terça-feira, 15 de agosto de 2017

Um misericordioso salvador!

20 de agosto de 2017
11º Domingo após Pentecostes!
Sl 67; Is 56.1,6-8; Rm 11.1-2,13-15,28-32; Mt 15.21-28
Tema: Um misericordioso salvador!
1 - Revelado no silêncio
2 - Revelado na misericordia

Você se lembra de alguma situação em que alguém chamou seu nome e você não respondeu? Se sim. Acredito que tal situação foi constrangedora!
...uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! ... Ele, porém, não lhes respondeu palavra” (Mt 15.23-23).
Os discípulos chegaram a pedir que Jesus atendesse a mulher, afinal, parecia uma louca que os seguia gritando. Jesus nem se incomodou a ponto de responder aos seus discípulos que ele foi enviado “... senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15.24). E por um breve instante houve uma pausa. E essa pequena pausa, permitiu àquela mulher se aproximar de Jesus e o adorar e pedir socorro.
Esse episódio não quer dramatizar algo constrangedor. O episódio apresenta uma lição que vali além. O fato é que os povos estavam separados a muitos anos. Era uma divisão histórica.
É preciso recordar que Jesus havia deixado a região de Genesaré, nas margens do mar morto a noroeste do mar da Galileia. Após ter curado muitas pessoas, Jesus viaja para as regiões de Tiro e Sidom (atual Líbano).
Num passado muito distante daqueles dias de Jesus, os reis de Tiro haviam feito uma aliança com Davi e Salomão. A aliança consistia no envio de madeira e mão de obra especializada para construção do templo. Em contrapartida, Salomão enviaria a Tiro, na pessoa do rei Hirão e seus sucessores os mantimentos e cereais necessários a população. Nada de errado nessa aliança. Mas, o fato é que as consequências dessa integração foram catastróficas.
O sucessor de Hirão, o rei Etbaal, fez aliança com Israel através do casamento de sua filha Jezabel com o rei Acabe. Jezabel introduziu o culto a Baal entre os israelitas. E essa adoração culminou nos cativeiros: Assírio e Babilônico. Toda essa situação influenciou os descendentes que ficaram marcados pela inimizade e pelo ódio.
Um misericordioso salvador!
1 – Revelado no silêncio.
O silêncio proposital de Jesus revela essa ferida aberta entre os povos. O silêncio proposital de Jesus mostra a barreira que separavam os cananeus e israelitas.
Não se pode concluir falsamente que Jesus esteja exaltando uma raça sobre a outra. Jesus apropriou-se de todo esse contexto para testar e exercitar a fé daquela mulher que para muitos não fazia parte do povo de Deus. Se num primeiro momento os discípulos pedem que Jesus socorra aquela mulher e recebem tal resposta de Jesus, parece justificar que é necessário sim, manter-se tal separação das raças. Os discípulos não sabem como argumentar com Jesus. A resposta de Jesus revela que há uma enorme separação entre israelitas e cananeus.
O silêncio aparente de Jesus revelava àquela mulher que havia uma barreira entre os povos. No entanto, aqui entra a ênfase do texto. Enquanto que os discípulos se calaram e não tinham mais argumento para que Jesus socorresse àquela mulher, a mulher cananeia apelou para algo que Jesus com certeza faria Jesus socorrê-la. Aquela mulher apelou ao amor misericordioso de Jesus. Amor esse que muitos na Galileia haviam desprezado.
Quantas vezes parece que nossas orações não estão sendo atendidas? Deus parece estar indiferente a nossa situação. Nesses momentos é preciso aprender a lição do episódio da mulher cananeia com Jesus.
Um misericordioso salvador!
2 – Revelado na misericórdia.
O episódio de Jesus com a mulher cananeia nos ensina a respeito de uma fé persistente no poder de Deus. A fé daquela mulher se mostrou persistente mesmo quando Jesus que lhe disse que ela era tão impura aos olhos dos judeus assim como um cão vadio perambulando pela rua. Mas, na fé, àquela mulher foi persistente e apenas depositou sua confiança na misericórdia de Deus.
O ponto do texto não é a mulher e sua atitude. O ponto é a fé em Jesus como misericordioso salvador. Ela sabia que o amor misericordioso de Jesus iria ultrapassar a barreira racial que havia gerado inimizade e ódio entre aqueles povos.
O encontro de Jesus com a mulher cananeia ensina a lição do reconhecimento de Jesus como Messias enviado da parte de Deus para socorrer seus filhos.
A mulher cananeia mostra como caminhar a caminhada cristã. Por mais difícil que seja, a caminhada cristã é uma caminhada pela fé. E caminhar pela fé é “ter certeza de coisas que se espera e a convicção de fatos que não se vê” (Hb 11.1). E a caminhada de fé se dá no Jesus misericordioso que tantas vezes age no silêncio, mas no silêncio amoroso de quem sabe o que quer nos ensinar e o momento certo para nos restaurar. afinal, Deus é misericordioso e se revela nos silêncio e na misericórdia. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

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