15 de maio 2022
5º Domingo de Páscoa
Lecionário anual
Salmo 66.1-8; Isaías 12.1-6; Tiago
1.16-21; João 16.5-15
Texto: Tiago
1.18
Tema: Ainda temos a Palavra
da verdade!
Algumas
áreas da ciência e temas de estudos são inesgotáveis. Observo os arqueólogos e
geólogos que constantemente trazem das profundezas da terra esqueletos de
pessoas, animais e trazem com isso uma série de perguntas investigativas. Acompanhamos
pela TV o ser humano subindo e descendo para o espaço. O objetivo dessas idas e
vindas são responder questões que ainda não foram completamente compreendidas.
Seja
qual for o objeto de estudo, acredito que jamais haverá um estudioso que
chegará a conclusão: eu não tenho mais nada a aprender, sou conhecedor de tudo.
Mesmo
que alguém conheça todos os assuntos, domine várias áreas de conhecimento, há
um assunto que sempre haverá discórdias, discussões e parece não haver
conclusão: Deus. Qual será o
motivo disso? Deus não cabe na nossa razão
limitada. A velha questão envolvendo Deus se dá no campo da razão versus
a fé. Queremos entender Deus por nossa razão limitada. O apostolo Paulo escreveu:
“E a paz de
Deus, que ninguém consegue entender,...” (Fp 4.7) e aos coríntios: “... o que
poderão dizer os sábios e instruídos? O que vão dizer os grandes oradores deste
mundo? Deus tem mostrado que a sabedoria deste mundo é loucura” (1Co
1.20) e pelo profeta, Deus disse: “Eu não deixo que se cumpram as mensagens de profetas
mentirosos e faço com que os adivinhos fiquem parecendo tolos. Faço com que os
sábios se enganem e transformo toda sua sabedoria em tolice” (Is
44.25). A sabedoria de Deus se apresenta na cruz, em seu Filho Jesus. Essa
sabedoria de Deus continua sendo loucura para esse mundo a ponto de fazer com
que essa mensagem seja ignorada.
“Por sua própria
vontade ele fez com que nós nascêssemos, por meio da palavra da verdade, a fim
de ocuparmos o primeiro lugar entre todas as suas criaturas” (Tg
1.18).
Deus
nos faz nascer espiritualmente pela sua Palavra.
Nicodemos imaginou que teria que nascer do ventre da sua mãe novamente (Jo
3.4-7). No entanto, o novo nascimento é obra de Deus, pelo poder do Espírito
Santo. Não depende da vontade humana (Jo 1.13) nem da nossa participação (Jo
3.6). Não nascemos de novo por causa da nossa decisão ou religiosidade. O novo nascimento é obra de Deus
pela Palavra da verdade.
A
BBC News publicou um artigo na madrugada de domingo para segunda (09/05/22)
destacando que os jovens sem religião
superam católicos e evangélicos em São Paulo e Rio de Janeiro.
O
censo enfatiza o aumento do número dos sem religião desde 1960.
Ano 1960:
os sem religião era 0,5%
Ano 1970:
os sem religião era 0.8%
Ano de 1980:
os sem religião era 1.6%
Ano de 1991:
os sem religião era de 4,8%
Ano de 2000:
os sem religião era de 7,3%
Ano de 2010:
os sem religião era de 8,0%
Ano de 2022: os sem religião são 14%. E, entre os
jovens de 16 a 24 anos, 25% se dizem sem religião. Isso mostra que será uma
década muito difícil para levar a palavra da verdade, a que faz nascer de novo,
para os jovens, pois o aumento do número de pessoas sem religião pode chegar a
praticamente 30% da população.
O que está
acontecendo? Será que a religião está equivocada? Ou a Palavra da verdade não é
mais verdade?
Pelo
contexto urbano e social podem-se elencar alguns fatores.
O
ateísmo (Deus não existe) e o agnosticismo (não há certeza se Deus existe ou
não) são os grandes responsáveis. Outro fator é a rejeição as instituições,
Estado, Família, Politica e igreja.
Ateísmo,
agnosticismo e desprezo as instituições aumentam cada vez mais por que há um
grande incentivo e trajetória de busca e experimentação que é colocada para as
novas gerações, o que não ocorria nas gerações anteriores. Essa busca e
experimentação ocorrem dentro de casa, na cama dos nossos filhos, pois um
simples aparelho é uma janela aberta para o mundo.
Os
jovens têm redes de sociabilidade muito diversas, diferentemente dos idosos,
cuja sociabilidade está restrita à família e a igreja. O jovem está exposto a
múltiplas fontes de informação, como colégios, universidades, redes sociais e
veículos midiáticos. E isso influencia fortemente suas opiniões e convicções.
Outra
fator para que os jovens se tornem sem igreja é a plurirreligiosidade, ou seja,
uma prática diversa e imensa de crenças religiosas. O lar onde o jovem cresce é
determinante. Há situações em que avó é mãe de santo, o pai católico não
praticante, a mãe evangélica radical, e isso faz o jovem se desapega do
tradicional e tende a buscar uma religiosidade própria. Como diz a estudiosa
Regina Novaes: “O
que está acontecendo são outros modos de ter fé”. Esses modos de
fé podem salvar? “Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por
meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: Viverá aquele
que, por meio da fé, é aceito por Deus” (Rm 1.17). E para nos presentear
essa fé, “pela
sua própria vontade ele fez com que nós nascêssemos, por meio da palavra da
verdade, a fim de ocuparmos o primeiro lugar entre todas as suas criaturas”
(Tg 1.18).
Deus
faz viver por meio da palavra da verdade. Essa palavra da verdade é Jesus que
exclamou: “Eu
sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por
mim” (Jo 14.6). Ainda temos essa palavra da verdade. Somos aqueles
que foram renascidos pela Palavra da verdade. Amém!
ERT
Edson
Ronaldo Tressmann
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