segunda-feira, 1 de julho de 2024

Protesto divino diante da incredulidade! (Mc 6.11)

 Sétimo Domingo Após Pentecostes

07 de julho de 2024

Salmo 123; Ezequiel 2.1-5; 2Coríntios 12.1-10; Marcos 6.1-13

Texto: Marcos 6.1-13

Tema: Protesto divino diante da incredulidade!

 

...se em algum lugar as pessoas não quiserem recebê-los, nem ouvi-los, vão embora. E na saída sacudam o pó das suas sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente” (Mc 6.11)

 

Protestos são naturais e surgem de maneira espontânea devido a uma indignação.

Nos últimos 18 anos, o número de protestos ao redor do mundo mais que triplicou conforme dados indicados pelo estudo “Protestos Mundiais – Um estudo das principais questões de protesto no século 21”.

O aumento no número de protestos tem em comum a queixa de que os governantes não têm respondido adequadamente às demandas. Os geradores de protestos são desigualdade, corrupção, questões ambientais, racismo, justiça ética e igualdade de gênero.

Jesus retorna com seus discípulos para Nazaré. Cidade na qual Jesus foi criado e era conhecido. Sua família ainda vivia nessa cidade. Após ser rejeitado, Jesus envia seus discípulos de 2 em 2 para uma jornada missionária.

Assim como há geradores de protestos no mundo caído, o gerador do protesto divino “...sacudam o pó das suas sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente” (Mc 6.11) é a incredulidade.

O envio missionário de Jesus significa que todos têm direito a ouvir o evangelho. A igreja é enviada para proclamar o evangelho sem excluir as pessoas, mas, se alguém não quiser ouvir, será alvo do protesto divino.

Ninguém é obrigado a crer! Todavia, Deus não tolera a rejeição. Quem rejeita a pregação é para ser rejeitado pelo pregador. Afinal, rejeitar a pregação é como rejeitar o autor da pregação que é Jesus.

Sacudir a poeira das sandálias é dizer: eu não quero viver como você vive! Eu não quero rejeitar o evangelho.

Rejeitar o evangelho é o único pecado para o qual não há perdão.

Diante dessa declaração do protesto divino, Jesus enumera o prosseguir na atividade missionária. Se há quem não quer, há quem queira.

Com o protesto divino aprendemos que a pregação é algo urgente e não há tempo para perder com àqueles que não querem nada diante da pregação.

Jesus respeita a liberdade de escolha, mas não autoriza o ficar insistindo no desprezo a pregação, por isso, hoje é dia de ser salvo. Rejeitar a pregação é correr o risco de se privar da boa nova, que nos liberta dos espíritos maus.

 

...se em algum lugar as pessoas não quiserem recebê-los, nem ouvi-los, vão embora. E na saída sacudam o pó das suas sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente” (Mc 6.11)

 

A incredulidade do povo de Nazaré indica que não há desculpas. Jesus já havia se manifestado e operado milagres em Cafarnaum (30 km de Nazaré).

A incredulidade do povo devia-se a origem de Jesus. Para os nazarenos, Jesus era apenas o carpinteiro, o filho de Maria, cujos irmãos e irmãs eles conheciam. Seus irmãos não creram, a cidade não creu e os líderes religiosos não creram. A familiaridade, em vez de gerar fé, produziu preconceito e incredulidade.

A incredulidade sempre tem consequência. Jesus não realizou nenhum milagre e deixou a cidade. Enfermos deixaram de ser curados e pecadores deixaram de ser perdoados.

Jesus estava oferecendo uma segunda chance para a cidade de Nazaré. Ele já havia sido expulso da sinagoga de Nazaré no começo do seu ministério (Lc 4.16-30). Naquela ocasião quiseram matá-lo, e, Jesus mudou-se para Cafarnaum. E agora, outra vez na cidade de Nazaré, Jesus dá ao povo uma nova oportunidade, sem, contudo, ser aproveitada pela cidade.

Por trinta anos, Jesus andou pelas ruas de Nazaré e o povo contemplou sua vida. No entanto, quando diante do anúncio do Evangelho, rejeitaram a mensagem e o mensageiro.

Jesus não tolera a rejeição e por isso, predispõe seu protesto: sacudir a poeira das sandálias.

Familiaridade com Jesus gerou preconceito. A origem e a profissão de Jesus foram obstáculos.

O povo de Nazaré estava com a cabeça cheia de perguntas, mas com o coração vazio de fé. Se não era possível explicar e compreender era melhor rejeitar. Por essa escolha e atitude mental, Jesus fica admirado.

A incredulidade fecha as portas, não importa quantas chances sejam dadas. Após a segunda oportunidade dada por Jesus, Ele saiu de Nazaré e não sabemos dizer se retornou. Jesus não insistiu, apenas prosseguiu com sua missão em outros lugares. Deus é gracioso e misericordioso, mas, isso também têm limites.

A incredulidade é um ladrão que rouba grandes bênçãos. Tirou de Nazaré a oportunidade de um milagre. Diante da incredulidade, Jesus não quer e não realiza nada. Onde há rejeição, a dádiva não faz sentido, é como jogar pérolas aos porcos.

A incredulidade iniciou no jardim do Éden. A incredulidade nasceu diante da promessa do diabo de que os olhos seriam abertos, todavia foram abertos para o pecado e fechados para Deus, a ponto de, ouvirem a voz de Deus, terem se escondido. A incredulidade trouxe a morte. Uma morte que mata eternamente: “quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16).

A missão de Deus continua sendo realizada e sapatos continuam realizando o protesto divino. Ao enviar seus discípulos, Mateus registra que diante das muitas recomendações de Jesus sobre as indisposições e perseguições dos mensageiros, “Quem recebe vocês, está recebendo a mim; e quem me recebe está recebendo aquele que me enviou” (Mt 10.40).

Jesus envia seus discípulos “dando-lhes autoridade para expulsar espíritos maus” (Mc 6.7).

A pregação da Palavra expulsa espíritos maus. Por isso, há reações ante a pregação. Violentos se manifestam, injustiças são denunciadas e preconceitos acusados.

O fato desses homens serem capacitados para expulsarem demônios e proclamar o arrependimento significa que pregavam para os olhos e para os ouvidos (Mc 6.7,12-13).

O envio de Jesus é seguido de uma ordem: “...levarem nada na viagem, somente uma bengala para se apoiar. Não deviam levar comida, nem sacola, nem dinheiro”. Isso salienta que na empreitada missionária a dependência do pregador está em Deus. A fraqueza do pregador destaca o poder de Deus (2Co 12.9).

Não levar nada na viagem significa ser dependente exclusivamente de Deus que é o autor da missão. Significa trabalhar e confiar na provisão daquele que envia. É viver na provisão da fé. O mensageiro é reconhecido pela mensagem e não pelo que possui.

O envio de dois em dois destaca que a responsabilidade missionária não é apenas de uma pessoa, mas de todos.

Ir de dois em dois significa mútua cooperação, mútuo encorajamento, mútuo ensino e credibilidade no testemunho. Diante do testemunho de duas pessoas toda causa se resolve (Dt 17.6; 19.15; 2Co 13.1).

O envio de Jesus destaca também que a igreja é responsável pelo mundo. Todavia, se esse mundo para o qual a igreja é enviada não quiser ouvir: que os sapatos sacudidos destaquem o protesto divino.

O protesto divino, sacudir a poeira das sandálias, diante da rejeição ao evangelho, ensina que não se é enviado para arrombar portas, mas, aproveitar as portas abertas. Se há rejeição, não deve haver permanência. Ao contrário, a rejeição significa que é preciso passar adiante.

A igreja precisa investir onde as portas estão abertas! Onde elas estão se fechando, a igreja precisa repensar a missão.

O protesto divino ensina quão perigoso é rejeitar o evangelho. Sacudir o pó da sandália significa considerar o local pagão. Significa dizer, a chance que Deus te deu, terminou.

Pelo protesto divino aprendemos que não há salvação fora do evangelho que proclama arrependimento e com isso o perdão e a vida. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

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