segunda-feira, 28 de julho de 2025

Deus é bom o tempo todo! (Sl 100.5)

 03 de agosto de 2025

Oitavo Domingo após Pentecostes

Salmo 100; Eclesiastes 1.2,12-14;2.18-26; Colossenses 3.1-11; Lucas 12.13-21

Texto: Ec 1.2,12-14;2.18-26 e Sl 100

Tema: Deus é bom o tempo todo!

 

Tarifaço do Trump de 50% sobre os produtos do Brasil. O Trump gosta tanto de taxa que só falta chamar o Haddad para ser seu ministro.

Na questão da ética do trabalho, comparar EUA com a América Latina, é diferenciar a filosofia divergente sobre o trabalho na vida das pessoas americanas e latinas.

Para os latino-americanos, influenciados pela nobreza espanhola e a igreja católica, o trabalho é uma maldição. O ideal é viver bem sem ter que trabalhar muito. Já para os norte-americanos, sob a influência da ética protestante de trabalho, filosofia weberiana, ao trabalhar muito e conseguir ser bem-sucedido, demonstra que foi escolhido por Deus. Para os norte-americanos o trabalho é uma bênção.

O pensador americano Ralph Waldo Emerson escreveu que “o cume da sabedoria é entender que o tempo empregado no trabalho nunca é desperdiçado”.

Criou-se uma teoria de que pessoas que dependem de recursos governamentais são vagabundos. Todavia, de acordo com a reflexão, o que entra em jogo é a diferença de pensamento sobre o trabalho. Um latino-americano sempre vai querer ganhar e trabalhar pouco.

Numa rápida leitura do texto de Eclesiastes, percebe-se que Salomão parece destacar o trabalho mais como maldição do que bênção.

Por onze vezes, Salomão emprega a palavra hebraica ‘amal que significa “esforço, desventura, fadiga, desastre”. Ao usar essa palavra junto a expressão: enfadonho trabalho (Ec 1.13), Salomão dá uma conotação negativa para o trabalho. A ideia é que se faz um grande esforço e não se obtém nenhum benefício, “correr atrás do vento” (Ec 1.17; 4.16).

Salomão faz uma reflexão em torno da formulação: “que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” (Ec 1.3). A resposta é devastadora. Não há garantia de que tiraremos proveito dos esforços nessa vida e essa resposta vai contra as nossas expectativas.

Quando Salomão fala dessa forma sobre o trabalho, a razão é que, suor e sacrifício nos lembra a queda em pecado (Gn 3.17,19). Não há como esperar muito de algo que sofre consequências desastrosas devido à queda em pecado.

O interessante dessa leitura escrita por Salomão é que na época Israel, pela primeira vez na sua história, havia se tornado uma grande potência no Oriente Médio. E o receio de Salomão era que seu filho estragasse tudo o que ele com tanto esforço havia conseguido. A partir disso, temos a constatação de que muitas vezes se usa o trabalho como um meio para sermos melhores que os outros. Pessoas não querem servir, mas ter mais glória, mais fama e poder. Milhares não trabalham pensando na vantagem do outro. O trabalho é movido pelo egoísmo.

O trabalho, se tornou uma maldição para Salomão, pelo fato dele passar a confiar em seu trabalho e não em Deus. Ele queria controlar seu destino. A verdadeira vaidade é confiar em seu trabalho, dons e talentos.

Nosso valor não está em nosso trabalho. As pessoas valorizam tanto o trabalho como valor pessoal que muitas mulheres se sentem frustradas por cuidarem da casa e dos filhos.

Tal como é necessário haver um professor, é necessário haver um agricultor. Ambos são importantes, necessários e essenciais. Todavia, é perigoso e corre-se o risco de cair na tentação de Salomão em querer ser grande aos olhos do mundo por causa daquilo que se faz.

Você elogia sua esposa quando chega em casa e a casa está limpa?

Se a mulher limpar a casa para ser elogiada e não for, chegará a conclusão de que seu trabalho não vale nada. Se tornará uma vaidade.

Nosso trabalho é uma bênção (Ec 2.24-26) quando se salienta que tudo que se possui e recebe vêm das mãos de Deus para usufruir em nosso proveito (Ec 2.26).

A palavra ´amal usada por Salomão foi usada pelo profeta Isaias para descrever a obra da salvação realizada por Jesus Cristo (Is 53.11). Ou seja, o trabalho de Jesus para conseguir a nossa salvação foi penoso. Todavia, o trabalho de Jesus beneficia a muitos, por isso, o Senhor é a nossa porção (Ec 2.21; Sl 119.57).

Mesmo tendo apenas o básico do dia a dia, reconhecendo isso como bênção de Deus, é muito mais agradável do que ter um banquete todos os dias achado que é fruto do nosso esforço. Esse é o diferencial conforme indicado pela explicação da petição da oração do Pai Nosso: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje” - reconhecemos e recebemos com gratidão tudo o que Deus nos dá para nosso sustento, somos criaturas e dependemos da sua graça.

Olhar e perceber o trabalho com os olhos da fé, torna o trabalho uma bênção dada por Deus.

Falando em bênção, o salmista convida: “Adorem o Senhor com alegria e venham cantando até a sua presença” (Sl 100.2).

Gratidão é a mãe de todas as virtudes!

Você possui essa virtude? Você reclamou ou agradeceu hoje?

Thomas Watson, pregador puritano escreveu: “a murmuração é música para o diabo”.

A ingratidão conduz a murmuração e é como um tapa olho que não permite ver as coisas boas que se possui por recebê-las de Deus. Ao reclamar e agir com ingratidão, bênçãos se tornam ruins. Quantas vezes o(a) filho(a) se torna desagradável? A moradia inadequada? A comida sem sabor? O trabalho desagradável?

A ingratidão, além de fechar os olhos, leva a invejar o que é do outro e nutrir sentimentos de avareza. Jesus disse: “Tenham cuidado com todo tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas” (Lc 12.15).

Há uma publicação médica da universidade de Harvard onde se afirma a relação entre gratidão e felicidade.

A gratidão ajuda as pessoas a serem mais positivas, aproveitar melhor os momentos da vida, e lidar mais facilmente com os problemas. Melhora a saúde e auxilia na construção de relacionamentos mais fortes.

Milhares de anos antes dessa publicação médica de Harvard, a Palavra de Deus destacou a importância e a necessidade da gratidão (1T 5.16,18). A gratidão não só oferece e dá felicidade e bem-estar, ela também auxilia a superar a:

Murmuração (Sl 100.1);

Idolatria (Sl 100.2);

Orgulho (Sl 100.3);

Ingratidão (Sl 100.4);

A Bíblia não registra o autor do Salmo 100. Todavia, o autor exalta a gratidão (Salmo100).

Você reclamou ou agradeceu hoje?

Cantem hinos a Deus, o Senhor, todos os moradores da terra! Cantem hinos a Deus, o Senhor, todos os moradores da terra!” (Sl 100.1)

O culto dos hebreus era com muita música, instrumentos, trombetas e mulheres dançando (Sl 98.5-8). Durante o culto, o povo cantava o tempo todo.

O povo de Israel recebeu a incumbência de ser luz para as nações, e o povo de Israel era luz através da celebração, da adoração, da gratidão. E o salmista convida não apenas o povo de Israel, mas todos os moradores da terra.

Adorem o Senhor com alegria e venham cantando até a sua presença” (Sl 100.2).

Todo ser humano adora. Só resta saber quem cada ser humano adora.

Foi Jesus quem disse que ninguém pode servir a dois senhores (Mateus 6.24). Ou se serve um ou se serve outro. Na carta aos coríntios, o apostolo Paulo escreveu que há um só Deus (1Co 8.6).

Ao convidar para que as pessoas adorem ao Senhor com alegria, o salmista exorta para que no culto, os cânticos e os sacrifícios, não fossem apenas um cerimonial sem vida e alegria. Cuidado para não ser Marta, estar na cozinha, desejando estar na sala de estar. Ou seja, estar no culto de corpo, mas a alma e o espírito nas ocupações ou outros lugares.

O Salvador Jesus faz eco as palavras do salmista e exorta de maneira severa o perigo do mero ritualismo: “Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas: “Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais.” Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons” (Mt 9.13).

Adore o Senhor com alegria (Sl 100.2). A lei exige sacrifícios, dízimos, e esses precisam ser ofertados com alegria. Tudo que possuo e tenho recebi das mãos de Deus.

Assim como o trabalho, as ofertas e a adoração só se tornam um peso quando se passa a ignorar Deus como autor das bênçãos.

Lembrem que o Senhor é Deus. Ele nos fez, e nós somos dele; somos o seu povo, o seu rebanho” (Sl 100.3).

Perder a memória é perder a sua identidade.

O verbo lembrar é um verbo essencial nas Escrituras Sagradas. No último livro do Antigo Testamento, livro do profeta Malaquias, o profeta alerta o povo de Deus para que se lembre (Ml 4.4), ou seja, mantenha viva sua identidade.

O verbo lembrar (lembrem, Sl 100.3) significa ter conhecimento adquirido pela experiência. Lembrar que o Senhor é Deus é reconhecer a Deus como autor das bênçãos e por isso, cantar e adorar. Somos criaturas de Deus, resgatados por Deus (Sl 100.3).

Ser chamado de rebanho de Deus é o mesmo que ser denominado como igreja. A igreja pertence a Deus, por isso, lembrem que somos de Deus, somos seu rebanho.

A maior cilada é passar a encarar a igreja como uma organização humana e tratá-la apenas como uma empresa.

A igreja é composta por ovelhas e essas são classificadas pelo salmista como rebanho de Deus. Igreja são pessoas, igreja é o povo de Deus. Um povo que canta, adora, oferta.

Entrem pelos portões do Templo com ações de graças, entrem nos seus pátios com louvor. Louvem a Deus e sejam agradecidos a ele” (Sl 100.4).

Há um motivo especial para o salmista convidar a igreja a cantar hinos, adorar, lembrar quem é Deus e entrar no Templo: gratidão.

E qual é o motivo da gratidão?

Pois o Senhor é bom; o seu amor dura para sempre, e a sua fidelidade não tem fim” (Sl 100.5).

O fato de cantar hinos, adorar, lembrar quem é Deus e entrar no Templo é motivo de louvor e gratidão, pois, Deus é diferente dos deuses pagãos.

Os deuses pagãos precisam de algum sacrifício para mostrarem sua suposta bondade. Deus, em qualquer circunstância é bom.

Ele não é bom só quando você o louva. Ao ser chamado a louvar e agradecer deve-se ao fato de Deus ser bom o tempo todo, independente se estou adorando ou não.

O Senhor é bom – isso significa que Deus conhece as nossas reais necessidades e as concede não por merecimento da nossa parte. É graça de Deus termos o que temos.

O seu amor dura para sempre – Deus ama por ser amor! Ele não espera minha atitude. Os deuses querem primeiro ser agradado para depois supostamente ajudar. Deus auxilia, socorre, mesmo quando não o merecemos. Disse Jesus: “...ele faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal” (Mt 5.45).

A sua fidelidade não tem fim – a palavra fidelidade é a forma hebraica da palavra amém, transmitindo o sentido de confiança e firmeza.

Dessa forma, ao encerrar o Salmo 100 destacando a fidelidade de Deus, o salmista visa exaltar que todo louvor e adoração se deve as ações de Deus por nós e não para que nosso culto realize ou conquiste algo.

O culto só existe por uma razão: Deus ter realizado algo por mim e para mim. Os cultos continuarão a ser realizados, pois Deus sempre concede suas bênçãos. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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