27 de dezembro de 2015
1º Domingo após Natal
Sl 111; Êx 13.1 – 3ª, 11 – 15; Cl 3.12 – 17; Lc 2. 22 – 40
Tema: Preço a
pagar pelos filhos!
Na
Congregação Evangélica Luterana Concórdia (IELB) de Querência do Norte, PR, os
membros são incentivados a ler um determinado livro bíblico e depois de um
determinado tempo, os departamentos (Jovens, Leigos e Servas) se reúnem para
uma gincana bíblica.
Após
a leitura e estudo de Êxodo houve questionamentos quanto ao capítulo 13,
principalmente sobre a consagração do primogênito
à Deus.
Naquela
oportunidade não houve tempo adequado para nos deter nesse assunto. Por isso é
maravilhoso e bondade de Deus podermos retomar esse assunto e buscar responder
a questão trazida naquela ocasião: qual o preço que temos a pagar por nossos filhos?
Os
vv. 1 a 3
e os vv.
11-16 do capítulo 13 de Êxodo ensinam sobre a consagração do
primogênito a Deus.
A
princípio, o texto e o tema podem causar muita dor de cabeça, mas, estudado com
carinho e atenção se mostra como um texto chave para a correta compreensão da
ordem de Deus.
O
povo já está livre da opressão egípcia que havia perdurado 430 anos (Ex 12.40;
Gl 3.17) e caminhando rumo ao Sinai. Para que o povo fosse libertado da
escravidão do Egito, Deus, através de 10 pragas foi atingindo os deuses do
Egito e mostrando seu poder. A 10º praga atingiu a cabeça de faraó, considerado
um deus para os egípcios.
Na
10º praga, Deus passou pelo meio do Egito (Ex 11.4; 12.29) e feriu os primogênitos
dos egípcios. Os israelitas foram salvos pela marca do sangue do cordeiro que
havia sido sacrificado. Essa mesma fé, dada como presente no Batismo e na
Pregação da Palavra, consagra o pecador como filho de Deus, pois, “sendo
justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo
Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para
manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os
pecados anteriormente cometidos” (Rm 3.24-25).
O
povo de Israel pertencia ao Senhor, assim como Deus havia Moisés falar ao
Faraó: “Israel
é meu filho, meu primogênito” (Ex 4.21). Como previa a própria lei
de Deus, todo primogênito tinha privilégios especiais.
O
“primogênito de
Deus” foi resgatado da escravidão e recebeu a instrução de consagrar
todo primogênito à Deus, (Ex 13). Essa ordem foi amplamente enfatizada e
ensinado ao povo livre e redimido: “Não tardarás em trazer oferta do melhor das tuas ceifas e
das tuas vinhas; o primogênito de teu filho me darás” (Ex 22.29),
isso “porque
todo primogênito é meu; desde o dia em que feri a todo o primogênito na terra
do Egito, consagrei para mim todo primogênito em Israel, desde o homem até o
animal; serão meus. Eu sou o Senhor” (Nm 3.13).
Cada
primogênito do povo devia ser sacrificado a Deus, ou, resgatado através da
morte de outro em seu lugar. Deus disse: “...todo primogênito ... é meu” (Ex 13.2). Como se resgata
os filhos? ou: Qual preço a pagar pelo filhos?
O texto de Ex 13. 1 – 2 e 11 – 16
trata da questão da consagração dos primogênitos a Deus.
Por
ocasião da gincana bíblica na CEL Concórdia em Querência do Norte, PR, uma das
participantes perguntou: que preço os pais precisam pagar pelos seus filhos? Será necessário
matar o primeiro filho para que os demais vivam? Se fosse de fato necessário matar o primeiro filho para resgatar
os demais, acredito que o cristianismo seria a pior de todas as religiões.
A boa nova é que Deus em Jesus pagou
o preço. Jesus é o “primogênito de entre os mortos” (Cl 1.18; Ap
1.5), ou seja, é aquele que resgatou com sua maravilhosa obra todos os seres
humanos (Rm 8.29; Hb 1.6).
A
pergunta: que
preço os pais precisam pagar pelos seus filhos? é que não é preciso
sacrifício do filho mais velho pelos demais. No entanto, o tema, mostra que há
sim, responsabilidade por parte dos filhos para com seu pai celestial: consagrá-lo!
A
pergunta feita sobre o preço a pagar pelos filhos aconteceu porque o termo “consagrar”
pode significar “sacrificar”.
A pergunta na verdade foi temerosa e cheia de dúvidas. Ou seja, “é preciso
sacrificar meu filho mais velho para salvar os demais?” É preciso
deixar claro que “consagrar” pode significar também “considerar pertencente
a Deus”.
Querido
pai e querida mãe: seu filho batizado não é propriedade sua. Ele pertence ao
Senhor. Assim, você pai, você mãe precisa estar ocupado em manter seu filho
ocupado e envolvido com Deus. Maria e José ouviram da boca de Jesus: “...Não sabíeis
que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lc 2.52), ou seja, não
sabem que eu estou ocupado com os negócios do meu pai.
Deus
comprou os primogênitos do povo de Israel. Como propriedade de Deus, cada pai e
mãe deve Consagrá-los
ao Senhor! Ou seja, mostrar através da continuação da festa dos pães
asmos e da páscoa essa pertença ao Senhor. As duas festas são eventos
históricos que mostram o resgate dos primogênitos. Porém, Deus enviou Moisés
para falar com o Faraó nos seguintes termos: “Israel é meu filho, meu primogênito”
(Ex 4.21) e assim sendo, “...todo primogênito de meus filhos eu resgato”
(Ex 13.15).
A
morte dos primogênitos do Egito foi o golpe na cabeça da maior divindade
egípcia e esse golpe permitiu os israelitas serem libertados por Faraó. Os
primogênitos de Israel só não foram mortos por causa do sangue do cordeiro e a
certeza, a fé, do povo de Deus de que a marca, o sangue do cordeiro sacrificado
os livraria da tragédia.
Aos filhos redimidos e livres da escravidão, Deus exige que os mesmos cresçam sabendo que eles são consagrados ao Senhor, ou seja, que pertencem ao Senhor. Ser consagrada à Deus significa pertencer a Deus, estar completamente envolvido com Deus.
Aos filhos redimidos e livres da escravidão, Deus exige que os mesmos cresçam sabendo que eles são consagrados ao Senhor, ou seja, que pertencem ao Senhor. Ser consagrada à Deus significa pertencer a Deus, estar completamente envolvido com Deus.
Querido
pai e mãe, não é preciso “sacrificar” o filho mais velho para redimir os
demais, no entanto, é necessário assumir a missão cristã: “consagrar”
ou seja, “considerar o filho batizado
como pertencente ao Senhor”.
Se
houvesse a necessidade do sacrifício de um para salvamento de outros, o
cristianismo já teria sido extinto da face da terra. Afinal, a simples e nobre
missão “educar
a criança no caminho em que deve andar” (Pv 22.6) já está sendo
lentamente abandonada.
É
preciso refletir sobre a missão dada aos pais que saíram do Egito: “Consagra-me ...
lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; ...”
(Ex 13.1,3).
Devido
à tentação imposta a velha natureza, milhares de pais e mães estão
negligenciando aos seus filhos o direito de saberem-se pertencentes ao Senhor.
Milhares de pais e mães apenas cumprem com seus rituais: batismo e confirmação.
Mas, a missão é: “Consagra-me!” Ou seja, deixe que teu filho saiba que “pertence ao Senhor e foi resgatado por ele”. Para que o
filho saiba é preciso “ensiná-lo a guardar todas as
coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.20).
Consagrado
significa “dedicado, pertencente ao
Senhor”. E todo aquele que pertence ao Senhor faz parte da “comunhão dos santos”.
Essa comunhão dos santos é a “igreja dos primogênitos arrolados nos céus, ...”
(Hb 12.23).
Querido
pai e mãe, não deixe o assunto consagração
do filho para depois. É um assunto para hoje, para agora. Infelizmente,
muitos pais decidiram deixar seus filhos decidirem sua consagração a Deus
quando adultos.
Consagrar o
filhos a Deus é a primeira prioridade do pai e da mãe na vida do
filho. Não adianta planejar o quarto, as roupas, o nome, etc. Afinal, isso não
possui valor nenhum diante da consagração. Lembre-se: A consagração não termina no
ritual do batismo, na verdade, continua na vida como batizado, na vida como
filho de Deus, como pertencente a Deus. Amém!
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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