25/10/2015
22º Domingo após Pentecostes
Sl 126; Jr 31.7-9; Hb 7.23-28; Mc
10.46-52
Tema: Jesus,
aquele que intercede por nós!
Na
infância aprendemos uma das mais belas lições do cristianismo: somos dependentes de alguém. À medida em
que cresce, parece ser natural a independência. A verdade é que é preciso ser
independente, mas, a lição da dependência é necessária, afinal, sempre
dependemos de alguém.
O
autor da carta aos Hebreus mostra a nossa dependência de Jesus Cristo, “E por isso ele
pode, hoje e sempre, salvar as pessoas que vão a Deus por meio dele, porque
Jesus vive para sempre a fim de pedir a Deus em favor delas” (Hb
7.25).
O cristão em sua relação com Deus
precisa de intermediário!
O
Novo Testamento ensina vários títulos para qualificar Jesus Cristo como
intermediário de Deus para com o pecador. Jesus é aquele que justifica o
pecador; é o advogado que defende o pecador diante de Deus. Na carta aos
Hebreus, Jesus é o sumo sacerdote. Só ele dá acesso ao lugar santíssimo, na
verdade, ele rasgou o véu que separava o povo do santo dos santos. O santo dos
santos era o local do Templo que apenas o sumo sacerdote podia adentrar uma vez
ao ano, no dia da expiação para aspergir a tampa da arca da aliança com sangue
de um bode sacrificado pelos pecados do povo.
O
autor da carta aos hebreus envia através da mesma uma mensagem a judeus
cristãos que estão vivendo num ambiente helenista, ou seja, hebreus que viviam
em meio à cultura grega. Assim, seus costumes se misturaram com costumes
gregos, mas, essa mistura não os fez perder os traços do culto judaico. Mesmo
aculturados com os gregos, os hebreus ainda se lembravam de como eram prestados
os serviços no Templo pelos sacerdotes. Assim, a mensagem de que Jesus é o sumo
sacerdote chegaria de maneira clara aos hebreus.
A
mensagem era importante, não só pelo fato dos hebreus estarem familiarizados e
conseguirem entender a mensagem. A importância da carta está justamente no fato
de que os hebreus corriam risco de, assim como muitos, abandonar
a fé em Jesus Cristo e voltar à velha prática dos sacrifícios realizados pelos
sacerdotes. É como se um cristão que de fato crê na obra de Jesus
Cristo, passasse a realizar coisa para garantir a sua salvação. O sacrifício de
Jesus Cristo valeu de uma vez por todas. “por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior
aliança,... Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo,
inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os
céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os
dias sacrifícios, primeiro, por favor dos seus próprios pecados, depois, pelos
do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu”
(Hb 7.22,27).
A
mensagem da carta visa exortar os hebreus, tanto os membros, ou seja, aqueles
que continuam na fé (Hb 10.25), bem como os líderes (Hb 5.12). O autor lembra
que essa exortação precisa ser suportada (Hb 13.22) e não rejeitada. A cultura
não está acima da mensagem do evangelho, ou seja, não é por causa do ambiente
que eu vivo, que devo deixar de crer na obra salvadora de Jesus.
A
exortação da carta não tem como objetivo ofender ou maltratar alguém. A verdade
é que o
objetivo da carta é confortar e animar os cristãos resistentes na fé.
Justamente por isso, o autor ressalta a importância da pessoa e obra de Jesus
Cristo a partir do ensino do Antigo Testamento com respeito ao sacerdócio.
Jesus é o sumo sacerdote para sempre, imortal e único. Jesus vive para sempre, Ele
pode interceder eternamente e salvar quem por Ele se achegar a Deus. O
sacrifício de Jesus é único. Na questão de salvação não é mais necessário
nenhum sacrifício da parte humana. Aliás, toda ação humana só é agradável a
Deus a partir da fé, ou seja, pela gratidão ao amor de Deus em Jesus, afinal, “De fato, sem fé
é impossível agradar a Deus,...” (Hb 11.6).
Os hebreus foram exortados a
permanecer na fé no sacrifício realizado por Cristo.
Jesus
Cristo é sumo sacerdote, o que oferece e o que é o sacrifício perfeito diante
de Deus. Na fé, nós cristãos pecadores somos sacerdotes nesse mundo. No
entanto, nosso sacerdócio é diferente do realizado por Cristo, ou seja, não
oferecemos sacrifícios para nossa salvação. Assim como os sacerdotes, na fé, nossa função sacerdotal
é apresentar o ser humano a Deus e representar Deus para as pessoas.
Por meio da salvação recebida, o cristão, sacerdote nesse mundo, tem a função
de salvar outras pessoas, através de seu testemunho de fé, apontando sempre
para o sumo sacerdote Jesus, “...aquele que intercede por nós” (Hb 7.25).
Amém!
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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