segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Quando a salvação encontra o homem! (Lc 19.10)


Vigésimo Primeiro Domingo após Pentecostes
Salmo 130; Isaías 1.10-18; 2Tessalonicenses 1.1-5; Lucas19.1-10
Texto para prédica: Lc 19.1-10
Tema: Quando a salvação encontra o homem! (Lc 19.1-10)

Jesus está passando por Jericó. Era uma belíssima e rica cidade próxima do rio Jordão e do mar Morto. Jericó era conhecida como a cidade das palmeiras e havia ali muitas fontes de águas quentes. Durante o inverno, os reis e os sacerdotes fixavam ali residência. Jericó significa “lugar de fragrância”. Jesus estava passando por essa cidade. A cidade do lazer, do luxo, do comércio e da riqueza.
É preciso observar que essa seria a última visita de Jesus a Jericó. Ele já estava de caminho rumo à Jerusalém onde seria crucificado. Na verdade, seria nessa semana que ele seria morto. Sem saber, mas era a grande oportunidade para o população de Jericó. Enquanto que uma multidão se acotovelava para ver Jesus, só dois homens foram salvos: um rico e outro pobre (Lc 18.35). Um à beira do caminho e o outro que havia subido numa árvore. Desses dois homens, pode-se destacar que um era esquecido e o outro odiado. Um mendigo e outro rico. Não importa quem você é, Jesus quer salvá-lo (Lc 19.10).
Zaqueu era publicano (Lc 19.2). Publicano era um empregado da Receita Federal de Roma, e assim os judeus os consideravam inimigos e os odiavam. Os publicanos não só cobravam impostos, mas também extorquia o povo, por isso eram riquíssimos. A grande preocupação do publicano era com o lucro.
Lucas destaca que Zaqueu era o maioral dos publicanos. Mesmo que seu nome signifique “puro”, para as pessoas era repugnante. Assim como muitos em nossos dias, Zaqueu enriqueceu por meios fraudulentos. Era o chefe dos publicanos na cidade de Jericó. Coordenava o esquema de corrupção naquela cidade.
Esse homem tinha uma curiosidade enorme. Queria saber como era Jesus (Lc 19.3). Mas, a sua estatura o impedia. Zaqueu era um daqueles homens que sempre precisava olhar para cima para falar com alguém. E agora, sabia que no meio da multidão não tinha chance nenhuma de ver Jesus. Era preciso sair do meio da multidão para ter uma chance de ver o salvador.
Chama atenção o fato desse homem rico ter subido numa árvore. Já pensou chegar alguém importante em nossa cidade e uma pessoa rica subir numa árvore para ver essa pessoa. Com certeza será motivo de chacota. Ou mostrará que mesmo sendo rica não tem prestígio. Zaqueu era desprestigiado e subiu na árvore, pois tinha um objetivo: ver Jesus. Queria saber como era aquele homem do qual tanto falavam nos últimos anos.
Merece destaque o fato de, Zaqueu queria ver Jesus e, foi Cristo que viu Zaqueu. Jesus o convidou dizendo: “Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa” (Lc 19.5). Zaqueu “desceu a toda a pressa e o recebeu com alegria” (Lc 19.6).
Qual será o conteúdo da conversa entre Jesus e Zaqueu? Não é possível dizer, mas, foram palavras de vida, pois Zaqueu arrependeu-se a ponto de dizer: “Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais” (Lc 19.8). Zaqueu abandonou o esquema de corrupção e devolveu voluntariamente tudo o que havia roubado. Não sabemos o que Zaqueu e Jesus conversaram, mas, Jesus ressalta que “houve salvação naquela casa...” (Lc 19.9).
A multidão, composto por religiosos da época criticava Jesus dizendo que era inadmissível que Jesus se hospedasse na casa daquele pecador odiado pelo povo. Os religiosos da época não entendiam o que disse Jesus: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10).
É sempre assim, o religioso, o frequentador de igreja, àquele que atua fielmente na congregação, sempre julga-se merecedor da atenção de Deus. Ou você nunca se perguntou: Por que comigo?
Os líderes religiosos eram obstáculos para que as pessoas conhecessem a Cristo assim como ele queria ser conhecido, ou seja, como àquele que veio buscar e salvar o perdido. Essa multidão que critica Jesus é a mesma que quis calar o cego Bartimeu que clamava por Jesus (Lc 18.39).
Quando uma pessoa está vivendo em pecado, e esse pecado é conhecido pelas pessoas, a maior dificuldade dela é aproximar-se da igreja. Sabe por que? Por saber que os religiosos irão murmurar (Lc 19.7).
Em muitas situações, temos sido obstáculos para que os pecadores vejam e conheçam a Cristo, aquele que veio buscar e salvar o perdido, entre os quais eu estou.
Querido irmão e irmã em Jesus, uma das palavras mais belas da Bíblia são essas ditas por Cristo: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10). Quem era esse perdido? O apostolo Paulo responde: “Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: andai como filhos da luz” (Ef 5.8).
Ser cristão não me torna melhor que ninguém a ponto de me colocar numa posição de destaque. Se não fosse a misericórdia de Deus em Cristo, eu estaria perdido como muitos, infelizmente ainda estão. Como filho de Deus pela fé em Cristo, caminho na luz e não posso ser um obstáculo para que outros recebam essa luz e nova vida em Cristo.
Tenho observado e preciso alertá-los para o grande risco que corremos: nos tornar condenadores dos que andam perdidos. Você já parou para pensar que esses podem estar sendo sufocados pela multidão e ainda não tiveram forças para subir numa árvore? E que o maior desejo deles é ver a Cristo?
Pessoas querem ver a Cristo. O apostolo Paulo alertou na carta aos Romanos: “Portanto, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo” (Rm10.17).
É preciso que a igreja proclame Cristo. E a necessidade de proclamar a Cristo é tão urgente que poucos sabem dizer quem é Jesus? Quem é Jesus Cristo para você?
- Para muitos, Jesus foi e é um bom exemplo a ser seguido; - Para outros, Jesus ... Mas, o que muitos ainda murmuram e não aceitam é que Jesus Cristo é “o Filho do Homem que veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10). Eu era um desses perdidos! Agora, sou o que sou, ainda pecador, mas achado e encontrado em Cristo. Vivo como um encontrado em Cristo.
Sempre que caminhava Jesus estava atento aos pecadores. Ele viu e chamou Mateus, enquanto esse trabalhava na coletoria. Jesus viu e chamou Natanael enquanto esse estava debaixo da figueira. Jesus viu e chamou Zaqueu em cima de uma árvore e pede para hospedar-se em sua casa.
Jesus veio e vêm em busca do pecador! (Lc 19.10). O próprio Jesus Cristo disse: “...Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto...” (Jo 15.16). Não fui eu que escolhi seguir a Cristo, ele me chamou para que eu fosse agraciado em andar nos seus caminhos. Jesus continua chamando, por isso, o apostolo Paulo escreveu: “...Hoje é o dia de ser salvo...” (2Co 6.2).
Jesus nos amou primeiro e por causa desse amor, eu o amo, o sirvo, oferto para o seu reino. E isso não me torna melhor que ninguém, apenas revela que era um perdido que já foi encontrado.
Jesus sabe quem é você. Conhece os seus pecados, inclusive os ocultos. No entanto, olha para você e diz: “Porque o Filho do homem, veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10).
A passagem de Jesus por Jericó foi uma grande oportunidade e dois homens foram salvos. Hoje, também é uma oportunidade para você. Jesus quer salvá-lo, por isso, o vê e o chama ao arrependimento.
A expressão desce depressa mostra a urgência daquele momento. Naquela semana Jesus seria morto e era preciso que Zaqueu reconhecesse Jesus como salvador e visse o grande amor de Deus para com ele.
Jesus exclama: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Ap 3.20). Jesus disse para Zaqueu e diz a nós: “me convém ficar em sua casa” (Lc 19.5). Jesus precisa fazer parte da sua vida. A agenda de Cristo é buscar e salvar o perdido. O prazer de Deus é perdoar seus pecados. Não importa como está a sua casa, se o que você tem lá é fruto de roubo, se está havendo muitas brigas, se está havendo confusão, vícios, ... Jesus quer urgentemente entrar na sua casa, fazer parte da sua vida para que “haja salvação em sua casa”, pois, “...o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10).
Jericó era a cidade dos sacerdotes. E Jesus, olha para Zaqueu, hospeda-se na sua casa e o salva. Não é a religiosidade que salva, mas a fé somente. E a fé é um presente dado por Deus (Rm10.17; Tt 3.5).
As pessoas presente num velório dizem: - que Deus o tenha, que Deus lhe dê um bom lugar, pois era uma pessoa tão boa. Não adianta ser bom caráter. Bom caráter, honestidade, ... não dão a salvação. A salvação é somente pela fé (Rm1.16-17).
Quando se é salvo - a vida é transformada. Zaqueu optou ajustar a sua conduta, por isso, disse à Cristo: “resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais” (Lc 19.8). Com certeza a conversão de Zaqueu mudou muita coisa. Possivelmente a coletoria de impostos deixou de ser um lugar de corrupção.
A fé me dá a salvação e transforma a minha vida! Não é o meu viver que me dá as salvação, mas, a salvação mostra-se no meu viver (Tg 2.17).
Os dias que estamos vivendo estão sendo muito perigosos. Observe que o outro não presta, o outro é vagabundo, o outro não merece. E assim lhes pergunto: Quem é você? Sim, você que já foi encontrado em Cristo? Muitas vezes, fazemos parte da multidão que apenas murmura criticando Jesus por amor os outros pecadores e nos esquecemos de que nós já somos esses pecadores amados por Cristo.
É verdade que Zaqueu ganhou muita propina, adulterou muitas notas fiscais, aceitou notas frias. Essas atitudes aumentaram a sua riqueza. No entanto, esse homem, foi visto e salvo por Jesus. O que eu seria sem Jesus ter me encontrado? Não espere que um perdido seja como é você que já foi encontrado em Cristo!
Jesus viu Zaqueu, o chamou pelo nome, foi à sua casa. Jesus vê você, o chama pelo nome, e quer entrar na sua casa, afinal, o maior desejo de Deus em Cristo é buscar e salvar o perdido. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 22 de outubro de 2019

A melhor oferta!

Salmo 5; Gênesis 4.1-15; 2Timóteo 4.6-8,16-18; Lucas 18.9-17
Texto: Gênesis 4.1-16
Tema: A melhor oferta!

Por que Caim matou Abel?
A resposta é dada quando se considera o ponto central de todo o capítulo 4. Esse capítulo está centrado em duas conversas entre Caim e o Senhor (Gn 4.6; Gn 4.9).
Caim, sendo irmão mais velho julga Abel inferior na hierarquia familiar, social e eclesiástica. Caim quer que a sua presença e sua oferta sejam o centro das atenções, afinal, ele é o mais velho, já fazia suas ofertas bem antes de Abel. E ao perceber que Deus aceitou a oferta de Abel, sentiu-se desprezado.
Como, a oferta de Abel é melhor que a minha? É uma dedução dizer que Deus aceitou a oferta de Abel por meio de fogo enviado do céu (Lv 9.24; 1Rs 18.38; 1Cr 28.26).
Caim não era “do mal” e Abel “do bem”. Ambos eram pecadores e maus. Ambos faziam parte da igreja de Deus. Ambos estavam no altar servindo a Deus.
O problema de Caim, como nos indica Hb 11.4, é que sua oferta não era proveniente da fé. Tanto Paulo, quanto João, destacam a fé de Abel (Hb 11.4; 1Jo 3.12). O coração de Caim não estava em Deus, tanto que assassinou seu irmão Abel. Faltava-lhe amor para com seu irmão.
O texto diz que Abel trouxe das primícias (Gn 4.4), ou seja, Deus estava em primeiro plano. Abel, pela sua ofertava confessava que Deus o havia dado o que tinha. Nesse sentido, o autor a carta aos hebreus ressalta que “Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala” (Hb 11.4).
Caim, não parou para analisar diante do alerta de Deus (Gn 4.6). Ele já estava certo de que Abel era um estorvo na sua relação com Deus. Afinal, Abel agora era parâmetro para julgar se sua relação com Deus estava correta ou não.
Ao invés de resolver o problema pessoal, a fé, Caim, resolveu resolver o que o atrapalhava, seu irmão.
É a triste realidade ainda hoje. O pastor coloca o dedo na ferida, as pessoas se revoltam, se afastam, deixam de participar da igreja, de ofertar, ...
Ainda há muita luta dos Caim contra os Abel.
É necessário lembrar que Jesus estava atrapalhando a adoração dos fariseus, por isso, todo o levante para que Jesus fosse crucificado. Mataram o filho de Deus, para que sua suposta adoração continuasse. E sem entender os planos de Deus, a morte de Jesus é que permitiu a eles e permite a nós a verdadeira adoração. Afinal, o véu se rasgou de baixo para cima (Mt 27.51).
Sem a fé é impossível agradar a Deus! Caim é o maior exemplo. Outra coisa, Caim exemplifica que Deus não se agrada do formalismo das ofertas. Eu não oferto para manter-me em dia com a igreja, ou ter meus direitos garantidos. Oferto por causa da fé. Assim como a fé sem obras é morta, a fé sem oferta também é morta. A fé me leva as boas obras diante de Deus. A fé é a certeza de que a minha oferta, não importa o valor, é aceita por Deus (Lc 21.2-4). As ofertas são um bom termômetro para nossa fé!
Há uma pesquisa realizada pelo (IDIS – Instituto para Desenvolvimento do Investimento Social) que indica que apenas 55% das pessoas doam para instituições religiosas. E que a média das doações é de R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) por ano.
Talvez, alguém logo pense: nossa, estou ofertando por 15 por ano. Lembre-se: isso não o torna melhor que os outros. Judas em sua carta em que visa convocar os cristãos para batalharem pela fé salvadora, alerta para que cuidemos para não cairmos na ganância de Caim (Jd 11). O problema de Caim era o próprio Caim. Julgou-se superior a Abel e resolveu dar fim ao que supostamente o estava atrapalhando.
Se há falta de doações e ofertas, a carência não é dinheiro ou as posses, mas, a fé. E a fé vem por meio da pregação que trata a respeito de Cristo (Rm 10.17). Pedir para alguém fraco na fé oferte é o mesmo que pedir para uma pessoa acamada correr uma maratona.
É preciso recuperar-se, para daí correr. É preciso participar, ouvir atentamente a Palavra de Deus e por ela ser alimentado na fé e a resposta da fé são as boas obras, as ofertas, o voluntariado ...
Mas, o problema é sempre o mesmo. Tem aquela pessoa que ficou muito tempo sem vir à igreja e veio justamente hoje. A primeira impressão dessa pessoa será: esse pastor só fala em dinheiro. Mas, quem participa ativamente sabe que não. Fala-se de acordo com o texto do dia. Mas, se a sua impressão é essa, lembre-se: Deus demonstrou amor para Caim quando falo com ele e demonstra amor por você falando contigo, mesmo que seja esse assunto.
Deus disse: “Por que você está com raiva? Por que anda carrancudo?” (Gn 4.5). De acordo com a palavra hebraica, Caim estava se consumindo de cólera ou se incendiando e Deus amorosamente desejava trazê-lo de volta. Deus sabe da situação do ser humano após a queda em pecado.
Porque você não participa mais da igreja? Alimentando a sua fé pela Palavra de Deus, você conseguirá ver claramente como é gratificante ofertar.
Você não é obrigado a ofertar. Por ser filho de Deus pela fé, você é um privilegiado em poder ofertar, isso mostra que é um filho de Deus.
Deus alertou Caim e alerta os Caim dos nossos dias: “...o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo” (Gn 4.7).
A expressão raiva, carrancudo mostra que Caim estava desapontado e irado, mas não envergonhado do seu ato referente a sua motivada ação diante da oferta. O pecado é como um animal agachado que espera uma oportunidade para atacar (Gn 4.7). Deus já estava alertando para Caim que algo ruim já estava por acontecer e o mesmo podia ser evitado.
A palavra de Deus, a voz de Deus, precisou despertar a consciência de Caim para seu pecado e também para convida-lo ao arrependimento.
Diante desse texto, temos algumas aplicações:
1 - Não seja como Caim, o fariseu no Templo, visando tão somente julgar-se superior ao seu próximo.
2 – Abel não confiava em si mesmo, mas em Deus, o qual pelas suas ofertas o colocou em primeiro plano.
3 – Assim como a oferta de Abel, Deus aceita nossas ofertas por causa da fé e não por causa da oferta ou da natureza da oferta, nem da qualidade do ofertante.
4 – Toda vez que for avisado pela palavra de Deus, arrependa-se! Não endureça o coração como fez Caim.
5 – Deus quer nosso arrependimento, por isso fala conosco antes e após o pecado (Gn 4.6,9).
6 – Deus não abandona seus filhos. Mesmo os errantes. Por isso os convida a se arrependerem e confiarem no seu amor e misericórdia ofertados em seu filho Jesus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Terríveis consequências do pecado que não impedem Deus agir para salvação!


Salmo 5; Gênesis 4.1-15; 2Timóteo 4.6-8,16-18; Lucas 18.9-17
Texto: Gênesis 4.1-16
Tema: Terríveis consequências do pecado que não impedem Deus agir para salvação!

Ao dizer “com a ajuda do Senhor” (Gn 4.1), Eva indica que em Caim, Deus já estava cumprindo a sua promessa de salvação (Gn 3.15).
No entanto, fazendo um paralelo, digo que enquanto Eva supunha que Caim fosse o salvador, o mesmo mostrou-se um assassino, e matou aquele que oferecia um sacrifício agradável a Deus. Jesus, era o sacrifício perfeito de Deus e foi morto sendo inocente, como se fosse culpado.
Outro fato que merece destaque é que sendo Caim seu primeiro filho e a mesma já imaginava ser o salvador, o retorno a condição original, o quão terrível tornou-se a vida após a queda. E uma das situações terríveis após a queda se deve ao fato de um irmão matar o outro. Por que Caim matou Abel? A resposta a esta questão nos conduz a reflexão sobre o por que Deus não ter aceito sua oferta.
A resposta nos é dada quando consideramos o ponto central de todo o capítulo 4. Esse capítulo está centrado em duas conversas entre Caim e o Senhor (antes e depois do ato fratricida - Gn 4.6; Gn 4.9).
Caim, sendo irmão mais velho julga Abel inferior na hierarquia familiar, social e eclesiástica. Caim quer que a sua presença e sua oferta sejam o centro das atenções, afinal, ele é o mais velho, já fazia suas ofertas bem antes de Abel. E ao perceber que Deus aceitou a oferta de Abel, sentiu-se desprezado. Como, a oferta de Abel é melhor que a minha? Apenas deduzimos que se sabe o como Deus aceitou a oferta de Abel por meio de fogo enviado do céu (Lv 9.24; 1Rs 18.38; 1Cr 28.26).
Não pense que Caim era “do mal” e Abel “do bem”. Ambos eram pecadores e assim maus. Ambos foram o que a igreja de Deus é como a vemos nesse mundo. Ambos estavam ali no altar servindo a Deus. Onde era o altar? Alguns se baseiam em Gn 3.24 para dizer que possivelmente Adão fez um altar ali, mostrando o lugar de onde saíram e viam a presença de Deus. Adão e Eva já adoravam a Deus no paraíso.
Martinho Lutero identificou em Caim, um crente. No entanto, mesmo tendo ofertado para Deus, pode-se deduzir pela leitura em Hebreus 11.4, que sua oferta não foi proveniente da fé. O apostolo João em sua carta escreveu que Abel era justo, ou seja, vivia e agia pela fé.  O coração de Caim não estava em Deus, tanto que assassinou seu irmão Abel. Faltava-lhe amor para com seu irmão.
O texto diz que Abel trouxe das primícias (Gn 4.4), ou seja, Deus estava em primeiro plano. Abel, pela sua ofertava confessava que Deus o havia dado o que tinha. Nesse sentido, o autor a carta aos hebreus ressalta que “Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala” (Hb 11.4).
Para Caim, Abel tornou-se um estorvo na sua relação com Deus. Assim como era estorvo muitos outros que foram exaltados por Jesus. O publicano (Lc 18.9-14); a viúva pobre (Mc 12.41 - 44); os pecadores, as prostitutas (Lc 5.29-32; Mt 9.11).
Caim enfureceu também pelo fato de que Abel, sendo um pastor de ovelhas (Gn 4.2), exercia, até por ser mais novo, um trabalho não tão nobre. Perante os pais, e a sociedade, Caim tinha um certo status e no mesmo estava apegado. Ofertou como um mero ritual e não por colocar Deus acima de todas as coisas. Pode-se citar as palavras do profeta Isaías: “O Senhor diz: “Esse povo ora a mim com a boca e me louva com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A religião que eles praticam não passa de doutrinas e ensinamentos humanos que eles só sabem repetir de cor” (Is 29.13).
Judas em sua carta em que visa convocar os cristãos para batalharem pela fé salvadora, alerta para que cuidemos para não cairmos na ganância de Caim (Jd 11).
O problema de Caim era o próprio Caim. Julgou-se superior a Abel e assim, por, ter sua oferta rejeitada por Deus, motivou-se a dar fim daquele que o estava atrapalhando. E assim, numa demonstração de amor para com Caim, Deus pergunta, tentando trazê-lo de volta a si: “Por que você está com raiva? Por que anda carrancudo?” (Gn 4.5).
A palavra hebraica deixa implícito que Caim estava consumindo-se de cólera ou incendiou-se. E Deus desejava trazê-lo de volta. Deus sabe como é o ser humano após a queda, por isso diz que “...o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo” (Gn 4.7). O apostolo Paulo escreveu na carta aos cristãos da Ásia Menor: “Irai vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo” (Ef 4.26-27).
Infelizmente, momentos de ira terminam em grandes tragédias. As pessoas, ao invés de se arrependerem, acabam colocando culpa na traição de outro alguém, ou que o mesmo é vítima indefesa.
A expressão raiva, carrancudo mostra que Caim estava desapontado e irado, mas não envergonhado do seu ato referente a sua motivada ação diante da oferta.
O pecado é como um animal agachado que espera uma oportunidade para atacar (Gn 4.7). Deus já estava alertando para Caim que algo ruim já estava por acontecer e o mesmo podia ser evitado.
Gn 4.8 – O homicídio já estava em seu coração. O encontro foi só uma oportunidade para executar seu plano. Homicídio premeditado. Daria para ter evitado (Gn 4.7). O ódio invadiu uma família, e pode-se dizer, uma família de Deus(igreja). O ato de adoração, por ter percebido que a verdade de Deus era superior para Abel, Caim o matou.
Ainda nesse mundo, milhares de anos após esse ocorrido, vê-se o quão terrível é, o ódio religioso.
Por que Caim o levou para o campo? Para não ser observado. Era um local afastado. E ali o enterrou. Muitos dizem que aqui começou o costume do sepultamento.
Gn 4.9 – Deus novamente se aproxima de Caim. Assim como havia feito em Gn 3.9-13,23. Gn 4.10 - O que você fez? (Gn 3.13; 4.10).
Mas, a queda em pecado, além de nos conduzir a pecar, nos faz negar nosso pecado. Mas, não há nada oculto para Deus (Mt 10.26; Mc4.22; Lc 8.17).
Já que o pecado contaminou o mundo, e Deus sabe do seu poder destruidor, a lei do amor é que permeia as nossas relações. A expressão amai-vos uns aos outros aparece 21 vezes no NT.
Deus ao questionar Caim (Gn 4.10), não deseja uma resposta. Ele sabe do ocorrido. A palavra de Deus, a voz de Deus, precisou despertar a consciência de Caim para seu pecado e também para convida-lo ao arrependimento.
Gn 4.11 – a sentença divina. Amaldiçoado e não poderá mais cultivar a terra. Deus fez justiça pelo seu filho Abel (Lv 19.18; Rm 12.19-21; Pv 20.22; 1Sm 24.12-13; Dt 32.35; Hb 10.30-31).
Por que não cultivaria mais a terra? Caim era agricultor. A terra não havia sido criada para que seres humanos fossem enterrados nela devido ao pecado. E como Caim, usou a terra onde semeava para produzir, a não produção o faria lembrar-se de seu pecado.
Quando vemos muitas coisas ruins acontecendo na natureza, lembramos da queda em pecado (Gn 3.18-19).
O pecado sempre fere duas pessoas – a si mesmo e depois a outro.
Caim iria andar pela terra sempre fugindo – atemorizado, culpado, inquieto pelo seu delito.
Observe que Deus puniu Caim com uma sentença perpétua e não com a pena de morte. Esse castigo é tão ruim que Caim se expressou Gn 4.13.
Quem está preso por algum crime é testemunha dessas palavras. Muitos prisioneiros dizem que é como um inferno em vida.
A septuaginta traduz como interpretação que Caim ficaria tremendo e gemendo.
Agora, com Caim, temos um homem pagão que preferiu assassinar do que viver em paz com Deus. Esse homem pagão se espalhava pela civilização (Gn 4.19-23).
Gn 4.15 – Deus está dizendo que Caim não será morto subitamente, pois tem uma sentença perpétua a cumprir. E quem se interferisse no plano de justiça de Deus seria punido sete vezes pior que Caim, que já havia exclamado que não suportaria (Gn 4.13).
O sinal colocado em Caim visava sua proteção bem como a punição de Deus. Deus o puniu, pois o havia alertado (Gn 4.6).
A humanidade começa a sofrer as consequências terríveis da queda. O diabo ao tentar Eva disse: “Vocês não morrerão coisa nenhuma” (Gn 3.4).
Gn 4.16 – uma das descrições mais tristes da Bíblia.
Node significa perambulação, vagueação, exilio, vagabundagem.
Ao mesmo tempo, esse versículo mostra uma verdade universal. Quem abandona a presença do Senhor automaticamente passa a vaguear, mesmo que resida em belas residências e tenham famílias.
Assim como Adão, Caim afastou-se ainda mais para o Oriente (alguns pensam na Índia ou China).
Aplicação
1 - Gn 4.7 – em toda a sua vida, procure estar na atitude correta diante de Deus, estando numa atitude correta diante do seu próximo.
2 - Não seja como Caim, o fariseu no Templo, visando tão somente julgar-se superior ao seu próximo.
3 - Ser como Caim, ou seja, ter e exercer uma posição destaque não deve colocar num pedestal. Afinal, ter essa posição nos foi dado por graça e amor. Ninguém aqui é irmão mais velho por ter escolhido.
4 - Como Caim, somos pecadores e corremos o perigo de deixar o ódio nos dominar e perturbar nossas relações.
5 – Abel não confiava em si mesmo, mas em Deus, o qual pelas suas ofertas o colocou em primeiro plano.
6 – Assim como a oferta de Abel, Deus as aceita por causa da fé e não por causa da oferta ou da natureza da oferta, nem da qualidade do ofertante.
7 – Toda vez que for avisado pela palavra de Deus, arrependa-se! Não endureça o coração como fez Caim.
8 – Deus quer nosso arrependimento, por isso fala conosco antes e após o pecado (Gn 4.6,9).
9 – Odiar outra pessoa é o mesmo que cometer assassinato, e é o passo em direção a efetivar o crime.
10 – Os filhos de Deus estão em luta (1Jo 3.10-13) e dentro da mesma casa.
11 – Deus não abandona seus filhos. Mesmo os errantes.

Edson Ronaldo Tressmann


segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Sopro de Deus!

Salmo121; Gênesis 32.22-30; 2Timóteo 3.14-4.5; Lucas 18.18
Texto para prédica:2Tm 3.14 – 4.5
Tema: Sopro de Deus!

Já tenho manifestado a minha preocupação com o número de pedido de demissões de pastores na IELB, só nesse ano de 2019, até o dia 13 de outubro, cerca de 19 pastores. Essas demissões decorrem dos mais variados motivos e não os questiono. Outras denominações cristãs, enfrentam a triste situação de verem algum de seus pastores terem cometido suicídio. Numa conversa sobre esse assunto com um Bispo da ICAR, ele comentou que muitos padres, aptos a serem declarados bispos, não estão aceitando o cargo.
Vou repetir a mesma questão que fiz dias atrás em outra mensagem sobre o assunto. Não sei o quanto você se preocupa com isso? Aliás, quanto valor tem o ministério entre nós? É realmente necessário um pastor?
Deus age por meio da sua Palavra e Sacramentos, e para que a fé seja alcançada às pessoas, foi instituído o ministério que ensina o evangelho e administra os sacramentos. Dessa forma, destaco que quando o inimigo de Cristo e da igreja, o diabo, atinge um pastor, está visando interromper a pregação e a administração dos sacramentos para que as pessoas não tenham fé e não sejam salvas.
O ministério é de suma importância, por esse motivo, nessa, que é a sua última carta, o apostolo Paulo desejoso em passar o bastão para Timóteo, escreve-lhe dando dois conselhos em especial:
1 – Continue firme nas verdades que aprendeu...;
2 – pregue a mensagem e insista em anuncia-la ...;
Qual é a verdade que Timóteo aprendeu? E qual mensagem ser insistente em anunciar?
A verdade que Timóteo aprendeu são as sagradas letras (2Tm 3.15). E a mensagem que deve ser anunciada insistentemente é a Palavra de Deus, as sagradas letras.
A expressão Escritura Sagrada (2Tm3.16), é um termo técnico para referir-se a coleção de livros. Sendo assim, a qual coleção de livros, Paulo estava falando para Timóteo? Possivelmente ao AT. Mas, é preciso lembrar que muitos outros livros do NT já estavam escritos e, Pedro reconhece as cartas de Paulo como sendo Escritura Sagrada. Em sua segunda carta, Pedro escreveu: “...Pois o nosso querido irmão Paulo, com a sabedoria que Deus lhe deu, escreveu a vocês sobre esse assunto. E foi isso mesmo que ele disse em todas as suas cartas quando escreveu a respeito disso. Nas cartas dele há algumas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e os fracos na fé explicam de maneira errada, como fazem também com outras partes das Escrituras Sagradas. E assim eles causam a sua própria destruição” (2Pe 3.16).
Se o ministério está atravessando dias difíceis, é preciso ouvir atentamente os dois conselhos do apostolo Paulo, que nos sobrevêm por essa última carta: continue firme nas verdades que aprendeu... e pregue a mensagem e insista em anuncia-la ...
As verdades que Timóteo aprendeu, ele aprendeu das sagradas letras e os seus mestres foram pessoas que o ensinaram na Palavra de Deus. Paulo aconselha a continuar firme na verdade que são as sagradas letras (Escritura Sagrada), pois essa tem origem em Deus.
Interessante notar que o termo usado por Paulo para referir-se a inspiração indica que Deus soprou as palavras que estão escritas.
Em Gênesis 2.7, Moisés escreveu que “Então, do pó da terra, o Senhor formou o ser humano. O Senhor soprou no nariz dele uma respiração de vida, e assim ele se tornou um ser vivo” (Gn 2.7). Agora, o apostolo Paulo ressalta que Deus soprou a sua Palavra. Assim como Deus soprou uma respiração de vida e o homem se tornou alma vivente, Deus ainda hoje, através da pregação da Palavra (seu sopro), pessoas passam a viver para Deus.
Pastores são como àqueles garotos de escola que sopram as respostas para os colegas que não sabem a resposta, para que esses não sejam reprovados. Pastores, sopram uma palavra que não é sua, mas de Deus.
Haviam muitos deuses na época. Alguns se diziam comunicar através do fígado de um animal, por oráculos dado por pessoas especiais, psicografia, etc. Nesse aspecto, Paulo destaca para Timóteo, continue firme nas verdades que aprendeu ... e destaca que “...vai chegar o tempo em que as pessoas não vão dar atenção ao verdadeiro ensinamento, mas seguirão os seus próprios desejos. E arranjarão para si mesmas uma porção de mestres, que vão dizer a elas o que elas querem ouvir. Essas pessoas deixarão de ouvir a verdade para dar atenção às lendas” (2Tm 4.3-4).
Deus soprou suas palavras, pois por elas pode nos dar a sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus (2Tm 3.15). Observe que o oposto dos deuses daquela época, Deus não quer nos dar informação sobre alguma coisa, assim como os deuses da época que diziam oferecer informação sobreo futuro. Deus, pelo seu sopro quer levar à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus.
A fé é o presente dado por Deus através do seu sopro(Bíblia). O sopro de Deus, a Bíblia, diz que o justo viverá pela fé” (Rm 1.17) e que essa fé é um presente dado por Deus (Ef 2.8), e, portanto, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo (Rm10.17).
Paulo está preso em Roma. Está escrevendo a carta da despedida. Ouso dizer que está escrevendo seu testamento para Timóteo, seu substituto. E nesse o aconselha a continuar firme nas verdades que aprendeu e pregar a mensagem e ser insistente em anuncia-la.
Tanto a Bíblia (2Tm3.16), quanto o ministério (Ap 1.20), são bênçãos de Deus para salvar a humanidade.
Pela Palavra e Sacramentos, Deus age para que a fé seja dada às pessoas. E para que as pessoas recebam esse presente de Deus, o mesmo instituiu o ministério que ensina o evangelho e administra os sacramentos.
Muitos problemas na igreja contemporânea se deve ao fato de que Deus deixou de soprar, ou seja, não é a Palavra de Deus que comunica. Jesus tornou-se curandeiro, um sábio, guia religioso, livro de auto ajuda, e deixou de ser o salvador das pessoas. Precisamos recordar o que escreveu Paulo: “Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não judeus. Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus” (Rm 1.16-17).
A Palavra de Deus foi escrita (Escrituras), tornou-se carne (Cristo) e precisa ser proclamada (Pregação).
A pregação é vital para a igreja e o mundo! Não existe igreja sem pregação! Por isso, pregue a palavra e seja insistente na pregação. Não perca tempo com outras coisas e atividades. Deixe a administração com quem recebe a incumbência da administração e se ocupe em pregar a Palavra de Deus, pois ela dá e mantêm a fé.
Não há tarefa mais importante na igreja do que a pregação. Quanto tempo você tem usado para pregação? Não a pregação no púlpito. Mas, o estudo, a reflexão, a meditação. Não seja preguiçoso! É isso que Paulo enfatiza com as palavras que mostram o ser oportuno ou não. Esteja pronto para todas as oportunidades. Outra coisa, será que a igreja precisa só de 15 minutos de pregação? Tem se usado mais tempo para avisos corriqueiros do que para a pregação da palavra de Deus.
Qual é a urgência em pregar a Palavra e tão somente a Palavra? 2Tm 4.3-4. As pessoas irão se opor. Evangelho, Bíblia, Doutrina, nunca foram e nunca serão populares (At 7.57).
Pastores estão cansados e desanimados. Muitos pedindo demissão e outros até cometendo suicídio.
Caro pastor, prega a palavra (2Tm4.2), sopre o sopro de Deus. Não se deixe levar pelo atual momento. Não se preocupe se não for popular ou atraente como os falsos mestres. O que precisa transparecer não é você, mas a mensagem que você prega. Uma mensagem que não é sua, mas foi respirada por àquele que nos envia. Os pastores têm diferentes dons. No entanto, todos possuem a mesma mensagem para ser proclamada: o sopro de Deus. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Parábola do Wathasap


Parábola do wathasap

Por Edson Ronaldo Tressmann

Certa vez uma pessoa criou um grupo de wathasap. As mensagens enviadas e compartilhadas animavam e informavam o grupo. Toda e qualquer pergunta era respondida com clareza e sem distorção.
Certo dia, o administrador do grupo descuidou e deixou o celular desbloqueado. Outra pessoa, sem responsabilidade nenhuma pela grupo e sem medir as consequências clicou no grupo e enviou uma mensagem falsa em nome do administrador do grupo, e também espalhou calúnias e mentiras.
Tendo feito isso, sabendo a confusão que isso iria gerar, fechou a caixa de diálogo e rapidamente soltou o celular. Após algumas horas do ocorrido, quando o administrador voltou para verificar as mensagens, ficou muito preocupado pelo fato de muitos terem saído do grupo e os que permaneceram estarem se ofendendo mutuamente.
No entanto, ao buscar saber o porquê desse ocorrido, viu que tudo havia se iniciado por uma suposta mensagem enviada da sua parte.
Enviou mensagens para àqueles que se afastaram e disse que não era ele quem havia enviado as mensagens. O que havia acontecido era que seu celular ficou desbloqueado e outra pessoa enviou mensagens em seu nome e causou tumulto e desentendimento. E agora, acreditar no administrador do grupo? Ou, recusar-se a crer e sair do grupo?
Paulo na sua segunda carta aos Coríntios (2Co 11.14) ressalta que o anjo luz pode se disfarçar e se disfarça através dos falsos mestres (2Co 11.13). E esses, em nome de Deus anunciam mensagens falsas e distorcidas a respeito de Deus.
E agora, acreditar na mensagem dos mensageiros enviados da parte de Deus? Ou, não crer e deixar a igreja? Jesus disse que “as suas ovelhas escutam a sua voz...” (Jo 10.26).
O inimigo de Deus e da igreja de todas as maneiras distorce a Palavra de Deus. Foi assim por ocasião da queda em pecado (Gn 3). E desde àquele dia, o diabo não quer a luz do evangelho brilhe sobre as pessoas (2Co 4.4). Deus, ao contrário, continua enviando mensagens no seu grupo (igreja), para que as pessoas creiam e sejam salvas (Rm10.17). Leia a Bíblia. Busque pastores que preguem a Bíblia e seu principal conteúdo: salvação em Cristo!
Edson Ronaldo Tressmann


Na periferia da história!

Décimo oitavo Domingo após Pentecostes
Salmo 111; Rute 1.1-19ª; 2Timóteo 2.1-13; Lucas 17.11-19
Texto para prédica: Rute 1.1-19
Tema: Na periferia da história!

A história de Rute aconteceu nos dias em que julgavam os juízes.
Os dias em que julgavam os juízes era um período de constante guerras, invasões, retaliações, violência, agitação e fome. E em meio a esses eventos, uma família muda-se de Belém-Efrata para Moabe.
Durante os dez anos em que lá viveu, essa família enfrentou o luto pela perda do pai Elimeleque. Não bastasse a perda do marido, Noemi teve que lidar com o casamento dos filhos com mulheres moabitas. A lei de Deus proibia esses casamentos (Dt 23.3; Ed 9.1-2). Quando tudo parecia estar ajeitado, as noras Rute e Orfa ficam viúvas. Mais perdas para essa família.
Há três mulheres desamparadas, sem INSS para socorrê-las e nenhuma segurança quanto ao futuro.
Nesses momentos é bom poder contar com alguém da família. E Noemi recordou que em Belém vivia um parente vivo e que poderia lhe abrigar e fornecer comida.
Noemi resolve voltar para casa. Se despede das suas noras e argumenta com elas que o melhor para elas, é que fiquem na sua terra natal e se casem novamente.
Orfa aceita o conselho e fica na sua terra junto aos seus familiares. Rute, no entanto, não aceita a argumentação de Noemi e resolve partir para o desconhecido e deixar para trás sua família, seu passado, sua história.
Em meio as guerras, a violência, a agitação em Israel, na periferia da história, Deus está agindo para que a promessa anunciada desde a queda em pecado seja cumprida.
Não foi fácil para Elimeleque tomar a decisão de sair de Belém-Efrata (8 Km ao sul de Jerusalém) e ir para Moabe, mas a fome o levou a tomar essa decisão. Noemi sofreu a perda do marido. Sofreu, ao ver seus filhos se casando com moabitas, pois a lei de Deus os proibia de fazer isso (Dt 7.3-4; 23.3). Uma lei que visava evitar que os filhos de Deus caíssem na idolatria. Noemi sofreu em ver seus filhos morrerem. Mas, quando Noemi resolve voltar para Belém, pois a fome havia terminado em Israel (Rt 2.2), vive uma das mais belas histórias registradas na Bíblia. O amor de uma nora com sua sogra.
Tragédiasonde e quando elas acontecem? Eclesiastes 9.2,11. O que Deus está fazendo, pois parece que não se preocupa comigo nas minhas tragédias?
Noemi, uma mulher sábia e atenta, preocupa-se com àquelas duas jovens mulheres. Noemi não queria ser um fardo para elas. Ao mostrar sua preocupação com elas, demonstra o amor e a bondade de Deus (Rt 1.9).
Noemi testemunha o amor de Deus, um Deus desconhecido em Moabe. Entre os moabitas havia adoração a muitos deuses. O principal era Quemos (Nm21.29). Os moabitas eram brutais e praticavam sacrifícios horríveis aos seus deuses, inclusive de crianças. Em oposição a essa religiosidade, possivelmente, Rute e Orfa, aprenderam na casa de Noemi a respeito do Deus de Israel. Um Deus que age por amor e misericórdia (Dt 6.5). E esse Deus parece ter despertado a atenção de Rute. E, no momento de luto e despedida, ouvir Noemi lhe desejando felicidade num novo lar, fez com que Rute, impactada pelo testemunho de Noemi, afirmasse: “...o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16).
Acho fantástica essa simples informação de que “Nos dias em que julgavam os juízes...” (Rt 1.1), aconteceu uma história na vida de uma família. Uma história comparada as nossas histórias.
Os dias dos juízes é um curto período de 150 anos após a conquista da terra prometida. É um período entre a morte de Josué e o início do reinado de Saul. Período de lutas intensas para manter-se nas terras recém ocupadas pelo povo de Israel. Em cada situação difícil, Deus levantava um libertador (juiz) para os libertar (Jz 3.9).
Enquanto que, no período de Juízes, levantava libertadores para as tribos de Israel, Deus conduzia a história da família de Elimeleque e Noemi providenciando o libertador de toda a humanidade. Salmon que havia casado com Raabe gerou Boaz (Mt 1.5), e Boaz casou-se com Rute, a moabita viúva de Malom e nora da Noemi.
Tragédiasonde e quando elas acontecem? Acontecem o tempo todo. Com pessoas boas e ruins. Com cristãos e não cristãos. O que Deus está fazendo, pois parece que não se preocupa comigo nas minhas tragédias? A exemplo da história da história da família de Rute, Deus está preocupado com a sua salvação. Ele sempre conduz a história com o objetivo de salvar.
A família de Elimeleque em Israel estava enfrentando a tragédia da fome e decidem ir à Moabe. Em Moabe, enfrentam as tragédias que envolvem a morte dos três homens da família. Após essas tragédias. Noemi resolve voltar à Belém e Rute resolve ir junto a sua sogra. Rute se casa com Boaz. Quem é Boaz? É filho de Salmon com Raabe, a prostituta que salvou os espias do povo de Deus em Jericó.
Interessante! Boaz, filho de um casamento misto, proibido pela lei de Deus, casa-se com Rute, moabita. E, ambos os casos, tanto Raabe, quanto Rute, fazem parte da genealogia de Jesus. Boaz e Rute geraram Obede que se tornou pai de Davi.
Nos dias em que julgavam os juízes...” (Rt 1.1) nos mostra como Deus de maneira espetacular conduz a história, mesmo que de uma simples família com o objetivo de salvar a humanidade.
O apostolo Paulo escreveu ao pastor Timóteo, dizendo que o mesmo ore por todos, em especial pelas autoridades, para que haja liberdade de culto, para que “todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade” (1Tm 2.4). Escreve também aos Romanos de que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e ele chamou de acordo com seu plano” (Rm 8.28).
Deus está ocupado em nos salvar! Ele continua vindo ao encontro das pessoas, mesmo que em situações estranhas e em lugares estranhos (Lc 17.1; Rt 1.1).
Estamos cercados por guerras, violência, agitação... Nossos olhos estão voltados para essas situações e diante delas, estamos aflitos e inquietos. Mas, enquanto tudo isso acontece, Deus, continua ocupado em salvar seu povo. Levanta juízes, algozes, governos, e não deixa de nos evidenciar seu amor e cuidado. E esse amor e cuidado nos será dispensado até aquele dia em que Jesus virá para julgar os vivos e os mortos. Por isso, querido irmão e irmã em Jesus, quero repetir o conselho do apostolo Paulo à Timóteo: “...fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (2Tm 2.1), pois, “...Se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseverarmos, também com ele reinaremos; se o negarmos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2.11-13). Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...