12 de junho de 2022
Dia festivo
Salmo 112; Isaías 42.5-12; Atos
11.19-30; 13.1-3; Marcos 6.7-13
Texto:
Atos 11.24
Tema:
“Barnabé era um homem bom, cheio do
Espírito Santo e de fé” (At 11.24)
Dia
11 de junho, a igreja cristã celebra o dia de Barnabé, o apostolo. Dia 12 de
junho é o dia em que lembramos o Concilio de Niceia (325 a.D.). Nessa mensagem
quero refletir junto contigo sobre a pessoa de Barnabé.
Barnabé
foi um dos primeiros cristãos mencionados em Atos dos Apostolos. Seu nome era
José, mas Lucas interpretou seu nome apostólico como “filho da consolação” (Barnabé, At
4.36).
Tudo
o que se sabe da vida de Barnabé vem, na maior parte, através do livro de Atos
e cartas de Paulo. Barnabé é citado 29 vezes por Lucas em Atos dos Apostolos e
outras cinco vezes por Paulo em suas cartas.
Barnabé
era membro da Igreja Primitiva de Jerusalém, descendente da tribo de Levi.
Lucas
relata em Atos 4.36 que Barnabé vendeu uma propriedade, talvez em Chipre, e
trouxe o dinheiro da venda do imóvel aos apostolos para que as necessidades dos
membros mais pobres da igreja fossem supridas. Dessa forma (At 4.32-37),
Barnabé é citado como exemplo de generosidade.
O
ministério de Barnabé ficou notório quando chegou a noticia de que na Antioquia
da Síria, entre os cristãos helenistas que haviam se refugiado ali devido à
perseguição, se iniciou na Judéia após a morte de Estevão, uma grande
evangelização. Barnabé foi enviado para Antioquia com intuito de verificar a
situação e agir conforme apropriado (At 11.22).
Barnabé
ficou maravilhado ao ver gentios pagãos serem convertidos ao evangelho. Ele “se tornou uma
grande força” para aquele trabalho evangelístico.
Com
a conversão de Saulo de Tarso, Barnabé foi quem o apresentou aos apóstolos em
Jerusalém (At 9.27). Os cristãos estavam desconfiados de que Paulo estava
apenas querendo espionar e sua conversão era apenas um disfarce. Barnabé
convenceu a todos da conversão de Paulo. A partir daí, no livro de Atos, Lucas passa
a enfatizar a pessoa de Paulo e os que estavam com ele (At 13.13). Após algum
tempo de trabalho entre os gentios, Barnabé e Paulo voltaram a Jerusalém e
receberam apoio da igreja e a certeza de que os gentios convertidos seriam
integrados a comunhão cristã sem a necessidade da circuncisão (At 15.1-5,12,
22-29).
Barnabé
e Paulo - a dupla missionária - pregou em Antioquia da Psidia, Listra, Icônio e
Derbe (At 13.42-51; 14.1-7, 19-21). Eles indicaram e promoveram homens aptos
para futura liderança de cada igreja (At 14.23).
A
figura de Barnabé era reconhecida pelas pessoas, a ponto de na cidade de Listra
o chamaram de Júpiter e Paulo de Mercúrio, pois era ele quem falava (At 14.12).
Lucas
faz a seguinte descrição de Barnabé: “... era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E
muitos se converteram ao Senhor” (At 11.24).
Barnabé teve uma contribuição
significativa no ministério do apostolo Paulo.
Sendo
que a igreja de Jerusalém enviou Barnabé para Antioquia, e o trabalho ter
obtido resultados, Barnabé viu a necessidade de auxilio na obra. Ali percebeu
uma oportunidade propicia para engajar Paulo no trabalho. Essa atitude deu inicio
a uma grande obra missionária relatada em praticamente metade do Novo
Testamento.
Observe
que Deus usa os seus e para tal fato dirige os acontecimentos para realizar sua
obra e seus obreiros. Na época houve uma grande fome e escassez e com isso
Paulo e Barnabé foram de Antioquia visitar Jerusalém e levar uma oferta contra
a fome que assolava a região (At 11.30). Naquela ocasião foi reconhecido pela
igreja, Pedro e João, que ambos, Barnabé e Paulo foram chamados para trabalhar
entre os gentios (Gl 2.9). Nessa reunião estava com Barnabé e Paulo, a pessoa
de Tito (Gl 2.1,9,13).
Na
primeira viagem de Paulo e Barnabé, até certa altura Barnabé era o líder, no
entanto, após o abandono de João Marcos, sobrinho de Barnabé, da viagem missionária,
Paulo assumiu a liderança. A deserção de João Marcos acabou causando a ruptura
da dupla missionária. O fato é que para a segunda viagem missionária, Barnabé
desejava levar João Marcos, mas Paulo se opôs e assim, Barnabé e João Marcos viajaram
para Chipre (At 15.36-40), Paulo segue com Silas para outros lugares.
O
ministério de Barnabé com João Marcos foi bem sucedido (2Tm 4.11). É preciso
enfatizar que houve reconciliação entre Paulo e João Marcos (2Tm 4.11; Cl
4.10).
Apesar
de não mais viajarem juntos, a amizade de Paulo e Barnabé permaneceu, a ponto
de nas suas referências à Barnabé, Paulo ter sido respeitoso, cheio de afeição,
estima e reconhecendo-o como companheiro missionário para os gentios (1Co 9.6).
Só Paulo saberia dizer a contribuição
de Barnabé ao trabalho entre os gentios.
Sobre
a pessoa de Barnabé só um fato negativo é registrado na Bíblia. Paulo na carta
aos Gálatas enfatiza que diante dos defensores da circuncisão Pedro e Barnabé
se deixaram levar pela pressão desses e agiram de maneira hipócrita (Gl
2.12-14).
Barnabé foi o grande responsável para
plantar igrejas desde Chipre até a Ásia Menor.
Paulo
e Barnabé se auto sustentavam e para imprimir nas igrejas a necessidade das
igrejas manterem os pregadores do evangelho, na carta aos Coríntios (1Co 9.14),
o apostolo levantou a questão se apenas ele e Barnabé não tinham o direito de
deixar de trabalhar (1Co 9.5-6).
Um
leitor desavisado da Bíblia pode concluir que Paulo tenha feito tudo sozinho,
mas, com a reflexão a respeito de Barnabé, o qual a igreja cristã lembra no dia
11 de junho, faz pensar na sua contribuição para o trabalho entre os gentios,
sendo o iniciador desse trabalho, bem como aquele que apresentou Paulo a todos
enquanto todos estavam desconfiados de Paulo.
“Barnabé era um
homem bom, cheio do Espírito Sant e de fé” (At 11.24)
Barnabé é uma fonte de instrução para o trabalho pastoral.
1 -
Barnabé mostra que um pastor precisa ser generoso em suas ofertas pela causa de
Cristo. O pastor não é aquele que apenas vive das ofertas, ele também é um
ofertante. Em situações especificas mantêm o trabalho. O pastor é exemplo de
generosidade.
2 -
Com Barnabé aprende-se que é preciso ser um homem de oração, buscando a direção
do Espirito Santo na tomada de decisões;
3 -
Barnabé ensina sobre a importância de sempre oferecer uma segunda chance ao
errante;
4 -
Barnabé instrui acerca do recrutamento e delegação de líderes para a igreja,
mesmo quando há desconfiança de tais pessoas.
5 -
Barnabé ilustra muito bem o quão é fácil ceder a pressão e cair no erro, mas,
em como aceitar a exortação e corrigir-se.
6 -
Barnabé mostra que o pastor necessita “ser pessoa de bem, cheio do Espírito Santo e de fé”
(At 11.24).
7 – Contribuir para o ministério do outro.
8 – Nossa missão é
sermos homens da consolação. E o consolo que temos a oferecer vêm da mensagem a
respeito de Cristo.
Quantas
lições de um instrumento usado por Deus para que sua obra avançasse entre os
gentios. E muitas dessas lições precisam ser aplicadas em nossos dias para que
a obra do Senhor continue avançando entre nós. Amém!
ERT
Edson
Ronaldo Tressmann
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