17/05/2015 - 7º Domingo de páscoa
Sl 1; At 1.12-26; 1Jo 5.9-15; Jo 17.11b-19
Tema: Até quando orar?
Quantas
emoções a igreja primitiva viveu. Viveu na intensidade do ministério de Jesus.
Por 3 anos, Jesus conversou com pessoas, lidou com muitas situações,
aconselhou, ensinou, curou, etc. Após esse período a igreja primitiva encarou
todo o seu sofrimento o que causou enormes choques emocionais. Mas, teve o
privilégio de viver a emoção da ressurreição. Além da ressurreição, quantas lições foram transmitidas por Jesus
durante os 40 dias em que ficou com seus discípulos antes de subir ao céu?
Pena, mas, sendo esse o plano de Deus, que conhecemos e sabemos tão pouco dos
eventos desses 40 dias, (entre a ressurreição e ascensão).
Depois
da ascensão, tendo descido o monte das Oliveiras, lugar de onde Jesus
ascendeu-se aos céus, os discípulos viveram a emoção da espera. Tiveram que
esperar alguns dias para que o auxiliador viesse da parte de Deus para que os
mesmos fossem testemunhas em todos os lugares habitáveis da terra.
A
igreja do século XXI também vive suas emoções. Talvez não sejam tão intensas
como aquelas, mas, a igreja atual vive na expectativa da segunda vinda de
Jesus. Não se sabe o momento, por isso, a expectativa é marcada pela ansiedade.
No entanto, enquanto espera, assim como aconteceu com a igreja primitiva, todos
são convidados a orar. Orar pelas mais variadas situações.
Orar
pelo grupo do qual o salmista fala, ou seja, pelo grupo dos felizes cristãos,
que muitas vezes parecem estar sozinhos. Orar pela escolha do pastor, da
diretoria, orar pelos projetos e por sua execução. Orar em favor do próximo. Orar
para que os costumes desse mundo não nos afaste de Jesus, (Jo 17.11ss).
Orar
– você tem o hábito de orar? Porque e
por quem você ora?
Todo
o ministério de Jesus, bem como o início da atuação da igreja primitiva foi
marcado por oração. A primeira situação que motivou a oração dos discípulos foi
a escolha de um substituto para Judas.
Observe
que Lucas em Atos 1.12-26 mostra o apóstolo Pedro respondendo as pessoas a
respeito da situação de Judas. Mesmo que tenha cometido suicídio após ter
traído Jesus, o apóstolo Pedro não visa julgar a pessoa e a situação de Judas.
Não há motivo para se lamentar ou ficar remoendo a dor pela perda de Judas. Era
necessário escolher alguém. E para que a escolha fosse a melhor possível, todos
oram. Numa sala, com 120 pessoas reunidas, tudo foi resolvido sob oração, vv.
14, 24-25.
O
médico Lucas se preocupou sob orientação do Espírito Santo, ressaltar momentos
de oração no livro de Atos. Para Lucas a oração era algo muito necessário e
importante.
Ao
ressaltar a oração por ocasião da escolha de Mathias, Lucas mostra que toda
oração sempre tem uma resposta. A oração sempre fez parte dos propósitos de
Deus. Observamos grandes momentos da história da igreja marcada pela oração.
Ao realizar algum planejamento você ora?
Ao executar seu planejamento, você ora?
Como IELB, o desafio foi fazer o planejamento IELB 2015 – 2018. Houve oração? Agora, com os planos no
papel, é preciso orar para que o mesmo seja executado para honra e glória de
Deus.
Por
vezes desligamos nossa vida diária da oração. Há aqueles que oram somente na
dificuldade. Como dito: “quando a água
bate no queixo, se grita por socorro”.
Certa
vez uma mãe levou seu filho a um rabino, afinal, eram judeus, pois o mesmo
possuía extraordinários dons intelectuais. A mãe disse que não tinha mais como
educar seu filho, devido a sua sabedoria. Pediu que o rabino continuasse na
educação. A mãe queria muito que o rabino aceitasse a tarefa e desafiou o
rabino a fazer qualquer pergunta ao rapaz. O rabino então perguntou: “Meu
filho, diga-me onde está Deus?” O rapaz respondeu: “Mestre, responderei sua
pergunta se me disser onde Deus não está”. Esse é o segredo da
oração: saber que não existe
lugar onde Deus não está. Deus está presente ali onde eu estou e
necessito dele. Por esse motivo pode-se perseverar na oração.
Há
uma preciosa lição no ato da oração feita para a escolha de Mathias. “Senhor, tu conheces o coração de todos”
(At 1.24). Isso mostra que Deus sabe o que é bom para seus filhos(as). Por
isso, algumas orações não são atendidas por Deus. Muitos dos pedidos não são
nem para a glória de Deus e nem para o bem do próximo.
Não
se pode ser incentivado a orar somente quando Deus atende os pedidos. Afinal,
todas as nossas orações estão subordinadas a “vontade de Deus”. O fato de Deus atender algumas orações e outras
não, não depende do cristão em si, mas da vontade misericordiosa de Deus. É um
mistério de Deus. Infelizmente, está sendo impresso
na cabeça de muitos cristãos que Deus atende as orações de acordo com o tamanho
da fé, da piedade, dedicação e dízimo.
Há
pessoas que deixaram de orar por terem orado por longos anos, mas, segundo seu
parecer Deus não lhes atendeu.
Lembremos
do exemplo de Mônica. Essa mulher nascida na Argélia no ano de 332, casou-se
com um homem não cristão e teve dois filhos. Por longos anos orou pela
conversão do marido e dos filhos. Suas orações foram atendidas por Deus e seu
marido e dois filhos se tornaram cristãos. Um de seus filhos, Agostinho, por
quem orou 30 anos, é um dos mais influentes teólogos na cristandade.
Nossa
vida, nossos afazeres, nossas decisões, são realizadas num mundo altamente
tecnológico. Tudo acontecesse de maneira muito rápida. Tudo avança a passos
largos. Assim, se deseja o mesmo na resposta as orações. A oração se tornou um
whatsapp, enviou e já se recebe a resposta. Perdeu-se a perseverança na oração.
Esquece-se de que Deus está em todos os lugares e em todas as situações.
De
acordo com o texto de Atos 1.12-26 parece de fato que a resposta ao nosso orar precisa
ser rápido como foi na escolha de Mathias. No entanto, não é esse o objetivo do
texto. Se é incentivado a orar nas mais variadas situações.
Aprenda
a lição com o salmista no salmo 1, para se alcançar a felicidade e ter êxito em
tudo que faz, mantenha-se resistente à malvadeza e se apaixone pelo projeto de
Deus. E no projeto de Deus, a oração é a transpiração no caminhar, no planejar,
no executar, etc. Com Lutero, convém dizer: “Por isso é bom que a oração seja a primeira atividade da manhã e última
noite”, pois, “É certo que podem
surgir tarefas diferentes, tão boas ou até melhores do que a oração.
Principalmente se houver necessidade”, por isso, “Precisamos cuidar para não nos desabituarmos da oração, ...ficando
desse modo relaxados e preguiçosos, frios e enfastiados em relação a oração”.
Amém!
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
Bibliografia:
ROTTMANN,
Johannes H. Atos dos Apóstolos. Vol. I
(Atos 1-5). Ed. Concórdia, Porto Alegre, RS, 1997.
TRESSMANN,
Edson Ronaldo. Lutero “entre aspas”.
Editora Protexto, Quatro Barras, PR, 2014.
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