terça-feira, 20 de setembro de 2011

Qual é a diferença naquilo que o mundo diz e no que Deus diz?

25/09/11 – 15º Domingo após Pentecostes
Sl 25. 1 - 10; Ez 18. 1 – 4, 25 - 32; Fp 2.1 – 4, 14 - 18; Mt 21. 23 – 27 (28 – 32)
Tema: Qual é a diferença naquilo que o mundo diz e no que Deus diz?

Introdução
            Quantas palavras nós ouvimos diariamente? Será que há alguma diferença naquilo que ouvimos do mundo e o que ouvimos de Deus? Meditemos no tema: Qual é a diferença naquilo que o mundo diz e no que Deus diz?
Desenvolvimento
            1 – O mundo diz: “não é justo pagar pelo erro dos outros”. Desde o tempo do profeta Ezequiel, v.2; “os caminhos de Deus parecem confusos e estranhos”; Deus anuncia, v.25 “cada um é pecador, e o convida ao arrependimento”;
            Ouvi o seguinte comentário de uma pessoa cristã que respondia a outra pessoa cristã. “Sou cristão há muitos anos, não sei por que tudo está dando errado na minha vida?” Entendi que àquela pessoa queria estar bem pelo fato de ser cristã.
            Esse mesmo pensamento ocorria com o povo de Deus no Antigo Testamento. O povo de Deus que estava exilado na Babilônia dizia: “Será justo?”os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?” O povo não tinha perspectiva para o futuro. Sentiam-se abandonados e desprezados. E assim, esse ditado começou a ser dito pelo povo de Deus. Eles pensavam não merecer aquela punição. O pecado não foi deles. Por que viver tantos anos fora de Israel se a culpa havia sido de seus pais?
            Esse povo exilado na Babilônia precisa ser reanimado, consolado e fortalecido. O profeta Ezequiel foi muito importante nesse momento. Se não fosse o profeta Daniel na coorte e Ezequiel no meio do povo, o povo da promessa teria se acabado.
            Ezequiel alerta o povo que não importa olhar para outra direção. Quem errou? O importante era que cada um olhasse para si mesmo, o quanto cada um estava falhando e havia falhado.
            O pensamento de ser punido pelo pecado estava presente entre os discípulos de Jesus. Eles perguntaram: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (Jo 9.2). Quem pecou este ou seus pais? A deficiência, o sofrimento e a dor, para muitos é punição de Deus à algum pecado passado. Para muitos é a certeza que Deus está castigando porque os pais cometeram algum pecado grave.
            Deus por meio do seu servo Moisés disse ao seu povo enquanto caminhavam pelo deserto rumo a terra prometida, “Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos, em lugar dos pais; cada qual será morto pelo seu pecado” (Dt 24.16). E ainda Deus pelo profeta Ezequiel no nosso texto v. 20 disse: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai, a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este” (Ez 18.20).
            Cada um, individualmente, é responsável pelo seu agir, pelo seu pecado, pelos caminhos por onde anda, pecado atual. Cada um nasce em pecado, o pecado original, que é aquele que herdamos do nosso pai e da nossa mãe, desde Adão e Eva. Paulo aos Romanos: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). O próprio homem, devido ao seu pecado, também não aceita esse fato. Foi Adão que pecou e eu não tenho nada haver com isso.
            O povo de Israel na Babilônia estava desanimado e sem esperanças. Se sentiam abandonados, pois, quem havia pecado eram seus pais, eles não podiam ser punidos como estavam sendo. De fato, Deus lhes comunica que eles, não estavam sendo punidos pelos pecados de seus pais. Eles eram pecadores, deveriam admitir o fato, assim como o salmista: “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Deus os estava convidando ao arrependimento, olhemos as palavras do v. 4 “...a alma que pecar, essa morrerá” do v. 30 “...eu vos julgarei, a cada um segundo os seus caminhos,...” e ainda o v. 31 “lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes...”. Essas palavras assustam muito, mas é um convite maravilhoso, para que cada um reconheça seu estado de pecaminosidade e volte ao Senhor, assim como meditamos através do texto de Isaias 55.6-9 (olhe abaixo). O sofrimento, a dor, são meios pelos quais Deus nos chama de volta a ele. Não é punição do pecado, mas sim, conseqüência do pecado.
            O povo que questionava a vontade e os caminhos de Deus havia se esquecido que pelo próprio profeta Jeremias, Deus havia dito que o exílio para a Babilônia havia de acontecer: “Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos” (Jr 25.11). A consequencia desse acontecimento gerou outro esquecimento, as maravilhosas promessas de Deus: “Assim diz o Senhor: logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar” (Jr 29.10) e ainda “Eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos, serão fecundas e se multiplicarão....Eis que vem dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: Senhor, Justiça Nossa” (Jr 23. 3,5-6). Eis uma maravilhosa mensagem a cada um de nós pecadores, Cristo é a nossa justiça. Assim como não dá para entender que pelo pecado de Adão todos nós somos pecadores, é difícil de compreender o maravilhoso amor de Deus por nós, que enviou Jesus para pagar pelos nossos pecados: “Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos” (Rm 5.15). E para realizar esse plano de salvação, Deus sempre conduziu os caminhos do seu povo: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55. 8). Não queiramos nós, criticar os caminhos de Deus. Pois “No mundo vocês vão passar por aflições, mas tenham bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33). Jesus a cada novo dia está conosco, eis a promessa, “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (M t 28.20b).
            Qual é a diferença entre aquilo que o mundo diz e o que Deus diz?
            2 – A vida: Tão certo como eu vivo
            Deus diz: “Tão certo como eu vivo, desejo que você viva.” Esse é o motivo pelo qual enviou profetas para convidar o povo ao arrependimento. Jesus iniciou seu ministério convidando o povo ao arrependimento. A parábola registrada em Mateus 21. 28 – 32 – Dos Dois Filhos, os próprios Judeus responderam que quem fez a vontade do Pai, foi o filho que se arrependeu.
            Deus disse ao povo pelo seu profeta Ezequiel, “não tenho prazer na morte de ninguém” (v.32), e Paulo: “o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2.4). Para nos dar essa vida, preparou os meios para que cada pecador receba a salvação. Ele nos deixou a Palavra que nos conduz a verdade. Que acusa nossos pecados, nos leva ao arrependimento, nos oferece e dá perdão. Ele no deixou o Batismo, “o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3.5). Ele deixou seu corpo e sangue, o mesmo corpo e sangue derramado na cruz para perdoar nossos pecados. Por esses meios da graça Deus oferece e dá a vida. Ele nos dá um novo coração e um novo espírito, como diz Ezequiel: “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ez 36.25-26). Jesus veio ao mundo, como diz Paulo a Tito, “o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda a iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2.14).
            Deus em seu Filho Jesus nos deu e dá a salvação. Essa salvação é individual. Deus oferece e dá a cada pecador, tão certo como eu vivo, vós vivereis também. Pelo batismo, cada um de nós foi e é feito filho de Deus, fomos resgatados das trevas e trazidos à luz. Pela Palavra essa fé é operada e fortalecida em nós, Deus nos dá perdão, vida e salvação. Pelo corpo e sangue Deus perdoa, anima e fortalece a fé e também nos dá perdão vida e salvação.
Conclusão
            Jesus vive! E tão certo como ele vive, nós também viveremos. Ele vem ao nosso encontro pela Palavra, pelo Batismo e Santa Ceia. Essa é a grande diferença entre aquilo que o mundo diz e aquilo que Deus diz.   O Mundo quer nos afastar desse Deus de amor, com suas teorias malucas e controversas. Deus quer nos aproximar dele nos convidando ao arrependimento e nos oferecendo e dando o perdão.
            Amém!


Pr Edson Ronaldo Tressmann
Publicado: Portas Abertas. Editora Concórdia, 2011.

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