terça-feira, 27 de março de 2018

Não é fake news - Jesus Ressuscitou!


01 de abril de 2018
Domingo de Páscoa
Sl 16; Is 25.6-9; 1Co 15.1-11; Mc 16.1-8
Tema: Não é fake News – Jesus Ressuscitou!

Fake News se espalham 70% mais rápido que notícias verdadeiras, diz o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
Uma postagem verdadeira atinge 1.000 (um mil) pessoas; enquanto que a fake News atingem 100.000 (cem mil) pessoas.   
O diabo ama as fake News – aliás, fake News é sua criação. Ele é o pai da mentira. A fake News do diabo semeada no jardim do éden causou todos os estragos presentes na vida humana ainda hoje. Ele continua distribuindo fake News e com um único objetivo conforme o apostolo Paulo alerta na segunda carta aos coríntios que o “...deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2Co 4.4).
Naquela primeira páscoa, a pedra removida, os lençóis, também parecia indicar uma fake News, e exatamente por isso o anjo foi enfático: não é fake news, Jesus ressuscitou (Mc 16.6).
Diante da boa notícia da ressurreição, o conselho dos anciãos, deram uma grande soma de dinheiro para espalhar e divulgar a fake News de que Jesus não havia ressuscitado, mas seu corpo teria sido roubado (Mt 28.11-12).
E em pleno século XXI, nunca estivemos tão envolvidos em fake News como em nossos dias. Há muita preocupação do as ditas fake News em ano eleitoral. E para piorar a situação há agora uma nova modalidade, os fake vídeos. O seu rosto pode ser colocado sobre o rosto de uma outra pessoa e pode dizer e fazer coisas que nunca disse ou fez.
Hoje é páscoa e é preciso compartilhar a verdadeira mensagem.
Não é fake News – Jesus Ressuscitou!
O anjo dentro do sepulcro, deu uma notícia de primeira mão para Maria Madalena, Maria a mãe de Tiago e Salomé. O anjo disse: Mc 16.6.
Não é fake News – Jesus Ressuscitou! Pode compartilhar em suas redes sociais. Por ser uma mensagem verdadeira, a mesma atingirá poucas pessoas.
Desde aquela primeira páscoa, muitos tentaram e continuam tentando ofuscar a beleza e a certeza da ressurreição. O mundo científico e tecnológico exige coisas concretas, palpáveis e racionais. E se a ressurreição de Jesus não atende esses critérios para muitos a páscoa é uma fake News.
Não é fake News – Jesus Ressuscitou!
O relato apresentado em Marcos 16.1-8 apresentar a páscoa pela proclamação de um anjo. Não houve uma manifestação do Jesus ressuscitado e nem sequer as mulheres anunciaram a mesma por medo.
Não é fake News – Jesus Ressuscitou!
Após Jesus Ressuscitado ter aparecido à Maria Madalena, anunciou a mensagem de que o mestre havia ressuscitado. Deveria ser mais uma fake News, e os discípulos não acreditaram (Mc 16.10-11).
Apesar de ninguém ter presenciado a ressurreição de Jesus, a mesma lhes foi anunciada por Maria Madalena. Quem era Maria Madalena? Essa mulher que se tornou seguidora de Cristo, sofre e ainda sofre preconceito devido a sua vida antes de ter conhecido a Cristo. Tinha tudo para ser fake News. Mas, conforme os relatos bíblicos, não é fake News – Jesus Ressuscitou!
Enquanto as mulheres anunciavam aos discípulos, a fake News de que o corpo de Jesus havia sido roubado já havia se espalhado. A favor dos discípulos naquele primeiro domingo havia somente algumas manifestações da ressurreição. A pedra removida do túmulo e o mesmo vazio, os lençóis, a aparição a Maria Madalena e naquela tarde a aparição de Jesus aos discípulos.
Tudo levava a ser uma fake News. Mas, não é fake News – Jesus Ressuscitou!
Marcos 16.1 - 8 é um relato de páscoa diferente. Só há anuncio e alguns sinais. Conforme João Marcos (Mc 16.1-8) num primeiro momento não viram o Jesus Ressuscitado. Observe um detalhe, a páscoa só é páscoa por causa do anúncio, da proclamação.
O anjo proclamou para as mulheres: “Não vos atemorizeis; buscai a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; ...” (Mc 16.6).
Não há nada comparado aquela manhã de domingo da ressurreição em nenhuma página do antigo testamento. A Ressurreição foi e é um evento maior que a abertura do mar vermelho, a queda das muralhas de Jericó ...
A Páscoao dia mais importante do ano. Não é apenas mais um dia, um domingo de festa, um feriado. É um dia especial. É o dia que torna todos os outros dias especiais.
Não é fake News – Jesus Ressuscitou!
É preciso anunciar e compartilhar a mensagem da páscoa. Muitos não irão acreditar e sabe por que? Porque não é fake News!
Num primeiro momento os discípulos também não creram, mas, quando creram, se tornaram testemunhas fiéis. E a mensagem da páscoa chegou até nossos dias. Sem o anúncio por parte das testemunhas não há páscoa.
As Escrituras falam sobre a páscoa. Davi a profetizou (Sl 16.8-10); Jó a proclamou (Jó 19.25-26); o próprio Jesus falou sobre sua ressurreição (Mt 16. 21; Jo 2.19).
Sem o anúncio por parte das testemunhas não há páscoa.
Diferentemente de muitos outros religiosos, Buda, Zoroastro, Confúcio, Maomé, Jesus ressuscitou! Ele vive!
O mundo continuará querendo provas da ressurreição. Sem as mesmas, a páscoa continuará sendo fake News. O mundo continuará negando a ressurreição. No entanto, assim como narrado por João Marcos, é preciso continuar anunciando a páscoa.
O domingo da páscoa é o domingo dos domingos. Sem esse domingo não haveria cristianismo.
E o cristianismo permanece por causa dos proclamadores, das testemunhas. Testemunhas como Pedro que num momento negou. Testemunhas como Maria Madalena que teve um passado pecaminoso. Testemunhas anônimas como Nicodemos e José de Arimatéia.
Foram essas e tantas outras testemunhas que não se calaram e proclamaram a mensagem da ressurreição.
A Páscoa – o domingo dos domingos precisa continuar sendo anunciado e proclamado por mim e por você. Pois, sem proclamação e compartilhamento a páscoa pode se tornar apenas uma fake News para nossos netos e bisnetos.
Sejamos testemunhas desse dia! Não é fake News – Jesus Ressuscitou!
Para o apostolo João, preso na ilha de Patmos, o próprio Jesus proclamou: “Eu sou o primeiro e o último, e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 1.17-18). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

quarta-feira, 21 de março de 2018

Prisioneiros da Esperança


25 de março de 2018
Domingo de Ramos
Sl 118.19-29 ou 31.9-16; Zc 9.9-12; Fp 2.5-11; Mc 14.1-15.47 ou 11.1-10 ou Jo 12.20-43
Tema: Prisioneiros da esperança

Você alguma vez já foi prisioneiro?
Um prisioneiro da paixão?
Um prisioneiro da depressão?
Um prisioneiro de algum vício?
Pessoas aprisionadas vivem num certo limite e ninguém consegue fazer com que vejam outra coisa. Só conseguem ver aquilo que querem ver.
O povo de Israel que havia retornado do exilio, mas, ainda sob domínio dos persas, e rodeados por nações hostis, poderosas, o povo vivia como prisioneira. Prisioneira do medo e da apreensão.
Para esse povo, o profeta Zacarias que era da geração que nasceu na Babilônia, que conheceu a vida do povo de Deus em loco, que havia junto com Israel retornado à Jerusalém em 538 a.c., proclamava uma mensagem.
Zacarias, cujo nome significa, Iahweh lembra, também chamado O Profeta da Esperança, foi enviado por Deus para proclamar esperança para um povo que estava prisioneiro da adversidade, do desânimo e da oposição.
Qualquer coisa é capaz de nos aprisionar. Há pessoas aprisionadas na tristeza. Há outras aprisionadas na culpa, nas falhas, no pecado.
Tentemos imaginar a cena triste daquelas pessoas do tempo do profeta Zacarias que, voltando do cativeiro babilônico que perdurou 70 anos, agora ameaçados por povos vizinhos. Para esse povo, veio a mensagem do profeta Zacarias, “o profeta da esperança”, para tirá-los do cativeiro da tristeza e desânimo.
Deus anuncia para Jerusalém: “alegra-te muito filha de Sião ...” (Zc 9.9).
A julgar pelo contexto dos acontecimentos na Pérsia, anunciar a vinda de um rei era causar alvoroço em toda a cidade de Jerusalém.
Deus estava enviando uma mensagem de consolo a Jerusalém e alerta para as nações (Hadrade, Damasco, Hamate, Tiro, Sidom, Asquelom, Gaza, Ecrom, Asdode) que eram arrogantes, hostis e oprimiam as outras nações, inclusive o povo de Deus. Mas, por mais soberbas que sejam, Deus vai destrui-las em sua soberba (Zc 9.6).
No contexto do Oriente, o anúncio: “alegra-te muito, ó filha de Sião ...” (Zc 9.9). Por filha se diz que a mesma é dependente do pai, precisa da sua ajuda, pois é frágil. Ao anunciar para Jerusalém que a mesma é filha, está anunciando que o pai tem Jerusalém como objeto de sua ajuda e preocupação.
E em sua preocupação anuncia que: “eis que o teu rei virá a ti.”. Ou seja, o futuro de Jerusalém já começou agora e terá continuidade.
Ao dizer “o teu rei virá a ti...”, não está dizendo que o rei virá da Pérsia, ele vem de Jerusalém. E justamente num contexto em que nações são hostis e soberbas, tal anuncio causa tumulto e preocupação.
Esse rei que vem é “justo e salvador, pobre e montado sobre jumento...
Ao convidar o povo a exultar, o profeta apontava para o motivo da alegria. Deus os tinha como filha, ou seja, velava e os protegia. E além do mais, era o seu rei. O rei era importante para o reino e mais ainda para o indivíduo. Pois, indicava que o mesmo era o seu protetor. Quando se dizia eu sou de tal lugar, queria dizer que tinha a proteção de tal rei.
O rei do povo era justo e salvador e humilde. Ele carregava consigo a salvação. Ele é o portador da salvação. Com ele está a salvação. Era humilde – no sentido financeiro Dt 24.15. Com isso, se estava enfatizando que cuidava dos pobres. O rei justo e salvador era um rei diferente dos reis daquela e da nossa época (Is 53).
A palavra profética, montado sobre jumento, é um vínculo do passado para o futuro. A conexão está com o episódio narrado em Gênesis 49, sobre a lembrança da aliança feita por Deus com Abraão e Sara.
Destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém ...” (Zc 9.10).
Efraim, reino do Norte e Jerusalém reino do Sul. O rei que vem, vem para unir as duas partes que estavam fragmentadas. Ele vem com a finalidade de fragmentar o carro de guerra. Ele tirará as armas, pregará (anuncia, profetiza) paz as nações.
Essa paz não é apenas para o povo de Deus, inclusive para os filisteus.
o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar desde o rio até às extremidades da terra” – indicando horizontal e vertical. Figura de linguagem para mostrar que esse reino não tem fim.
Ainda quanto a ti, por causa do sangue do teu concerto”.
Moisés em Êxodo 24 escreveu sobre o sangue da aliança que Deus faz. A aliança foi feita com sangue.
tirei os teus presos da cova em que não havia água” – essa frase nos remete a história de José. Os irmãos lançaram ele na cisterna que não tinha água potável. Não havia como viver. O destino era a morte. Mas, de lá foi tirado. O final da história de José é a vida.
Deus por meio do profeta Jeremias (Jr 2.13) diz que o povo de Deus deixa as águas cristalinas da palavra e escava para si poços. O destino é a morte. Mas, para que não morressem e nem morram envia profetas, pregadores. Deus quer tirar as pessoas da situação de morte.
Por isso, convida: “Voltai à fortaleza, ...” ou seja, saiam do fundo do poço para o alto. Por que voltar para o alto? Por que nos tirar do poço seco?
Deus prepara o seu povo para as nações. Ou seja, são presos da esperança.
Você alguma vez já foi prisioneiro?
Um prisioneiro da paixão?
Um prisioneiro da depressão?
Um prisioneiro de algum vício?
Pessoas aprisionadas vivem num certo limite e ninguém consegue fazer com que vejam outra coisa. Só conseguem ver aquilo que querem ver.
Somos filhos e filhas de Deus! Assim, só vemos que Deus é nosso Pai, nos socorre, protege, ampara e cumpre com todas as suas promessas.
Hoje é domingo de ramos – dia em que relembramos o cumprir de uma das promessas de Deus. Jesus, o nosso rei entrou em Jerusalém para nos resgatar e por esse resgate estamos sob seus cuidados e proteção.
Deus nos prepara para as nações, somos presos da esperança. Uma esperança libertadora. Aquele que seu amigo preso na tristeza, na depressão, na angústia. Ele precisa conhecer a sua prisão, uma prisão diferente, uma prisão no amor e na misericórdia de Deus.
Quero terminar a mensagem com um breve relato:
O mais antigo nome "cristão" fora do Novo Testamento foi usado pelos próprios crentes e é encontrado por isso mesmo com grande significação, em três das cartas de Inácio, Bispo de
Antioquia, escritas quando ele estava a caminho de Roma como prisioneiro, a fim de sofrer o martírio, provavelmente no ano 107. Seu guia roga nesta conexão que eles vivam de modo a honrar o nome de cristão. Em sua carta aos Romanos, capítulo 3 ele solicita a oração dos cristãos "a fim de que eu possa não meramente ser chamado cristão, mas que eu possa viver realmente como um cristão. Porque se eu viver verdadeiramente como cristão, poderei ser assim chamada, e serei considerado fiel quando for apresentado diante do mundo". Do mesmo modo em sua epístola aos Magnesianos, capítulo 4, ele diz: "Convém, portanto, não somente ser chamado cristão, mas sê-lo na realidade".
Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 13 de março de 2018

Não há melhor lugar!

Dia 18 de março de 2018
5º Domingo na Quaresma
Sl 119.9-16; Jr 31.31-34; Hb 5.1-10; Mc 10.35-45
Tema: Não há melhor lugar!



Geralmente as pessoas nos perguntam: onde vai com tanta pressa?
As pessoas andam muito ocupadas e correndo o tempo todo. Se você não estivesse aqui, onde você estaria? Para onde você tem que ir amanhã? Por que você vai a esse lugar?
Muitas pessoas não estão aqui. Por que não estão? Para onde foram? Por que foram?
No evangelho de Marcos, Jesus está sempre caminhando. Sempre está indo de um lugar para outro.
A partir da segunda parte do evangelho de Marcos, capitulo 8, Jesus está indo para Jerusalém e o evangelista nos apresenta por qual motivo Jesus está indo.
O problema é que enquanto Jesus está indo à Jerusalém (v.33), algumas expectativas são frustradas. A de Tiago e João por exemplo.
Os irmãos, Tiago e João, por serem irmãos aprenderam desde crianças como se pede algo para o pai. Eles se aproximaram de Jesus e fizeram um pedido. Se pedirmos alguma coisa, você nos dá.
Esse é o tal do pedido de alguém que está preparando uma armadilha, pois não diz o que quer, apenas querem que lhes seja dado aquilo que desejam.
Sendo uma armadilha, sem dizer sim ou não, Jesus responde: o que querem que eu lhes faça? (v.36). Deixe-ver se é possível atendê-los.
É interessante observar que Jesus estava caminhando para Jerusalém. E lá seria entregue pelo próprio Pai para ser pendurado na cruz. A obra completa de Jesus estava por ser realizada, mas, e os discípulos Tiago e João querendo se antecipar apenas desejavam ocupar um bom lugar no reino celestial.
Tiago e João (vv. 36 e 37) se anteciparam buscando garantir seus lugares a direita e a esquerda de Jesus. No entanto, eles não entenderam nada.
Jesus estava indo para Jerusalém, para ser entregue por Deus em favor da humanidade pecadora, e Tiago e João, preocupam-se com status, poder.
Jesus respirando fundo (v. 38), responde, “não sabeis o que pedis”.
Mas, o status e o poder havia contaminado Tiago e João e qualquer coisa que Jesus dissesse, eles iriam contra argumentar. Jesus perguntou se eles poderiam beber o cálice que Jesus iria beber e se eles receberiam o batismo que Jesus iria receber? (v. 38). Tiago e João desejosos do status e poder responderam: podemos (v.39).
Jesus estava falando a Tiago e João se eles iriam suportar toda a perseguição e injuria por serem discípulos de Jesus?
Tanto que Jesus responde a Tiago e João, sim, vocês serão perseguidos, injuriados, presos, mortos por causa do meu nome. Mas, não posso atender esse vosso pedido (v.40). Por que Jesus não poderia atender esse pedido de Tiago e João?
Essa questão está atrelada a missão de Jesus. Jesus ressalta que não veio para isso, ou seja, sua missão nesse momento é ir à Jerusalém, morrer e ressuscitar.
Jesus não está preocupado com quem vai assentar-se a direita ou esquerda. Jesus não está interessado em status ou poder. Ele apenas está interessado em servir.
Tanto que diante da resposta de Jesus, não se sabe dizer se os discípulos compreenderam, mas, houve indignação da parte dos outros dez.
O status e o poder gera conflito e divisão. E diante da mesma, Jesus prontamente chama seus discípulos para junto de si e os adverte (v. 42 – 44).
As nações se governam pelo poder. Cada dia, ouvimos o pronunciamento de um ou outro presidente. Eu tenho essa arma, cuidado!
No entanto, entre os cristãos não deve ser assim. Eu nasci nessa igreja; eu mantenho essa igreja, eu construí essa igreja; são respostas e exclamações de poder.
Jesus nos diz: quem quer ser grande, que sirva aos outros (v.43). E prossegue, quem quer ser o primeiro, será servo de todos (v. 44).
Tenho observado que muitas pessoas tem se escorado na sua posição na diretoria, outros tem se escorado no seu chamado e assim, em muitos lugares, o status e o poder tem destruído e não edificado.
Pessoas se apresentam como apostolo, bispo, pastor, diácono, mas, infelizmente, tem se esquecido de não importa o cargo que se ocupa dentro da congregação ou perante as pessoas, pois, o importante e fundamental é que Jesus adverte a olhar para o outro como alguém mais importante do que eu.
Mas, a exemplo de Tiago e João, queremos ser mais importantes. E assim, é necessário fazer qualquer coisa para ocupar um lugar de destaque.
Jesus diz aos seus discípulos embriagados pelo poder e pelo status. Eu não vim para ser servido, mas para servir. Eu os julgo, julgo toda a humanidade mais importante. Os outros estão acima de mim, foi para eles que eu vim. Eu vim pagar uma dívida.
Estou indo a Jerusalém para ser entregue pelo meu Pai.
Mais uma vez preciso fazer o alerta: a igreja corre perigo. Dessa vez o perigo é buscar status e poder meramente humanos.
A igreja precisa focar sua atenção em Jesus, aquele que veio servir e ao seu exemplo, servir, colocar o outro acima de nós mesmos.
No mundo, todos andam receosos sobre o futuro do mesmo. A todo instante estamos com medo de uma guerra. Por que? As pessoas querem ser servidas. As nações querem se servir de poder e status.
E se o mesmo ocorre na igreja, chegamos num ponto crucial. É preciso rever, é preciso ser reunido por Jesus e ouvir de sua boca (Sl 119.13): “... entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos” (Mc 10.43 – 44).
Graças a Deus, pela obra realizada por Jesus, e pelo poder e ação do Espírito Santo, estamos no reino de Deus. Não há um lugar melhor para se estar.
Nesse reino, o reino de Deus, Jesus diz que se olha para o outro como alguém a quem queremos servir.
Quer ser grande? Quer ser o primeiro?
Sirva. Afinal, já somos grandes e primeiros exatamente por termos sidos servidos em Jesus.
Para onde você estava indo mesmo? Se você não estivesse aqui, onde você estaria? Para onde você tem que ir amanhã? Por que você vai a esse lugar?
Já estamos no melhor lugar. Estamos no Reino e atuamos no reino – servindo todos aqueles que necessitam ser servidos por Jesus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 5 de março de 2018

Não perca o foco!


Dia 11 de março de 2018
4º Domingo na Quaresma
Sl 107.1-9; Nm 21.4-9; Ef 2.1-10; Jo 3.14-21
Tema: Não perca o foco!

Você sabe com quem Jesus estava conversando quando disse: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16)?
Jesus chegou ao ponto decisivo de sua resposta à pergunta de Nicodemos.
Qual foi a pergunta de Nicodemos? Jo 3. 4. “Nicodemos perguntou: Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?”. Aos Romanos (Rm 8.3-4), Paulo explicita que sem Jesus, sem a cruz é impossível nascer de novo. Se é necessário que alguém nasça novamente é sinal que o mesmo está morto. O apostolo Paulo aos cristãos da Ásia Menor (Ef 2.1) escreve que quando as pessoas dão um passo em falso na sua caminhada o resultado é a morte. E para que viva, é necessário que sejam levados a conhecer seus pecados e reconhecer a salvação em Jesus.
Nicodemos quer saber como nascer de novo, e Jesus o indica pela história da serpente de bronze. Qual é a lição dessa história apresentada em Números 21.4 – 9?
Texto Bíblico
Então os israelitas saíram do monte Hor pelo caminho que vai até o golfo de Ácaba, para dar a volta em redor da região de Edom. Mas no caminho o povo perdeu a paciência e começou a falar contra Deus e contra Moisés. Eles diziam: — Por que Deus e Moisés nos tiraram do Egito? Será que foi para morrermos no deserto, onde não há pão nem água? Já estamos cansados desta comida horrível! Aí o Senhor Deus mandou cobras venenosas que se espalharam no meio do povo; e elas morderam e mataram muitos israelitas. Então o povo foi falar com Moisés e disse: — Nós pecamos, pois falamos contra Deus, o Senhor, e contra você. Peça a Deus que tire essas cobras que estão no meio da gente. Moisés orou ao Senhor em favor do povo, e ele disse: — Faça uma cobra de metal e pregue num poste. Quem for mordido deverá olhar para ela e assim ficará curado. Então Moisés fez uma cobra de bronze e pregou num poste. Quando alguém era mordido por uma cobra, olhava para a cobra de bronze e ficava curado.

O povo de Deus, libertado da escravidão egípcia, após 2 anos no Sinai, está caminhando na região do Neguebe, ao sul da terra prometida. Estão Cades Barnéia.
Cades Barnéia já chama a atenção, pois, Cades (Kadosch, significa santo). No entanto, santo a maneira e compreensão cananítica. Cades era santo porque para os cananeus um santo eram aqueles que adoravam um dos muitos deuses, de maneira especial os deuses da fertilidade.
De acordo com o capítulo 20 vemos que o povo de Deus perdeu dois dos seus três grandes líderes (Miriam e Arão).
Não bastasse a morte de dois líderes, outro fato foi que o rei Arade sabendo da presença do povo de Deus em terras cananeias, ataca o mesmo e leva alguns cativos. O povo fica transtornado.
Esses episódios geraram uma intranquilidade ao povo. E em meio a essa insegurança, o povo pede a Moisés para que interceda junto a Deus e saiba se devem ou não atacar o rei Arade. E a resposta de Deus é: Ataque!
O povo ataca e vence. No entanto, o povo passou a se sentir todo poderoso. A vitória subiu à cabeça. O povo quis ir de Hor direto para a terra prometida, afinal, estavam muito próximos. E pensavam que poderiam vencer qualquer inimigo por si mesmos. E contrariando o momento de alegria do povo após as tragédias, Deus orienta que o povo tome outra direção.
Partiram do monte Hor (Nm 21.4).
Um verbo muito frequente em números - “Viajar” ou seja, “levantar acampamento”. No entanto, esse “levantar acampamento” acontece por orientação divina. O povo viaja porque Deus quer. Essa viagem acontece “pelo caminho do mar vermelho, a rodear a terra de Edom” (Nm 21.4), atravessam a Palestina e a Transjordânia, uma terra árida e difícil.
porém o povo se tornou impaciente no caminho” (Nm 21.4). O termo “impaciente” é a tradução do verbo hebraico que pode ser traduzido como encurtar, significando que o povo encurtou, mas não por cansaço e sim por ira. O povo ficou tão nervoso e raivoso por não poderem ter ido direto a terra prometida estando tão próximos que se sentiram cansados.
Assim, “o povo falou contra Deus” (Nm 21.5), ou melhor, de acordo com o verbo hebraico “afrontou”. Essa afronta é indicada pelo “porque?Lâmâh, uma pergunta que visa uma reação. O porque é uma pergunta afrontosa.
Mas, a afronta não termina nessa pergunta, vai além da mesma. O povo diz: “nos fizeste subir da terra do Egito para morrermos no deserto, onde não há pão nem água?” (Nm 21.5).
O povo afronta a Deus dizendo que não existe pão (alimento e não há água). Mas, Israel tem tudo isso. Para afrontar a Deus, não citaram as codornizes e todas as coisas boas que Deus lhes havia dado.
O povo afronta a Deus dizendo que por sua culpa estavam à beira de um precipício, estavam impacientes: “nossa alma tem fastio deste pão vil” (Nm 21.5). O povo estava desanimado nessa caminhada que parecia não ter fim.
O povo falava contra Deus sem julgamento e sem critério. Ao dizerem “pão vil”, por vil referiam-se a uma planta que não era apetitosa, sem gosto, desprezível. Esse é o ataque mais forte que temos registrado nas Sagradas Escrituras contra Deus. O povo se queixa contra a providência divina.
Desde o capítulo 17 de Números, Deus reage com palavras, dando uma oportunidade ao povo. Mas, aqui em Números 21, é a primeira vez que isso não acontece. Deus não interfere com palavras, mas com ação.
Já que a pergunta afrontosa esperava uma reação, a reação de Deus foi “mandar, enviar” serpentes abrasadoras, voadoras, brilhosas. Muitos foram picados e morreram.
Diante da reação de Deus, o povo reconhece sua situação: “e veio o povo a Moisés e disseram: pecamos” (confissão).
E disse Deus a Moisés, faze ... Fazer o que?algo que seja abrasador e coloca sobre o estandarte”. A serpente abrasadora era uma bandeira, um símbolo que orientava para onde olhar. Era um mastro que sinalizava. “E acontecerá que todo que for mordido e olhar para ela, então vive” (Nm 21.8).
Olhar para ela” – o verbo nâvât significa não apenas olhar, mas, concentrar-se no que se está vendo. Focar atenção. Desviar o foco de outras coisas e prestar atenção só naquilo.
Assim, em seu diálogo com Nicodemos, Jesus enfatiza que é preciso ficar-se apenas em Jesus, o amor encarnado de Deus pelo ser humano.
Corremos perigo!
A salvação está em jogo.
Nicodemos, assim como muitos líderes religiosos de sua época haviam deixado de focar sua atenção no salvador. Estavam olhando para si mesmos.
Vivemos agora o período da quaresma, e muitos olham para suas realizações quaresmais e estão deixando de focar sua atenção na cruz de Jesus.
Jesus estava dizendo à Nicodemos que só havia um meio de salvação para aquela geração no deserto: era necessário que uma serpente de bronze fosse levantada e que qualquer pessoa que focasse sua atenção na mesma seria salva.
Por esse motivo, diz à Nicodemos, desse modo. Jesus precisa ser levantado no alto de uma cruz e todo aquele que crê nesse Jesus, tem a vida eterna.
Respondendo à Nicodemos, Jesus afirma que o passo decisivo para tornar-se nova pessoa é focar sua atenção em Cristo, pois só ele dá vida.
Jesus estava dizendo: Nicodemos pare de se agarrar na religiosidade aparente. Agarre-se à Cristo! Tão somente a Cristo. Uma vida sem Cristo não é vida. E é exatamente isso que Paulo escreve aos cristãos da Ásia Menor: Ef 2.1-10.
O mundo continua mundo e como mundo no final do capítulo 2 do evangelho de João vemos Jesus falando sobre a natureza humana. A mesma é má, corrupta e vive queixando-se de Deus, por isso, Jesus precisou ser pendurado.

Corremos perigo! O perigo é deixarmos de olhar para a cruz de Jesus. O perigo é deixarmos de apontar para a Cruz. Sem a cruz, sem Jesus, deixaremos que as ovelhas que não são nossas, morram pelas mordidas do Diabo.
Não importa como está sendo e como será a nossa caminhada – é necessário manter o foco! E o foco é o amor de Deus em Jesus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Sem Jesus estamos mortos! Focados em Jesus estamos vivos!
Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...