dar errado ou quando somos exortados, o Senhor torna-se um
empecilho e seu enviado um estorvo. É difícil reconhecer, mas, em muitas
situações a nossa admiração para com Deus é uma admiração a nós mesmos.
A
proclamação de Jesus só tinha um objetivo: conquistar as pessoas para Deus. A proclamação
a respeito da obra de Jesus tem apenas um objetivo: conquistar as pessoas para
Deus. No entanto, as pessoas apenas ouvem as palavras, cheias de admiração,
mas, desejando apenas seus interesses.
Jesus
veio e foi enviado para prestar ajuda à verdadeira e mais profunda miséria, a
saber, para que as pessoas reconheçam a maldição do pecado. E os moradores de
Nazaré não se reconheciam ovelhas perdidas e necessitadas de ajuda. Consideravam
os gentios impuros e sem merecimento para serem resgatadas, por isso rejeitaram
a Cristo por dizer a respeito da salvação dos gentios.
Interesses
pessoais e inveja com relação à salvação dos outros tem prejudicado o trabalho
missionário.
O
tempo da graça de Deus está disponibilizado a todos! Enquanto houver quem
pregue, vive-se o tempo da graça. Aproveitemos esse tempo, pois não sabemos
quanto tempo ainda temos para aproveitar desse tempo da graça, a qual é tão
importante e necessário para nós. Afinal, somos pecadores e precisamos da graça
de Deus em Jesus para sermos salvos. Amém
ERT
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