segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Sob os cuidados do Pai Celestial (Lc 12.22-34)

 Dia 10 de Agosto 2025

Mensagem dia dos Pais

Salmo 33.12-22; Gênesis 15.1-6; Hebreus 11.1-16. Lc 12.22-34

Texto: Lucas 12.22-34

Tema: Sob os cuidados do Pai Celestial 

É complexo o papel de pai. Tentar definir a paternidade é complexo, afinal, qual pai que não possui falhas e virtudes? Muitas vezes sentimos vergonha do pai que temos, pois, muitas vezes ele destaca mais suas imperfeições que suas qualidades. O mais difícil é quando numa discussão com outra pessoa, a mesma, tendo conhecido as imperfeições do seu pai, logo diz: você é igualzinho seu pai.

Ao ensinar a orar, Jesus desejando destacar que o Pai Celeste oferece e dá coisas boas aos seus filhos, disse: mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos (Lc 11.13). A única paternidade perfeita é a divina!

Mesmo o pai humano, sendo imperfeito e por isso, muitas vezes mau, sabe dar coisas boas para seus filhos, muito melhor, nos concede o Pai celestial.

A transição da perícope de Lucas 12.13-21 para o texto de Lucas 12.22-31 é salutar.

No texto da parábola (Lc 12.13-21), Jesus alerta sobre o perigo da avareza.

Qual a periculosidade da avareza?

A avareza, amor ao dinheiro, não é um pecado financeiro. Na verdade, é uma espécie de idolatria. Minha vida se torna refém do dinheiro.

Certa vez Martinho Lutero escreveu que a pessoa gira ao redor de si. A comida que foi criada por Deus para servir à vida, a vida passou a servir a comida. As roupas que foram dadas por Deus para servir o corpo, o corpo passou a servir às roupas.

Tem pais ricos que por nunca terem oferecido tempo aos filhos, tem filhos que só lembram dos seus presentes.

Para contrastar a avareza, Jesus passa a falar com seus discípulos (Lc 12.122ss) e lhes anuncia: “não se preocupem com a comida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir” (Lc 12.22)

Aqui não é um mandamento para agir preguiçosamente. É um convite para confiar em Deus e não se deixar conduzir pela avareza que faz a pessoa ser consumida pelo excesso de futuro. Excesso de futuro apenas gera ansiedade.

Jesus passa a falar para que os seus não se preocupem com as coisas que o mundo busca avidamente.

Tanto a avareza quanto a ansiedade se alimentam da mesma doença espiritual: incredulidade.

Por ansiedade não falo sobre a doença que acomete milhões de pessoas, sendo o Brasil o país com maior porcentagem de pessoas que sofrem desse mal (9,3%).

Ansiedade em Lucas 12 destaca o oposto da avareza. Enquanto a avareza é a busca em querer acumular muitas coisas para si mesmo, a ansiedade é medo de perder o que se tem.

A palavra grega para “ansiedade” (μερμναω) e significa uma preocupação excessiva. É uma mente divindade entre a fé em Deus e a confiança nos próprios recursos ou nas circunstâncias.

No Salmo 33.16-17 somos lembrados que a segurança não se encontra em poder militar, riqueza ou sabedoria humana. Essas seguranças são uma ilusão. Nesse ponto recordo-lhes que a polarização política, que está causando enormes estragos até mesmo dentro da igreja, deve-se a crença de que esse homem presidente ou outro homem presidente é o melhor. Quando o salmista escreveu: “Feliz a nação que tem o Senhor como o seu Deus! Feliz o povo que Deus escolheu para ser dele!” (Sl 33.12), sua intenção é destacar que o melhor que temos é ter Deus como Senhor e, seja qual for a bênção, ela provém de Deus. Quantas pessoas idolatram determinado governante? Ou seja, a confiança não está em Deus. Assim, ao escrever: “É o Senhor Deus quem protege aqueles que o temem, é ele quem guarda aqueles que confiam no seu amor. Ele os salva da morte e nos tempos de fome os conserva com vida.” (Sl 33.18-19) reforçando a ideia de que dependemos exclusivamente de Deus.

Por essa razão, para nosso consolo e exortação, ouçamos a pergunta feita por Jesus: “Qual de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso? Portanto, se vocês não podem conseguir uma coisa assim tão pequena, por que se preocupam com as outras?” (Lc 12.25-26).

Jesus diz que a preocupação é inútil. Nossos esforços humanos, por mais intensos que sejam, não alteram o curso da vida.

A preocupação exagerada com o futuro, o medo constante de não ter como sobreviver amanhã, é um esforço fútil que nada produz, apenas perde-se a alegria e a paz que Cristo nos oferece.

Para reforçar seu argumento do quanto a ansiedade, a preocupação excessiva com o amanhã, roubam a paz e o sossego, Jesus pede para que prestemos atenção aos corvos e as flores, destacando que se Deus cuida de criaturas tão insignificantes diante do todo, “...Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena!” (Lc 12.28).

Deus cuida! O fato é que a avareza, o desejo de acumular e a ansiedade, preocupação e medo do futuro, conduz a dúvida do cuidado de Jesus. Pelas palavras de Jesus, aprendemos que a ansiedade, a preocupação excessiva com futuro, é prova de uma fé fraca.

Nesse sentido, Abrão (Gn 15.1-6) nos dá uma importante lição. No início do capítulo 15 de Gênesis, Abrão, já velho, se mostra angustiado por não ter um herdeiro direto para que a promessa de Deus seja cumprida. Abrão se via sem força, estéril e impossibilitado. E ao ouvir a resposta de Deus: “Olhe para o céu e conte as estrelas se puder. Pois bem! Será esse o número dos seus descendentes” (Gn 15.5), Abrão creu na promessa de Deus. A fé de Abrão é dirigida para a promessa.

O Deus que promete é o Deus que provê.

A resposta de Jesus para a ansiedade não é se preocupar menos. Jesus propõe mudar o foco da vida. Onde está seu foco? Se o foco é acumular, chegará o ponto em que viverá preocupado até sobre o motivo das pessoas se aproximarem de você. Se o foco é precaver-se com medo de perder o que se possui, deixará de viver o hoje.

O foco que Jesus propõe é buscar o reino de Deus. Minha prioridade é o amanhã eterno e não somente o amanhã material.

Recorde-se da frase cheia de ternura dita por Jesus de que você faz parte do seu pequeno rebanho (Lc 12.32).

Ao destacar sua igreja como pequeno rebanho, Jesus afirma que assim como o passarinho, pequeno, mas cuidado por ele, assim como a flor, pequena e frágil, mas esplendida, o mesmo, se dará sob o pequeno rebanho, ao qual Deus agradou em dar o seu Reino, ou seja, o bom pastor Jesus.

Sobre o verdadeiro foco, Jesus transmite uma advertência prática: “...onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês” (Lc 12.34).

A ansiedade, a preocupação exagerada quanto ao futuro, decorre de um coração apegado as coisas materiais. O foco é crer e manter-se sob os cuidados de Cristo. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

Se desejar fazer um pix voluntário: edson.ronaldotre@gmail.com

Uma palavra para os ansiosos! (Lc 12.22-34)

 10 de agosto de 2025

Nono Domingo após Pentecostes – Próprio 14

Salmo 33.12-22; Gênesis 15.1-6; Hebreus 11.1-16; Lucas 12.22-34

Texto: Lucas 12.22-34

Tema: Uma palavra para os ansiosos!

 

O Brasil é o país com a maior prevalência de ansiedade no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que para muitos, quem tem transtorno mental ainda é alvo de preconceito. Esse preconceito é reverberado na frase:

- Ansiedade é frescura!

- Ansiedade é falta do que fazer!

- Ansiedade é falta de fé!

Se não for tratada corretamente, a ansiedade vira uma adversidade e desencadeia outros transtornos mentais, entre os quais, a depressão, que já acomete 300 milhões de pessoas no mundo.

O Brasil possui a população com a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo. São 9,3% sofre de ansiedade patológica. E isso é decorrente de risco de desemprego, recorrentes mudanças no rumo da economia, falta de segurança pública. São os receios que geram a ansiedade.

Além disso, o pouco acesso a serviços de saúde mental, muitas horas de trabalho durante o dia, insegurança quanto ao futuro e pouca qualidade de vida, gera medo, preocupação e angústia.

Jesus disse que a vida é mais importante que todas as outras coisas (Lc 12.23).

Desde a queda em pecado no Éden (Gn 3. 1-7), o homem se vê frente à tarefa de buscar, com esforço e trabalho, o próprio pão.

Ao orar o pão nosso de cada dia nos dá hoje, confessamos que tudo que temos vem de Deus e que dependemos do seu sustento e confessamos que somos criaturas de Deus.

Após a queda em pecado, a marca registrada da vida humana é não conseguir descansar. Recordemos que o homem foi criado ao sexto dia. Isso enfatiza que tudo estava pronto para seu benefício. A queda em pecado tirou o sossego e a paz. Assim, o ser humano está sempre preocupado com a solicitude da vida. Sua maior ocupação e preocupação é o amanhã. Até por isso, é difícil ouvir com sorriso e certeza as palavras de Jesus “É por isso que eu digo a vocês: não se preocupem com a comida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Pois a vida é mais importante do que a comida, e o corpo é mais importante do que as roupas. Vejam os corvos: não semeiam, não colhem, não têm despensas nem depósitos, mas Deus dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os pássaros? Qual de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso? Portanto, se vocês não podem conseguir uma coisa assim tão pequena, por que se preocupam com as outras? Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como uma dessas flores. É Deus quem veste a erva do campo, que hoje está aqui e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena! Portanto, não fiquem aflitos, procurando sempre o que comer ou o que beber. Pois os pagãos deste mundo é que estão sempre procurando todas essas coisas. O Pai de vocês sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus, e Deus lhes dará todas essas coisas” (Lc 12.22-31).

Antes de dizer essas palavras, Jesus aconselhou para se guardar da avareza. Muitas das ansiedades da vida está no fato de amar o dinheiro, os bens materiais. O ser humano passou a viver uma vida como se, sem dinheiro e bens materiais, não há vida. Jesus recomenda: “Tenham cuidado com todo tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas” (Lc 12.15).

Deus supre e dá ao homem a capacidade para buscar o pão.

Deixe me fazer uma questão para reflexão: o que mostra de fato que se está vivo?

Estar vivo significa muito mais que bens materiais.

Pessoas deixam de viver para correr atrás do dinheiro. Lembro de uma anedota que ouvi certo tempo atrás.

Um amigo chegou para o outro quando esse retornou de férias para sua terra natal e disse: meu amigo, vamos embora para o estado do Mato Grosso comigo. Lá o dinheiro corre solto. E o amigo respondeu: não vou não. Pois, se aqui que o dinheiro está parado eu não o vejo, imagina lá que está correndo.

Tenho ouvido muitas pessoas dizerem que os pais (homem) são negligentes quanto aos seus filhos. Os pais são acusados de trabalharem demais. E os pais se defendem que trabalham demais para oferecer o melhor para os seus filhos e família.

Caríssimo pai. Não é pecado trabalhar demais. Não é pecado querer oferecer e dar o melhor para os filhos e a família. Todavia, os filhos guardam para uma vida toda àquilo que se transmite de carinho e tempo de qualidade. É possível que até mesmo os filhos no futuro digam: meu pai só sabia trabalhar.

As palavras de Jesus também ajudam os pais a não quererem tanto o que pertence ao amanhã negligenciando o hoje.

Somos filhos do Pai Celestial e Ele sabe nos dar as melhores coisas, assim, qual motivo para estarmos tão obcecados com coisas que roubam a paz e o sossego?

No capítulo 12 do evangelho Lucas, a exortação de Jesus é para que se busque o Reino de Deus em primeiro lugar. Somos ensinados que a busca desse Reino é ignorada pelas mesmas situações de algumas pessoas que compunham essa multidão descrita em Lucas 12: avareza e ansiedade pelo amanhã.

O excesso de preocupação leva muitos a zelar por coisas passageiras e ignorar o cuidado espiritual. Excesso pelas coisas desta vida leva a cair em tentações, por essa razão, convém ouvir a exortação de Paulo a Timóteo: “Porém os que querem ficar ricos caem em pecado, ao serem tentados, e ficam presos na armadilha de muitos desejos tolos, que fazem mal e levam as pessoas a se afundarem na desgraça e na destruição. Pois o amor ao dinheiro é uma fonte de todos os tipos de males. E algumas pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a sua vida de sofrimentos” (1Tm 6.9-10).

Diante de toda essa realidade, ouçamos as palavras de Jesus: “Pois a vida é mais importante...” (Lc 12.23). Isso significa que, àquele que concede a maior de todas as coisas: vida, nunca deixará de conceder o que é menos.

Ao citar o exemplo dos corvos que não semeiam, não colhem, não ajuntam, Jesus visa ressaltar que sem ansiedade eles vivem até que Deus os permita viver. Por essa razão, “não fiquem aflitos” (Lc 12.29), ou seja, não se percam entre a esperança e o medo. “Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês” (Lc 12.34), não viva dividido, mas concentre-se naquele que te oferece o maior de todos os tesouros: a vida.

Corremos o perigo da loucura da avareza. Querer ter a qualquer custo. Corremos o risco de viver nossa vida seguros numa conta bancária com saldo positivo.

Não é e nunca foi pecado ser rico, ter bens materiais. O problema é quando isso se torna um fim em si mesmo. É o cuidado que consome a si mesmo. O perigo é quando a segurança está nos bens. Certo dia eu disse para uma pessoa que recebeu alta do câncer. Veja como é a vida. Deus em sua graça salvou você do câncer. E outra pessoa, com todas as possibilidades decorrentes do dinheiro, melhores hospitais, melhores médicos, acabou falecendo.

Vive-se tão esgotado tentando buscar ter, mas, isso não encomprida a nossa vida. Isso não dá certeza de nada.

Sem ansiedade recebemos corpo e vida. Aliás, você só sabe que sua mãe é sua mãe e seu pai é seu pai, porque lhe dizem. Sem sua ansiedade você foi formado e entrou nesse mundo.

Na parábola anterior ao nosso texto (Lc 12.13-21), o rico poderia manter seus bens, mas e a sua vida, qual era a garantia?

Com isso aprendemos a superficialidade da nossa ansiedade. Uma pesquisa da Pennsylvania State University, nos EUA, comprovou que 91% das nossas ansiedades não se concretizam.

Mesmo os passarinhos que soltos na natureza, sem armazém e ansiedade ganham a vida, qual motivo da nossa preocupação?

Nossa preocupação não irá acrescentar nada. Na verdade, a preocupação retora o sossego e a paz que Cristo nos oferece por seu cuidado. A ansiedade tortura nossa mente e cria um caos.

Jesus com palavras amorosas diz: “Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês” (Lc 12.32).

Se somos parte desse pequeno rebanho, podemos ter certeza de que o pastor é Jesus e desse pastor é dito que ele nos guia e nada nos faltará (Sl 23).

Aqui está a diferença entre o pagão e o cristão! O pagão continua querendo encher seus celeiros sem considerar sua vida. O cristão reconhece que todo seu viver e ter está nas mãos do bom pastor Jesus.

As palavras de Jesus são como uma dose de remédio que cura a ansiedade e avareza.

As coisas desse mundo continuam sendo uma armadilha para o sossego e a paz que Cristo oferece.

Certa vez Lutero escreveu que a pessoa gira exatamente ao redor de si. A comida é para servir à vida, mas a vida passou a servir a comida; as roupas devem servir ao corpo, mas o corpo em verdade passou a servir às roupas. O mundo está tão cego que não vê isso! Amém

Edson Ronaldo Tressmann

Se quiser fazer um pix voluntário

edson.ronaldotre@gmail.com

Sob os cuidados do Pai Celestial (Lc 12.22-34)

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