segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Primeira e melhor parte!

Salmo 91.1-13; Deuteronômio 26.1-11; Romanos 10.8-13; Lucas 4.1-13

Texto: Dt 26.1-11

Tema: Primeira e melhor parte!

 

No desenrolar da história do Antigo Testamento vemos que Deus deu ao povo de Israel uma terra boa e rica. E deu também uma ordem: “Tragam o primeiro feixe para mim”. Assim, todos os anos a festa das semanas, ou colheita, era realizada. O povo de Deus realizava essa festa da colheita porque tinha motivos para comemorar.

Vamos analisar os motivos.

a)– Primeiro – Ação de Graças pelo fruto da terra que abastece e sustenta a vida

A agricultura é uma cultura importante, aliás, é a mais antiga de todas. E se não houvesse pessoas que plantas sem, que cultivassem a terra, não haveria também o sustento.

Por um instante olhemos para Gn 1.11 onde Deus diz: “Que a terra produza todo o tipo de vegetais...”. Deus deu a terra àquilo que é o mais importante, a FECUNDIDADE. Deus dá ao homem a FORÇA, a VITALIDADE. Se Deus não tivesse dado a terra a FECUNDIDADE, não adiantaria trabalhar, pois não iria se produzir alimentos que abastecem e sustentam a vida. Os alimentos proporcionados devido a fecundidade da terra geram saúde, vida e preserva o homem, pois é dela, ou seja, dos alimentos que se produz que é dado força e vitalidade a cada ser humano. Sem os alimentos da terra, não haveria vida e saúde (alimentos enlatados).

Toda a raça humana, seja qual for sua religião, considera a fecundidade como objeto de culto.

No A.T. povos prestavam culto a Baal, pedindo chuva e fecundidade a terra.

Entre as muitas coisas criadas por Deus o que mais chama atenção é o fato de Deus ter separado as águas debaixo e de cima da terra. Se toda a água que está cima despencasse sobre nossa cabeça, não sobreviveríamos. Deus envia as chuvas na medida certa. Ele dá a terra o alimento essencial, a água que mata a sede humana, hidrata o corpo e é indispensável também aos animais e as plantas.

O povo de Deus celebrava a festa da colheita em primeiro lugar para agradecer pelo fruto da terra que abastece e sustenta a vida. Gratidão, pois é Deus quem deu a terra a FECUNDIDADE.

O povo de Deus realizava essa festa da colheita porque tinha motivos para comemorar.

b) – Segundo – Era uma festa Comunitária

Durante a celebração da festa da semanas, ou colheita, as pessoas não se separavam ou se excluíam. Todas as pessoas, raças se uniam num mesmo propósito: AGRADECER A DEUS.

A festa da colheita, ou das semanas tinha ênfase comunitária por duas razões:

Primeiro: Por causa da terra e dos frutos. Os frutos não pertencem ao indivíduo, mas a Deus (Lv 25.23; Gn 1.29-30). Deus fazia e faz chover sobre bons e maus.

Segundo: Porque no uso da terra e dos frutos não há privilegiados, todos, estrangeiros, pobres, hóspedes, eram tratados igualmente. Tanto o empregado, escravo, servo, sabia que dependia do seu patrão, quanto o patrão sabia que dependia deles. Os pobres podiam colher alimentos na beira das lavouras que ficavam para trás.

O povo de Deus realizava essa festa da colheita porque tinha motivos para comemorar.

c) – Terceiro – Era uma oportunidade para estudar a Palavra de Deus.

Durante a festividade o povo ofertava, sacrificava e estudava a Palavra de Deus. O salmo do dia era o 19 que apresenta uma pessoa exausta que recupera suas forças no meditar da palavra de Deus. E também porque o Salmo 19 alerta sobre o mais grave pecado – o pecado de roubar a glória que é de Deus. Não colhemos mais por termos investido mais, ou por sermos mais inteligentes, trabalhadores. Colhemos por que Deus permitiu a terra fecundar e produzir – toda a glória e honra é para ele.

O povo de Deus realizava essa festa da colheita porque tinha motivos para comemorar. Relembremos os motivos:

1 - Ação de Graças pelo fruto da terra que abastece e sustenta a vida;

2 - Era uma festa Comunitária;

3 - Era uma oportunidade para estudar a Palavra de Deus;

Esses podem ser os nossos motivos para agradecer a Deus?

Muitas vezes esquecemos que Deus dá a terra capacidade para produzir. Estamos cercados de tecnologia, e olha que temos tecnologia sofisticada para o trabalhador do campo. Confiamos muito na ação do veneno, no ter acertado o tempo certo para semear. No entanto, de nada adianta meu investimento, meu trabalho, pois “se o Senhor não der sustento” e “se o Senhor não tivesse dado a terra fecundidade”.

O ato de semear e colher é uma ação de Deus desde o dia da criação. Cada semente lançada ao chão, que germinou, cresceu e produziu fruto, só foi possível por causa da fecundidade, também por causa da ordem das estações, do sol, da lua, do vento. Do dia e da noite. Ou seja, tudo é consequência e resultado da criação de Deus.

Todas as pessoas, independentes se são ou não agricultores, dependem da terra. O agricultor planta e colhe; as empresas empacotam; as distribuidoras distribuem; os vendedores vendem; administradores administram; os mecânicos arrumam as máquinas quebradas. Todos dependem da terra - Todos precisam agradecer a Deus. Além da terra dar sustento, ela abriga o homem.

Na festa da colheita entre o povo de Israel, a maior preocupação, não era a festa em si, mas oferecer o melhor da produção a Deus. O sinal de gratidão a Deus, que servia de testemunho era dar a primeira e a melhor parte da colheita.

Porque dar a primeira e a melhor parte da colheita?

Primeiro: Porque Deus os havia libertado da escravidão do Egito e deu a eles uma terra boa e rica;

Segundo: Porque Deus havia feito a promessa de que nada faltaria a nenhum deles;

Enquanto estavam no deserto o povo de Deus podia colher apenas 1litro e meio do maná. A cada novo dia Deus daria o suficiente e o necessário para cada um. A cada dia Deus proveria o necessário para a vida. Dessa forma, a instrução sobre a comemoração ao final da colheita com uma oferta da melhor e primeira parte era DEMONSTRAÇÃO DE FÉ.

Nesse e em todos os cultos somos chamados a agradecer a Deus, demonstrando a nossa fé, nossa inteira dependência de Deus. Como? Ofertando com alegria, não o resto, mas a primeira e a melhor parte.

Como posso ofertar a primeira e melhor parte a Deus?

Confiando na promessa de Deus que não nos deixaria faltar nada. Jesus disse – alguém leia Mt 6.25 – 34.

Falar sobre oferta, gratidão a Deus é complicado. O pastor que fala sobre o assunto é tido como ganancioso. O tesoureiro parece cobrador.

O ponto é que Deus disse aos seus filhos: “Tragam o primeiro feixe para mim”, mas, como vivemos dias de consumo desenfreado, queremos e buscamos ter o melhor carro, a melhor casa, os melhores móveis, e a casa de Deus precisa mendigar para sua sobrevivência. Dt 26.11 – é preciso que haja suprimento necessário para a casa de Deus e os levitas. Deus quer assim. Ele não quer que a igreja passe dificuldade financeira, pois abastece todos os filhos para que todos os filhos abasteçam os celeiros dos levitas.

Cada Culto é culto de ação de graças - Pela FECUNDIDADE da terra; pela BONDADE DE DEUS sem distinção de raça; pelo MOMENTO DE ESTUDO NA PALAVRA DE DEUS.

Cada Culto é Culto de testemunho da nossa fé por meio das nossas ofertas. Ofertar é confessar em atitude a Fé naquele que nos garante que nada nos faltará. Fé naquele que nos dá o pão de cada dia. Amém!

ERT

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Pelos poderes divinos você pode ser fraco!

 27 de fevereiro 2022

8º Domingo após Epifania

Lecionário anual

Salmo 84; Isaías 55.10-13; 2Coríntios 11.19-12.9; Lucas 6.37-49

Texto: 2Corintios 12.9

Tema: Pelos poderes divinos você pode ser fraco!

 

He-man, herói infantil dos anos 80, é conhecido pela frase: pelos poderes de grayskull eu tenho a força! Oposto a isso, Paulo, o maior dos apóstolos escutou de Deus: pelos poderes divinos você pode ser fraco.

O espinho na vida do apostolo Paulo era tão espinhoso a ponto de Paulo orar três vezes para que Deus retirasse dele. A resposta de Deus a oração foi direta: minha intenção não é tirar o espinho, mas, deixa-lo na sua vida, mesmo que o faça sofrer para que você confie ainda mais em mim e não em você mesmo.

Deus disse para o apostolo e diz para nós: “A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco” (2Co 12.9).

Por que Deus permite um espinho na carne? Para evitar a soberba, a vanglória.

Na ânsia de sobressair-se, Jesus destaca que muitas vezes apontamos os erros dos outros e os julgamos (Lc 6.37,41) com intuito de parecer ser melhor e maior.

Paulo recebeu de Deus revelações inéditas, algo que ninguém mais ouviu e viu. Paulo não deveria ficar orgulhoso disso querendo sobressair-se perante os outros. Dessa forma, Deus permitiu nele um espinho na carne. O espinho na carne poderia ser tentações ou problema de saúde. No entanto, quando é dito que não há certeza sobre o que de fato é esse espinho, precisamos agradecer a Deus, afinal, isso evita que alguém se gabe de ter o mesmo espinho na carne que teve o apostolo Paulo. O fato é que cada qual tem seu próprio espinho na carne.

Enquanto o He-man dizia: pelos poderes de grayskull eu tenho a força! O maior dos apóstolos escutou de Deus: pelos poderes divinos você pode ser fraco.

Em nossas fraquezas somos fortes (2Co 12.9).

O exemplo citado no verso 33 do capítulo 11 poderia ridicularizar o apostolo. Necessitamos da força de Deus e Deus age mesmo em nossa fraqueza, dessa forma convém dizer que Deus se utiliza da nossa fraqueza. Na fraqueza Deus age para que Ele se sobressaia. A força e vanglória pessoal geram oportunidades a Satanás e por elas causa muitos estragos.

Por ter curado um aleijado (At 14.12-13), sacudido uma víbora que o mordeu e não ter morrido (At 28.5), queriam fazer do apostolo um deus, imagina se o mesmo revelasse o que viu e ouviu no seu arrebatamento? Paulo ressalta que seus ouvintes não deveriam vê-lo e escutá-lo devido fatos que poderiam fazê-lo se gabar.

É preciso que Cristo cresça e eu diminua (Jo 3.30). Palavras ditas por João Batista aos seus discípulos e mostram que Deus usa cada qual com suas qualidades e fraquezas para que o Reino seja expandido.

Enquanto os discípulos de João Batista estavam espantados com o sucesso do ministério de Jesus e insucesso do ministério de João Batista, o mesmo enfatizou que no Reino de Deus não importa que as pessoas sejam importantes, mas Jesus Cristo. Afinal, Ele é o maior no Reino.

Deus age mesmo em meio a nossa fraqueza! Nossa força está no Senhor. O apostolo Paulo nas vésperas do seu julgamento, escreveu aos Filipenses: “com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação” (Fp 4.13).

A fraqueza nos faz curvar-se a vontade de Deus!

A exaltação pessoal em detrimento de outro é extremamente perigosa. Ela nos faz olhar para o outro como inferior e passar a julgar sua pessoa e atitude (Lc 6.41).

O espinho na carne é como um belisco do diabo e por ele Deus nos faz viver nossa fraqueza em sua graça.

Enquanto o He-man dizia: pelos poderes de grayskull eu tenho a força! O maior dos apóstolos escutou de Deus: pelos poderes divinos você pode ser fraco.

Queridos irmãos na fé, de maneira especial a diretoria que hoje será instalada. Convém que Cristo cresça e cada qual de nós diminua. É necessário servir ao Senhor, sabendo que “a graça de Deus é tudo o que cada um precisa, pois o poder de Deus é mais forte quando estamos fracos” (2Co 12.9). Amém!

ERT

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Sem juízo!

 27 de fevereiro de 2022

Oitavo Domingo após Epifania.

Texto para pregação: Lucas 6.39-49

Tema: Sem juízo!

 

Vivemos na sociedade do ódio e da intolerância. Bertrand Russell (1872-1970) escreveu que “o coração humano, tal como a sociedade moderna o modelou, está mais inclinado para o ódio do que para a fraternidade”.

Uma fechada no trânsito, a lentidão do smartphone, questões políticas e sociais, se converte em motivos de ira. Leandro Karnal (!963-) diz que “achamos que somos gente pacifica cercados por pessoas violentas”. Os outros são violentos e rancorosos e eu uma pessoa dócil. O governo do ódio faz desaparecer a generosidade e a empatia pelo outro.

Da intolerância e do ódio nascem os julgamentos e as condenações que geram distúrbios sociais conforme escreveu Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.), ou seja, espalhamos ofensas, rivalidades, desunião e destruição mútua. As redes sociais, uma grande bênção, têm sido um território fértil para disseminação do ódio.

Julgamentos e condenações provêm de uma raiz odiosa ou preconceituosa.

Jesus condena o juízo destrutivo e depreciativo decorrente de preconceito, pelo qual visa diminuir o outro e exaltar-se pessoalmente. Nosso julgamento ajuda ou piora a situação?

O julgamento sem amor, ancorado na ânsia mesquinha de criticar e condenar o outro para nos sobressaltar é pecado. Muitas críticas visam apenas o brilho pessoal. Há quem critique o outro, suas atitudes e ações, na expectativa de promoção pessoal. Dessa forma, ao emitir um juízo a alguém ou alguma postura, o objetivo é se classificar como bom e merecedor de elogios.

A falta de compreensão e a intolerância gera condenação e produz preconceito, desrespeito e recriminação. Ante essa realidade, o conselho dado por Jesus Cristo é sentir compaixão em relação ao outro (Lc 6.36).

Jesus não fala sobre “sentir pena”, afinal, “sentir pena” é achar-se melhor que o outro. Jesus fala de compaixão que é empatia com a dor alheia. Ter empatia é nivelar-se com o outro, compreender o problema e a dificuldade do outro como se fosse nosso problema e dificuldade. Nesse sentido, antes de emitir algum julgamento e agir por ódio ou preconceito, repare o cisco que está no seu olho (Lc 6.41). Assim como o outro a quem você julga, lembre-se, você também está sujeito ao pecado e a queda e pode ser julgado assim como julga. Pare com seu julgamento destrutivo e sinta a dor do outro. Tire o cisco do seu olho, afinal, esse cisco impede de ver o outro como se você estivesse olhando num espelho e vendo a si mesmo.

Devido ao individualismo, vivemos relacionamentos superficiais e para que eu seja melhor que o outro, torna-se necessário julgar e diminuir o outro. Jesus abomina essa postura!

Jesus diz que a maneira como julgamos as pessoas, assim, Deus julga. Cuidado! O metro com o qual você mede o próximo é usado para medir você.

Quem atiça a vingança e a retaliação é um cego querendo guiar outro cego. Diga não a vingança e a retaliação. Promova o perdão e o exercício da misericórdia.

Não estamos imunes das perseguições, calúnias, difamações. E em meio a essas situações, Jesus pede para produzirmos frutos para que os outros vejam que tipo de árvores nós somos (Lc 6.44).

Não seja um juiz severo, querendo ocupar o lugar do Senhor da Igreja. Não seja impaciente diante do erro do seu irmão na fé. Não o julgue a ponto de destruí-lo. Lembre-se: o pecado do outro que você julga e assim se coloca como maior e melhor é perdoado por Deus em Cristo Jesus. Jesus morreu na cruz para nos livrar da condenação eterna do pecado.

Ao enfatizar que antes de julgarmos alguém olhemos para o cisco que está em nosso olho, Jesus está emitindo um poderoso alerta de que estamos sujeitos a mesma queda e pecado e assim, podendo ser alvo do mesmo julgamento. Pois, com e medida que medimos seremos medidos. Deixe-me explicar a ênfase de Jesus Cristo como uma questão: se fosse você que tivesse feito o que fez aquele que você julga? Jesus fala sobre manter um olhar alerta quanto a vida e conduta pessoal e não ficar cuidando da vida alheio com intuito de julgar e condenar.

Julgar a vida de alguém, havendo carências e deficiências em nosso caráter, é hipocrisia (Lc 6.42). A única pessoa que você pode julgar é a si mesmo. Em relação ao próximo é necessário ser compassivo e misericordioso. É necessário colocar o coração em sintonia com o outro miserável pecador. Recorde que pecador por pecador, sou o maior e o principal.

Evitar julgamentos e condenações é não criar mais injustiça na vida de pessoas que infelizmente já se sentem condenados pela sua consciência e consequência do seu erro.

O apostolo Paulo escreveu aos romanos: “A ninguém pagueis o mal com o mal; seja vossa preocupação fazer o que é bom para todos os homens, procurando, se possível, viver em paz com todos, por quanto de vós depende” (Rm 12.17). 

Não posso desejar e fazer tudo para viver na sociedade judaica onde há nítida separação do puro e do impuro. Cuide para não pendurar no pescoço alheio a letra escarlate e marginalizar socialmente uma pessoa devido o nosso julgamento.

O evangelista Mateus escreveu: “sede vós, pois, perfeitos como vosso Pai que estás nos céus é perfeito,” e o evangelista Lucas optou por orientação do Espírito Santo substituir a palavra perfeito por misericordioso.

Há exercício de misericórdia entre nós? Em tempos em que o ódio é espalhado e difundido por julgamentos, muitos frutos ruins estão sendo produzidos e árvores boas deixadas de serem plantadas, regadas e cultivadas pelo exercício de misericórdia. Jesus disse: “uma árvore é conhecida pelo seu próprio fruto” (Lc 6.43-44). Em outras palavras, ninguém pode ensinar o que não entende (Lc 6.39), muitos cegos estão guiando outros cegos (Lc 6.39). Nenhuma árvore produz frutos se não tem raiz para produzir (Lc 6.44).

Plantar, regar, cultivar o perdão e a compreensão dará uma colheita de frutos inimagináveis.

Abstenha-se do julgamento para com o outro; essa é uma prática perversa.

O espírito de censura afastou muitas pessoas dos fariseus, dos escribas, dos essênios e da própria religiosidade. Atualmente muitos evangélicos têm criado antipatia devido ao seu censo apurado de julgamento e condenação para com outras pessoas e referidos grupos. O que teu irmão, aquele a quem você tanto julga, precisa é de frutos de uma boa árvore (Lc 6.43). O fruto é a essência de alguém. É como se diz popularmente, uma pessoa bonita por dentro. Um discípulo de Jesus não busca e nem incentiva a vingança, mas age com misericórdia, perdoando aquele que lhe ofendeu e oferecendo-lhe a outra face. Palavra e prática são produtos que saem do armazém, de dentro de cada um.

Pessoas estão sofrendo por desejarem que aquele que um dia lhe causou prejuízo ou sofrimento, padeça e assim seja punido. Esse desejo íntimo de vingança leva pessoas a produzirem frutos ruins: rancor, ódio, palavrões, julgamentos, amargura,... Jesus aconselha a permanecer no alicerce do perdão para não padecer. O perdão faz qualquer árvore produzir bons frutos. Frutos que alimentam, edificam e constroem relacionamentos duradouros.

O perdão de Jesus nos alimenta e o recebemos como alimento na Palavra, no Batismo e na Santa Ceia. O perdão de Jesus edifica e acima de tudo, constrói um relacionamento eterno entre mim e Deus. Amém.

ERT

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Matias - dádiva de Deus; oferta de Deus; presente de Deus - para o mundo!

 20 de fevereiro 2022

7º Domingo após Epifania

Dia festivo

Salmo 134; Isaías 66.1-2; Atos 1.15-26; Mateus 11.25-30

Texto: Atos 1.15-26

Tema: Matias - dádiva de Deus; oferta de Deus; presente de Deus - para o mundo!

 

Inteligência artificial faz parte da vida das pessoas em todo o planeta. São as máquinas capazes de resolver problemas que pareciam ser solucionados apenas por pessoas.

As máquinas assumiram e assumem os lugares dos seres humanos. Eles pensam e agem por nós.

O objetivo da inteligência artificial é facilitar a vida humana. Partindo desse princípio o ser humano está se tornando cada vez mais descartável. Um exemplo claro disso é que há milhões de pessoas invisíveis em nossa sociedade, sendo apenas uma voz reconhecida, mas, sem rosto e identidade.

Quantas profissões e profissionais já foram substituídos por máquinas?

Não estou questionando a importância e necessidade do avanço tecnológico, algo tão essencial e que fez e faz a humanidade avançar. No entanto, seja qual for à substituição a ser feita precisa ser pensada, analisada e por que não colocada em oração.

Dia 24 de fevereiro, a igreja cristã lembra a primeira substituição de um discípulo por outro. Celebramos Matias, o apostolo. Ele foi escolhido para substituir Judas Iscariotes, o traidor. A julgar a partir de Judas, a substituição parecia ser simples e fácil. Mas, não foi assim.

O relato da escolha está registrado por Lucas em Atos 1.21-26 e merece toda atenção, principalmente quando as substituições de alguém por outro alguém parecem ser tão normais.

Para início de conversa, gostaria de destacar o pronunciamento do apostolo Pedro, onde o mesmo não julga a traição de Judas e nem o menospreza por isso. Apenas coloca todo o acontecido na perspectiva da condução de Deus (At 1.16; Sl 41.9) e devido ao ocorrido a substituição era necessária (At 1.22).

Haviam exigências a serem observadas para que a substituição acontecesse. Era preciso ser alguém que os tivesse acompanhado durante o ministério de Jesus desde o Batismo até a ascensão. Um critério importante, pois, daria crédito aos que ouvissem o mesmo testemunhar a respeito da ressurreição. Entreveja que o ponto não é a pessoa a substituir e o substituto, mas, a função que se daria com sua substituição. O fator importante é a missão a ser cumprida. Dessa forma chego à conclusão de que as pessoas são insubstituíveis, mas, a função e a missão podem ser realizadas por algum substituto.

Para preencher essa missão e função, de acordo com o critério estabelecido só havia dois nomes: José e Matias. O escolhido por Deus mediante sorteio foi Matia.

Matias, substituto de Judas Iscariotes, é mencionado apenas aqui em Atos dos Apóstolos por ocasião da sua escolha. Pra onde foi? O que fez? Quando e de que morreu? Não há relato bíblico sobre.

- Havia um critério para substituição;

- Apenas dois nomes para substituir outro nome e levar a cabo a missão de proclamar a ressurreição;

- A escolha foi direcionada pelo Senhor por um sorteio;

Assim como as tribos de Israel tiveram suas terras escolhidas por sorteio, por sorteio foi escolhido o substituto de Judas, a o qual eles, humanamente falando não queriam escolher por não saber qual era o melhor para a substituição.

Lançar sortes era um método aprovado e comum no Antigo Testamento (Lv 16.8; Pv 16.33) e não há nenhuma reprovação quanto a isso no novo testamento. Deus dirigia, dirigiu e dirige as escolhas! Por falar em escolha de Deus proponho um pequeno jogo de palavras.

Matias tem o mesmo significado do nome Mateus (Mathiu e Matheu). O nome origina-se do hebraico Mattiyyah e adaptado ao grego Mathtías depois para o latim Mathias e por fim para o português Matias. Mathias significa “dádiva de Deus; oferta de Deus; presente de Deus.

Nesse sentido ao dirigir a escolha para Matias, Deus estava oferecendo pelo discípulo sua dádiva, sua oferta, seu presente para esse mundo.

As escolhas de Deus visa oferecer a esse mundo tudo o que o mundo mais necessita: testemunho da sua obra completa (batismo até ascensão de Jesus) para perdão, vida e salvação. Para essa função e missão, Deus pode se aproveitar das máquinas (internet), mas, da única coisa que ele não abre mão é das suas testemunhas escolhidas, os Matias (dádiva de Deus; oferta de Deus; presente de Deus) para o mundo!

O livro de Atos dos Apóstolos registra trinta anos de história e não se mencionou o nome de Matias e alguns outros apóstolos, no entanto, todos foram fiéis testemunhas do evangelho. O objetivo do Dr. Lucas foi mostrar como os escolhidos de Deus testemunharam o evangelho saído da Galileia e ter chegado até a capital do Império Romano (At 28.14) salvando eternamente milhares de vidas.

A escolha de Matias mostra que Deus escolheu, escolhe e continuará escolhendo pessoas para levar ao mundo a dádiva de Deus, a oferta de Deus e o presente de Deus. Amém!

ERT

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

O Agir do Espírito Santo entre nós – Palavra Escrita e Pregada!

 13 de fevereiro 2022

6º Domingo após Epifania

Lecionário anual

Salmo 2; Êxodo 3.1-14; 2Pedro 1.16-21; Mateus 17.1-9

Texto: 2Pe 1.16-21

Tema: O Agir do Espírito Santo entre nós – Palavra Escrita e Pregada!

 

Na semana passada trouxe a reflexão do Salmo 84.10. Destaquei a importância e necessidade de se estar, permanecer, reunir, trabalhar no Templo. Estamos cercados pela desvalorização e desrespeito ao Templo. A igreja está deixando de se reunir no Templo para adorar, louvar, ofertar ... E as críticas ao Templo estão sendo aceitas e até difundidas por muitos (cristãos) que deveriam defender.

Hoje, conforme leitura (2Pedro 1.16-21), quero destacar as palavras do apostolo, quando num tempo não diferente do nosso, escreveu para combater ataques a Palavra de Deus por parte de falsos mestres.

Cristãos estavam sendo desviados e enganados, passando a dar ouvidos e defendendo fábulas engenhosamente inventadas (2Pe 1.16).

Até hoje, a única coisa que o diabo possui e faz cm muita frequência é criar, inventar e divulgar fábulas engenhosamente inventadas. Quem não gosta de contos de fada?

Falsos mestres estavam deturpando as cartas do apostolo Paulo e as Escrituras da época, o Antigo Testamento e, dessa forma espalhando mentiras de que as Escrituras Sagradas não eram inspiradas e que a Bíblia se contradizia. Para opor-se aos falsos mestres, Pedro escreveu: “Nós não estávamos contando coisas inventadas quando anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo,...” (2Pe 1.16).

O inimigo da igreja, o leão que ruge (1Pe 5.8), possui apenas fábulas para destruir a mensagem dada pelo Espírito Santo (1Tm 3.15-16). Pelas fábulas, o diabo, destrói a doutrina (2Pe 2.1) e conduz muitos a escarnecer a segunda vinda de Jesus (3.3-4).

Para opor as fábulas engenhosamente inventadas o apostolo Pedro indica a certeza da origem e a fonte das Escrituras Sagradas. Nesse sentido, os versos 20 e 21 de 2Pedro 1 ensinam extraordinariamente que tanto a interpretação das Escrituras bem como a origem das Escrituras está no Espírito Santo.

Ouvir as leituras bíblicas no culto é um momento para escutar o recado do Espírito Santo. Ao ouvir um sermão, no qual foram gastos horas de estudo e reflexão, é momento para atentar e perceber a ação do Espírito Santo. O Espírito Santo agiu para que a Sagrada Escritura fosse interpretada e muitas vezes isso é difícil, afinal, o pastor gostaria de falar outra coisa, mas, o Espírito Santo o conduziu a interpretar e falar somente o que o Espírito Santo quis e quer falar. Recorde que Deus usou um jumento para dar seu recado (Nm 22.28) e o Espírito Santo usou e usa homens para transmitir sua mensagem. Para que o aviso do Espírito Santo chegue aos ouvidos das pessoas, utiliza-se da pregação (Rm 10.17). Ao contrário disso, para que a mensagem do Espírito Santo não chegue aos ouvidos dos pecadores (2Co 4.4), o inimigo tem causado oposição ao Templo, aos Pregadores e líderes e também a Palavra de Deus, fazendo-a parecer uma fábula engenhosamente inventada.

Muitos livros já foram banidos ao longo da história! Isso também aconteceu e acontece com a Bíblia. Vários indivíduos, grupos e até países inteiros não estavam (e alguns ainda não estão) muito felizes com a Bíblia, por isso, eles a censuraram e censuram pelas mais variadas razões. As censuras se deve ao fato do inimigo da igreja e dos cristãos utilizar-se das fábulas engenhosamente inventadas e ao mesmo tempo fazer parecer que a Bíblia também é uma fábula engenhosamente inventada.

A Bíblia que foi essencialmente escrita por judeus e que para muitos há partes estranhas, diz-se pelo Talmude (escritos sobre a lei e a tradição judaica) com o Tratado Megillah 4.10 que tais textos estranhos que aparecem na Torá não devem ser lidos na sinagoga. Isso impede as pessoas de ouvirem o relato fidedigno da Torá.

Em 1199, o Papa Inocêncio III proibiu o estudo bíblico privado por grupos não escolados porque acreditava que levaria a má interpretação e, portanto, heresia. E no Conselho de Toulouse de 1229 houve a proibição de se guardar e ter qualquer livro da Bíblia.

Um problema para a Igreja Católica foi que John Wycliffe, reformador inglês do século XIV, traduziu a Bíblia para o inglês. Esse homem foi queimado na fogueira mesmo antes de ser julgado. Antes de morrer Thomas Arundel proferiu as seguintes palavras para Wycliffe chamando-o de “miserável pestilento de memória maldita, sim, o precursor e discípulo do anti-cristo que, como complemento de sua maldade, inventou uma nova tradução das Escrituras em sua língua materna." E a Bíblia passou a ser de propriedade exclusiva da Igreja Católica.

No entanto, Deus deseja dar seu recado de perdão, vida e salvação. E através da história, atua para que os seus sejam resgatados.

Pela invenção da imprensa (1490) e o avanço na alfabetização, várias traduções dos vernáculos da Bíblia começaram a aparecer em diferentes línguas. A preocupação da igreja católica (ICAR) foi adotar a Vulgata Latina como Bíblia padrão e proibir versões protestantes da Bíblia. Assim, por não saber ler latim, a Bíblia permaneceu um livro bastante inacessível.

Em 1842-43, a Sociedade Bíblica (protestante) distribuiu Bíblias para a população católica de Camplain, Nova York, ao que o sacerdote francês Pe. Telmont certificou-se de queimar uma série dessas Bíblias.

É preciso acentuar que não foram apenas os católicos que censuraram a Bíblia, essa prática também foi comum entre muitos protestantes. Houve situações e que os donos de terra pediam aos missionários britânicos que editassem partes da Bíblia ao tentar educar escravos. Em 1804 ocorreu a Revolução Haitiana em que a aristocracia francesa foi massacrada. Dessa forma muitas partes da Bíblia passaram a ser usadas para justificar a escravidão.

O curador do museu da Bíblia, Anthony Schmidt destaca que cerca de 90% do Antigo Testamento e metade do Novo testamento foram ignorados e deixados de lado nessas Bíblias para justificar a escravidão. Apenas 232 de um total de 1.189 capítulos foram incluídos nesses estudos. Capítulos e versos sobre a igualdade e até mesmo o livro de êxodo foi ignorado. Os proprietários de escravos britânicos estavam determinados a evitar uma repetição nas Índias Ocidentais Britânicas. Então, qualquer coisa bíblica que pudesse encorajar uma rebelião de escravos seria censurada.

Houve também e é marca para muitos a questão do nazismo. Esse grupo foi especialistas na apropriação, moldagem e adoção de outras culturas, religiões e iconografia. O Cristianismo e a Bíblia não foram exceção. O objetivo era fazer da Bíblia um livro nazista. Assim, ao remover referências judaicas e substituir os Dez Mandamentos por máximas de lealdade ao líder e ao partido a coisa fluiu.

O nazismo baniu algumas palavras e incluiu a palavra aleluia, substituiu figuras bíblicas por deuses pagãos. E hoje, muitas fábulas engenhosamente inventadas tem isso como base e milhares estão sendo enganados.

Em 2009, capelães militares da Base Aérea de Bagram, no Afeganistão, estavam prestes a distribuir Bíblias traduzidas para os afegãos. O problema é que converter um muçulmano no Afeganistão é considerado um crime capital e para corrigir a situação, as Bíblias foram queimadas. Isso foi considerado desnecessário por grupos cristãos e os EUA não emitiram nenhuma nota pelo ocorrido.

Em 2014, o governo malaio confiscou centenas de Bíblias porque a Sociedade Bíblica havia traduzido a palavra "Deus" como "Alá". O governo malaio estava preocupado que a palavra usada pelos cristãos causasse agitação civil. A comunidade cristã da Malásia recorreu da decisão e venceu.

O primeiro-ministro chinês Xi Jinping achou que seria uma boa ideia reescrever a Bíblia porque ela é muito ocidentalizada. O objetivo era torná-la mais harmônica com a ideologia comunista, bem como incluir elementos Budistas e Confucionistas. Isso não foi adiante, mas, o Estado ainda controla a distribuição de Bíblias e quaisquer outros textos cristãos. Há relatos de que alguns textos foram alterados. Na parte do Evangelho de João, no qual Jesus salva a adúltera, por exemplo, consta que ele a apedrejou.

Em 2015, a Bíblia ficou em sexto lugar na lista dos livros mais contestados do Escritório de Liberdade Intelectual da Associação Americana de Bibliotecas (ALA).

A ALA recebeu várias reclamações sobre o conteúdo sexual e a violência da Bíblia. Algumas pessoas, por acreditarem na separação entre Igreja e Estado, também afirmaram que as bibliotecas não devem manter o livro.

Em 2017, o comediante Elijah Daniel decidiu publicar uma Bíblia "hella gay", que era essencialmente uma sátira. O livro viu Deus ser substituído por Rihanna, Adão e Eva se tornando Adão e Steve e Satanás virou Donald Trump. Na Amazon este livro se tornou um best-seller. Muitos cristãos não estavam felizes com a sátira, então a Amazon realmente acabou banindo o livro.

Queridos irmãos trago essas notícias para que vocês vejam como anda toda a questão envolvendo a Bíblia, suas distorções e como é até árduo para Deus manter suas Escrituras e a Interpretação das mesmas para que as pessoas sejam salvas.

As Escrituras Sagradas não são fábulas engenhosamente inventadas, ao contrário, é a mensagem dada por Deus através de homens e nem por isso indigna, ao contrário, por ser Palavra de Deus “temos mais confiança...” (2Pe 1.19).

O adjetivo bebaioteron (confiança) ressalta que as Palavras das Escrituras me fazem caminhar num lugar sólido e seguro em contraponto as fábulas que buscam tirar essa solidez e segurança em nossa caminhada cristã.

A Escritura Sagrada é uma lâmpada (Sl 119.105) é uma luz que brilha em um lugar escuro (2Pe 1.19). O objetivo da Escritura é dar luz em meio à escuridão para que a estrela da manhã brilhe nos corações (2Pe 1.19).

Essa estrela da manhã é Jesus (Nm 24.17; Ap 22.16). Dessa estrela da manhã, o deus deste mundo (2Co 4.4) quer tirar as pessoas. Para atingir esse intento, distribuiu fábulas que enganam e afastam as pessoas da verdade que é Cristo. Cuidado querido irmão e irmã, ele já tem conseguido fazer isso com muitos e quer fazer contigo.

Você está prestando atenção na mensagem das Escrituras? O que têm afastado você e está te impedindo de ouvir a mensagem das Escrituras? Ouça a recomendação da Palavra de Deus: “não abandone o costume de assistir as nossas reuniões” (Hb 10.25) e “prestem atenção nessa mensagem” (2Pe 1.19).

Lembre-se que tanto a Bíblia escrita, bem como a Palavra pregada é obra do Espírito Santo. Aproveite, pois entre nós o Espírito Santo continua agindo e o objetivo é operar, manter e fortalecer a fé salvadora. Amém!

ERT

 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

A Escritura Sagrada não é um conto de fadas!

 13 de fevereiro 2022

6º Domingo após Epifania

Lecionário anual

Salmo 2; Êxodo 3.1-14; 2Pedro 1.16-21; Mateus 17.1-9

Texto: 2Pe 1.16-21

Tema: A Escritura Sagrada não é um conto de fadas!

 

Você gosta de fábulas? Contos? Estórias?

O inimigo da igreja cristã só têm fábulas para confundir as pessoas e distorcera boa nova da salvação em Jesus.

Pedro escreve aos cristãos que diferentemente das “fábulas engenhosamente inventadas" (2Pe 1.16), os apóstolos e inclusive ele escreveram e falaram sobre o que viram e ouviram movidos pelo Espírito Santo.

Pessoas estão começando a dar ouvidos e defendendo as “fábulas engenhosamente inventadas.

A segunda carta do apostolo Pedro foi escrita para cristãos que estavam sofrendo ataques de falsos mestres infiltrados nas igrejas. Doutrinas errôneas estavam destruindo muitos cristãos e semeando apenas dúvidas, a ponto de Judas recomendar para que todos tenham compaixão dos que estão em dúvida (Jd 22).

Os falsos mestres estavam deturpando as cartas do apostolo Paulo, bem como as Escrituras (Antigo Testamento) e espalhando mentiras de que as Escrituras não eram inspiradas e que a Palavra de Deus se contradizia. Em outras palavras, os falsos mestres apenas se utilizavam de “fábulas engenhosamente inventadas" (2Pe 1.16). E na expectativa de opor-se aos falsos mestres, o apostolo escreveu: “Nós não estávamos contando coisas inventadas quando anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo, ...” (2Pe 1.16).

O termo traduzido por fábulas - Muthois significa alegorias ou profecias fictícias. O inimigo da igreja, o leão que ruge (1Pe 5.8), possui apenas fábulas para destruir a mensagem dada pelo Espírito Santo (1Tm 3.15-16) para as pessoas. Pelas fábulas, o diabo, destrói a doutrina (2Pe 2.1) e conduz muitos a escarnecer a segunda vinda de Jesus (3.3-4).

Para opor as fábulas engenhosamente inventadas o apostolo Pedro indica a certeza da origem e a fonte das Escrituras Sagradas. Nesse sentido, os versos 20 e 21 de 2Pedro 1 ensinam extraordinariamente que tanto a interpretação das Escrituras bem como a origem das Escrituras está no Espírito Santo.

As Escrituras Sagradas não são fábulas engenhosamente inventadas, ao contrário, é a mensagem dada por Deus através de homens, por essa razão “temos mais confiança...” (2Pe 1.19).

O adjetivo bebaioteron indica que as Palavras das Escrituras me fazem caminhar num lugar sólido e seguro em contraponto as fábulas provenientes do diabo que buscam tirar essa solidez e segurança em nossa caminhada cristã.

As Escrituras Sagradas é uma lâmpada, conforme o salmista (Sl 119.105), e aqui na perícope, o apóstolo Pedro diz que é uma luz que brilha em um lugar escuro (2Pe 1.19).

O objetivo da Escritura é dar luz em meio à escuridão para que a estrela da manhã brilhe nos corações (2Pe 1.19). Essa estrela da manhã é Jesus (Nm 24.17; Ap 22.16). Dessa estrela da manhã é que o deus deste mundo (2Co 4.4), o diabo, quer tirar as pessoas. Para atingir esse intento, distribuiu fábulas que enganam e afastam as pessoas da verdade que é Cristo.

Já que as Escrituras nos conduzem para Cristo, para o perdão, a salvação, o apostolo Pedro enfatiza que “vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem” (2Pe 1.19). Você está prestando atenção na mensagem das Escrituras? O que têm afastado você e está te impedindo de ouvir a mensagem das Escrituras? Ouça a recomendação da Palavra de Deus: “não abandone o costume de assistir as nossas reuniões” (Hb 10.25) e também: “prestem atenção nessa mensagem” (2Pe 1.19).

As fábulas engenhosamente inventadas ganharam as redes sociais e fazem um estrago tremendo na vida das pessoas. As fábulas engenhosamente inventadas e distribuídas nas redes sociais comparam um versículo com outro como se os mesmos estivessem se contradizendo sem levar em conta o contexto de toda a perícope e até o contexto amplo das Escrituras.

Assim como os escritores da Bíblia foram inspirados pelo Espírito Santo para escrever, os interpretes da Bíblia são movidos pelo Espírito Santo para interpretá-las. Tanto a interpretação bem como a pregação da Palavra são obras do Espírito Santo (1Co 2.13-14), ao contrário das fábulas criadas pelos falsos mestres que têm origem nas próprias paixões (2Pe 3.3). Ao ensinar a orar “santificado seja o teu nome”, Jesus ensinou que a pregação clara e pura da Palavra de Deus é algo divino e só pode ser produzida por Deus. E muitas coisas e fatos querem nos afastar dessa obra divina.

A Palavra de Deus é questionada por um simples detalhe: ela conduz à salvação. Ela conduz a Cristo. As fábulas afastam de Cristo e faz com que as pessoas duvidem das Escrituras. A Bíblia é uma mensagem do amor de Deus para o pecador. Amém!

ERT
Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...