segunda-feira, 28 de abril de 2014

Deus é nosso Pai - tenham respeito por ele (1Pe 1.17)

MAIO 2014
Comunicando sempre (Jesus - a fonte da água viva)
“Eu os guiarei e os levarei até as fontes de água.” Isaías 49.10
PERÍCOPES – A
Tema anual: IELB - 110 anos alimentada na fonte de água viva
3º Domingo de Páscoa – 04/05/2014
Sl 116. 1 – 14; At 2. 14ª, 36 – 41; 1Pe 1. 17 – 25; Lc 24. 13 - 35
Deus é nosso Pai – tenham respeito por ele (1Pe 1. 17).

         A leitura bíblica de 1 Pedro 1.17-23: Quando oram a Deus, vocês o chamam de Pai, ele que julga com igualdade as pessoas, de acordo com o que cada uma tem feito. Portanto, durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele. Pois vocês sabem o preço que foi pago para livrá-los da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. Esse preço não foi uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a prata. Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem defeito nem mancha. Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo e foi revelado nestes últimos tempos em benefício de vocês. Por meio dele vocês crêem em Deus, que o ressuscitou e lhe deu glória. Assim a fé e a esperança que vocês têm estão firmadas em Deus. Agora que vocês já se purificaram pela obediência à verdade e agora que já têm um amor sincero pelos irmãos na fé, amem uns aos outros com todas as forças e com um coração puro. Pois vocês, pela viva e eterna palavra de Deus, nasceram de novo como filhos de um Pai que é imortal e não de pais mortais.

         Essa primeira epistola do apóstolo Pedro foi escrita para cristãos que viviam longe de sua terra natal. Mesmo distantes do templo, dos seus costumes e tradições, o apóstolo Pedro escreve para comunicar que eram lembradas por Deus. O apóstolo relembrou à esse povo que ainda eram “povo de Deus”. E esse Deus era Pai.
         Ao mencionar que Deus era Pai, o apóstolo Pedro estava quebrando um costume judaico.
         Chamar Deus de Pai é uma linguagem tipicamente paulina. Podemos concluir que Pedro tenha aprendido essa lição com Paulo. Afinal, Deus em Jesus se fez nosso Pai. É o Pai que espera ansiosamente pela volta do filho pródigo e quando o mesmo volta, faz uma festa para recebê-lo.
         Chamar Deus de Pai não é algo novo e restrito aos apóstolos Paulo e Pedro. No Antigo Testamento, por quatorze vezes, encontramos a menção de Deus como sendo nosso Pai. No entanto, apenas Jesus ousou nomeá-lo como “papai, paizinho.
         Judaizantes tradicionais poderiam concluir facilmente que chamar Deus de Pai é “falta de respeito”. Mas, para que não sejamos tentados a concluir o mesmo, precisamos examinar o contexto maior e amplo das Escrituras. Assim fazendo, chegaremos à conclusão de que, quando chamamos Deus de Pai estamos agindo com excesso de confiança.
         A identidade peculiar de Deus é ser papai de seus filhinhos.
         A lição de que Deus enviou seu Filho Jesus ao mundo quer nos conduzir ao conhecimento de duas questões fundamentais de fé. Primeiro: conhecermos quem é Deus. Um Deus santo que julga sem acepção de pessoas e que amou o mundo a ponto de dar seu único Filho. Segundo: conhecermos quanto nós pecadores valemos para Deus.
         O texto, 1 Pedro 1.17-23, não pode jamais ser entendido como um requisito de práticas que nos conduzem a justiça das obras perante Deus. O apóstolo Pedro fala sobre a fé que se manifesta nas obras do amor e não no amor que nos conduzem a bênçãos da parte de Deus. O apóstolo Pedro exclui a vanglória das boas obras.
         Ao lermos: “Quando oram a Deus, vocês o chamam de Pai, ele que julga com igualdade as pessoas, de acordo com o que cada uma tem feito. Portanto, durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele” (1Pe 1.17), precisamos prestar atenção em duas expressões do Antigo Testamento, “Pai” e “Juiz”. A expressão “Pai” que significa proximidade e confiança, e a expressão “Juiz” que significa que essa proximidade e confiança é limitada não devem ser entendidas de maneiras contraditórias. Com as expressões “Pai” e “Juiz” o apóstolo Pedro deseja redirecionar nosso olhar e atenção para um Deus que nos ama e não faz acepção de pessoas. Deus nos ama como Pai. Um Pai que tomou a iniciativa e se aproximou de nós em Jesus.
         Quando Pedro escreveu “Quando oram a Deus, vocês o chamam de Pai, ele que julga com igualdade as pessoas, de acordo com o que cada uma tem feito....” não desejou que as pessoas ficassem presas ao Deus que julga segundo as nossas obras. Seu desejo era indicar um Deus que é Pai.
         É natural no ser humano olhar para suas realizações diante das intempéries da vida. Milhares de pessoas confiam naquilo que fazem e deixam de fazer. Pedro não quer que os cristãos longe de sua pátria costumes e tradições, deixem de olhar para Deus que como Pai veio nos socorrer.
         Sei que as boas são necessárias para o bem do próximo e honra de Deus. No entanto, nossas boas obras, nunca são necessárias para nos tornar agradáveis a Deus ou para resolver nossa situação perante Deus e nem para nos dar a salvação. Muito menos como barganha ou vale troca.
         Quando oram a Deus, vocês o chamam de Pai, ele que julga com igualdade as pessoas, de acordo com o que cada uma tem feito. Portanto, durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele” (1Pe 1.17).
         Viver com respeito é um convite feito pelo apóstolo Pedro. Nesse convite está claro o modo de vida que precisamos ter. Precisamos viver na fé (Fp 2.12; Ef 6.5; 2Co 7.15). Tenham Respeito a ele não é olhar para nossa vida. Ter respeito por Deus é parte constitutiva da confiança. Nosso Deus é Pai e nos julgará de acordo com nossa vida em confiança na obra realizada pelo seu Filho Jesus.
         As palavras “...Portanto, durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele...” é a comunicação da certeza de que enquanto nessa vida, em nossa peregrinação, nossa caminhada não pode ser realizada confiando em nós mesmos, mas naquele que é o nosso Pai. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
MÜLLER, Ênio R. 1Pedro: Introdução e contexto. São Paulo: Mundo Cristão, Vida Nova, 1988.

FELDMEIER, Reinhard. A primeira carta de Pedro: Um comentário exegético teológico. São Leopoldo: Sinodal, Faculdades EST, 2009.

- VOIGT, G. Meditação sobre 1 Pedro 1. (13-17) 18-21.

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.

Aprenda a lição que a figueira ensina (Mc 13.28)

  Último Domingo do ano da Igreja 24 de novembro de 2024 Salmo 93; Daniel 7.9-10;13-14; Apocalipse 1.4b-20; Marcos 13.24-37 Texto : Ma...