01 de outubro de 2023
Salmo 25.1-10; Ezequiel
18.1-4,25-32; Filipenses 2.1-4,14-18; Mateus 21.23-27
Mateus
21.23-27, fala sobre arrependimento e fé.
Jesus
faz uma pergunta: “E que vos parece?” A partir daí passa a contar
a parábola dos dois filhos. Apesar de termos nas Escrituras quatro evangelhos,
a parábola dos dois filhos foi registrada apenas pelo evangelista Mateus.
Essa parábola faz
parte de um bloco de três parábolas, onde Jesus ataca a ideia de merecimento
que os líderes religiosos tinham sobre o ser membro do reino de Deus.
Ao
responder aos líderes judeus, Jesus liga sua autoridade a autoridade de João
Batista. Tanto Jesus como João Batista eram bem aceitos entre as pessoas comuns
e as que eram rejeitadas pelos líderes judeus da época.
Na
parábola, ambos os filhos receberam o mesmo convite: trabalhar
na vinha do pai. O primeiro disse que iria, mas não foi. O
segundo disse rudemente que não iria, mas “depois, arrependido, foi” (Mt 21.29 Revista e
Atualizada). A Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduz dizendo que “depois mudou de
ideia e foi”. As duas traduções estão corretas. Ambas traduziram o
verbo grego metamelomai.
O
termo metamelomai foi usado por
Mateus por ocasião do relato de Judas após a traição. Judas se arrependeu,
lastimou sua traição, mas, infelizmente não achou o caminho de volta.
Arrependimento
tem um sentido amplo (a conversão como um todo) e um sentido restrito
(reconhecimento do pecado, coração quebrantado e contrição). O segundo filho apresentado na
parábola, arrependeu-se em sentido restrito, ou seja, reconheceu seu erro e
sentiu tristeza. Sentiu o pesar de não ter cumprido a vontade do pai. O primeiro filho apresentado na parábola,
não passou por essa tristeza. O mesmo não se preocupou com seus pecados. C.F.W.
Walther, pastor Luterano disse em suas preleções sobre lei e evangelho que “não pode haver
fé num coração que, primeiramente, não esteve atemorizado”.
Aqui é o ponto de Jesus.
Os fariseus e os líderes religiosos judeus por nunca terem reconhecido seus
pecados e nem sentido contrição por eles, estavam entre os que se achavam sãos
e que não necessitavam de médico.
O
que impedia os fariseus e líderes religiosos judeus reconhecerem a necessidade
de se arrependerem era sua justiça própria. Não importava o quanto fossem
convidados ao arrependimento, eles não conseguiriam voltar, pois se julgavam
auto suficientes. Assim, as prostitutas, os cobradores de impostos e outros
pecadores, julgando-se indignos, reconheciam que não haviam feito a vontade do
Pai e se arrependeram e se agarraram em Jesus.
Os líderes judeus confiavam na sua
dignidade.
Dignidade
essa, que segundo eles vinha da observância da lei de Moisés, da participação
assídua na sinagoga, das ofertas e dos dízimos, das doações e esmolas, da
prática diária da oração. Os judeus, o primeiro filho da parábola,
não julgavam necessário se arrependerem, pois eram obedientes e assim, justos
diante de Deus.
Após
contar a parábola (Mt 21.28-30), Jesus perguntou: “Qual
dos dois filhos fez a vontade do Pai?” (Mt 21.31). Ao que os
próprios judeus responderam, “o segundo” (Mt 21.31). E concordando com a
resposta, Jesus declara que “publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus”
(Mt 21.31).
Essa
resposta de Jesus é a declaração de que Deus não aceita o pecador pela sua
suposta obediência. A relação entre o ser humano e Deus é marcada pelo
arrependimento e a fé.
Os
líderes judeus não passaram pela metamelomai,
ou seja, não se arrependeram e nem sequer creram na mensagem da justiça
provinda através de Cristo.
Se
os lideres judeus responderam e Jesus confirmou que o segundo filho agiu
corretamente e arrependido voltou para fazer a vontade do Pai, cabe a pergunta:
Qual é a
vontade do Pai?
Bem,
a vontade de Deus antes da obediência é que todos se acheguem a Ele, de graça,
tocados por seu amor, depositando nEle toda a sua confiança e esperança.
Os
líderes judeus estavam sendo convidados a experimentar aquilo que os
publicanos, as prostitutas e tantos outros já haviam experimentado.
Reconheceram sua indignidade e sentiram profunda tristeza por sua vida porca
que estavam levando e sabiam que em Jesus estavam sendo aceitos por Deus.
Ser
aceito por Deus era a angústia de Martinho Lutero e tantos outros na idade
média. Como
ser aceito por Deus? A resposta foi encontrada nas Escrituras
Sagradas. Só se é aceito por Deus através da obra realizada por Jesus. Todo
aquele que crê no sacrifício vicário de Cristo, tem a salvação. A fé não é uma
obra humana, é um presente dado pelo Espírito Santo que atua pela Palavra. Amém
Edson
Ronaldo Tressmann