“não paro de agradecer a Deus por causa de vocês. Eu sempre lembro de vocês em minhas orações”

 29 de maio de 2025

Ascensão do Senhor

Salmo 47; Atos 1.1-11; Efésios 1.15-23; Lucas 24.44-53

Texto: Efésios 1.15-23

Tema: “não paro de agradecer a Deus por causa de vocês. Eu sempre lembro de vocês em minhas orações”

 

29% da população brasileira entre 15 e 64 anos é considerada analfabeta funcional. Ou seja, é incapaz de compreender e utilizar a leitura e a escrita em situações cotidianas. Não consegue entender textos simples, realizar cálculos básicos e utilizar informações escritas para a vida diária.

Os analfabetos funcionais conseguem reconhecer palavras isoladas e ler frases curtas, mas têm dificuldades com textos longos e complexos.

Diante do texto da carta de Paulo aos cristãos da Ásia Menor, essa realidade de analfabetismo funcional, me preocupa, pois, Efésios 1.15-23 é apenas uma frase. Frase com 245 palavras na NTLH e 170 palavras gregas.

Efésios 1.15-23 é a maior frase escrita na Bíblia. E essa única frase pode ser dividida em 3 partes.

Efésios 1.15-16a: ação de graças;

Efésios 1.16b-19a: oração pelos cristãos;

Efésios 1.19b-23: o poder de Deus dispensado para a igreja;

Essa frase (Ef 1.15-23) é como um documento anexo àquilo que foi escrito anteriormente. Por essa razão, o apostolo se utiliza da expressão “por isso” no versículo 15. Temos aqui a página 2 e se não lermos a página dois de um documento, perdemos coisas importantes mencionadas na página 1.

Na página 1 o apostolo Paulo destaca as três grandes bênçãos que emanam de Deus: fomos eleitos em Cristo; remidos pelo sangue de Jesus; fomos selados pelo Espírito Santo.

Devido essas três grandes bênçãos, no início da página 2, no documento anexo, o apostolo inicia escrevendo: “não paro de agradecer a Deus por causa de vocês. Eu sempre lembro de vocês em minhas orações” (Ef 1.16).

Se na página 1 o destaque de Paulo foi três grandes bênçãos, na página anexa, na maior frase da Bíblia, o apostolo desenvolve uma tríplice oração, Efésios 1.17-19ª, onde suplica para que:

1) - Deus lhes dê o seu Espírito;

2) – Deus ilumine a mente;

3) – que os cristãos conheçam a esperança para a qual Deus os chamou;

“não paro de agradecer a Deus por causa de vocês. Eu sempre lembro de vocês em minhas orações” (Ef 1.16); e sua suplica é pelo

1 - Espírito de sabedoria (v.17): sofia – ou seja, a sabedoria das coisas profundas de Deus. A súplica é para que a Igreja se aprofunde no conhecimento das verdades eternas. Quando Jesus subiu aos céus deixou uma recomendação especial para a igreja: “...vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês” (Mt 28.19-20) e Paulo na carta a Timóteo anunciou: “Ele quer que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade” (1Tm 2.4).

Deus quer ser conhecido, não a toa, Jesus ensinou a suplicar no Pai Nosso que nada nos atrapalhe e impeça de estudar a Palavra de Deus. O próprio Deus, ao dar seus mandamentos, disse para que cada qual se dedique um dia da semana para estudar a Palavra de Deus.

Deus quer ser conhecido, nesse sentido, a súplica do apostolo Paulo: “E peço ao Deus do nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai glorioso, que dê a vocês o seu Espírito, o Espírito que os tornará sábios e revelará Deus a vocês, para que assim vocês o conheçam como devem conhecer” (Ef 1.17), é uma súplica que vai ao encontro daquilo que Deus quer.

Estou aprendendo com a minha filha sobre a necessidade de todos os dias ter que estudar. Ela ainda faz confusão com algumas letras. Dias atrás enviou uma mensagem para mim: IO. Entendi que era OI. Daqui a pouco ela lerá, mas, irá precisar compreender o que lê. Talvez você tenha um(a) filho(a) que já lê, mas, muitas vezes não compreende o que lê.

Muitas pessoas vão na igreja, oram, cantam, ofertam e ainda precisam conhecer as coisas profundas de Deus. Eu ainda sou um aluno nessa escola, pois a cada dia que vou estudando e escrevendo sermões, eu vou descobrindo coisas profundas de Deus.

É muito arriscado deixar de estudar. Certo dia fui consultar e o médico receitou um remédio que já havia deixado de fabricar há 10 anos.

O Espírito Santo age pelos meios da graça: Batismo, Pregação e Santa Ceia. Pelo poder do Espírito Santo, Deus nos é revelado e conhecemos o que precisa ser conhecido sobre Deus (Ef 1.17).

Para assuntos gerais, muitas pessoas se dizem ser mente aberta. No sentido, de estarem dispostas a compreender e entender.

Para assuntos gerais, muitas pessoas se dizem ser mente aberta. No sentido, de estarem dispostas a compreender e entender.

“não paro de agradecer a Deus por causa de vocês. Eu sempre lembro de vocês em minhas orações” (Ef 1.16); e o apostolo Paulo escreveu “...Peço que Deus abra a mente de vocês...” (Ef 1.18), a suplica é para que além do Espírito de Sabedoria, os cristãos da Ásia Menor, tenham uma:

2 - Mente iluminada (Ef 1.18);

Aqui o apostolo Paulo utiliza uma paráfrase do Antigo Testamento, onde o Salmista Davi e Esdras (Sl 13,3; 19.8; Ed 9.8) destacam que pela Palavra e no Templo, Deus ilumina os olhos do coração.

Iluminar os olhos do coração é essencial, pois, sendo o coração o cerne do ser humano, esse cerne é corrompido devido à queda em pecado.

A natureza pecaminosa escurece o cerne vital do ser humano (Ef 2.5; 4.18; 5.8; 5.14; 2Co 4.4). O profeta Jeremias anunciou que o coração é enganoso (Jr 17.9).

Muitas pessoas dizem agir pelo coração. Todavia, esse coração obscurecido pelo pecado, muitas vezes nos coloca em enrascada.

Sendo o coração obscurecido pelo pecado, só o Espírito Santo é capaz para colocar luz no mesmo (1Co 2.14-16; At 26.18).

“não paro de agradecer a Deus por causa de vocês. Eu sempre lembro de vocês em minhas orações” (Ef 1.16); “...Peço que Deus abra a mente de vocês...” (Ef 1.18).

Suplicar pela iluminação dos olhos do coração, suplicar para que Deus abra a mente e pedir para que Deus faça tal obra comparada ao do primeiro dia da criação (2Co 4.6), ou seja, lance luz onde há escuridão, engano.

“não paro de agradecer a Deus por causa de vocês. Eu sempre lembro de vocês em minhas orações” (Ef 1.16) e oro para que cada cristão conheça a esperança para a qual Deus os chamou.

3) – saibam a esperança para a qual Deus os chamou (Ef 1.18);

Eu fico entusiasmado com esse pedido de Paulo, pois, vivemos num mundo sem esperança.

As pessoas não esperam mais nada. Uma frase de Jaques Lacan resume bem isso ao anunciar em uma de suas palestras de que aguardar, se aguarda, mas não se espera mais nada.

As pessoas estão vivendo suas vidas sem expectativa alguma quanto ao futuro. Olha-se para os dias atuais e a conclusão é: o que será dos nossos filhos.

O apostolo Paulo ora para que:

1) - Deus lhes dê o seu Espírito; que os cristãos conheçam as verdades profundas sobre Deus.

2) – Deus ilumine a mente; ou seja, que a mente seja aberta para as coisas de Deus.

3) – que os cristãos conheçam a esperança para a qual Deus os chamou; ou seja, que saibam porque foram e são chamados por Deus.

A razão do nosso chamado é para mantermos a esperança da vida eterna.

Vivemos na época do desespero. Jamais foi tão necessário fazer ouvir a mensagem da esperança cristã, a ressurreição dos mortos e a vida eterna. E a Igreja recebe o chamado para saber dessa esperança e não perde-la e anunciar essa esperança para os outros.

O mundo não está caminhando para a dissolução, mas para consumação. Jesus disse: está consumado (Jo 19.30) e Paulo deseja que os cristãos saibam como é grande o seu poder que age em nós, ... (Ef 1.19).

A igreja recebe de Deus e têm o poder de Deus. Jesus garantiu que nem as portas do inferno irão prevalecer contra a igreja (Mt 16.18). O poder de Deus não é qualquer poder (Ef 1.19b-21) e esse poder foi dado para a igreja (Ef 1.22).

Cuidado quanto ao tratamento que se dispensa para a igreja, pois, a igreja não é qualquer coisa. É o corpo de Cristo. A igreja goza da mesma grandeza, poder e honra que Jesus Cristo goza. “Esse poder que age em nós é a mesma força poderosa que ele usou quando ressuscitou Cristo ...” (Ef 1.19b e 20).

O apóstolo Paulo ressalta a grandeza, a qualidade e a eficácia da igreja. Todavia, a igreja corre perigo de se afastar de Deus, mesmo possuindo todo esse poder, grandeza e qualidade. Observe que minha relação com Cristo é a relação com a Igreja.

A última parte da maior frase da Bíblia (Ef 1.15-23), traz dois pensamentos de suma importância. A Igreja é o corpo de Cristo; a Igreja completa Cristo (Ef 1.23).

Aquilo que está na mente só faz efeito no corpo por causa do trabalho do corpo. (ilustração: sentar-se e dizer, eu vou me exercitar e não se levantar).

A plenitude de Cristo sobre todas as coisas é levada a cabo pela Igreja que age pela cabeça que é Cristo. A Igreja leva o segredo de Jesus Cristo a todos os povos e por esse segredo leva esperança. O cumprimento do plano de Deus depende da Igreja que é portadora de um chamado de esperança.

Desejo terminar essa reflexão destacando uma breve estória.

Quando Jesus voltou para o céu conversou com o anjo Gabriel.

Anjo Gabriel para Jesus: "sofreste terrivelmente lá abaixo entre os homens. E eles sabem o que fizeste por eles?"

Jesus respondeu: "Oh, não! ainda não. Na realidade, apenas poucas pessoas na Palestina sabem".

O anjo Gabriel questionou: "O que fez para que todos possam saber?"

Jesus disse: "Pedi a Pedro, Tiago e João e mais alguns que dediquem suas vidas para falar de mim a outros. E estes outros para outros mais, e assim sucessivamente".

Gabriel voltou a questionar: "mas o que acontecerá se Pedro, Tiago e João se cansarem; se os que venham depois deles se esquecerem? O que acontecerá se já não falarem mais de ti? Têm algum outro plano?"

Jesus respondeu: "Não tenho nenhum outro plano; conto com eles".

A Igreja é o corpo e o complemento de Cristo. Jesus conta conosco, sua igreja.

Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

Estudiosos consultados: William Barclay; Eberhard Hahn; Werner de Boor

A união é uma bênção abençoadora (Sl 133.1)

 01 de junho de 2025

Sétimo Domingo de Páscoa

Salmo 133; Atos 1.12-26; Apocalipse 22.1-6; João 17.20-26

Texto: Salmo 133

Tema: A união é uma bênção abençoadora.

 

O Salmo 133 é um convite: vivam em união.

O Salmo 133 é um desafio: vivam em união.

O Salmo 133 é uma benção: vivam em união.

 

Uma das suas necessidades primordiais tanto dentro quanto fora da igreja é a união.

A falta de união causa enormes estragos. E eu não falo de união apenas com um grupo determinado, mas, união com vários grupos e pessoas. Com quem você se relaciona? É fácil se relacionar com os iguais? Por essa razão há tanta panelinha. Eu não tenho panelinha. Como não, se você só consegue se relacionar com essas pessoas, saindo disso, não consegue.

Assim como é triste ver famílias desunidas, a maior alegria é presenciar famílias unidas. E essa alegria, a alegria da união, é destacada pelo salmista.

É triste presenciar irmãos na fé que nem se saúdam na igreja, ou até sai um Paz de Cristo, mas não passa disso. Todavia, é digno de alegria presenciar, como disse um amigo na semana passada quando nos encontramos: não é feio dois homens se abraçarem.

O Salmo 133 fala da necessidade da união na igreja e em todo lugar.

O Salmo 133 é um convite: vivam em união.

O Salmo 133 é um desafio: vivam em união.

O Salmo 133 é uma benção: vivam em união.

Há quem diga que os melhores perfumes estão nos menores frascos. O Salmo 133 é um dos menores, todavia, um dos mais lidos e conhecidos da Bíblia.

Para destacar a união, o salmista faz uso de duas metáforas, dizendo que a união é como:

- o azeite perfumado sobre a cabeça de Arão, que desce pelas suas barbas e pela gola do seu manto sacerdotal (Sl 133.2).

- o orvalho do monte Hermom, que cai sobre os montes de Sião (Sl 133.3).

A união é como o azeite perfumado sobre a cabeça de Arão.

Primeiramente precisamos relembrar que Arão foi irmão de Moisés (Ex 4.14) e realizou o importante trabalho de porta voz de Moisés no plano de libertação da escravidão do povo de Deus (Ex 7.1).

Após a libertação da escravidão e já no deserto, Deus ordenou a edificação de um tabernáculo e Arão foi escolhido para ser sumo sacerdote.

O sumo sacerdote era a pessoa responsável por todo o culto, bem como, todos os sacerdotes. Tudo que se referia ao sacerdócio passava pelo sumo sacerdote.

A união é como o azeite perfumado sobre a cabeça de Arão.

O azeite perfumado (óleo precioso) é uma referência a uma mistura especial de especiarias, ervas e azeites, ou seja, era o óleo da unção (Ex 30.22-33). Sem esse óleo não havia sacerdote e os utensílios do Tabernáculo não poderiam ser consagrados. Para que você compreenda, era como fazer um batismo sem água, ou seja, não existe.

Arão e seus filhos só foram ungidos após a edificação do tabernáculo (Lv 8).

O derramamento do azeite perfumado (óleo precioso) trazia a bênção da unção ao ministério. E a unção de um sacerdote era especial, pois, o povo estaria suprido em questão espiritual.

A união é como o azeite perfumado sobre a cabeça de Arão.

A união é uma bênção abençoadora.

Para enfatizar a união, o salmista faz uso de duas metáforas, dizendo que a união é como:

- o azeite perfumado sobre a cabeça de Arão, que desce pelas suas barbas e pela gola do seu manto sacerdotal (Sl 133.2).

- o orvalho do monte Hermom, que cai sobre os montes de Sião (Sl 133.3).

A união é como o orvalho do monte Hermom, que cai sobre os montes de Sião.

O monte Hermom tem a altura de 2.814. O seu cume percorre Israel, Síria e Líbano. É o monte mais alto em Israel, podendo ser avistado do Mar da Galiléia a 96,5 km de distância. É mencionado 15 vezes na Bíblia. Atualmente é utilizado como ressort para esquiadores.

Devido sua altura e podendo facilmente visualizar Israel, Síria e Líbano, é um ponto estratégico na observação militar.

Esse é o monte recebe o nome de Siriom e Senir (Dt 3.9).

O monte Hermon é citado nas poesias nos Salmos e em Cantares como fonte de alegria e esperança.

Monte Hermon é sempre coberto de neve, de onde ecoa a água para o Rio Jordão, a principal fonte de água potável para Israel. Além do Rio Jordão, o degelo da neve sustenta também o Mar da Galiléia. Pode-se dizer, assim como diz o salmista: “o orvalho do monte Hermom, que cai sobre os montes de Sião. Pois é em Sião que o Senhor Deus dá a sua bênção, a vida para sempre” (Sl 133.3).

Assim como as águas provenientes do orvalho do Hermon produzem vida e riqueza pelo Rio Jordão e Mar da Galiléia, a união faz.

A união é fonte espiritual e de vida.

Não há povo de Deus sem união. Aliás confessamos no Credo que a igreja cristã é uma comunhão dos santos.

O azeite perfumado indica consagração a Deus e o orvalho do monte Hermon indica vida. E a união faz exatamente isso. A união destaca nossa consagração a Deus, amar ao próximo como a ti mesmo e produz vida.

A união é uma bênção abençoadora!

A união é vital e fundamental. Sem união não há igreja. Sim, eu sou igreja por crer e mesmo que esteja em casa sozinho, eu sou igreja. Todavia, sem união, sem corpo, não há igreja.

A ideia do cristão sem igreja é diabólica, pois primeiro me afasta da comunhão com os irmãos e aos poucos passo a viver sem união com as pessoas.

Sem relacionamento pessoal não é possível haver união.

Para enfatizar a união, o salmista faz uso de duas metáforas, dizendo que a união é como:

- o azeite perfumado sobre a cabeça de Arão, que desce pelas suas barbas e pela gola do seu manto sacerdotal (Sl 133.2).

- o orvalho do monte Hermom, que cai sobre os montes de Sião (Sl 133.3).

As metáforas do salmista destacam que a união é fundamental, pois gera vida espiritual e social, por isso, podemos exclamar junto ao salmista: “Como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos!” (Sl 133.1).

Quem acompanha competições esportivas sabe que, não basta ter uma equipe, é fundamental que essa equipe esteja unida. Afinal, se na equipe tiver um “euquipe” os demais competidores da mesma equipe irão sofrer os danos.

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo dá exemplo do corpo, em que todos os órgãos precisam um do outro, nenhum pode dizer: eu não preciso de você (1Co 12.21).

Caríssimos irmãos, o Salmo 133 ainda é uma voz divina, pela qual se desejar comunicar com uma sociedade completamente fragmentada. Vivemos dias em que se dividiu em Lulistas e Bolsonaristas, que não podem mais se sentar e dialogar.

A união é tão importante que a Palavra de Deus destaca que se você estiver brigado com seu irmão não faça sua oferta sem fazer as pazes antes. Não tem como querer fazer as pazes com Deus, se eu não quero fazer as pazes com meu próximo.

Na comunhão recebemos a comunhão com Deus e estar bem com Deus envolve gostar de pessoas.

O Salmo 133 é um convite: vivam em união.

O Salmo 133 é um desafio: vivam em união.

O Salmo 133 é uma benção: vivam em união.

Valorizem e cuidem-se para se manterem unidos, pois a união só produz vida.

Ilustração: barbante do íngulo. Arrebentar a linha é fácil, agora tente arrebentar esse (cíngulo).

Chegou um tempo em que Israel e Judá haviam se separado devido interesses individuais. Todavia, eles precisavam superar suas diferenças e unir-se em torno do reinado de Davi e declararam: “Nós pertencemos ao mesmo povo que você, ó rei” (2Sm 5.1).

O Salmo 133 aponta uma direção para esse mundo que está caindo e se deixando levar pelo individualismo.

O apostolo Paulo escreveu: “Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá” (Ef 4.3).

“Como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos!” (Sl 133.1).

O salmista refere-se a união como bom, utilizando a mesma palavra hebraica em Gênesis 1.4, onde Deus diz que a luz era boa, pois fez a separação da escuridão.

A união é boa, pois por ela saímos da escuridão da polarização e do individualismo.

A união do povo de Deus não é apenas produto de fatores externos, de um consenso doutrinário ou da decisão de líderes, mas fruto da ação sobrenatural do Espírito Santo pela Palavra. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

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Em meio a tribulação, a esperança! (Jo 16.33)

 25 de maio de 2025

Sexto Domingo de Páscoa

Salmo 67; Atos 16.9-15; Apocalipse21.9-14,21-27; João 16.23-33 (Jo 5.1-9)

Texto: João 16.33

Tema: Em meio a tribulação, a esperança!

 

A imagem abaixo, onde o imóvel de madeira de 100 anos, que sobreviveu ao incêndio no Havaí, resume bem o ensinamento das palavras ditas por Jesus: ““Eu digo isso para que, por estarem unidos comigo, vocês tenham paz. No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33).

Uma coisa é certa: sempre haverá tribulações.

Não sei se hoje, amanhã, ou durante esse ano, mas, a tribulação virá. Cedo ou tarde, você estará em apuros. Problemas que hoje você agradece em não ter, pode ser que enfrente algo semelhante em breve.

Você terá problemas! Pode ser uma doença repentina, a perda de um ente querido, dificuldades financeiras.

Jesus disse: “No mundo vocês vão sofrer; ...”.

Jesus estava no cenáculo partilhando a ceia da Páscoa com seus discípulos. Dentro de poucas horas, Jesus iria enfrentar a prisão, o julgamento, a condenação e a morte. Jesus disse aos seus discípulos que eles enfrentariam aflições.

O presente versículo faz parte dos últimos discursos de Jesus. O Senhor havia dito que os deixaria (Jo 13.33,36; 16.28); que o mundo os odiaria (Jo 15.18-19); que eles seriam mortos (Jo 16.2); passariam pela tristeza diante da morte de Jesus (Jo 16.20); os discípulos iriam abandonar Jesus no seu extremo momento de angústia (Jo 16.32).

Caríssimo irmão e irmã em Jesus, você precisa estar certo de que os problemas estão a caminho. Foi Jesus quem nos disse que as tribulações são certas, mas, destacou que as tribulações não são vencedoras. Por essa razão, não deixe que seu coração fique perturbado diante das tribulações a ponto de perder-se em meio aos sofrimentos (Jo 14.27).

Qualquer pessoa que enfrenta uma tribulação, enfrenta junto a isso o sentimento de solidão. No sofrimento até àqueles que dizem ser companheiros parecem distantes.

Qual é, está sendo ou tem sido, sua reação ao passar por tribulações?

“Eu digo isso para que, por estarem unidos comigo, vocês tenham paz. No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33).

Não importam os problemas que virão, guarde seu coração em Cristo e na sua Palavra e assim enfrente esse momento com paz. Na tribulação a tentação se apresenta mais forte e, de maneira avassaladora, o diabo busca destruir e causar estragos irreparáveis na vida do cristão.

Observe um detalhe especial no tempo do verbo usado por Jesus: “... Eu venci o mundo” (Jo 16.33). Dentro de poucas horas Jesus seria traído e preso. Todavia, antes de tudo acontecer, Jesus disse: “...Eu venci o mundo”. Antes de tudo acontecer, Jesus se anunciou como vencedor.

As palavras “...Eu venci o mundo” é uma mensagem de Jesus pela qual faz seus discípulos verem a pós tribulação. Não fique perturbado pela tribulação, mas continue sua caminhada sabendo que a vitória vem.

Uma tentação atual é achar que por ser cristão se está livre das tribulações. Todavia, ninguém está isento de problemas e sofrimentos. A boa notícia de Jesus é que mesmo que existam os problemas, eles são temporários.

Tenham coragem.

Como ter coragem quando tudo parece trazer medo e desespero?

Na vitória de Jesus está a nossa paz. Passamos por uma tribulação que já está vencida. Por mais que enfrentemos perseguição, ódio, tristezas, decepções, em Cristo, tenho paz e coragem.

Dirigindo numa rodovia, do nada acende uma luz estranha no painel que nunca acendeu. Sem saber o significado, para o carro e verifica no manual sobre a razão dessa luz e a solução do problema.

Do nada, uma tribulação, e o manual divino destaca as palavras do Salvador: “...por estarem unidos comigo, ... tenham paz. No mundo vocês vão sofrer; ... tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33).

Jesus não prometeu uma vida isenta de problemas, mas prometeu estar conosco em meio as tribulações. Para vencer a pior tribulação, Ele venceu a morte. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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Novo céu e nova terra! (Ap 21.1-7)

 18 de maio de 2025

Quinto Domingo de Páscoa

Salmo 148; Atos 11.1-18; Apocalipse 21.1-7; João 16.12-22 (Jo 13.31-35)

Texto: Apocalipse 21.1-7

Tema: Novo céu e nova terra!

 

Ameaças nucleares russas, guerra Ucrânia e Rússia, tensões em pontos críticos do mundo, aplicações militares de inteligência artificial, mudanças climáticas, riscos de catástrofe global levaram cientistas nucleares atualizar o Relógio do Juízo Final no dia 28 de janeiro de 2025 para mais perto da meia-noite: agora são 89 segundos.

Junto a isso, a morte do Papa e eleição de mais um papa traz a tona as supostas profecias do fim dos tempos.

Qualquer evento anormal, o assunto em torno do fim do mundo vem à tona. Como será quando Jesus voltar?

No capítulo 21 de Apocalipse, João descreve o fim de todas as coisas. A verdade é que o fim não é o fim, mas, começo de algo completamente novo.

“Então vi um novo céu e uma nova terra...” (Ap 21.1).

A visão de João revela que a redenção alcançou o mundo inteiro, na verdade, todo o universo.

Assim como a queda em pecado atingiu todo o mundo: “Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Rm 8.22), da mesma forma o novo céu e nova terra se dá não a partir do nada, assim como na primeira criação, mas a partir do que já existe. Tudo será renovado.

Novo céu e nova terra significa que teremos vida em comunhão com Deus, assim, nada de lágrimas, tristezas, sofrimentos.

Novo céu e nova terra é mensagem anunciada por Deus pelos seus profetas e apóstolos (Is 65.17; 66.22; 2Pe 3.13; Ap 21.1).

Novo céu e nova terra é uma mensagem atual para os que creem, pois, muitas vezes ocorre desânimo e isso leva ao abandono da fé cristã. Novo céu e nova terra é a certeza de que nenhuma tristeza nesse mundo caído pode ser comparada à alegria no céu.

É salutar recordar as palavras de Jesus: “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo 14.1,2).

Estamos aqui e em Cristo temos nossa morada no novo céu e nova terra. Ou seja, Jesus nos oferece e dá um lugar para vivermos em perfeita harmonia com Deus.

Nesse novo céu e nova terra é dito que “Deus habitará com eles”. Por três vezes é dito que Deus realmente habita com os que estiverem vivos crendo e os que morreram crendo. A presença de Deus com os seus no novo céu e na nova terra será olho no olho. Novo céu e a nova terra é a eterna, íntima e bem-aventurada comunhão com Deus. Todos os medos que nos afligem aqui e agora, não existirão mais.

João, o apóstolo que escreveu essa carta de Jesus, para a igreja de Jesus, não sabia quanta tribulação ainda iria enfrentar por ser um seguidor de Cristo. Esse homem exilado por causa da sua fé, ouve a boa notícia de que todas as coisas que atemorizam e assustam, terão um fim e se fará novo no novo céu e na nova terra.

A felicidade no novo céu e na nova terra é inexplicável em palavras humanas, por isso, o apóstolo João descreve com as palavras “não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram” (Ap 21.4), será novo céu e nova terra. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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Minhas ovelhas! (João 10.27)

 11 de maio de 2025

Quarto Domingo de Páscoa - Domingo do Bom Pastor

Salmo 23; Atos 20.17-35; Apocalipse 7.9-17; João 10.22-30

Texto: João 10.27

Tema: Minhas ovelhas!

 

“As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.27)

 

Qual é a primeira voz que você dá atenção ao acordar?

Redes sociais! Televisor! Rádio! Marido! Esposa!

Num mundo cheio de influenciadores e vozes, passamos a ouvir umas vozes e ignorar outras.

Jesus disse: “As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.27)

Jesus estava junto ao povo judeu em Jerusalém, celebrando a festa da Dedicação, que consistia na celebração de rededicação do Templo após a vitória dos macabeus.

Os judeus sempre tiveram a oportunidade de serem guiado pela voz de Deus mediante os profetas. E a voz dos profetas era de que o Messias viria. E quando Jesus veio e passou a ser uma voz entre eles, essa voz passou a ser ignorada por muitos.

Ao anunciar-se como sendo o bom pastor que conduzia o rebanho, o povo se dividiu entre os que passaram a considerar endemoniado e louco e os que diziam que Jesus era alguém, menos louco e endemoniado.

Diante das pessoas que estavam divididas e se diziam em dúvidas, Jesus disse: “As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.27).

Observe:

Minhas ovelhas

Quem são as ovelhas de Jesus?

As minhas ovelhas

                    1 – escutam a minha voz; Religiosos questionam o que Jesus disse. As ovelhas, ouvem e ponto. Ouvir é essencial para quem quer ser guiado. Influenciadores querem ser ouvidos para terem engajamento. O engajamento se dá pelo ouvir.

                    2 – eu as conheço; os religiosos são conhecidos e reconhecidos em suas instituições. As ovelhas de Jesus são conhecidas pelo bom pastor Jesus.

                    3 – elas me seguem; religiosos seguem e até se martirizam pela instituição religiosa, as ovelhas seguem o bom pastor, até mesmo quando essas são conduzidas pelo vale da sombra da morte (Sl 23).

“As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.27).

É maravilhoso ser ovelha. Você é uma ovelha de Jesus?

“As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.27).

 

Edson Ronaldo Tressmann

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Mamãe cuida, mas, o bom pastor cuida mais!

 11 de maio de 2025

Quarto Domingo de Páscoa - Domingo do Bom Pastor

Salmo 23; Atos 20.17-35; Apocalipse 7.9-17; João 10.22-30

Texto: Salmo 23

Tema: Mamãe cuida, mas, o bom pastor cuida mais!

 

Preparar o templo para que seja um espaço de interação entre mãe e filhos.

“O Senhor é o meu pastor”.

Como o papai e a mamãe se relacionam com você?

“Ele me faz deitar em pastos verdes. Ele me leva a águas tranquilas”.

Você gosta quando a mamãe ou o papai diz que é hora de dormir?

Você gosta quando a mamãe diz que é hora de parar de brincar ou que é hora de parar de comer doces?

E quando a mamãe diz que é hora de tomar algum remédio?

Quando o papai ou a mamãe pede para faz coisas que não se gosta é porque é o melhor.

Davi sabia que Deus sempre faz o que é melhor para suas ovelhas.

“O Senhor renova as minhas forças e me guia por caminhos certos, como ele mesmo prometeu”.

Ilustração: vendar os olhos das crianças. Agora pedir para mamãe conduzir os filhos dentro do Templo.

Assim é o nosso bom pastor Jesus. Ele nos guia para lugares certos e podemos confiar.

Muitas vezes, não sabemos para onde estamos sendo levados, mas, com certeza, estamos sendo levados aos melhores lugares.

“Ainda que eu ande por um vale escuro como a morte, não terei medo de nada. Pois tu, ó Senhor Deus, estás comigo; tu me proteges e me diriges” (Sl 23.4).

Ilustração: Usar no projetor imagens que assustam as crianças.

Deus, nosso bom Pastor, promete estar conosco mesmo em situações assustadoras. Deus nunca nos deixará e é mais poderoso do que nossos medos.

“Preparas um banquete para mim, onde os meus inimigos me podem ver. Tu me recebes como convidado de honra e enches o meu copo até derramar” (Sl 23.5).

Ilustração: Usar um recipiente onde as crianças podem encher com água.

A medida em que ficar cheio, diga que não cabe mais. Disse o salmista: “enches o meu copo até derramar”.

Cada um é esse recipiente e Deus enche de bênçãos e, mesmo que não caiba mais, continua abençoando.

Quais são as bênçãos diárias concedidas por Deus?

“Certamente a tua bondade e o teu amor ficarão comigo enquanto eu viver. E na tua casa, ó Senhor, morarei todos os dias da minha vida” (Sl 23.6).

Ilustração: Pedir para alguém fazer gestos para todos imitarem.

Assim é a bondade de Deus. Independente do que eu faça, Deus me ama. Não é porque eu não o imito que eu não sou amado.

 

Salmo 23 em linguagem maternal

O Senhor é o meu pastor: nada me faltará.

Assim como a mamãe me faz descansar em berço quente e me traz um leitinho quentinho.

O Senhor renova as minhas forças e assim como a mamãe, agarrado em minhas mãos me ensina os primeiros passinhos e me faz caminhar seguro.

Mesmo quando eu já estou grande e passo andar sozinho e muitos vezes me deixo levar por caminhos que levam a morte, o seu conselho tal como da minha mãe e a oração passo a seguir por outros caminhos.

Pois tu, ó Senhor Deus, estás comigo; tu me proteges e me diriges.

Assim como a mamãe, tu sempre preparas um banquete para mim, e os que veem se admiram com seu cuidado por mim.

Assim como na casa da mamãe eu sempre sou recebido como convidado de honra em sua casa ó Deus e o meu prato e o meu copo são cheios do seu amor.

Assim como a mamãe não me esquece, certamente a tua bondade e o teu amor ficarão comigo enquanto eu viver.

Na tua casa, ó Senhor, morarei todos os dias da minha vida.

 

O Salmo 23 é um poema de confiança e fé em Deus.

Deus, como um pastor, cuida e protege seu rebanho fornecendo tudo o que as ovelhas precisam para viver.

No Salmo 23 eu aprendo sobre:

1. Providência divina: Deus fornece tudo o que precisamos.

2. Sua condução: Deus nos guia pelo caminho certo.

3. Sua proteção: Deus nos protege dos males e perigos.

4. Sua paz: Deus nos dá paz e tranquilidade.

No Salmo 23 aprendemos também:

1. Sobre o amor incondicional de Deus;

2. Sobre o sacrifício e dedicação de Deus pelo seu rebanho;

3. Sobre o quanto Ele nos faz crescer e desenvolver pessoalmente;

4. Destaca como precisa ser a relação pais e filhos(as);

 

Quarto Domingo de Páscoa é Domingo do Bom Pastor. Nesse ano de 2025, junto a esse domingo celebramos o dia das mães. E assim como uma mãe cuida dos seus filhos, muito mais cuidado e amor o bom pastor tem pelas suas ovelhinhas, as quais ele conduz tão maravilhosamente. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

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