24/07/11 – 6º Domingo após Pentecostes
Sl 125; Dt 7. 6 - 9; Rm 8. 28 - 39; Mt 13. 44 - 52
Tema: Qual nosso apreço pelo tesouro?
Nas primeiras parábolas (Mt 13.1-43) que estudamos anteriormente, observamos que Jesus falou da semente e do semeador. A semente é a palavra de Deus, o semeador é Cristo e aqueles que antes e após ele semearam e semeiam a palavra de Deus. As parábolas falam do mistério do Reino de Deus. E Reino, inclusive o de Deus, é composto por pessoas. E na parábola registrada em Mt 13. 44 – 52 vemos a exposição de Jesus sobre como as pessoas encontraram e apreciaram o tesouro, que é o Reino de Deus.
Jesus em seus ensinos usava um recurso didático, conhecido como parábola. De um fato conhecido pelas pessoas transformava num ensinamento vital. E relatos de tesouros escondidos eram comuns e bastante conhecidos na época. Os textos bíblicos não podem ser retirados de seus contextos, inclusive histórico. Por isso, precisamos recordar que naquele período não havia segurança quanto aos bens, não haviam bancos, seguros, etc. Eram dias e anos de muitas revoluções e banditismo. Era comum que as pessoas dividissem seus bens em três partes. Uma parte era usada no dia-a-dia; outra era convertida em pérolas preciosas, e ainda uma terceira era enterrada. O fato de alguém achar um tesouro escondido ilustra o mistério do reino de Deus.
Mesmo que o objetivo do ensinamento de Jesus nas duas parábolas seja único, há uma diferença a ser observada. Na parábola do tesouro escondido é dito que o homem achou sem procurá-lo, foi por acaso. Na parábola das pérolas o homem estava procurando pérolas e também por acaso, encontra uma pérola muito preciosa entre outras.
No versículo 44 é dito: “O reino do céu é como um tesouro escondido num campo, que certo homem acha e esconde de novo. Fica tão feliz, que vende tudo o que tem, e depois volta, e compra o campo”. A pessoa está vivendo sua vida normalmente. E nesse seu viver diário estava voltado para todas as coisas, mas não nas coisas de Deus. E nesse viver diário, de repente, se defrontou com a Palavra de Deus. E por esta Palavra foi chamado e iluminado, como bem explicou Lutero no terceiro artigo do Credo apostólico: “Creio que por minha própria razão ou força, não posso crer em Jesus Cristo , meu Senhor, nem vir a Ele, mas o Espírito Santo me chamou pelo evangelho, ...”. E no evangelho reconheceu o maior de todos os tesouros, o Reino de Deus.
Na segunda parábola: “O reino do céu é também como um comerciante que anda procurando pérolas finas. Quando encontra uma pérola que é mesmo de grande valor, ele vai, vende tudo o que tem e compra a pérola” (Mt 14.45-46).
O homem está procurando pérolas. Em outras palavras está buscando uma satisfação pessoal, sendo essas a riqueza. As duas parábolas apresentam que inesperadamente ambos são confrontados com a Palavra de Deus. Pelo evangelho são chamados a fé. E pelo evangelho reconhecem a graça de Cristo. Cristo é o maior tesouro. Diante da Palavra de Deus só nos resta confessar que Cristo com seu Reino é o nosso maior tesouro.
Nestas duas parábolas Jesus mostra que não é a pessoa que busca ou se esforça em encontrar a Deus. Espiritualmente somos cegos, mortos e inimigos de Deus, por isso, em seu amor e misericórdia Deus nos busca e vem ao nosso encontro em Jesus. E pelo evangelho, sua Palavra, Deus nos chama à fé. E todos que foram encontrados por Deus e muitos que foram buscados e achados por Deus, reconhecem Cristo e seu Reino como seu maior tesouro. E assim, a exemplo do apóstolo Paulo reconhecemos: “... o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor: por amor do qual, perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo, e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede da lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseado na fé; para o conhecer e o poder da sua ressurreição” (Fp 3.7-10).
Para terminar seu precioso ensino Jesus diz: “O Reino do céu é ainda como uma rede que é jogada no lago. Ela apanha peixes de todos os tipos. E, quando está cheia, os pecadores a arrastam para a praia e sentam para separar os peixes: os que prestam são postos dentro dos cestos, e os que não prestam são jogados fora. No fim dos tempos também será assim: os anjos sairão, e separarão as pessoas más das boas, e jogarão as pessoas más na fornalha de fogo. E ali elas vão chorar e ranger os dentes de desespero” (Mt 13.47 – 50).
Aqui temos um pescador que lança a sua rede, e seleciona os peixes, ficando com os bons e jogando fora os peixes que não prestam.
Essas palavras de Jesus são para sua igreja neste mundo. A palavra é lançada constantemente. E sendo lançados a todos, muitos a ouvem. Entre estes muitos, há os fiéis e os hipócritas. Há os que verdadeiramente confessam sua fé em Jesus, e há os que mesmo numa igreja, verdadeiramente não crêem. Essa parábola assemelha-se a do joio no meio do trigo.
Podemos até fingir ser trigo, ou seja, ser um bom peixe no aquário de Deus, mas ao dono, aquele que nos chamou pelo evangelho, a esse não tem como enganar. Por isso, a separação será feita no dia do juízo.
Desde o batismo fomos acolhidos e integrados no Reino de Deus. Cristo e seu reino é o nosso maior tesouro. Que saibamos valorizar esse tesouro e que sejamos assim como um pai de família, ou seja, que apresentemos ao mundo que em Cristo somos afortunados e que dessa fortuna enriquecemos a todos. Amém!
Pr. Edson Ronaldo Tressmann
Lançando as redes do evangelho para que muitos estejam nos cestos celestiais.
cristo_para_todos@hotmail.com
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