segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Jesus, aquele que intercede por nós!

25/10/2015
22º Domingo após Pentecostes
Sl 126; Jr 31.7-9; Hb 7.23-28; Mc 10.46-52
Tema: Jesus, aquele que intercede por nós!

         Na infância aprendemos uma das mais belas lições do cristianismo: somos dependentes de alguém. À medida em que cresce, parece ser natural a independência. A verdade é que é preciso ser independente, mas, a lição da dependência é necessária, afinal, sempre dependemos de alguém.
       O autor da carta aos Hebreus mostra a nossa dependência de Jesus Cristo, “E por isso ele pode, hoje e sempre, salvar as pessoas que vão a Deus por meio dele, porque Jesus vive para sempre a fim de pedir a Deus em favor delas” (Hb 7.25).
         O cristão em sua relação com Deus precisa de intermediário!
         O Novo Testamento ensina vários títulos para qualificar Jesus Cristo como intermediário de Deus para com o pecador. Jesus é aquele que justifica o pecador; é o advogado que defende o pecador diante de Deus. Na carta aos Hebreus, Jesus é o sumo sacerdote. Só ele dá acesso ao lugar santíssimo, na verdade, ele rasgou o véu que separava o povo do santo dos santos. O santo dos santos era o local do Templo que apenas o sumo sacerdote podia adentrar uma vez ao ano, no dia da expiação para aspergir a tampa da arca da aliança com sangue de um bode sacrificado pelos pecados do povo.
         O autor da carta aos hebreus envia através da mesma uma mensagem a judeus cristãos que estão vivendo num ambiente helenista, ou seja, hebreus que viviam em meio à cultura grega. Assim, seus costumes se misturaram com costumes gregos, mas, essa mistura não os fez perder os traços do culto judaico. Mesmo aculturados com os gregos, os hebreus ainda se lembravam de como eram prestados os serviços no Templo pelos sacerdotes. Assim, a mensagem de que Jesus é o sumo sacerdote chegaria de maneira clara aos hebreus.
         A mensagem era importante, não só pelo fato dos hebreus estarem familiarizados e conseguirem entender a mensagem. A importância da carta está justamente no fato de que os hebreus corriam risco de, assim como muitos, abandonar a fé em Jesus Cristo e voltar à velha prática dos sacrifícios realizados pelos sacerdotes. É como se um cristão que de fato crê na obra de Jesus Cristo, passasse a realizar coisa para garantir a sua salvação. O sacrifício de Jesus Cristo valeu de uma vez por todas. “por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança,... Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por favor dos seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu” (Hb 7.22,27).
         A mensagem da carta visa exortar os hebreus, tanto os membros, ou seja, aqueles que continuam na fé (Hb 10.25), bem como os líderes (Hb 5.12). O autor lembra que essa exortação precisa ser suportada (Hb 13.22) e não rejeitada. A cultura não está acima da mensagem do evangelho, ou seja, não é por causa do ambiente que eu vivo, que devo deixar de crer na obra salvadora de Jesus.
         A exortação da carta não tem como objetivo ofender ou maltratar alguém. A verdade é que o objetivo da carta é confortar e animar os cristãos resistentes na fé. Justamente por isso, o autor ressalta a importância da pessoa e obra de Jesus Cristo a partir do ensino do Antigo Testamento com respeito ao sacerdócio. Jesus é o sumo sacerdote para sempre, imortal e único. Jesus vive para sempre, Ele pode interceder eternamente e salvar quem por Ele se achegar a Deus. O sacrifício de Jesus é único. Na questão de salvação não é mais necessário nenhum sacrifício da parte humana. Aliás, toda ação humana só é agradável a Deus a partir da fé, ou seja, pela gratidão ao amor de Deus em Jesus, afinal, “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus,...” (Hb 11.6).
         Os hebreus foram exortados a permanecer na fé no sacrifício realizado por Cristo.
         Jesus Cristo é sumo sacerdote, o que oferece e o que é o sacrifício perfeito diante de Deus. Na fé, nós cristãos pecadores somos sacerdotes nesse mundo. No entanto, nosso sacerdócio é diferente do realizado por Cristo, ou seja, não oferecemos sacrifícios para nossa salvação. Assim como os sacerdotes, na fé, nossa função sacerdotal é apresentar o ser humano a Deus e representar Deus para as pessoas. Por meio da salvação recebida, o cristão, sacerdote nesse mundo, tem a função de salvar outras pessoas, através de seu testemunho de fé, apontando sempre para o sumo sacerdote Jesus, “...aquele que intercede por nós” (Hb 7.25). Amém!

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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