terça-feira, 27 de outubro de 2020

Herdeiro da Reforma Protestante - Permanece na Palavra

 Dia da Reforma Protestante

31 de outubro de 2020

503 anos (1517 – 2020)

Salmo 46;Apocalipse 14.6-7; Romanos 3.19-28; João 8.31-36

Texto: João 8.31-32

Tema: Herdeiro da Reforma Protestante - Permanece na Palavra!

 

Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32).

 

Permanecendo na Palavra de Cristo, sereis discípulos de Jesus, conhecereis a Cristo e sereis libertados por Cristo. Sendo assim, permaneça na Palavra de Jesus.

Jesus deixa claro que só há uma alternativa para ser discípulo, conhecer a verdade e ser liberto pela verdade, permanecer na Palavra. Jesus é a verdade na qual, os que creem precisam permanecer. Jesus é a verdade a que liberta (Jo 14.6).

Idade Média, as pessoas não tinham acesso a Palavra de Deus, não podiam lê-la. Apenas ouviam as interpretações que o Papa dava a Palavra e o que os concílios da igreja haviam dito sobre determinados assuntos. O clero da igreja eram os guardiões das verdades espirituais.

A verdade que é Cristo, não era comunicada e as pessoas viviam atormentadas. O tormento gerava medo e ansiedade espiritual. Foi com esse pavor que Martinho Lutero abandonou a promissora carreira de advogado para ingressar num convento agostiniano. Mas, mesmo no convento não encontrou paz para sua alma, até que, foi libertado pela verdade que é Cristo. E os que conhecem a história, imaginam a dificuldade que foi permanecer nessa Palavra de Cristo.

Cinco séculos depois, 503 anos depois, em pleno século 21, ano de 2020, ao contrário daqueles dias de 1517, a Bíblia é facilmente acessada. Qualquer pessoa pode ter acesso a Bíblia através de algum aplicativo no celular.

Há cerca de 40 versões bíblicas, inúmeras igrejas, milhares de pregadores, mas, infelizmente a verdade que faz discípulos e liberta, está escondida de muitos. Afinal, quantos que mesmo frequentando uma igreja não conhecem a verdade que liberta. Pessoas que mesmo se dizendo cristãs, continuam escravizadas e presas a regras, tradições e meros costumes dos quais dizem obter méritos de Cristo.

Na Igreja Católica, além da fé em Cristo, é necessário a praticadas boas obras como requisito de obter méritos para a salvação. Reformados acrescentam a fé mais a obediência, e nas igrejas evangélicas a fé mais alguma requisito, tal como batismo nas águas, falar em línguas ...

Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32).

É preciso permanecer na Palavra! A Palavra que é e traz Cristo, liberta desse acréscimo que escraviza.

Os judeus se sentiam seguros na descendência abraamica. Além da descendência, muitos se sentiam seguros no suposto cumprimento da lei. As palavras daqueles judeus que creram em Jesus e que ouviram Cristo dizer que o permanecer na Palavra os faria discípulos e que a verdade seria por eles conhecida e essa verdade os libertaria, apresentaram a confiança extra Jesus Cristo. Eles creram em Cristo, mas, seu coração ainda estava no sinal de adição, ou seja, eram descendentes de Abraão e isso lhes garantia liberdade.

Ainda hoje, há milhares que creem em Jesus, mas, em seu íntimo se apegam a supostas tradições, ritos, legalismos. E Jesus, aos que creem faz uma recomendação: Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32).

Jesus não está criticando os judeus que creram, nem enumera o tamanho da fé. A recomendação da permanecia em Jesus se deve justamente ao fato de que assim como passaram a crer em Cristo, correm o risco de se afastar da fé em Jesus.

Ao contar a parábola do semeador, Jesus enumerou algumas influências que podem levar ao afastamento de Jesus e da fé (Mt 13.19-22).

Corre-se o risco da incompreensão da Palavra, dos sofrimentos, perseguições, preocupações como aqui e agora, a ilusão das riquezas, sufocarem as pessoas a ponto das mesmas abandonarem a fé. Nesse sentido, Jesus recomenda: “Se vós permanecerdes na minha palavra ...

Ocupe-se da e na Palavra de Deus. Reflita, leia, peça explicação. Orientação da Palavra.

O permanecer na Palavra não é uma novidade para o povo de Deus. Desde quando foram libertados da escravidão do Egito, a partir do terceiro mês de libertação, a recomendação dado no terceiro mandamento era de que um dia da semana fosse dedicado ao estudo e reflexão na Palavra de Deus (Ex 20.8). Mas, o povo preferiu e prefere dedicar-se ao dia e não ao evento do dia que é o estudo da Palavra. Parece que o ir é mais importante que ouvir e refletir. Muitos estão no culto, mas, apenas com seus corpos. Sua mente e coração encontra-se em outro lugar.

Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32).

O permanecer na Palavra recebe destaque da parte de Jesus ao ensinar sobre a oração do Pai Nosso.

Ao orar para que o nome de Deus seja santificado, Jesus ensinou a orar pelo progresso do evangelho. Ao pedir que o Reino de Deus venha, ora-se para que pregadores da Palavra de Cristo nos sejam enviados e que as pessoas creiam nessa Palavra de Cristo, afinal, ela é que liberta verdadeiramente. Ao orar, seja feita tua vontade sua vontade assim na terra como no céu, suplica-se para que tire do nosso caminho tudo o que impede de ouvir a Palavra de Deus.

Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32).

O discípulo de Jesus Cristo, permanece na Palavra, conhece a verdade, está liberto por essa verdade. Você é um discípulo de Cristo?

Num tempo em que a Palavra era algo recluso das pessoas e somente o clero tinha acesso, foi preciso levantar um discípulo dentro desse clero. Mesmo que por medo e aflição, Deus tenha levado Martinho ao convento, foi o meio necessário para que sua Palavra fosse novamente proclamada e discípulos de Cristo fossem libertos pela Palavra da verdade.

Lutero teve que lutar contra toda a igreja da época e só sobreviveu por ser cativo da Palavra. A Palavra de Cristo o libertou e essa liberdade o levou a falar, escrever e agir.

503 anos depois desse evento, afirmamos que somos herdeiros da Reforma Protestante. O herdeiro da Reforma permanece na Palavra de Cristo, afinal, foi essa Palavra que desencadeou esse evento ao qual comemoramos. Foi o retorno as Escrituras que desencadeou a Reforma e é a permanência nas Escrituras que dá continuidade a Reforma.

A verdade que liberta me deixa livre para agir em favor do próximo, para ofertar, para servir e obedecer ...

A verdade que liberta é Cristo. Essa verdade só faz sentido quando conhecemos essa verdade.

A verdade, tal como escreveu o apostolo Paulo é que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Carecemos da glória de Deus que é Cristo. No entanto, por sermos pecadores, o inimigo nos assedia, a ponto de não mais sentir essa carência. Muitos estão convictos em sua piedade, religiosidade, tradição, costume ...

Sem a carência da glória de Deus, as pessoas vivem suas vidas aprisionadas sem se dar conta desse aprisionamento. Eu careço de libertação e essa só vem da Palavra de Cristo, que me leva a conhece-lo e assim ser liberto.

Quando ouvimos as palavras do apostolo: “todos pecaram ...” (Rm 3.23), conclui-se que de fato os outros pecaram. Eu, que vivo religiosamente sou bom e agradável a Deus. Minha suposta piedade, não me deixa sentir a carência que tenho de Cristo. Será que você ainda consegue dizer: eu pequei?

Se caso você consegue reconhecer seus sérios pecados, pois para Deus, pecado é pecado, responda-me: os acréscimos, os requisitos da lei, o deixam tranquilo? Consolado?

Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32).

Diante da nossa pecaminosidade só há uma coisa que verdadeiramente nos liberta: Cristo. E como Ele mesmo disse: “eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai a não ser por mim” (Jo 14.6).

Cristo é a verdade que me liberta! E essa verdade que liberta só a recebo nas e das Escrituras. Por isso, Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32).

Dessa verdade o inimigo quer nos afastar. Pedro após ser elogiado por Cristo pela sua confissão que veio do Espírito Santo, foi repreendido por Cristo, pois, Pedro quis repreender Jesus quanto a sua missão de morrer pelos pecadores (Mt 16). Essa repreensão enérgica de Jesus, fez o apostolo Pedro compreender uma coisa. E é isso que ele ensina na sua primeira carta ao dizer que o inimigo é como um leão que ruge procurando a todo instante alguém para devorar (1Pe 5.8).

O inimigo quer nos devorar, afastando as pessoas da verdade que liberta. Ele já conseguiu fazer isso com uma instituição na idade média. E como Deus levantou alguém para libertar pela verdade que é Cristo, o inimigo não satisfeito com isso, continua atacando e afastando as pessoas da verdade que é Cristo. Como o diabo realiza seu intento?

Colocando cristão contra cristão. Discórdias, rancores, mágoas, inimizades. Não sei se isso está presente nessa congregação! Mas, se está, aconselho-os, a dialogarem e se perdoarem mutuamente. As discórdias, rancores, mágoas não causa prejuízo apenas para você, mas para todo o Reino de Deus. E muitas vezes, essas coisas têm impedido as pessoas de virem e serem libertadas pela verdade que é Cristo.

Se o pecado trouxe consigo todo tipo de coisa ruim, inclusive a doença, o inimigo têm se aproveitado de doenças virais para afastar as pessoas da verdade.

Na era do on line, pregadores que afastam de Cristo estão influenciando pessoas que infelizmente têm se desviado da verdade que liberta.

O diabo têm dispersado discípulos acusando-os de seus pecados. O apostolo Paulo escreveu na carta a Timóteo que dos pecadores, era o pior (1Tm 1.15). Paulo foi cumplice de assassinatos, prendeu muitos cristãos, torturou pessoas. Imagine a luta desse apostolo contra o diabo que constantemente o acusava. Quantas vezes, eu não quis me colocar diante do altar. Acusações do diabo. Mas, ao ler e ouvir a Palavra de Deus, essa verdade me sustentou e sustenta. O apostolo João escreveu: “o verdadeiro amor (Cristo) lança fora o medo” (1Jo 4.18).

O inimigo que anda em derredor, se aproveita de qualquer fato e situação para cegar e ensurdecer a verdade que orienta, liberta e guia. O inimigo prefere a escuridão, o desconsolo e a desorientação. Cuidado! Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32)

Enquanto o diabo quer manter as pessoas presas na escravidão sem Cristo, Jesus destaca que permanecer na sua Palavra, é permanecer como discípulo, conhecedor da verdade e liberto pela verdade.

Lembre-se: sem Cristo, qualquer pecado, por mais insignificante que seja, condena. Em Cristo, qualquer pecado, por pior que seja, sabe-se da salvação. Não estou dizendo que deva-se pecar estando em Cristo. Mas, o liberto pela verdade que é Cristo, mesmo quando cai, sabe onde encontrar liberdade novamente.

Enquanto que os judeus se orgulhavam da descendência abraamica, Jesus o descendente de Abraão, foi ferido para que eu descendente de Adão, não fosse ferido eternamente. Em Cristo, fui e sou liberto e não sei viver de outra maneira. Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

A lei do amor!

 25 de outubro de 2020

Sl 1; Lv 19.1-2, 15-18; 1Ts 2.1-13; Mt 22.34-46

Texto: Mateus 22.34-46

Tema: A lei do amor!

 

Entretanto, os fariseus, sabendo que Jesus fizera calar os saduceus, reuniram-se em conselho. E um deles, interpreta da Lei, experimentando-o, lhe perguntou: Mestre, qual é o grande mandamento da Lei?” (Mt 22.34-36).

Saduceus e fariseus procuravam um motivo para poderem acusar Jesus de ser falso profeta. Os saduceus o indagaram sobre a ressurreição. Os fariseus vieram com uma pergunta sobre a lei.

O sistema religioso dos fariseus era composto por 613 leis. Era o número de palavras hebraicas nos dez mandamentos. Encontraram nos livros de Moisés, o pentateuco, 613 leis. Dividiram essas leis em afirmativas (365, para cada dia do ano) e negativas (248, para cada parte do corpo humano). E todas essas leis eram consideradas compulsórias e não compulsórias. Os fariseus gastavam todo o tempo no estudo e reclassificação dessas leis.

E agora, com o objetivo de desqualificar Jesus, um homem estudioso se aproxima e pergunta: “Mestre, qual é o grande mandamento da Lei?” (Mt 22.36).

Jesus responde: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22.37-40).

O amor é o maior e mais importante entre todos os mandamentos. O amor é o cumprimento da lei.

Jesus queria mostrar aos fariseus e ao povo o caminho para a salvação, indicando que era loucura tentar se salvar pelo cumprimento da lei.

Entre todas as leis, Jesus poderia ter falado sobre os sacrifícios, dizimo, fimbrias da veste, circuncisão, sábado ... Mas, indicou o amor.

 

Quando determinado grupo religioso busca dar ênfase na lei, apropriam-se de apenas algum aspecto como se exteriormente estivessem cumprindo toda a lei. E Jesus diz: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento... Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37-39).

É possível amar a Deus e ao próximo como amamos a nós mesmos?

Amar de todo coração significa com toda sua vontade. ... de toda alma ... significa com todos seus desejos. ... de todo entendimento... significa com todo raciocínio. Vontade, desejo e raciocínio em favor de Deus é cumprir toda a lei.

Só há dois mandamentos: amar a Deus e ao próximo. A medida desse amor é como nos amamos.

Aqui Jesus ataca o egoísmo humano. Pessoas egoístas amam a si mesmas e esquecem os outros, ou apenas amam de aparência. Na carta aos coríntios, Paulo escreveu: “O amor não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal” (1Co 13.5).

Qual é a pessoa que ama a Deus e ao próximo assim? Afinal, o mundo se resume em egoísmo e proveito próprio.

O verdadeiro amor, mesmo que não seja cem por cento encontramos entre os cristãos, no entanto, só por estarem no verdadeiro amor que é Cristo. O verdadeiro amor encontra-se onde há verdadeira fé. Mas, mesmo os cristãos precisam confessar que estão longe de cumprir com perfeição esse mandamento, pois, muitas são as vezes em que quase amamos a Deus acima de tudo. Quase amamos o próximo assim como nos amamos.

Graças a Deus que Cristo cumpriu a lei em nosso lugar. Por isso, podemos exultar. Sua ressurreição é a declaração de que nossos inimigos foram vencidos. Assim o ponto é: a lei que é necessária, mostra que não a cumprimos, e é necessário agarrar-se naquele que a cumpriu: Cristo. E esse agarrar-se, dá pela fé. Essa fé é presente de Deus. Assim, por mais que estejamos em Cristo, o verdadeiro amor, mais iremos amar a Deus ao próximo. Mas, por mais que amemos, nunca amaremos com perfeição, por isso, precisamos de Cristo o perfeito amor! Amém

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Deus governa com duas mãos!

 

Salmo 96; Isaías 45.1-7; 1Tessalonicenses 1.1-10; Mateus 22.15-22

Texto: Mateus 22.15-22

Tema: Deus governa com duas mãos!

 

É comum as pessoas pensarem que Deus não se ocupa e preocupa com aquilo que denominamos secular. Parece que Deus só se interessa pelas coisas sagradas e o secular precisa ser abandonado. Infelizmente, muitos deixam de viver a vida entre o aqui e agora nesse mundo e o reino celestial.

Deus é dono da história e ainda age na história. Usou Ciro, um pagão para cumprir com sua promessa ao seu povo de retorno a Jerusalém.

Sagrado e Profano parecem ser duas realidades distantes, distintas e separadas. Mas, Deus age tanto na esfera secular quanto na sagrada para auxiliar seu povo. Somos governados por Deus através de dois regimes: espiritual e civil.

Os romanos haviam conquistado a Palestina desde 63 a.C. e cobravam impostos dos judeus para manter o território em paz e segurança. Muitos eram contrários a esse domínio. Os fariseus consideravam a presença dos romanos um castigo de Deus pela negligência das pessoas no cumprimento das leis cerimoniais. Eles pregavam a necessidade duma piedade maior para se livrar deste castigo de Deus. Os herodianos eram favoráveis aos romanos e procuravam denunciar qualquer ação ou manifestação contrária ao império romano. Dessa forma a pergunta sobre o ser correto ou não pagar impostos, era uma armadilha. Responder sim era se colocar contra o povo que o seguia e responder não era correr o perigo de ser preso como revolucionário.

Jesus, conhecendo a malícia, o objetivo da questão, responde: “Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).

Jesus não fala em pagamento, mas devolução. Vamos observar o que Jesus ensina numa pergunta que tinha o objetivo de jogar Jesus contra o povo ou as autoridades romanas.

1 – Devolva o que recebeu de quem recebeu

Na resposta, Jesus omite a palavra “imposto.

O verbo usado para imposto era “didomi” (dar, pagar). E foi com essa palavra que os herodianos questionaram Jesus. E Jesus, responde com o verbo “apodidomiapódote” (Mt 22.21). Esse verbo vai além do sentido de “pagar”. Apodidomi pode significar dar de volta.

A devolução não é um pagamento de imposto, mas, é um entregar o que se tem de quem recebeu (Mc 10.42; Lc 23.2). De quem se recebe o salário? Dos impostos. Então, devolva com aquilo que você recebeu. Ao dizer: dêem ao imperador, Jesus está enfatizando: Devolva o que você recebeu, de quem você recebeu.

Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).

Na segunda parte da resposta, quando Jesus fala sobre devolver a Deus o que é de Deus, Jesus deseja que os fariseus reflitam sobre onde estarem depositando a sua fé.

Para um judeu, a resposta de Jesus: “Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21), teria como reação: Mestre, toda a terra é de Deus” (Dt 19.5; 26.8; Sl 136.22), então tudo precisa ser devolvido a ele.

Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).

2 – Visão ampla de Reino

A resposta de Jesus mostra o equilíbrio entre os dois reinos: da mão direita e da mão esquerda.

As autoridades constituídas apenas administram a vida pública (Pv 8.15). Deus, através do evangelho comanda e governa todas as dimensões da vida humana.

Pagar impostos é devolver o que se recebe de Deus pelo Estado, legitimidade por Jesus em sua resposta aos herodianos. Ofertar no Templo é devolver parte do pão de cada dia. Servir ao Senhor é usar dons e talentos dados por Deus. Louvar, cantar, testemunhar é devolver a Deus tudo o que dEle recebemos.

Pelos impostos estamos amando ao próximo. Pelos impostos o governo mantêm a saúde, a educação, a segurança. Muitas pessoas não querem mais pagar impostos, alegando que não estão recebendo o devido retorno em serviços públicos essenciais. Bem! Aqui cabe uma advertência, denuncie aos órgãos competentes.

Na época de Jesus, muitos julgavam que a arrecadação de tributos não era correta. Afinal, os impostos eram cobrados na Palestina, mas revertidos em benefícios dos romanos e de Roma.

A solução não é ser um Tiradentes, ou seja, lutar contra os impostos. O cristão é um cidadão do Reino de Deus com compromissos nesse mundo e, como filho(a) de Deus exerce sua fé ativamente na sociedade.

Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).

3 – Vida santificada

O cristão vive sua fé nas obrigações civis e públicas. A autoridade civil tem por obrigação, como representante de Deus nesse mundo, prestar serviços necessários à existência da sociedade organizada.

O cristão é governado por Deus por meio de duas mãos: mão esquerda e mão direita. Pelas leis desse mundo e pelo Evangelho.

O cristão não está isento das obrigações para com o Estado. Pelos dez mandamentos aprendemos que o cristão é um ser de mão dupla, confessa sua fé (1º,2º,3º Mandamentos) e convive em sociedade com o próximo (4º ao 10º Mandamento).

Ao responder: “Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21) Jesus enfatiza que seus filhos sejam bons cidadãos e bons cristãos. O cristão justificado vive uma vida santificada.

O cristão pertence a Deus e reconhece sua cidadania celestial (Fp 3.20). No entanto, não abdica, e nem deixa de viver a sua cidadania terrena exercitando sua cidadania. O cristão não é do mundo, mas vive no mundo. Por isso, o apostolo exortou para que o cristão persevere na fé e no amor (1Ts 1.3), na certeza de que esse mundo continua sendo governado por Deus (Is 45) que age pelo bem de todas as pessoas. Amém!

ERT

Edson RonaldoTressmann

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

No vale da sombra da morte, andamos seguros!

 Salmo 23; Isaías 25.6-9; Filipenses 4.4-13; Mateus 22.1-14

Texto: Isaías 25.8 e Salmo 23.4

Tema: No vale da sombra da morte, andamos seguros!

Medo!

Pessoas vivem com medo. Entre os muitos medos, o maior de todos é com relação a morte. Esse medo se revela no fato das pessoas não quererem morrer. Pessoas evitam isso, aquilo, usa isso, aquilo. O objetivo dessas medidas é justamente prolongar a vida aqui e agora.

Essa vida aqui e agora, para os que creem, já faz parte de uma vida que é eterna (Jo 10.28). Os que creem vivem uma vida que é eterna.

O profeta Isaías, nos capítulos 24 a 27, escreve um breve apocalipse. Enquanto que no capítulo 24 anuncia a grande tribulação, no capítulo 25.1-5, convida os que creem a dar ação de graças pela vitória e festejar o triunfo (Is 25.6-9).

Medo, uma marca da natureza pecaminosa, paralisa. O medo nos deixa gélidos diante de qualquer ameaça. Qual é o ser humano que não fica apavorado diante de um risco de morte?

A morte que atinge o ser humano, fere os vivos que estão ao seu redor, Lágrimas, luto, saudade, lembranças... A morte é uma intrusa. Intrusa essa que fere pelo câncer, infarto, depressão, suicídio, acidente doméstico ou trânsito, depressão, COVID-19. A morte atinge todos os seres humanos e nações. O profeta Isaías destaca que a mesmo é como uma coberta que cobre todas as nações (Is 25.7). O apostolo Paulo na carta aos Romanos lembra que “o pecado entrou no mundo ... e trouxe consigo a morte” (Rm5.12).

O medo leva as pessoas ao pânico. A humanidade vive em pânico desde dezembro de 2019, com a descoberta e anuncio de um vírus altamente contagioso. Todos tiveram que mudar seus hábitos de vida e relacionamento. As pessoas alarmadas pela possibilidade de morrer, ficaram atônitas.

Situações de morte sempre assustaram e assustam. Um vírus, uma nova doença e assim segue-se a vida aqui e agora. A notícia é que a morte não é o fim. Quer creia, quer não, após o aqui e agora, há vida! Para os que creem, será uma vida recheada pelo banquete do Senhor, cheio de festejo e felicidade. Para o que não creem, será de eterno sofrimento, a ponto da Bíblia chamar de segunda morte (Ap 2.11; 20.14).

Nossa vida aqui e agora é vivida na sombra do vale da morte (Sl 23.4). Muitos e variados são as situações de risco de morte. E, caminhando por esse vale, aqui e agora, é consolador ouvir as palavras do profeta Isaías: “O Senhor Deus acabará para sempre com a morte. Ele enxugará as lágrimas dos olhos de todos e fará desaparecer do mundo inteiro a vergonha que o seu povo está passando. O Senhor falou” (Is 25.8).

Deus acabou para sempre com a morte em Cristo!

Cristo é o primogênito dos mortos (1Co 15.20; Ap 1.5). Ele ressuscitou, os mortos também ressuscitarão (1Ts 4.16).

Esse que venceu a morte, é o pastor Jesus (Sl 23; Jo 10), que nos tranquiliza enquanto andamos pelo vale da sombra da morte (Sl 23.4).

Um missionário do Congo (atual Zaire) relatou que trabalhou por longos anos e nada das pessoas aderirem ao cristianismo. Quando sua esposa faleceu, aquele missionário cortou uma árvore para fazer o caixão. A tribo acompanhou tudo atentamente. Antes de descer o corpo da esposa na cova em meio a floresta africana, sua filha leu a Bíblia. O missionário explicou o trecho bíblico, orou e a realizou a cerimônia de sepultamento. Alguns dias após o sepultamento, pessoas daquela tribo levaram seus filhos para o batismo e aderiram ao cristianismo. Intrigado, o missionário perguntou: por que somente agora após anos de pregação vocês estão aderindo ao cristianismo? Um nativo respondeu: sabíamos que sua religião era boa para viver, e com a morte da sua esposa, descobrimos que ela também é uma boa religião para morrer.

O cristão caminha no vale da sombra da morte (Sl 23.4), na certeza de que o Senhor Deus acabou para sempre com a morte (Is 25.8).

A fé cristã não é apenas para o aqui e agora, é para a eternidade, “Pois o salário do pecado é a morte, mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor” (Rm 6.23).

Querido irmão e irmã em Jesus, não tema mal algum, pois aquele que venceu a morte é o nosso Senhor e nos garante o banquete celestial. Amém

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

Aprenda a lição que a figueira ensina (Mc 13.28)

  Último Domingo do ano da Igreja 24 de novembro de 2024 Salmo 93; Daniel 7.9-10;13-14; Apocalipse 1.4b-20; Marcos 13.24-37 Texto : Ma...