terça-feira, 17 de outubro de 2023

Sagrado e Profano! Mateus 22.15-22

 22 de outubro de 2023

Salmo 96.1-9; Isaías 45.1-7; 1Tessalonicenses 1.1-10; Mateus 22.15-22

Texto: Mateus 22.15-22

Tema: Sagrado e Profano!

É comum as pessoas pensarem que Deus não se ocupa e preocupa com aquilo que denominamos secular. Parece que Deus só se interessa pelas coisas sagradas e o secular precisa ser abandonado. Infelizmente, muitos deixam de viver a vida entre o aqui e agora nesse mundo e o reino celestial.

Deus é dono da história e ainda age na história. Usou Ciro, um pagão para cumprir com sua promessa ao seu povo de retorno a Jerusalém.

Sagrado e Profano parecem ser duas realidades distantes, distintas e separadas. Mas, Deus age tanto na esfera secular quanto na sagrada para auxiliar seu povo. Somos governados por Deus através de dois regimes: espiritual e civil.

Os romanos haviam conquistado a Palestina desde 63 a.C. e cobravam impostos dos judeus para manter o território em paz e segurança. Muitos eram contrários a esse domínio. Os fariseus consideravam a presença dos romanos um castigo de Deus pela negligência das pessoas no cumprimento das leis cerimoniais. Eles pregavam a necessidade duma piedade maior para se livrar deste castigo de Deus. Os herodianos eram favoráveis aos romanos e procuravam denunciar qualquer ação ou manifestação contrária ao império romano. Dessa forma a pergunta sobre o ser correto ou não pagar impostos, era uma armadilha. Responder sim era se colocar contra o povo que o seguia e responder não era correr o perigo de ser preso como revolucionário.

Jesus, conhecendo a malícia, o objetivo da questão, responde: “Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).

Jesus não fala em pagamento, mas devolução. Vamos observar o que Jesus ensina numa pergunta que tinha o objetivo de jogar Jesus contra o povo ou as autoridades romanas.

1 – Devolva o que recebeu de quem recebeu

Na resposta, Jesus omite a palavra “imposto.

O verbo usado para imposto era “didomi” (dar, pagar). E foi com essa palavra que os herodianos questionaram Jesus. E Jesus, responde com o verbo “apodidomiapódote” (Mt 22.21). Esse verbo vai além do sentido de “pagar”. Apodidomi pode significar dar de volta.

A devolução não é um pagamento de imposto, mas, é um entregar o que se tem de quem recebeu (Mc 10.42; Lc 23.2). De quem se recebe o salário? Dos impostos. Então, devolva com aquilo que você recebeu. Ao dizer: dêem ao imperador, Jesus está enfatizando: Devolva o que você recebeu, de quem você recebeu.

Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).

Na segunda parte da resposta, quando Jesus fala sobre devolver a Deus o que é de Deus, Jesus deseja que os fariseus reflitam sobre onde estarem depositando a sua fé.

Para um judeu, a resposta de Jesus: “Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21), teria como reação: Mestre, toda a terra é de Deus” (Dt 19.5; 26.8; Sl 136.22), então tudo precisa ser devolvido a ele.

Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).

2 – Visão ampla de Reino

A resposta de Jesus mostra o equilíbrio entre os dois reinos: da mão direita e da mão esquerda.

As autoridades constituídas apenas administram a vida pública (Pv 8.15). Deus, através do evangelho comanda e governa todas as dimensões da vida humana.

Pagar impostos é devolver o que se recebe de Deus pelo Estado, legitimidade por Jesus em sua resposta aos herodianos. Ofertar no Templo é devolver parte do pão de cada dia. Servir ao Senhor é usar dons e talentos dados por Deus. Louvar, cantar, testemunhar é devolver a Deus tudo o que dEle recebemos.

Pelos impostos estamos amando ao próximo. Pelos impostos o governo mantêm a saúde, a educação, a segurança. Muitas pessoas não querem mais pagar impostos, alegando que não estão recebendo o devido retorno em serviços públicos essenciais. Bem! Aqui cabe uma advertência, denuncie aos órgãos competentes.

Na época de Jesus, muitos julgavam que a arrecadação de tributos não era correta. Afinal, os impostos eram cobrados na Palestina, mas revertidos em benefícios dos romanos e de Roma.

A solução não é ser um Tiradentes, ou seja, lutar contra os impostos. O cristão é um cidadão do Reino de Deus com compromissos nesse mundo e, como filho(a) de Deus exerce sua fé ativamente na sociedade.

Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).

3 – Vida santificada

O cristão vive sua fé nas obrigações civis e públicas. A autoridade civil tem por obrigação, como representante de Deus nesse mundo, prestar serviços necessários à existência da sociedade organizada.

O cristão é governado por Deus por meio de duas mãos: mão esquerda e mão direita. Pelas leis desse mundo e pelo Evangelho.

O cristão não está isento das obrigações para com o Estado. Pelos dez mandamentos aprendemos que o cristão é um ser de mão dupla, confessa sua fé (1º,2º,3º Mandamentos) e convive em sociedade com o próximo (4º ao 10º Mandamento).

Ao responder: “Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21) Jesus enfatiza que seus filhos sejam bons cidadãos e bons cristãos. O cristão justificado vive uma vida santificada.

O cristão pertence a Deus e reconhece sua cidadania celestial (Fp 3.20). No entanto, não abdica, e nem deixa de viver a sua cidadania terrena exercitando sua cidadania. O cristão não é do mundo, mas vive no mundo. Por isso, o apostolo exortou para que o cristão persevere na fé e no amor (1Ts 1.3), na certeza de que esse mundo continua sendo governado por Deus (Is 45) que age pelo bem de todas as pessoas. Amém!

ERT

Edson RonaldoTressmann

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