domingo, 27 de dezembro de 2015

Pedagogia da lei

03/01/16
02º após natal
Sl 119.97-104; 1 Rs 3.4-15; Gl 3.23-29; Lc 2.40-52
Tema: Pedagogia da lei

              Foi muito difícil à caminhada dos judeus convertidos para o cristianismo. Estavam acostumados a viver submetidos a severas e difíceis exigências da Lei. Havia grupos, como os descendentes dos fariseus, que ainda proclamavam com indisfarçável orgulho seus estágios e conquistas nessa área.
O apóstolo Paulo estava preocupado e, de certa forma, aflito com seus queridos irmãos e irmãs da congregação da Galácia. A maioria era de origem gentílica. Pela pregação do apóstolo, tinham recebido e aceito Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas. Muitos deles, porém, estavam adotando apressadamente pensamentos, posturas e comportamentos sugeridos por alguns mestres judaizantes. Entre outros, a observância da lei judaica tanto moral quanto ritual, a circuncisão. Por isso, o apóstolo Paulo escreve a carta aos gálatas.
         O apóstolo Paulo no v.23 escreve que o propósito pedagógico da Lei estava completo: "Antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela (custódia) da lei, e nela encerrados, para essa fé que de futuro haveria de revelar-se". Antes da era do Evangelho, antes da pregação da fé na redenção em Cristo, os judeus estavam confinados debaixo da Lei. Os fiéis do Antigo Testamento estavam sob a guarda da Lei que regulava suas vidas até aos mínimos detalhes. Porém, o propósito de Deus ao impor essa abrangente custódia, era de cuidado e amável misericórdia para servir ao futuro tempo do Novo Testamento, quando Cristo viria para livrá-los da escravidão da Lei.
         Paulo diz que a "... a lei nos serviu de aio". Segundo o dicionário da língua portuguesa, aio significa: preceptor (mestre, mentor) de crianças ilustres ou ricas. Entre os gregos, aio era um escravo fiel, incumbido do cuidado com a criança desde a infância até o início da maturidade, cujos deveres consistiam especificamente em proteger e cuidar da criança sob seus cuidados de perigos físicos e morais e em acompanhá-la a escola e locais de lazer.
         O dever, o objetivo maior era torná-los cidadãos habilitados, dignos e honrados da cidade. Os fiéis do Antigo Testamento, de acordo com essa comparação, ainda não tinham atingido a maturidade espiritual.
         Deus lhes havia dado a Lei, com todas suas exigências e injunções, como se fosse um aio. O propósito era guiá-los a salvação em Cristo, quando então a Lei, ou melhor, a era da Lei cessaria. Na verdade, o fato da Lei ser aio vale até hoje, visto que ela age e trabalha no sentido de apontar o pecado ao coração de ser humano, mostrando-lhe sua insuficiência e inabilidade em relação à santa vontade e santa justiça de Deus. Quando o coração humano é atingido desta forma pela pregação da Lei, então a boa nova do Evangelho, doce e gracioso, traz fé na justiça da obra salvadora de Jesus Cristo e assegura ao fiel a sua salvação. A Lei, portanto, é apenas preparatória. Quando a fé chega pelo Evangelho e toma conta da vida, o aio fica dispensado. Nos tornamos adultos, atingimos a maturidade como filhos e filhas de Deus.
         No versículo 26 o apóstolo aponta esse fato especialmente para os gentios convertidos: Vocês são filhos de Deus pela "fé em Cristo Jesus", não por qualquer obra da Lei.
         No versículo 27, o apóstolo une, conecta a essa verdade, outra, qual seja: nós nos tornamos filhos de Deus pela fé, através do sacramento do santo batismo. Entramos na mais íntima relação com Cristo, fomos vestidos com os vestidos da perfeita justiça de Jesus. "Com e em Cristo" diz Lutero, "Somos vestidos com sua inocência, justiça, sabedoria, poder, salvação, espírito e vida".
         Sendo assim, todos os fiéis são iguais perante Deus, pois "todos vós sois um em Cristo Jesus". Na vida social as distinções persistem. Na igreja, porém, todos são iguais perante Deus, pobres pecadores carentes da salvação, filhos e filhas de Deus pela fé em Jesus e nele, todos sendo um. E, por consequência, descendentes espirituais de Abraão, "herdeiros segundo a promessa".

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia

IGREJA LUTERANA - NÚMERO 1 – 1998. Norberto E. Heine. pp. 63 – 65.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Preço a pagar pelos filhos!

27 de dezembro de 2015
1º Domingo após Natal
Sl 111; Êx 13.1 – 3ª, 11 – 15; Cl 3.12 – 17; Lc 2. 22 – 40
Tema: Preço a pagar pelos filhos!

         Na Congregação Evangélica Luterana Concórdia (IELB) de Querência do Norte, PR, os membros são incentivados a ler um determinado livro bíblico e depois de um determinado tempo, os departamentos (Jovens, Leigos e Servas) se reúnem para uma gincana bíblica.
         Após a leitura e estudo de Êxodo houve questionamentos quanto ao capítulo 13, principalmente sobre a consagração do primogênito à Deus.
         Naquela oportunidade não houve tempo adequado para nos deter nesse assunto. Por isso é maravilhoso e bondade de Deus podermos retomar esse assunto e buscar responder a questão trazida naquela ocasião: qual o preço que temos a pagar por nossos filhos?  
         Os vv. 1 a 3 e os vv. 11-16 do capítulo 13 de Êxodo ensinam sobre a consagração do primogênito a Deus.
         A princípio, o texto e o tema podem causar muita dor de cabeça, mas, estudado com carinho e atenção se mostra como um texto chave para a correta compreensão da ordem de Deus.
         O povo já está livre da opressão egípcia que havia perdurado 430 anos (Ex 12.40; Gl 3.17) e caminhando rumo ao Sinai. Para que o povo fosse libertado da escravidão do Egito, Deus, através de 10 pragas foi atingindo os deuses do Egito e mostrando seu poder. A 10º praga atingiu a cabeça de faraó, considerado um deus para os egípcios.
         Na 10º praga, Deus passou pelo meio do Egito (Ex 11.4; 12.29) e feriu os primogênitos dos egípcios. Os israelitas foram salvos pela marca do sangue do cordeiro que havia sido sacrificado. Essa mesma fé, dada como presente no Batismo e na Pregação da Palavra, consagra o pecador como filho de Deus, pois, “sendo justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” (Rm 3.24-25).
         O povo de Israel pertencia ao Senhor, assim como Deus havia Moisés falar ao Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito” (Ex 4.21). Como previa a própria lei de Deus, todo primogênito tinha privilégios especiais.
         O “primogênito de Deus” foi resgatado da escravidão e recebeu a instrução de consagrar todo primogênito à Deus, (Ex 13). Essa ordem foi amplamente enfatizada e ensinado ao povo livre e redimido: “Não tardarás em trazer oferta do melhor das tuas ceifas e das tuas vinhas; o primogênito de teu filho me darás” (Ex 22.29), isso “porque todo primogênito é meu; desde o dia em que feri a todo o primogênito na terra do Egito, consagrei para mim todo primogênito em Israel, desde o homem até o animal; serão meus. Eu sou o Senhor” (Nm 3.13).
         Cada primogênito do povo devia ser sacrificado a Deus, ou, resgatado através da morte de outro em seu lugar. Deus disse: “...todo primogênito ... é meu” (Ex 13.2). Como se resgata os filhos? ou: Qual preço a pagar pelo filhos?
         O texto de Ex 13. 1 – 2 e 11 – 16 trata da questão da consagração dos primogênitos a Deus.
         Por ocasião da gincana bíblica na CEL Concórdia em Querência do Norte, PR, uma das participantes perguntou: que preço os pais precisam pagar pelos seus filhos? Será necessário matar o primeiro filho para que os demais vivam? Se fosse de fato necessário matar o primeiro filho para resgatar os demais, acredito que o cristianismo seria a pior de todas as religiões.
         A boa nova é que Deus em Jesus pagou o preço. Jesus é o “primogênito de entre os mortos” (Cl 1.18; Ap 1.5), ou seja, é aquele que resgatou com sua maravilhosa obra todos os seres humanos (Rm 8.29; Hb 1.6).
         A pergunta: que preço os pais precisam pagar pelos seus filhos? é que não é preciso sacrifício do filho mais velho pelos demais. No entanto, o tema, mostra que há sim, responsabilidade por parte dos filhos para com seu pai celestial: consagrá-lo!
         A pergunta feita sobre o preço a pagar pelos filhos aconteceu porque o termo “consagrar” pode significar “sacrificar”. A pergunta na verdade foi temerosa e cheia de dúvidas. Ou seja, “é preciso sacrificar meu filho mais velho para salvar os demais?” É preciso deixar claro que “consagrar” pode significar também “considerar pertencente a Deus”.
         Querido pai e querida mãe: seu filho batizado não é propriedade sua. Ele pertence ao Senhor. Assim, você pai, você mãe precisa estar ocupado em manter seu filho ocupado e envolvido com Deus. Maria e José ouviram da boca de Jesus: “...Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lc 2.52), ou seja, não sabem que eu estou ocupado com os negócios do meu pai. 
         Deus comprou os primogênitos do povo de Israel. Como propriedade de Deus, cada pai e mãe deve Consagrá-los ao Senhor! Ou seja, mostrar através da continuação da festa dos pães asmos e da páscoa essa pertença ao Senhor. As duas festas são eventos históricos que mostram o resgate dos primogênitos. Porém, Deus enviou Moisés para falar com o Faraó nos seguintes termos: “Israel é meu filho, meu primogênito” (Ex 4.21) e assim sendo, “...todo primogênito de meus filhos eu resgato” (Ex 13.15).
         A morte dos primogênitos do Egito foi o golpe na cabeça da maior divindade egípcia e esse golpe permitiu os israelitas serem libertados por Faraó. Os primogênitos de Israel só não foram mortos por causa do sangue do cordeiro e a certeza, a fé, do povo de Deus de que a marca, o sangue do cordeiro sacrificado os livraria da tragédia. 
          Aos filhos redimidos e livres da escravidão, Deus exige que os mesmos cresçam sabendo que eles são consagrados ao Senhor, ou seja, que pertencem ao Senhor. Ser consagrada à Deus significa pertencer a Deus, estar completamente envolvido com Deus.
         Querido pai e mãe, não é preciso “sacrificar” o filho mais velho para redimir os demais, no entanto, é necessário assumir a missão cristã: consagrar” ou seja, “considerar o filho batizado como pertencente ao Senhor.
         Se houvesse a necessidade do sacrifício de um para salvamento de outros, o cristianismo já teria sido extinto da face da terra. Afinal, a simples e nobre missão “educar a criança no caminho em que deve andar” (Pv 22.6) já está sendo lentamente abandonada.
         É preciso refletir sobre a missão dada aos pais que saíram do Egito: “Consagra-me ... lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; ...” (Ex 13.1,3).
         Devido à tentação imposta a velha natureza, milhares de pais e mães estão negligenciando aos seus filhos o direito de saberem-se pertencentes ao Senhor. Milhares de pais e mães apenas cumprem com seus rituais: batismo e confirmação. Mas, a missão é: “Consagra-me!” Ou seja, deixe que teu filho saiba que “pertence ao Senhor e foi resgatado por ele”. Para que o filho saiba é preciso “ensiná-lo a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.20).
         Consagrado significa “dedicado, pertencente ao Senhor”. E todo aquele que pertence ao Senhor faz parte da “comunhão dos santos”. Essa comunhão dos santos é a “igreja dos primogênitos arrolados nos céus, ...” (Hb 12.23).
         Querido pai e mãe, não deixe o assunto consagração do filho para depois. É um assunto para hoje, para agora. Infelizmente, muitos pais decidiram deixar seus filhos decidirem sua consagração a Deus quando adultos.
         Consagrar o filhos a Deus é a primeira prioridade do pai e da mãe na vida do filho. Não adianta planejar o quarto, as roupas, o nome, etc. Afinal, isso não possui valor nenhum diante da consagração. Lembre-se: A consagração não termina no ritual do batismo, na verdade, continua na vida como batizado, na vida como filho de Deus, como pertencente a Deus. Amém!


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Natal - Remédio para uma boa memória!

20 de dezembro de 2015
4º Domingo de Advento
Sl 80.1 – 7; Mq 5.2- 5ª; Hb 10. 5 – 10; Lc 1. 39 – 45
Tema: Natal - Remédio para uma boa memória

         Você seria capaz de dizer um evento ocorrido 700 anos atrás?
      Esquecimento é uma das piores doenças que se pode ter. É terrível esquecer quem você é; esquecer o rosto daqueles que te visitam; ... 
       Os relatos do antigo testamento mostram que o povo de Deus inúmeras vezes se esqueceu da sua origem, de quem eram e do amor e da misericórdia de Deus.
       O povo de Deus, a quem o profeta Miquéias transmite a mensagem, havia esquecido que Deus faz e cumpre suas promessas.
        Miquéias significa: “Quem é assim como Deus, o Senhor?” lembra ao povo que Deus trará o novo Davi, de Belém, ao seu povo e por isso, trará uma nova época de paz e alegria.
       Desde essa profecia até o nascimento do Filho de Davi passaram-se 700 anos. Muitos do povo de Deus, que continuavam vivendo um verdadeiro Alzheimer espiritual, não se lembravam da promessa. Em meio a quem deveria se lembrar, surgiram magos do Oriente que foram à Jerusalém tentando encontrar o novo rei que havia nascido. Herodes foi surpreendido pela busca desse rei, afinal, quem era esse rei? Inquieto, consultou sobre o possível nascimento desse rei. Os peritos da lei de Moisés, os escribas e fariseus, aqueles que deveriam se lembrar, confirmaram a Herodes que o profeta Miquéias havia anunciado há 700 anos que um rei da paz nasceria na pequena Belém-Efrata.
    É natural as pessoas se esquecerem de eventos que ocorreram a muitos anos atrás. Milhares, ainda nesse ano de 2015, estarão comemorando o natal sem o verdadeiro presente, sem Jesus. Milhares, esquecidos do verdadeiro Jesus o buscam onde o mesmo não pode ser encontrado.
           Onde encontrar Jesus? Nas Escrituras Sagradas. Nas profecias.
     Herodes ao saber do nascimento do rei da paz, imaginou sua importância. Afinal, seu nascimento já havia sido registrado 700 anos antes de nascer. Dominado pelo medo, Herodes tentou impedir com derramamento de sangue que esse rei crescesse. No entanto, mesmo contra todos os propósitos de Herodes, “Jesus cresceu em graça e sabedoria”.
         Em poucos dias, o mundo inteiro estará comemorando o natal. Para alguns, com seus mais variados argumentos, esse natal é falso, afinal, Jesus não nasceu dia 25 de dezembro. Não quero e não há espaço para discussão desse tema. No entanto, a verdade é que seja como for, é importante e necessário que os cristãos lembrem a respeito do “homem da paz” que nasceu. Nasceu para nos trazer a paz, uma paz que o mundo não consegue compreender (Fp 4.7). 
         Assim como Judá, uma pequena cidade que era muito lembrada na época de Davi por ser a cidade de seu nascimento, mas que, com o passar dos anos, por ser pequena e de pouca importância, acabou sendo esquecida, são milhares de pessoas, ou seja, só sentem valorizadas e amadas quando são prósperas. E na hora das desgraças?
         Homens estrangeiros, magos do Oriente, foram buscar o rei que havia nascido, mas foram encaminhados para a pequena Judá que por muitos havia sido esquecida. Lembre-se: nas desgraças da vida, Deus está contigo, mesmo que todos tenham te esquecido. O príncipe da paz nasceu numa pequena vila esquecida. O príncipe da paz foi enviado para um povo que se imaginava esquecido, pequeno e desprezado.
         Quando o profeta Miquéias anunciou o nascimento do príncipe da paz, o povo de Deus estava sendo oprimido pelos assírios e babilônicos. Em meio a essa opressão não viam saída para seu desespero. Por mais que o povo quisesse independência, todos sabiam que era impossível, afinal, o poderio bélico dos assírios e babilônicos era invencível. Nesse momento em que tudo parecia ser impossível, o profeta Miquéias lembra ao povo que Deus fez e cumprirá a sua promessa: enviará a paz.
       O povo esquecido do amor e da misericórdia de Deus diante da desgraça que estavam enfrentando, precisava lembrar que seriam libertados.
         Faltam poucos dias e milhões de pessoas no mundo inteiro celebrarão o natal. Alguns completamente esquecidos do amor de Deus manifestado naquele que nasceu na manjedoura. Outros, apenas indagando que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro e por isso, nem sequer estarão lembrando daquele que veio para trazer a paz.
     Natal é o dia do ano em que recebemos a dose do antídoto para uma boa memória. Memória da libertação que aconteceu e acontece pelo “homem da paz – Jesus”. Jesus é a paz personificada. Ele conquistou a paz e transmite a paz. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Pequeno grupo! Grande diferença!

13 de dezembro de 2015
3º Domingo de Advento
Sl 85; Sf 3.14 – 20; Fp 4.4 – 7; Lc 7.18 – 28
Tema: Pequeno grupo! Grande diferença!

         Sofonias é um discípulo do profeta Isaías. Suas mensagens tinham por objetivo resolver os problemas de cada dia, denunciando as transgressões contra Deus e o próximo. Sofonias atacava a idolatria cultual, as injustiças, o materialismo, a indiferença religiosa, os abusos da autoridade e as ofensas cometidas pelos estrangeiros contra Deus. Em meio a toda essa situação que por si só é desalentadora, o profeta Sofonias, como bom discípulos de Isaías, não se compraz em condenar, na verdade, com um coração evangélico, anuncia que da cidade rebelde, manchada e opressora, “os restantes de Israel ...” (Sf 3.13), ou seja, aqueles que confiarem no Senhor.
      O rei Josias reinava por ocasião da atuação do profeta Sofonias. O período era caótico. Havia uma urgente e séria necessidade de reforma política, social e religiosa. No entanto, a questão era: Como realizar um reforma em meio a esse povo rebelde e corrupto?
      A mensagem do profeta Sofonias se inicia com o anúncio de um desastre de dimensões universais. Os pecados de Judá, destruirá “todas as coisas sobre a face da terra”. Só se salvarão os mansos da terra, ou seja, aqueles que expressam sua fé na vida de justiça para com seu próximo.  
         A julgar pela mensagem apresentada em Sf 3.14-20, esse grupo parece ser pequeno. Para esse grupinho, “os restantes de Israel” (Sf 3.13), o “povo modesto e humilde” (Sf 3.12) a mensagem é de libertação e retorno do cativeiro Babilônico.
       Os vv. 14 – 20 do capítulo 3 mostram o amor de Deus para com Jerusalém. O profeta fala em alegria e gozo. No entanto, há clareza por parte do profeta quando o mesmo diz que a alegria não provêm dos bens materiais, mas da relação pessoal do amor para com Deus e para com o próximo.
         Jerusalém, Judá, por mais permeada que esteja no pecado, nada deve temer. Deus irá ocupar o único lugar de rei, soldado e marido do seu povo. O casamento entre Deus e o povo está renovado pelo perdão.
       Assim é a igreja de Cristo, um pequeno grupo, mas, uma grande diferença. Mesmo que permeada por pecadores, é um grupo perdoado por Deus em Jesus. Essa é a mensagem espetacular do terceiro domingo de advento, pois, assim como os pastores, estamos envolvidos em nossos afazeres. Afazeres que inúmeras vezes nos afastam da Palavra de Deus. Afazeres que inúmeras vezes nos conduz a práticas pecaminosas. Mas, em meio aos afazeres os anjos anunciam: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). Sim, nasceu o salvador, aquele que perdoa todos os nossos pecados. 
         A igreja é um pequeno grupo, mas, vivendo uma grande diferença, no perdão e na certeza da salvação. Amém!


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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Aprenda a lição que a figueira ensina (Mc 13.28)

  Último Domingo do ano da Igreja 24 de novembro de 2024 Salmo 93; Daniel 7.9-10;13-14; Apocalipse 1.4b-20; Marcos 13.24-37 Texto : Ma...