segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Retrospectiva!


Salmo 111; Isaías 63.7-14; Gálatas 4.4-7; Mateus 2.13-23
Texto: Salmo 111.1-4
Tema: Retrospectiva!

Se você fizesse uma retrospectiva desse ano de 2019, como seria a mesma? 
O salmista faz uma verdadeira retrospectiva das coisas maravilhosas de Deus. No entanto, não é uma retrospectiva de um ano, mas de muitos anos. No Salmo 111, observamos o salmista fazendo uma retrospectiva de tudo o que Deus fez por cada filho e filha.
Temos diante de nós um Salmo riquíssimo, no entanto, quero destacar apenas os versos 1 e 4 destacando o lembrar, ou melhor, a retrospectiva dos atos poderosos de Deus.
Lembrar – relembrar, rememorar as ações de Deus. Isso era o que Deus esperava de seu povo. Deus quer que seu povo mantenha viva na memória os grandes feitos de Deus.
Lembrar os feitos de Deus no passado, era viver na certeza do cuidado e da proteção de Deus no presente e a consequência disso conduzia ao louvor de todo o coração. Lembrar os feitos de Deus servia para evitar muitos erros e desvios da fé no futuro.
Os Salmos 111; 112; 113 iniciam com Aleluia. A expressão máxima da adoração à Deus.
Junto a expressão aleluia o salmista diz que “louvará a Deus...com todo o coração...junto com os que lhe obedecem” ou seja, junto aos que estão no culto, na reunião do povo de Deus. E depois traz a memória do povo tudo o que Deus fez e faz.
Antes de lembrar cada filho de Deus os motivos para o louvor, o salmista diz que louvará. Todo louvor se deve àquilo que Deus fez e faz em nosso favor, não é um louvor de barganha.
Recordar as ações de Deus, quer no passado, quer no presente, nos ajuda a louvá-lo, nos ajuda a nunca esquecer dos seus feitos maravilhosos. Recordar as ações de Deus nos ajuda a compartilhar essas maravilhas. Esse compartilhar pelo recordar as ações de Deus farão com que muitos se alegrem e venham dar graças a Deus junto conosco na casa de Deus. Recordar as ações de Deus nos leva a louvar a Deus de todo o coração e nunca nos esquecer dos seus feitos maravilhosos.
Deus nos abençoe a podermos recordar sempre as ações de Deus em todos os dias da nossa vida.


Pr Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Agradando-se dos feitos de Deus!


Salmo 111; Isaías 63.7-14; Gálatas 4.4-7; Mateus 2.13-23
Texto: Mateus 2.13-23
Tema: Agradando-se dos feitos de Deus!

Grandes são as obras do Senhor, consideradas por todos os que nelas se comprazem” (Sl 111.2).

Onde Deus está quando grandes tragédias acontecem?
2019, por muitos foi eleito como sendo o ano das tragédias.
Por falar em tragédia, o primeiro natal, que poucos souberam ser o primeiro, foi marcado por uma grande tragédia. Entre 20 a 40 crianças, bebês foram assassinados.
Por serem bebês de pessoas judias, muitos cristãos devem ter clamado, ou se perguntado sobre onde estava Deus naquele momento. Bem, estava sendo levado ao Egito, para não ser morto antes do tempo.
As tragédias nos cercam e são quase que diariamente. No entanto, aquele que nasceu em Belém, refugiou-se no Egito, foi criado em Nazaré, viveu tudo isso para que você e eu não soframos a maior de todas as tragédias: morte eterna.
A tragédia da matança das crianças não estava nos planos de Deus. Na verdade, aquele desastre foi fruto de uma pessoa que movida pela inveja, egoísmo e sede de poder, causou.
Mais um ano está por terminar e muitos ficam questionando: será que ano que vem será melhor? Será que irei realizar aquele sonho? Bem, diante do texto proposto temos duas alternativas, ouvir e reagir conforme a nossa ganância ou ficar atento aos avisos de Deus. E até daria uma terceira sugestão: estar atento ao que está acontecendo ao nosso redor (Mt 2.22).
José, guiado por Deus através de sonhos, também mostrou-se cauteloso diante dos eventos que o cercava. Tanto que por divina advertência, para não errar, mudou-se para Nazaré.
As pessoas, já próximas da virada, estão indo as lojas comprar roupas. E a cor da roupa mostra seu desejo. Desejo esse que procede da sua ganância, egoísmo, ... Os de branco querem paz, mas, rejeitam a Palavra de Deus que os exorta a amar o próximo, em especial os inimigos, perdoar os que pecam contra nós.
Os de vermelho, desejam um amor. Mas, ignoram a sentença bíblica de que o amor não é ciumento, avarento, não busca seus próprios interesses, ...
Os de amarelo, querem riquezas, e se esquecem de que Cristo Jesus nos enriqueceu (2Co 8.9).
Onde está Deus nas tragédias? Está muito próximo. Ele não dorme, não cochila (Sl 121). Está sempre ao nosso lado (Mt 28.20). O problema é que muitas tragédias ocorrem porque não queremos perder nosso espaço, nosso conforto.
Herodes vivia no palácio e ocupado com as coisas desse mundo, viu-se ameaçado e não observou que o “tempo havia se cumprido” (Gl 4.4), e que Jesus, o Salvador havia nascido. Mas, não foi apenas Herodes. O apostolo João registrou que Jesus “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).
Não há maneira melhor que diante do novo, recorrer a uma coisa velha, mas não ultrapassada, a Palavra de Deus. Em mais um ano que teremos pela frente que possamos exclamar como disse o salmista: “Grandes são as obras do Senhor, consideradas por todos os que nelas se comprazem” (Sl 111.2) e que possamos, assim como José, diante de qualquer decisão, conhecer nosso tempo e por “divina advertência” (Mt 2.22) tomarmos a melhor decisão.
Tragédias – infelizmente, elas continuarão ocorrendo, afinal, muitos ainda continuam ocupados no reino desse mundo e não querem nem saber do reino de Cristo, no qual por amor e misericórdia, Deus em seu Filho nos coloca. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

sábado, 21 de dezembro de 2019

Natal e a atuação do Espírito Santo!

Texto: Mateus 1.18 – 25
Tema: Natal e a atuação do Espírito Santo!

Diariamente somos bombardeados por anúncios. Anuncia-se pelo rádio, tv, redes sociais, som automotivo, panfletos. Anúncios e mais anúncios.
São anúncios de promoções, ofertas, descontos, de venda, troca e até de compra. Anúncios de nascimento, casamento, inauguração, sepultamento.
A quarta vela da coroa de advento é a vela do anúncio.
Muitos profetas foram enviados por Deus para anunciar a boa nova a respeito de Cristo. Muitos ignoraram esse anúncio e quando o salvador nasceu, o apostolo João registrou que: “Jesus veio para o seu povo, mas seu povo o rejeitou” (Jo1.11). Pessoas exclamam: eu não acredito que perdi essa promoção! Esse evento! Essa oportunidade de emprego! Isso aconteceu, pelo fato de ter ouvido o anúncio, mas, pareceu sem importância e necessidade.
A igreja continua anunciando, mas, para muitos, seu anúncio é sem importância e necessidade.
O primeiro natal foi cheio de anúncios! Os anjos anunciaram aos pastores nas campinas. Os sábios anunciaram no palácio. Simeão e Ana anunciaram no pátio do Templo. Mas, o anúncio parecia ser loucura.
Antes desses anúncios, foi preciso que o anjo do Senhor anunciasse o futuro evento para José e Maria. Mas, qual foi o anúncio do anjo a José e a Maria?
Não foi um anúncio humano! Foi o anúncio de que o natal, concepção de Jesus é uma obra do Espírito Santo.
O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, a sua mãe, ia casar com José. Mas antes do casamento ela ficou grávida pelo Espírito Santo” (Mt 1.18; Lc 1.27). “José, descendente de Davi, não tenha medo de receber Maria como sua esposa, pois ela está grávida pelo Espírito Santo” (Mt 1.20).
Dessa forma se comprova que Jesus era “descendente de Davi” por meio de José (o artigo definido του, grego enfatiza isso). Jesus é “filho de Deus” por meio do Espírito Santo (A preposição “ek” comprova).
Esses relatos apresentados por Mateus e Lucas tem por objetivo apresentar a concepção de Jesus para que não haja contestação de que verdadeiramente a concepção de Jesus é obra do Espírito Santo e que Jesus é descendente de Davi por José e assim, o real cumprimento da promessa.
O evangelista Mateus afirma a “descendência de Davi e José (vv. 6 - 16). O anjo ao falar com José o chama de “filho de Davi” (v. 20). No v. 21, a expressão “lhe, você” é singular. E no v. 25 narra que “E ele deu-lhe o nome de Jesus”. Esses fatos atestam que Jesus é um verdadeiro, legal “descendente de Davi.
As palavras do v.16 “E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo” são espetaculares. Aqui não é dito que Maria ou José tenha gerado Jesus. O termo “... da qual (genitivo feminino) nasceu Jesus”, reforça a ação do Espírito Santo. Mateus dá todas as dicas que Jesus foi gerado, concebido pelo Espírito Santo.
Se observarmos Lc 3.23 “Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Eli;...”. A frase, “...como se cuidava,....” expressa que Jesus não era filho biológico de José. Conforme Lc 1.35, é comprovado que Jesus é filho de Deus: “...Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altissimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”.
Talvez alguém pergunte: mas que diferença isso faz?
Faz toda a diferença. Natal é um dia de festa, a festa do filho de Deus que se fez homem e veio ao mundo pelo poder do Espírito Santo.
O evangelista Mateus diz que essa história não foi aceita ou crida por vontade humana. Mateus diz que um anjo anunciou para José em sonho e Lucas diz que um anjo anunciou a Maria.
Para que ocorresse o primeiro natal o poder e a ação do Espirito Santo foi essencial, o mesmo, se dá ainda hoje. Sem o a ação do Espírito Santo, as pessoas não creem que natal é a celebração do nascimento do filho de Deus. O diabo tem como seu aliado o mundo nessa situação. O mundo desvirtuou o sentido e a razão do natal. Para muitos não há natal sem presentes e ceia. Mas, a verdade é que não há natal sem Jesus.
E para que esse verdadeiro natal continue sendo celebrado, é preciso que ele seja anunciado, mesmo que seja entre muitos outros anúncios de natal.
Deus age na história para que suas promessas sejam cumpridas (Gn 3.15; Is 7.14). Após a queda, Deus prometeu que seu filho seria enviado nascendo de uma mulher e pelo poder do Espírito Santo, Jesus foi concebido. Lucas registrou o anuncio do anjo para Maria: “...como será isto, pois não tenho relação com homem algum...Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do altíssimo te envolverá com a sua sombra; ...” (Lc 1.34-35).
O casamento judaico consistia em duas fases. A primeira fase: noivado. Homem e mulher, diante de testemunhas escolhidas, davam seu consentimento formal para casar um com outro. Nessa troca de votos, se tornavam legalmente casados e desde já era apropriado chamá-los de marido e mulher (assim a NVI o faz). Segunda fase: morar juntos. Ocorria um ano após o noivado. Nesse intervalo de tempo, a menina que ainda vivia com seus pais ficou grávida pelo Espírito Santo.
Como crer num absurdo desses? Só pelo anuncio dos anjos e pelo poder do Espírito Santo. A festa do natal ainda é uma obra do Espírito Santo. Não cremos por nós mesmos. Cremos pelo poder do Espírito Santo.
O evangelista Mateus usa, pelo poder do Espírito Santo, autor das Escrituras, o termo grego συνελθειν (Mt 1.18) reunir-se, juntar-se, indicando que a concepção de Jesus foi uma intervenção do Espírito Santo antes da consumação sexual com José (Gn 2.24).
O evangelista e pesquisador Lucas destaca: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá” (Lc 1.35).
O significa esse cobrir? O termo – επισκιασει “toldar, cobrir, sombrear.
No Novo Testamento o verbo “episkiazo” aparece apenas 5 vezes. No entanto, as 5 ocorrências de “episkiazo” apresenta Deus como a causa do sombreamento. Isso demonstra seu poder e glória. Vemos isso em Lucas 1.35, falta a fígura concreta de uma nuvem que lança sua sombra, mas há uma referência ao sujeito divino de “episkiazo” – πνευμα αγιον – o próprio Espírito Santo.
Querido irmão e irmã em Jesus. Os evangelistas Mateus e Lucas, orientados pelo Espírito Santo, escrevem a respeito da concepção de Jesus não para narrar uma curiosidade humana, mas registram um mistério insondável. Deus se fez homem pelo poder do Espírito Santo. Observe que Maria tornou-se mãe de Cristo segundo a sua natureza humana por meio do Espírito Santo. Ela foi a barriga de aluguel de Deus.
A concepção de Jesus mostra uma nova criação que existe e continua na pessoa de Jesus. Aqui temos algo tão esplendoroso, quanto temos em Gn 1.1.
Destaco a obra do Espírito Santo, para evitar duas confusões: a confusão na doutrina da Pessoa de Cristo e, na definição de humilhação de Cristo.
A graça moveu Deus a prover a salvação para a humanidade perdida. Tanto que os anjos anunciaram aos pastores, por ocasião do nascimento de Cristo, que o menino nascido em Belém era “Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
Jesus não foi feito Deus por ocasião do seu batismo ou em sua ressurreição, nem foi deificado posteriormente por seus seguidores. Jesus é Deus, desde sua concepção. Dessa forma, Jesus sempre foi e será verdadeiro Deus.
Esse verdadeiro Deus continua sendo anunciado e celebrado não só no natal, mas todos os dias do ano. E toda vez que alguém crê, vemos a obra do Espírito Santo, que aponta para Cristo, continua sendo realizada entre nós. Amém!
ERT - Edson Ronaldo TREssmann

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O evangelho de Deus!


4º Domingo no Advento
22 de dezembro de 2019
Salmo 24; Isaías 7.10-17; Romanos 1.1-7; Mateus 1.18-25
Texto: Rm 1.1-7
Tema: O evangelho de Deus (Rm 1.1-7)


Diariamente somos bombardeados por anúncios.
Anuncia-se pelo rádio, tv, redes sociais, som automotivo, panfletos. Anúncios e mais anúncios.
Ouvimos anúncios de promoções, ofertas, descontos, e também de venda, troca. Anúncios de nascimento, casamento, inauguração, sepultamento. É tanto anúncio que muitas vezes até nos perdemos.
Ao acender a quarta vela da coroa de advento, destacamos o anúncio. E entre os tantos anúncios, esse é necessário, urgente e importante.
Advento é tempo de preparação. E para que nos preparemos adequadamente, é imprescindível ouvir o anúncio de Jesus: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8.12).
Muitos profetas foram enviados por Deus para anunciar a chegada da luz do mundo. Mas, infelizmente, muitos ignoraram esse anúncio e ao ter chegado, o apostolo João destaca que “Jesus foi ignorado pelos seus” (Jo1.11). E os que ignoraram foram àqueles que sempre tiveram a oportunidade de ouvir o anúncio.
Muitas pessoas exclamam: eu não acredito que perdi essa promoção! Esse evento! Essa oportunidade de emprego!
Isso aconteceu, pelo fato de ter ouvido o anúncio, mas, pareceu sem importância e necessidade.
A igreja ainda hoje continua anunciando, mas, para muitos, seu anúncio é sem importância e necessidade. E por falar em anúncio, o apostolo Paulo destaca o evangelho que a igreja precisa anunciar.
O primeiro capítulo da carta aos Romanos em si apresenta de maneira transparente toda a mensagem de Paulo aos Romanos. Os versículos 1 - 6 da carta de Paulo aos Romanos pode ser classificado de: Paulo e o evangelho; os versículos 7 a 13: Paulo e os Romanos; os versículos 14 a 17: Paulo e a evangelização.
O livro histórico de Lucas (Atos dos Apóstolos) culminou com o relato de que o evangelho chegou a Roma. Lucas termina seu livro mostrando Paulo pregando o evangelho em Roma. E a pergunta é: Qual evangelho foi pregado em Roma?
Possivelmente a carta aos Romanos tenha sido a primeira peça literária cristã que os romanos tiveram conhecimento. Exatamente por isso, Paulo expressa que o evangelho de Deus é Jesus Cristo.
Não há igreja sem os meios da graça (Batismo, Pregação e Santa Ceia). Não há apóstolo sem evangelho.
É preciso saber o que é evangelho de Deus. Esse conhecimento, auxilia na compreensão sobre quem de fato é verdadeiro apóstolo. Afinal, Jesus alertou que nos últimos tempos haveriam falsos profetas e mestres.
O evangelho tem origem em Deus.
A carta aos Romanos é um livro sobre Deus, sobre o evangelho de Deus.
Paulo inicia essa carta apresentando-se como apóstolo.
Apóstolo significa “enviado”. O termo apóstolo pode ser aplicado aos doze discípulos chamados por Jesus para serem suas testemunhas, e, num sentido mais lato, aos missionários do Evangelho.
Paulo se considera apóstolo por anunciar a notícia do evangelho de Deus. Desculpe-me a ousadia, mas, seu pastor pode receber o título de apóstolo? A igreja, a congregação a qual frequenta, pode ser classificada como apostólica?
A resposta está no fato de pregar ou não o evangelho de Deus!
O apóstolo de Jesus é aquele que se ocupa com a proclamação do evangelho de Deus. Um apóstolo não reparte com outros especulações humanas e filosóficas, ele reparte a mensagem do evangelho de Deus.
O apóstolo está ocupado em repartir o evangelho de Deus, a boa nova do próprio Deus para um mundo perdido. Um mundo que necessita tão somente do evangelho salvador.
Mas do que se trata o evangelho de Deus? É toda a profecia do Antigo Testamento que trata a respeito de Jesus Cristo que veio da descendência de Davi.
O evangelho de Deus é Jesus!
O evangelho de Deus é a boa notícia – a boa noticia de Deus é seu Filho Jesus. Essa notícia é tão extraordinária que Deus enviou anjos para proclamá-la naquela primeira noite de natal.
Ao enfatizar que é servo e apostolo por causa do evangelho, o apóstolo Paulo mostra que o evangelho provém de Deus e que o mesmo é Jesus.
Ao definir espetacularmente que “o evangelho de Deus é Jesus” as portas das Escrituras são escancaradas para o pecador. Jesus é o evangelho de Deus!
A igreja moderna busca ser uma igreja semelhante ao Google. Ou seja, busca resposta imediata para todo o qualquer assunto. Cristãos e supostos apóstolos estão buscando responder sobre tudo, mas, esquecendo-se de “dar razão da sua esperança” (1Pe 3.15).
Muitos púlpitos se transformaram em verdadeiros palanques filosóficos, políticos e sociais. Muitos apóstolos e igrejas ditas apostólicas deixaram de ser o local de onde o evangelho de Deus emana.
Eu, Paulo, servo de Cristo Jesus, ... Deus me chamou e me separou para ser seu apóstolo, a fim de que eu anuncie a boa notícia do evangelho de Deus” (Rm 1.1).
Há boas livrarias, inclusive, há muitos sites na internet onde é possível baixar livros sobre os mais variados temas e assuntos. No entanto, cada culto, cada estudo bíblico, o tema sempre deve ser o mesmo: o evangelho de Deus!
A igreja é de Deus! Precisa preservar a Palavra de Deus. E a Palavra de Deus é seu evangelho – Jesus, aquele que foi enviado pelo Pai para resgatar os pecadores.
A oração da igreja precisa ser um clamor por servos e apóstolos que simplesmente se ocupem em proclamar o evangelho de Deus – Jesus.
Ao escrever a carta aos Romanos, Paulo está em Corinto (inverno de 57/58 d.C), prestes a partir para Jerusalém, de onde ele esperava dirigir-se a Roma e a Espanha (Rm 15.22-32; 1Co 16.3-6; At 19.21; 20.3). O perigo que os cristãos convertidos do judaísmo e do paganismo corriam era se desentenderem em relação ao evangelho de Deus. Para que isso não acontecesse, Paulo lhes anuncia o mesmo tema que havia anunciado aos Gálatas, o puro e doce evangelho de Deus – a salvação pela fé na obra realizada por Jesus, assim como proclamada pelos profetas.
Eu, Paulo, servo de Cristo Jesus, ... Deus me chamou e me separou para ser seu apóstolo, a fim de que eu anuncie a boa notícia do evangelho de Deus” (Rm 1.1).
O evangelho da igreja e do apóstolo não é um evangelho pessoal - é a mensagem do coração de Deus. Um Deus amoroso e misericordioso que enviou seu Filho. E envia pessoas que anunciam essa mensagem. O evangelho de Deus é a mensagem expressa nas páginas das Sagradas Escrituras, no Antigo e Novo Testamento, pelos profetas, discípulos e apóstolos. Essa continua sendo a missão e tarefa primordial de um apóstolo e de uma igreja apostólica, anunciar o anúncio de Deus. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Felizes são aqueles que não abandonam a fé em Jesus! (Mt 11.6)


Terceiro Domingo de Advento
15 de Dezembro 2019
Salmo 146; Isaías 35.1-10; Tiago 5.7-11; Mateus 11.2-15
Texto: Mateus 11.2-15
Tema: Felizes são aqueles que não abandonam a fé em Jesus (Mt 11.6)

Que decepção!
Você já se decepcionou com algo?
Os discípulos que haviam permanecido com João Batista parecem estar decepcionados, desanimados e cheios de dúvida.
João Batista, já havia apontado para Cristo dizendo que o mesmo era o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Pedro (Simão), João e André, discípulos de João Batista, ao serem convidados por Jesus o seguiram. Outros, permaneceram com João Batista.
A esperança messiânica era que o Messias, o libertador, os alforriasse do domínio do Império Romano. No entanto, não acontecendo isso, voltaram-se a João Batista, preso numa Fortaleza em Maquero, na Pereia, para falar sobre tudo que estava acontecendo e saber quem era Jesus. Mateus narra no v.2: “João Batista estava na cadeia e, quando ouviu falar do que Cristo fazia, mandou que alguns dos seus discípulos fossem perguntar a ele: — O senhor é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro?” (Mt 11.2).
Os discípulos de João estavam desapontados, pois, aguardavam o libertador da opressão romana, e parece que nada do que aguardavam se realizaria em Jesus. Tanto que João Batista estava preso. O homem, que estava preso por causa do anúncio da chegada do Reino, e assim, denunciou a corrupção reinante na época, foi preso. E de lá, envia seus discípulos à ouvirem da boca de Jesus sobre quem era.
As adversidades trouxeram dúvidas aos discípulos de João Batista. Talvez alguém pergunte: será que João Batista também não ficou com dúvidas? Não seria falar que sim. Mas, não parece ser o caso aqui. Jeremias (Jr 20.7), Elias e muitos outros tiveram momentos de dúvida.
A dúvida ocorre, quando nos decepcionamos com algo ou alguma coisa. Será que sou amado? Será que estou fazendo a coisa certa?
Os discípulos de João Batista, contaram os grandes feitos de Jesus, mas, relataram que não parecia ser o libertador tão aguardado. E assim, João Batista os encaminha para Jesus. E Jesus ao responder, os reencaminha de volta a João Batista, para que lhes explicasse as palavras do profeta Isaías (Is 35.5-6).
O Messias era real, o problema era a falsa interpretação dos judeus do Messias libertador político. Jesus era o Messias e estava cumprindo o que os profetas haviam anunciado sobre ele.
Em outras palavras, Jesus ressalta para os discípulos de João Batista que nada de estranho estava acontecendo. E por mais amarga que fosse a situação, tudo estava nos planos de Deus.
Quando os discípulos de João Batista saem, e voltam para Maquera, Jesus diz a todos que João Batista era o profeta da transição entre antigo aliança e nova aliança (Mt 11.13; Lc 16.16). Moisés, os profetas e João Batista falaram da chegada do reino e nEle, Jesus, o reino havia chegado.
A dúvida dos discípulos de João Batista e de muitos outros era natural. Houve um período de silêncio de Deus, desde o último profeta (Malaquias). E agora, quando as expectativas messiânicas parecem estar se cumprindo, as pessoas não compreendem que tipo de Messias, Deus havia lhes enviado. E Jesus responde que é preciso dar atenção ao que disse, Moisés, os profetas e o próprio João Batista.
Querido amigo e amiga.
É tempo de advento. É tempo de preparação.
Enquanto esperamos a vinda de Jesus Cristo, muitas são as decepções. Nos decepcionamos com irmãos da igreja, com pregadores, com a demora de Deus em nos socorrer. Parece que Deus não ouve e não atende as nossas orações. Tudo isso, gera um estado de stress espiritual que nos leva a também querer saber: e daí, Jesus é Jesus, ou temos que buscar outro?
Jesus responde dizendo: “Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam” (Mt 11.15), e diz também: “...felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim” (Mt 11.6).
Em outras palavras, Jesus nos exorta a permanecermos firmes nas palavras das Escrituras Sagradas que apontam para ele (Mt 11.14).
Querido irmão e irmã em Jesus. É preciso destacar que os discípulos de João Batista, estavam com dúvida por causa de um mal entendido. Achavam que o Messias enviado por Deus era libertador político, mas, ao serem enviados à Cristo, ouvem da sua boca que o Messias enviado da parte de Deus é aquele que veio libertar o pecador dos seus piores inimigos: pecado, morte eterna e satanás.
Dessa forma, lembro lhes que ao dizer: “...felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim” (Mt 11.6), Jesus quer nos alertar a não cair no pecado de afastar-se dele devido algum mal-entendido. Por isso, “Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam” (Mt 11.15).
O apostolo Paulo juntamente com Barnabé, anunciando o evangelho em Listra, Icônio e Antioquia da Pisidia ensinava que “era preciso passar por muitos sofrimentos para poder entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Mas, nos dias em que vivemos parece que não é permitido sofrer. As pessoas buscam respostas para seus sofrimentos, tribulações, inquietações e muitas vezes encontram as supostas respostas onde Deus as proibiu de buscar e assim se afastam da fé verdadeira em Jesus.
Querido irmão e irmã em Jesus. Esse episódio narrado pelo evangelista Mateus quer nos ensinar a cuidar, vigiar, estar atento no ouvir. O Reino de Deus já veio em Jesus e em breve Jesus virá para buscar os seus para adentrar no Reino Celestial. Que nenhum mal-entendido nos conduza ao caminho da infelicidade eterna. Há muita pregação que supostamente me mostram caminhos de felicidade e sucesso, mas, só estão levando ao mal-entendido de uma vida sem Cristo. E sem Cristo, pode até haver felicidade e sucesso nesse mundo, mas, como Jesus disse: “...felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim” (Mt 11.6), por mais amarga que seja a situação. Em Cristo, mesmo que haja decepção nesse mundo, não haverá eternamente. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Consolação das Escrituras


Segundo Domingo de Advento
Dia da Bíblia
08 de dezembro 2019
Salmo 72.1-7; Isaías 11.1-10; Romanos 15.4-13; Mateus 3.1-12
Texto para prédica: Romanos 15.4-13
Tema: Consolação das Escrituras.

Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão” (Rm 15.4).
         A Bíblia tem tornado para muitos um livro ultrapassado, isso no país mais católico do mundo e onde os evangélicos crescem avassaladoramente. Agnósticos, sem religião e ateus, já somam 15 milhões no Brasil. O esfriamento da fé é uma realidade visível, basta olhar as igrejas.
         Certo dia, quando estava voltando do interior, observei um fato que deveria ter registrado numa fotografia. Passando pela avenida X, vi uma igreja e cerca de 45 fiéis. Ao lado, colado na parede da igreja um local de venda de lanches. Havia nesse local, cerca de 60 pessoas. Enquanto na igreja cantavam, na calçada, pessoas comiam, bebiam e conferiam as últimas mensagens do waths. Nada contra as pessoas estarem ali comendo e bebendo. Lembro esse fato para destacar a realidade a qual estamos vivendo. A fé que tem como resultado o adorar, está esfriando. Qualquer outro evento é mais importante que a reunião para louvor e adoração a Deus.
         Nos próximos 40 anos, países como Canadá, Austrália, Áustria, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Suiça e República Tcheca terão a maioria da sua população longe de Deus. As pessoas estão rejeitando a figura de Deus. Entre as cinco grandes religiões, a terceira posição do ranking é dos indivíduos sem filiação religiosa, com cerca de 1,1bilhão de pessoas. A primeira posição é do cristianismo e a segunda do islamismo. No Brasil, os agnósticos, os ateus e sem religião somam 8% da população. O grande problema é que essas pessoas tem acesso às universidades, são economicamente favorecidas, e são formadores de opinião.
         Mas, isso não é tudo. A verdade é que o ateísmo está sendo alimentado pela modernidade e pelo descrédito em relação as instituições religiosas que ficam se digladiando. Já disse outra vez e repito: parem de falar mal das instituições religiosas. Destaquem apenas o evangelho que trata a respeito de Cristo e cada qual pelo poder do Espírito Santo fará o correto discernimento.
         Uma característica que tem marcado o crescimento dos sem religião no Brasil é que a decisão de deixar a ideia de Deus de lado acontece cada vez mais cedo. Tenho observado pais deixarem seus filhos crescerem para se decidirem pelo batismo. Daí vão para a faculdade e caem no ateísmo. No ambiente acadêmico, há muita exposição a ideias e teorias que questionam a existência de Deus, e a própria ortodoxia de quem segue a Bíblia. Assim, a Bíblia torna-se um livro não mais aceito.
Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão” (Rm 15.4).
Essa oportuna declaração permite-nos concluir cinco verdades acerca da Escritura:
1 – É sempre atual
2 – Seu valor é abrangente
3 – Seu foco é Cristo
4 – Seu propósito é prático
5 – Sua mensagem é divina
         A Escritura a qual se refere o apostolo Paulo em Romanos 15 é o Antigo Testamento, a Bíblia da época. Dessa forma, Paulo diz que tudo o que foi escrito pelos profetas, suas exortações, suas promessas, valem atualmente. Elas nos ensinam, nos corrigem, nos educam e nos conduzem para Cristo, pois Cristo é o cumprimento das promessas (2Tm 3.15; 2Co 3.15-16).
O que significa a “... consolação das Escrituras...”? (Rm 15.4). O cumprimento da promessa de Deus em Jesus. O cumprimento das promessas de Deus nos dá esperança, o mesmo sentir de uns para com os outros, e nos permite acolher o próximo mesmo que esteja equivocado em suas posições.
O apostolo Paulo está tratando (Rm 15) sobre a questão dos relacionamentos entre as pessoas da comunidade. As pessoas estavam discutindo sobre o que comer e beber. Uma discussão que só atrapalha o evangelho. Para uma solução, o apostolo cita as palavras do Salmo 69.9 em Rm 15.3, indicando que Cristo fez o que fez, não para agradar a si mesmo, mas, para cumprir uma promessa em prol de outros.
Assim, o apostolo Paulo deseja que cada cristão viva não querendo agradar a si mesmo, mas, buscando ter o mesmo sentimento e acolhendo o próximo, afinal, o desejo de Deus é salvar em especial o fraco na fé.
A nossa esperança não está naquilo que comemos ou bebemos, ou naquilo que deixamos de beber ou comer (Cl 2.17). A esperança do cristão está nas promessas realizadas por Deus em Jesus. Paulo cita quatro promessas (Rm 15.9, 10, 11, 12) registradas no Antigo Testamento.
1 - Rm 15.9 é uma referência a 2Sm 22.50.
2 - Rm 15.10 refere-se a Dt 32.43.
3 - Rm 15.11 - Sl 117.1,
4 - Rm 15.12 é a citação do profeta Isaías 11.10.
Esses textos transmitem um convite para que todos os povos se a unissem a Israel na sua alegria, ou seja, na promessa a respeito de Jesus. Temos aqui uma convocação para que todas as nações louvem ao Senhor, afinal, todas as nações são abençoadas pelo tronco de Jessé que é o próprio Jesus.
A Bíblia não é um livro ultrapassado! O Antigo Testamento não perdeu o seu valor devido ao Novo Testamento. A Bíblia é a Palavra de Deus. E conforme escreveu o apostolo Paulo, muitos no Antigo Testamento viveram na esperança de que Deus cumpriria suas promessas, e sabemos pelo Novo Testamento que Deus cumpriu as suas promessas. Gosto de lembrar que para nós é muito mais fácil. Afinal, enquanto os cristãos do Antigo Testamento precisariam esperar todas as promessas, nós temos apenas mais uma à esperar: a volta de Jesus para julgar os vivos e os mortos.
Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão” (Rm 15.4).
         Deus nos consola com suas promessas feitas e cumpridas. Ele não pede para que façamos nada para nossa salvação, tudo foi e é realizado por Jesus. Deus, nas Escrituras prometeu o salvador e cumpriu sua promessa. Todo esse plano de salvação foi um plano realizado com muita paciência, pois muitas vezes se parecia que não seria possível realizar esse plano. Deus em sua paciência divina manteve sua promessa, cumpriu sua promessa e Jesus com paciência cumpriu sua parte na missão. Agora somos unidos a Deus pelo próprio amor de Deus, ou melhor, na consolação das Escrituras.
         O texto está inserido dentro de uma grande discussão. Os fortes na fé pensam poder comer de tudo, enquanto que os fracos na fé não têm essa certeza. E daí o que fazer? Numa discussão cada pessoa tem a sua opinião. Cada um quer que sua opinião seja a válida. Muitas discussões duram anos, afinal, ficam as mágoas, os desentendimentos e o afastamento das pessoas. Ninguém quer dar o braço a torcer.
          Alguém me perguntou certo dia, o que você acha de determinada igreja x. A minha resposta foi muito simples: àqueles que estão consolados nas Escrituras, ou seja, na promessa de Deus, realizada em Cristo, estão bem.  
         Paulo tem uma preocupação muito grande. Ele não quer que as pessoas se afastem da igreja por motivos banais, ou seja, por causa de discussão sem valor, discussão que não tem nada a ver com a fé salvadora. Uma igreja sadia, de paz, não pode ser manchada por julgamentos e desprezo. E para ressaltar esse união entre fracos e fortes na fé, o apostolo lembra algo muito importante: “Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão” (Rm15.4).
ERT
Edson Ronaldo TREssmann

Saindo ileso da cova!

30 de março de 2024 Salmo 16; Daniel 6.1-28; 1Pedro 4.1-8; Mateus 28.1-20 Texto : Daniel 6.1-24 Tema : Saindo ileso da cova!   Tex...