segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A ter certeza da salvação


Tema do mês: Assim como crianças precisamos aprender!
14/10/12 – 20º Domingo após Pentecostes
Sl 90. 12 - 17; Am 5. 6 – 7, 10 - 15; Hb 3. 12 - 19; Mc 10. 17 - 22
Tema: A ter certeza da salvação

        Você tem certeza da sua salvação? Você espera recompensa pela sua fidelidade a Deus?

        Essas duas perguntas são atuais, pois em nossos dias há milhares de pessoas que ainda não estão certas de sua salvação, e outros milhares se dedicam à obra de Deus com a intenção de ganhar alguma bênção especial.
        As palavras do texto de Marcos 10. 17 -20 são palavras importantes, urgentes e necessárias:

Quando Jesus estava saindo de viagem, um homem veio correndo, ajoelhou-se na frente dele e perguntou:
- Bom mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?
Jesus respondeu:
- Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Você conhece os mandamentos: “Não mate, não cometa adultério, não roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite o seu pai e a sua mãe”.
- Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos! – respondeu o homem.

        Conforme o texto de Lucas 18.18 se observa que era esse homem era líder judeu, conhecedor da lei, das tradições e costumes dos judaizantes. É interessante notar que mesmo sendo conhecedor e aparentemente um cumpridor da lei, o homem não havia encontrado nas observâncias e conhecimento da lei de Deus paz para sua alma. Por isso se aproxima de Jesus, assim como uma criança desesperada e pergunta inquietamente: “...o que devo fazer para conseguir a vida eterna” (Mc 10.17b).
        O que fazer para conseguir a paz com Deus? Na época em que Lutero viveu, vemos que ele se angustiava dia e noite com essa pergunta. Ainda hoje muitas pessoas estão angustiadas com essa questão. Assim como crianças precisamos aprender! Muitos estão vivendo seus dias nesse mundo sem ter a certeza da salvação. Outros ao se dedicarem a Deus o fazem por mera pretensão de conseguir alguma suposta bênção.
        Marcos em seu evangelho diz que o homem que se aproximou de Jesus fala em fazer alguma coisa. As palavras:
- Bom mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?
E assim como uma criança que supostamente faz alguma coisa para ganhar outra, ele logo responde:
“Não mate, não cometa adultério, não roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite o seu pai e a sua mãe”.
- Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos!

Se algo precisa ser feito, eu já o fiz. Então eu sou bom assim como Deus é bom. Mas assim como crianças precisamos aprender! E assim como se ensina a uma criança Jesus fez com aquele interprete da lei.
Sua aproximação foi idêntica a dos fariseus que estudamos na semana passada. Ao se aproximar com uma pergunta julgando ter a verdadeira resposta em si mesmo, Jesus lhes ensina algo novo. A pergunta já tinha em si a conclusão de que o cumprimento dos mandamentos era suficiente e que ele era tão bom quanto Deus. Assim como crianças precisamos aprender! Diante da pergunta, o homem aguardava apenas a confirmação de Jesus de que não faltava mais nada, ele já havia feito tudo. Mas ao contrário do seu desejo, Jesus o direciona aos conhecimentos da lei que aquele homem tinha para uma correta compreensão.
Assim como crianças precisamos aprender! Aprender assim como aquele homem o verdadeiro sentido da lei.
        Quando se aproximou de Jesus, o homem foi logo falando: “Bom Mestre....”. Mesmo que tenha usado esse termo, aquele homem precisava entender o mesmo de forma correta. Da boca para fora confessava Jesus como Bom. Mas, em sua mente a idéia de Bom estava distorcida. Ele se achava Bom. E ao falar Bom, pensava que Jesus retribuiria dizendo o mesmo. Bom – nós dois somos bons, pois somos os únicos a cumprir a lei. No entanto, não é isso que acontece. Jesus diz que Bom é apenas Deus.
        Observemos que Jesus ao citar os mandamentos, cita apenas os da segunda tábua. Porque apenas os mandamentos da segunda tábua? Pois, é somente através desses que o ser humano consegue ver seus erros enquanto vivem. O jovem estava satisfeito com a sua vida perante as pessoas. Era respeitado. Ninguém podia acusá-lo de nada. Um cidadão honrado. Vivia uma vida de auto justificação pessoal. Aparentemente uma vida consagrada. Mas, assim como crianças precisamos aprender que aquele homem estava espiritualmente cego. Não reconhecia Jesus como seu salvador. Ele estava agarrado com as duas mãos na suposta lei que cumpria.
        Continuemos a leitura do texto e leiamos agora Marcos 10. 21 – 22:

Jesus olhou para ele com amor e disse:
- Falta mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que você tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga.
Quando o homem ouviu isso, fechou a cara; e, porque era muito rico, foi embora triste.

        Jesus leva aquele homem a examinar o próprio coração.
        Assim como crianças precisamos aprender! Aprender que Jesus ama a todas as criaturas e quer salvar a todos. Com amor chama aquele homem rico ao arrependimento. Vale citar as palavras do apóstolo Paulo aos Efésios: “...Você que está dormindo, acorde! Levante-se da morte, e Cristo o iluminará” (Ef 5.14b). A palavra acorde é o chamamento de volta da morte para a vida. Aquele homem pela repreensão de Jesus estava sendo convidado a deixar seu apego infeliz ao suposto cumprimento da lei e agarrar-se firmemente em Jesus Cristo, pois Ele é o único caminho que leva a vida eterna.
        Diante do engrandecimento pessoal daquele homem de querer se apresentar bom como Deus, pois se dizia cumpridor da lei, Jesus ataca o seu ponto fraco para lhe mostrar o quão miserável pecador ele era, e o quanto necessitava do perdão de Jesus e de se agarrar urgentemnet em Jesus.
        Aquele que se apresentou como bom e engrandeceu-se por se achar merecedor da vida eterna se viu como pecador que era e desesperou-se. Aquele homem, assim como criança precisava aprender que sua pergunta realmente era angustiante. E que a resposta era o próprio Jesus. A pergunta “...o que devo fazer para ganhar a vida eterna?” tinha como objetivo ser elogiado por Jesus. Mas, a resposta mostrou sua infelicidade humana.
        Pela lei ninguém consegue se salvar. Pela lei apenas conhecemos a nossa indignidade e os nossos pecados. Olhemos para nossa vida e tentemos responder;
        - Como estamos matando nosso semelhante?
        - Como adulteramos?
        - Como estamos tirando a honra do nosso próximo?
        - Como estamos tirando o que pertence ao outro?
        - Como está a nossa vida com nossos pais?
        Por essas perguntas, não adinata querermos nos justificar. Apenas precisamos concluir que estamos vivendo segundo a nossa natureza pecadora. Pois o desrespeito, a falta de apoio e euxilio matam as pessoas. Nosso olhar cobiçoso a um homem ou mulher já nos faz adulterar. Nossas fofocas tiram o bom nome do nosso próximo. Isso sem falar daquilo que tiramos dos outros e do nosso desrespeito ao pai e a mãe.
        A lei da qual o homem tanto se orgulhava mostrou o quanto ele estava perdido. E essa mesma lei aponta o dedo para nossa vida e mostra a nossa real situação.
        Vende tudo o que tens e dê aos pobres – assim Jesus se dirigiu ao homem. Isso o entristeceu. De suposto homem bom, foi apontado por Jesus como alguém que assim como todos necessitava da salvação que vinha em Jesus da parte de Deus.
        Aquele homem vivia sua vida como uma pesada carga. Diante das pessoas procurava viver uma suposta vida de cumpridor da lei. Mas, diante de Deus estava verdadeiramente perdido. O seu coração estava em conflito. Estava preso ao deus mamón, ao deus dinheiro, e isso o recusava a dar ouvidos ao mestre Jesus.
        O homem rico que se ajoelhou diante de Jesus o chamando de Bom e querendo se apresentar como bom acabou descobrindo a sua própria fragilidade. O desafio lançado por Jesus o fez ver o quanto sua vida de suposto cumpridor da lei era uma vida de fachada e fadada ao fracasso. O desafio era duplo e nada fácil:
- Vender seus bens e mostrar que verdadeiramente amava o seu próximo;
- deixar o apego a lei e depender exclusivamente de Jesus,
        Ele recuou. E recuou daquilo que verdadeiramente era bom. A lei o fazia viver de aparências, e ele queria continuar nessa vida de aparências diante do outro.
        Assim como crianças precisamos aprender! Pois, infelizmente existem muitos cristãos assim. Orgulham-se de sua maneira de viver. Mas, quando lhes é solicitado um sacrifício pelo reino de Deus, ocorre o esfriamento, perde-se o interesse. Muitos se orgulham de serem cristãos. Supostamente fazem tudo certinho, mas, seus corações se encontram verdadeiramente longe daquele que os justifica e os leva a agir em verdadeiro amor com o próximo.
        As palavras de Marcos 10. 23 – 25  também merecem o nosso destaque:
Jesus então olhou para os seus discípulos, que estavam em volta dele, e disse:
- Como é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus!
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantados, mas Jesus continuou:
- Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha.

        Assim como crianças precisamos aprender que após o ocorrido com o homem rico Jesus olha em volta e lança diretamente aos seus discípulos uma constatação: confiar nos bens deste mundo apenas afasta as pessoas de Deus.
        Ser rico não é o problema. A questão está em fazer das riquezas o seu verdadeiro deus. É confiar nos bens e nas coisas deste mundo e se esquecer de que tudo o que somos e temos é bênção de Deus. Os que têm posses materiais precisam viver suas vidas como se não as tivessem se mantendo humildes no seu relacionamento com o próximo e principalmente saber e viver completamente dependente de Deus.
        Os bens materiais são bênçãos de Deus e aos mais abastados compete agradecer a Deus por todas as coisas e reconhecer que sem Deus não haveria nada.

Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantadíssimos e perguntavam usn aos outros:
- Então, quem é que pode se salvar? (Mc 10. 26)

        A conclusão é inevitável: “...quem é que pode se salvar?
        Uma conclusão de um rico ensinamento. O homem por suas forças é incapaz de se salvar. Depende exclusivamente da graça de Deus. Cada pessoa humana precisa do maravilhoso presente que Deus dá: FÉ. Somente na fé em Cristo há salvação. E essa fé é operada em nossos corações pelo Espírito Santo no batismo e no ouvir da Palavra. Fé fortalecida pelo estudo, pela audição da Palavra e pelo receber do Corpo e do Sangue de Cristo dados com e sob o pão e o vinho na santa ceia. A fé são as mãos que nos agarra a Cristo.
Jesus olhou para eles e disse:
- Para os seres humanos isso não é possível; mas, para Deus, é. Pois, para Deus, tudo é possível.
Aí Pedro disse:
- Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições. E no futuro receberá a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros. (Mc 10. 27 – 31)

        Diante da constatação de que os bens materiais não salvam e de que é preciso deixar tudo e seguir a Cristo Pedro responde: “Nós deixamos tudo e te seguimos”. E Assim como criança ele também precisava aprender, e ouve a resposta de Jesus, “...aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e terra receberá muito mais, ainda nesta vida...”.
        Então eu serei recompensado pela minha fidelidade a Cristo? SIM e NÃO.
        Assim como crianças precisamos aprender, e por isso, é necessário lembrar primeiramente que são palavras de advertência. Advertência contra a despreocupação. No sentido de que não é a mera aceitação ou associação a igreja que lhe dá a garantia de bênçãos graciosas. Muitos estão trabalhando, se dedicando à igreja só por causa da recompensa, e Jesus é contra isso. A fidelidade, o servir árduo e o amor ao reino são respostas ao amor de Deus. Isso é algo voluntário sem esperar nada em troca. A resposta, que é manifestada pelo servir, dedicar-se, sacrificar-se, se deve ao amor de Cristo por nós. Reelembremos que Jesus disse aos seus discípulos depois de retornarem da missão: “Porém não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu” (Lc 10.20). Em outras palavras, a resposta de Jesus é: Pedro não se orgulhe disso.
        Mesmo os fiéis despenseiros da graça de Jesus Cristo não podem se orgulhar disso. Nem colocar sua confiança no seu servir ou até mesmo nos bens que recebeu. A verdadeira vida está em Cristo. Ser filho de Deus em Jesus é a maravilhosa bênção. E por essa bênção servimos ao Senhor com alegria.
        Você tem certeza da sua salvação? Estando em Cristo sinta-se feliz em saber que está salvo. Continue em Cristo Jesus. Ele continua te alimentando pela Palavra sacramento do altar.
        Você espera recompensa pela sua fidelidade a Deus? Se o teu servir, ofertar e trabalhar pelo reino de Deus é por causa das bênçãos, saiba que isso não agrada a Deus. Lembre-se de Jesus, que mesmo sendo Deus “...não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano” (Fp 2.6-8). Sejamos servos humildes no Reino de Deus sem esperar as recompensas. O nosso servir, trabalhar é motivado pela grande bênção da sabermos que somos verdadeiramente salvos. E salvos podemos nos sacrificar e trabalhar arduamente, seja como pastor ou leigo, ofertar voluntariamente para que outras pessoas ingressem nas nossas fileiras, a dos salvos. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...