30/09/12 – 18º Domingo após Pentecostes
Sl 104. 27 - 35; Nm 11. 4 – 6, 10-16, 24 - 29; Tg 5. 13 – 20; Mc 9. 38 - 50
Tema mensal: Palavras de Independência e Dependência.
Tema: Está na hora de orar ou louvar?
Uma tradição a respeito do apóstolo Tiago diz que seus joelhos eram calejados, como os de camelo, devido ao hábito constante de orar. Assim sendo, seu conselho aos que sofrem é que orem. Tiago expressa que da oração vem o auxílio e o conforto.
Na paróquia Concórdia de Querência do Norte as 06h45min da manhã, de segunda a sexta, realizamos o programa Oração pelo Trabalhador. E ao orar pelas pessoas que estão doentes, o testemunho das mesmas é que se sentem confortadas e auxiliadas. E assim como o apóstolo Tiago, queremos aconselhar aos que nas orações se confortam e se alegram, para que cantem louvores à Deus. Diante do conforto da oração é importante nosso louvor. Está na hora de orar ou louvar?
A palavra alegre, de acordo com o texto grego é o termo euthymeo. Uma junção de “eu” - “bem” e “thymos” “alma”. Significando assim, “uma alma que se sente bem” com um “forte sentimento” seja de emoção ou paixão.
Sentindo-se bem - cante louvores. Sentindo-se bem - lembre-se de Deus e cante louvores. Oração e louvor são duas mãos que precisam estar unidas.
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.1-15).
A orientação do apóstolo Tiago é importante. Se olharmos para o contexto da relação com a vida da Igreja Cristã, observaremos que entre os membros da igreja cristã deve haver amizade íntima e simpatia. Os presbíteros devem estar prontos para em todo o tempo servir a qualquer membro da igreja com oração, simpatia e conselho espiritual. Não deve ser apenas num determinado momento ou situação. Os presbíteros devem ser homens que atendam os chamados para visitas aos doentes e aflitos. Tiago estava atacando a soberba a qual muitos líderes estavam enfrentando naquele inicio de ação missionária da igreja.
Quando o apostolo Tiago diz que na presença dos enfermos se deve “orar sobre estes, ungindo-os com óleo em nome do Senhor” quer deixar claro que é a oração da fé salvará o enfermo, e que é o Senhor quem o levantará.
Quando disse que temos o programa na rádio local, Oração pelo Trabalhador, onde colocamos as pessoas e suas situações nas mãos de Deus, o fiz porque muitas são as pessoas que nos agradecem. Querem e até nos engrandecem além da conta. Há testemunho de pessoas curadas de câncer. Mas, o poder não está em nós. E como reagir nessa situação? Nossa reação tem sido dizer a pessoa que a oração foi feita e ouvida por Deus. E Deus em sua graça e misericórdia assim o quis. E agora o desejo de Deus é que a pessoa o louve. Deus merece toda a honra e toda a glória.
Quando se lê as palavras: “orar sobre estes, ungindo-os com óleo em nome do Senhor” começamos a dar ênfase nos meios empregados. No poder da pessoa que ora.
Não se pode afirmar, ou dar poder aos meios para que tal ação aconteça. O texto de Tiago que acompanha o texto do evangelho de Marcos é um dos únicos, pouquíssimos, exemplos no Novo Testamento do emprego desse método. O meio e o método não são importantes nem essenciais, pois a oração não é um meio da graça. O ato de orar é que é importante. Na oração falamos com Deus. Entregamos a ele todos os problemas e dificuldades. Reconhecemos que o azeite em si tem qualidades terapêuticas. E também sabemos que Deus abençoa os meios empregados com relação aos enfermos, sendo que um desses meios pelos quais Deus abençoa e cura é a medicina.
Mesmo que a medicina seja um meio empregado por Deus para curar. Usamos a medicina sem oração. O cristão pode usar a oração com a medicina e a medicina com a oração, pois ambos dependem de Deus.
Quando sofremos não entendemos o porque e para que da situação. Muitas perguntas são feitas e poucas respostas são dadas. Deus em seu amor e misericórdia sabe o porque e para que daquela situação e na situação, seja qual for, ele está conosco. No entanto, nosso inimigo, se aproveita da mesma situação para colocar dúvidas e nos afastar da presença daquele que está conosco, Jesus.
A causa fundamental das enfermidades e sofrimentos é o pecado. E quem venceu o pecado por nós foi Jesus. E no sofrimento e na doença precisamos estar firmes em Jesus.
Está na hora de orar ou louvar? Qual é o teu momento? Não deixe de orar e nem de louvar. Como diz Paulo aos romanos: “E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. E essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que ele nos deu” (Rm 5.3).
Está na hora de orar ou louvar?
Diz o salmista: “Cantarei louvores ao Senhor enquanto eu viver; cantarei ao meu Deus a vida inteira. Que o Senhor fique contente com a minha canção, pois é dele que vem a minha alegria!” (Sl 104. 33 - 34).
É verdade que a oração tranqüiliza corações atribulados. Mas, isso se deve ao fato de Deus ter prometido nos ouvir. E é justamente por isso que Tiago diz que “muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” Não é o homem que por sua justiça própria faz com que Deus ouça as orações. Deus ouve por ter prometido nos ouvir.
A nós só nos cabe orar. Nossas orações não são apenas calmantes, pois, de fato e de verdade chamamos o Deus vivo que pode e quer nos ajudar.
É hora de louvar ou orar?
Deus atende nossas orações há seu tempo. Muitos não louvam a Deus por concluir que ele não ouviu ainda as suas preces. Vale lembrar que ainda não é chegado o tempo de Deus. Deus retrai sua resposta aos nossos clamores para nos fazer compreender quão desamparados estamos. Ou até mesmo para nos ensinar a orar com mais fervor.
É hora de louvar ou orar?
A oração e o louvor são duas mãos que não podem se separar. Ao orarmos temos a certeza de que Deus assim como prometeu vai ouvir. E por essa promessa o louvamos e esperamos na sua misericórdia e bondade. Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann
44 – 3462 - 2796