quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Empatia e Apatia diante da Deficiência fisica


Texto: Jó 29.15
Tema: Empatia e Apatia diante da Deficiência física
Por Edson Ronaldo TREssmann

Dia 21 a 28 de agosto é a semana nacional da Pessoa com deficiência. Convém refletir sobre o tema.
Historicamente, as pessoas com deficiência foram excluídas e discriminadas na sociedade.
Na Antiguidade Clássica, as crianças que nasciam com alguma limitação eram abandonadas ou sacrificadas. Antiguidade Na Roma antiga, se as pessoas com deficiência não eram sacrificadas, podiam ser utilizadas para fins de prostituição ou de entretenimento de pessoas ricas.
Séc. IV
A partir do século IV, as pessoas com deficiência passaram a ser internadas em instituições asilares voltadas para os marginalizados sem atendimento específico.
Séc. XI - XII
Entre os séculos XI e XII, as incapacidades físicas e os problemas mentais eram considerados sinais da ira divina, tachados como “castigo de Deus”.
Séc. XII- XIII
Somente nos séculos XVII e XVIII teve início a valorização das pessoas com deficiência, com a criação dos primeiros métodos de aprendizagem específicos para este público, como o Sistema Braille e a leitura labial.
Séc XIX
Com a revolução industrial, passou-se a valorizar a formação de cidadãos produtivos e do aumento da mão de obra; pessoas com deficiência passaram a ser compreendidas como possibilidade de mão de obra.
Séc.XX
No período pós primeira e segunda Guerras Mundiais desenvolveram-se programas de reabilitação para os ex combatentes, que voltavam das batalhas com mutilações e outras deficiências.
Até metade do século XX (1950), o atendimento da pessoa com deficiência passou a ser realizado nas escolas especiais e/ou nas classes especiais das escolas regulares.
Em 1960 foram realizados os primeiros jogos paraolímpicos.
Após a década de 90, foram formuladas as principais legislações específicas para as pessoas com deficiência, que preconizam a sua inclusão na sociedade, por meio da igualdade de oportunidades.
O termo “inválido”, no sentido de inútil e sem valor profissional, foi o primeiro termo empregado para se referir às pessoas com deficiência.
As pessoas com deficiência não devem ser tratadas por termos que denotem sentimento de pena ou de compaixão, pois elas são, acima de tudo, pessoas com talentos, aptidões e defeitos, como qualquer outra.
Na década de 20, acreditava-se que as pessoas com deficiência apresentavam capacidade reduzida e por esse motivo utilizava-se o termo “incapacitado” para se referir a elas.
Entre as décadas de 60 e 80, as expressões adotadas foram “deficientes” e “excepcionais”, pois as pessoas com deficiência eram consideradas menos eficientes e diferentes das demais.
Em 1988, surge a expressão “pessoa portadora de deficiência”. Essa expressão foi duramente criticada, uma vez que só se porta algo que se pode deixar de portar e a deficiência é uma condição inata ou adquirida que faz parte da pessoa e que não pode ser abandonada.
Na década de 90, passou-se a utilizar “pessoas com necessidades especiais”, termo que denotava a necessidade de adaptações às dificuldades e incapacidades das pessoas com deficiência. No entanto, absolutamente todas as pessoas, com ou sem deficiência, podem ter “necessidades especiais” em dado momento das suas vidas. Podemos citar uma gestante ou um idoso que podem precisar de algumas adaptações na sua rotina de atividades.
A partir de 2009, a terminologia “pessoa com deficiência” foi promulgada pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU e passou a ser adotada até hoje. Esse termo tem associado um certo empoderamento, uma vez que pressupõe o uso do poder pessoal para fazer escolhas, tomar decisões e assumir o controle da situação de vida de cada um.
O QUE É DEFICIÊNCIA?
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos, de longo prazo, de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com uma ou mais barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
As deficiências podem ter origem genética e surgir no período de gestação, em decorrência do parto ou nos primeiros dias de vida do bebê. Na vida adulta, podem ser consequência de doenças transmissíveis ou crônicas, perturbações psiquiátricas, desnutrição, abusos de drogas, traumas e lesões.
As deficiências adquiridas, além de causadas por sequelas de doenças, podem ser provocadas também por acidentes. Os de trânsito estão entre as principais causas de deficiência física em pessoas adultas no mundo.
QUAIS OS TIPOS DE DEFICIÊNCIA?
Podem ser classificadas de acordo com a área específica que afetam no organismo.
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
DEFICIÊNCIA VISUAL
DEFICIÊNCIA FÍSICA
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
DEFICIÊNCIA PSICOSSOCIAL OU POR SAÚDE MENTAL
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
O termo “deficiência física” não deve ser generalizado e englobar qualquer tipo de deficiência (auditiva, visual, intelectual, psicossocial/mental ou múltipla), pois cada uma delas tem as suas especificidades.
Evite generalizações para se referir à pessoa com deficiência. Por exemplo, dizer que toda pessoa com síndrome de Down tem talento artístico ou toda pessoa com deficiência visual tem audição apurada. Nem todo cego sabe ler braille. Nem todo surdo sabe Libras.
Por isso, as palavras de Jó são tão impactantes: “Eu era olhos para os cegos e pés para os aleijados” (Jó 29.15).
Destacamos as palavras de Tiago, a fé sem obras é coisa morta (Tg 2.17).
A igreja precisa ser empática – sentir o que o outro sente. Mas, essa igreja enfrenta o problema de ter entre seus pares, pessoas apáticas – não sentem a dor dos outros.
Em Cafarnaum, entre tantas pessoas que interditavam a casa e sua entrada, 4 amigos foram empáticos e foram em busca do socorro subindo no telhado com àquele paralitico (Mc 2.1-5).
Temos aqui, muitas pessoas apáticas, querendo ouvir. E quatro empáticos que sentiram a dor do outro e foram em busca de socorro.
A deficiência física como tal, nos textos do AT, exigem um respeito total à dignidade da pessoa com qualquer deficiência que seja. O respeito e dignidade do deficiente está intimamente ligada à ideia de temor a Deus.
Se o mais fraco, por causa da sua limitação, não incute medo, temor ou respeito, você deve temer a Deus, que está do seu lado e o defende, já que ele não tem como fazê-lo. Ouça: “Não amaldiçoes o surdo, nem ponhas tropeço diante do cego, mas temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.14).
O texto hebraico parece dizer: terás medo é do teu Deus. O deficiente visual ou auditivo não pode cobrar tua falta de respeito, não te ouve e nem vê o que fazes, mas o teu Deus está aí em defesa deles. Deus é defensor dos fracos; por isso é a ele que deves temer, respeitando a dignidade da pessoa com deficiência.
Davi tinha empatia. Tanto que (2Sm 9.13) sustentou até o fim da vida o neto de Saul, Meribaal, que, quando criança, tinha caído e quebrado as pernas, ficando deficiente.
Os muitos relatos bíblicos nos evangelhos e Atos dos Apóstolos mostram a compaixão de Jesus, de seus discípulos pelo povo sofredor. A igreja quando reflete sobre a pessoa com deficiência é convidada a ser empática, mesmo que muitos sejam apáticos.
As pessoas com deficiência eram vistas em Israel como pessoas desprotegidas, as quais, em um dado momento da história deveriam ter suas situações redimidas.
Quero terminar ressaltando uma simples frase que aparece em João 11.44: “E o morto saiu. Os seus pés e as suas mãos estavam enfaixados com tiras de pano, e o seu rosto estava enrolado com um pano. Então Jesus disse: Desenrolem as faixas e deixem que ele vá” (Jo 11.44).
É muito estranha essa frase, ou, muito instrutiva.
O morto saiu com as mãos e os pés amarrados, enquanto seu rosto era envolvido pelo sudário. Onde já se viu morto sair de mãos e pés atados e, ainda, com o rosto totalmente coberto, enrolado por um pano?
Bem! Quero apenas dizer que milhares de pessoas estão com as mãos e pés atados, incapazes de se mover e de agir, com o rosto totalmente coberto, sem enxergar, sem ouvir, sem perceber, sem possibilidade de falar, sem cara reconhecível, sem identidade. O que estamos fazendo? Agindo com empatia ou apatia?
Jesus diz uma coisa aos discípulos de então e a nós: Desamarrai-o e deixai-o ir! Ou, seja como Jó: “olhos para os cegos e pés para os aleijados” (Jó 29.15).
Amamos por que Cristo nos amou primeiro (1Jo 4.19). Jesus, por sua empatia a nossa deficiência suportou a morte, morte de cruz (Fp 2). Amém!
Edson Ronaldo TREssmann
Bibliografia
Coleção Paraná Inclusivo. Volume I. Conhecendo a pessoa com deficiência.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Uma vida na igreja e de igreja!

Salmo131; Provérbios 25.2-10; Hebreus 13.1-17; Lucas 14.1-14

Texto: Hebreus 13.1-17

Tema: Uma vida na igreja e de igreja!

Capítulo 11, heróis da fé. Capítulo, poder da fé. Capítulo 13, prática ativa da fé.
Como ser e viver como uma igreja dia-a-dia? Uma vida na igreja e de igreja!
Hebreus 13.1: amor fraternal.
Esse é o amor doador, àquele que não busca os próprios interesses, e que busca o próximo. É a prática cristã do dia-a-dia.
O termo Philadelphia aparece outras duas vezes no NT, num total de 3x (Rm 12.10; 2Pe 1.7; Hb 13.1). Esse termo é empregado para expressar a relação entre cristãos.
Os demais versículos (vv.2-17) são desdobramentos do amor fraternal.
Ao exortar para que permaneça, o autor ressalta que a caridade sempre haverá, mas que a mesma esteja em você. A igreja de Jerusalém que recebeu essa carta, era caracterizada por ser amorosa fraternalmente.
Hebreus 13.2: Hospitalidade àqueles que nos relacionamos e não nos relacionamos
O amor fraternal se mostra pela hospitalidade. A hospitalidade é uma prática do amor quer seja àqueles que se tem laços (v.7) ou àqueles que não se tem laços.
A exortação ao não esquecimento se deve ao fato a hospitalidade é algo que todos reconhecem, mas é possível que seja deixado de lado (Hb 13.3.7,16).
Hospitalidade não é só receber pessoas em sua casa e lhe oferecer comida e abrigo. É a característica entre os irmãos na fé. Ser hospitaleiro é acolher e servir sem interesse pessoal.
A mensagem do evangelho chega ao próximo através da hospitalidade. A hospitalidade dos cristãos é a virtude que mais se destacou entre os inimigos do cristianismo.
Pelo acolhimento se recebe pessoas, inclusive as enviadas por Cristo (Mt 25).
A palavra anjo significa mensageiro, aquele que foi enviado.
Abraão e Ló acolheram anjos (Gn 18.2; 19.1).
Vivemos dias de desconfiança. Qualquer pessoa que bate ao nosso portão e solicita ajuda é motivo para desconfiança.
A expressão: “sem o saber acolheram anjos” é usada para evitar a desconfiança natural que sente diante de um estranho. Essa expressão mostra também que um hóspede desconhecido pode ser melhor do que parece. Pode ser que seja um mensageiro de Deus para o bem.
O autor ressalta que não seja esquecido consciente ou inconscientemente a hospitalidade. Não perca a oportunidade de receber alguém
Hb 13.3 – Lembrem dos que sofrem por causa do evangelho
Muitas pessoas que confessavam sua fé em Jesus Cristo eram perseguidas, presas, maltratadas e até mesmo martirizadas. Os cristãos eram para olhar para esses que sofriam como se fossem com elas mesmas. Pois, as mesmas também estavam sujeitas a sofrer pelo evangelho.
O ato de lembrar nos faz pensar no fato de que todos nós estamos sujeitos as intempéries da vida. Bengel disse que as pessoas podem experimentar adversidades como Jacó, quase uma vida inteira, ou como José, na juventude. Há os que sofrem adversidades como Jó, na velhice.
E nessas adversidades é bom ter alguém que demonstre amor fraternal. Você já ajudou alguém hoje?
Hebreus 13.4: Honre o matrimônio
Gosto da tradução desse versículo da seguinte maneira: “o casamento seja tratado como honroso”.
A sociedade está atravessando um verdadeiro conflito. E esse conflito está atrelado a sexualidade. As pessoas não valorizam mais o pedaço do paraíso que é o casamento. Casamento tornou-se motivo de piada e não de louvor a Deus. Deus honra o matrimônio.
Quantos matrimônios foram destruídos por uma atração momentânea? Mas, a desculpa é conhecida através das palavras de uma música: “O que eu não tenho em casa ...”. Cuidado! Os libertinos podiam e podem até escapar dos tribunais humanos, mas não escaparão do tribunal de Deus.
O gnosticismo, uma seita herética, estava lançando descrédito ao casamento e por isso a exortação do autor.
Muitas pessoas estão espantadas com tantos casos de divórcio. Até entre pastores está havendo um número assustador. Tudo parece ser motivo para divorciar-se, no entanto, há mais motivos para continuar casado e o mais brilhante argumento é o presente versículo: ““o casamento seja tratado como honroso”, ou seja, mantenha-se na honra do matrimônio.
Hebreus 13.5: Perigo da avareza
A palavra grega aqui empregada é aphilargyros e significa: livre de avareza, não cobiçoso, livre do amor ao dinheiro.
Uma pessoa avarenta é aquela que tem um apego excessivo ao dinheiro, ou seja, é cheia de cobiça.
É preciso destacar que a Bíblia não condena a riqueza. Ele exorta quanto ao apego, a confiança nas riquezas. Tanto que destaca a riqueza como dom (Ec 5), mostrando assim que há algo no dinheiro que pode nos levar a perdição. E é o amor ao dinheiro. A cobiça por mais e mais dinheiro.
O termo aphilargyros aqui usado quer ressaltar a ideia de que a pessoa deve ser humilde e estar satisfeita com o que tem (1Tm 6.8; Hb 13.5). Você está contente com o que possui? Ou, vive reclamando?
A avareza é perigosa por tirar os olhos do criador e colocar na criatura. Não seja cobiçoso. Hoje é isso, amanhã é aquilo! E depois? Tg 4.1-2.
Jesus é tão amoroso e preocupado conosco, pois não quer a nossa perdição, que ao exortar para que não cobicemos, sejamos avarentos que faz uma promessa. Essa promessa aparece foi dada a Jacó (Gn 28.15), a Israel (Dt 31.6-8), a Josué (Js 1.5), a Salomão (1Cr 28.20), ressaltando o cuidado de Deus em todas as situações.
Hebreus 13.6: Confesse sua fé
A vida cristã é uma vida na certeza por isso é vivida na confissão da fé. A confissão naqueles dias, assim como em muitas regiões em nossos dias, era e é algo temeroso. Corria-se e corre o risco da prisão e da morte.
Ao escrever: “afirmemos confiantemente...” destaca-se que algo já está realizado. Ou melhor, você não está largado a própria sorte. Essas palavras são repetições do Sl 56.3-4,9-11; 118.6. Onde o salmista contrapõe ao sentimento de abandono e medo com a certeza do livramento. Essa certeza e confissão já não era característico nos cristãos da segunda geração que encaravam o sofrimento como abandono de Deus.
A confiança do consolo de Deus levou o salmista a testemunhar e era essa confiança e consolo que deveria levar os hebreus a confissão de fé.
Hebreus 13.7: Não esqueça os que lhe pregaram a Palavra
Muitos líderes da congregação de Jerusalém já haviam morrido, por isso, essa exortação. Essa exortação não é dada para o mundo. O mundo despreza os pregadores e a pregação. Como já escreveu Paulo, a mensagem da cruz é loucura e loucos são os que a pregam (1Co 1.18). A exortação é para a igreja. Uma exortação toda especial, principalmente nesses dias em que pastores são tratados como um mero funcionário com metas a cumprir.
Lembre-se de quem um dia lhe anunciou o evangelho! E aos que estavam abandonando a fé, a exortação é: o líder espiritual correu perigo de ser preso e morto, mas, preferiu morrer a te deixar sem o anúncio do evangelho. Eles não se deixaram levar pela dificuldade, mas, pelo propósito de Cristo. Ide, pregai o evangelho!
Observemos por um momento que por três vezes o autor faz referência aos guias espirituais (v.7, 17, 24).
Hebreus 13.8: Jesus é o mesmo
Assim como Jesus preservou e cuidou dos líderes, cuida e cuidará de vocês. O mesmo Jesus que sofreu, morreu e ressuscitou está convosco.
O Jesus anunciado pelos profetas é o mesmo Jesus anunciado hoje e sempre o será. Ele e sua obra não mudam.
Hebreus 13.9: Não se deixe levar para fora da graça
Os cristãos estão sujeitos as falsas doutrinas e com facilidade se deixam influenciar por doutrinas errôneas (Ef 4.14). O autor faz referências a ordenanças do AT que tiveram culminância em Cristo (Hb 9.10; Cl 2.16-17).
É preciso destacar que sempre houve pessoas no âmbito da igreja que proclamaram doutrinas errôneas, por isso, são constantes as exortações: “tem cuidado da doutrina” (1Tm 4.16; 6.3; 2Tm 1.13; Tt 1.9; 2.1).
A expressão: “não tem sido ajudados” significa dizer que aqueles que tentaram e tentam se aproximar de Deus pela lei não obtiveram lucro nenhum (Rm3.20; Gl 2.16; 3.11; Ef 2.8-9).
Hebreus 13.10-12: sacrifício de Cristo
É preciso ser conduzido a Cristo. Mas, infelizmente, muitos estavam sendo conduzidos a lei e para fora de Cristo.
Hebreus 13.13-14: Vamos a Jesus
A frase: “fora do acampamento” segundo Teodoreto significa fora da lei.
Hebreus 13.15: A verdadeira adoração só se realiza por meio de Jesus
O povo de Deus pela prescrição da lei tinha datas e eventos para louvar a Deus. Em Jesus, estamos livres para louvar a todo tempo. A vida cristã é um louvar continuo (Is 57.19; Os 14.2).
A expressão “lábios que confessam a sua fé nele” ressalta que estamos exaltando tudo o que Deus é para nós.
Hebreus 13.16: Adorando pela prática da fé
Além do louvor pela confissão, louvamos a Deus e mostramos quem ele para nós fazendo o bem (Gl 6.6).
A exemplo de Tiago, o autora carta aos Hebreus enfatiza a prática da fé. Não deixem os irmãos na fé e nem os guias espirituais em dificuldade. Os socorra, mas não apenas como determinada a lei, vá além.
Hebreus 13.17:
Se em Hb 13.7 é dito para que se lembrem dos guias que já morreram, agora diz para que obedeçam aos líderes vivos. O termo obedecer implica sujeitar-se mesmo quando se está persuadido a seguir por outro caminho.
Já que os líderes estão te conduzindo a Cristo, sujeitai a eles )1Ts 5.12-13).
Crisóstomo ficou tão impressionado com as palavras: “vão prestar contas disso a Deus” que escreveu que o medo das mesmas sempre agitavam sua alma.
Os pastores “cuidam sempre das necessidades espirituais”.
Essas palavras são esplendorosas. Cultivamos e estimamos médicos, pois cuidam do corpo físico. O que poderíamos dizer de um pastor que conduz à Cristo?
A resposta é “...obedeçam ...” Parem com as críticas desnecessárias.
Cuidar bem do pastor é permitir que Cristo seja ainda melhor apresentado, pois, fazer um trabalho com tristeza, vocês mesmos não serão ajudados. Em outras palavras, ajudem o pastor a ajuda-los. Assim como os pastores serão cobrados pelo seu desleixo, os congregados também serão cobrados pela sua ingratidão a algum pregador.
Exortações para uma vida na igreja e de igreja! A igreja de Jesus!
Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Decodificando o sofrimento!


Salmo50.1-15; Isaías 66.18-23; Hebreus 12.4.24; Lucas 13.22-30
Texto: Hebreus 12.4-24
Tema: Decodificando o sofrimento!

Em dias de redes sociais a senha é fundamental. Muitos autorizam que a senha fique salva no dispositivo e assim é só clicar e as redes sociais estão acessíveis. Mas, de repente acontece algo e precisamos logar para poder ter acesso a conta, e o drama é que se esqueceu a senha.
O mesmo acontece na vida cristã. Tudo está indo bem, de repente, um sofrimento e tribulação. E quando ocorre o sofrimento e com ele a tribulação, inicia-se uma caminhada entre três balizas: Tribulação – provação – tentação.
Ninguém quer sofrer. Porque? O sofrimento é contrário a natureza humana. Deus não criou o ser humano para que sofra, mas, devido à queda em pecado, sofremos. O sofrimento, seja ele qual for mostra o pecado e sua terrível consequência.
Corremos perigo, em desanimar da vida pela fé em Cristo. Afinal, o pecado é afastamento de Deus. E o diabo sabe que, quanto mais longe de Cristo, melhor. Por isso, constantemente nos assedia. E seu assédio é aterrador quando estamos sofrendo, pois, surgem as mais variadas dúvidas do amor e da justiça de Deus em Jesus.
E para que no sofrimento “não cansemos e nem desanimemos” (Hb 12.3), o autor decodifica o sentido do sofrimento e da tribulação. Em outras palavras, ele nos fornece a senha de acesso para continuarmos a navegação.
Tema: Decodificando o sofrimento e a tribulação!
1 – Suportem o sofrimento com paciência, Hb 12.7
2 – Levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos Hb 12.12
3 – Concessão do título de cidadão do céu Hb 12 22
O código de acesso para navegação tranquila, mesmo em meio ao sofrimento e a tribulação que trazem consigo provação e tentação está na fé Jesus.
Decodificando o sofrimento e a tribulação.
1 – Suportem o sofrimento com paciência, Hb 12.7
         - Deus está com seus filhos no sofrimento - Hb 12.8-9.
Ao permitir o sofrimento, Deus não nos criou para sofrermos, em amor e misericórdia, prova a nossa fé e aproveita para nos corrigir, afinal, o desejo de Deus é nos ter perto dele. Por isso, o seu convite ao arrependimento é constante.
         - Deus educa com o sofrimento, Hb12.10-11
O sofrimento tem um sentido profundo. Não é da vontade, mas é permitido por Deus. O sofrimento mostra o pecado e sua seriedade.
Quando um pai castiga o filho, o faz como objetivo de que observe a seriedade do erro. E ao corrigir o filho, o pai e a mãe esperam que seus filhos os agradeçam no final.
A expressão “pai espiritual” (v.9) só é encontrada nesse texto em todo o NT. Ela descreve a realidade de Deus. Ele é o nosso Pai. E como Pai, permite o sofrimento, a tribulação, a provação, a tentação, não para destruir, mas para nos recompensar com uma vida correta e de paz. Ouça as palavras consoladoras: “Quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz” (Hb 12.11).
Quando ouvimos relatos da vida de Abraão, Jacó, Esaú, Davi, Sansão e outros, ficamos fascinados pelos momentos de alegria, sucesso e bênção. Mas, não podemos ignorar seus momentos de lágrimas. Foram as lágrimas e as dores que tornaram os momentos de alegria, sucesso e bênção tão especiais.
Lembre-se: a vida do próprio Jesus, filho de Deus, teve um momento de cruz, sofrimento e tribulação.
No caminho com Jesus, na vida pela fé, também existem lágrimas, sofrimentos, tribulações. Mas, esses momentos são educativos e pedagógicos que Deus utiliza para nosso bem. As experiências difíceis fazem parte da vida de fé (Hb 11.35-40).
O pai espiritual utiliza-se do sofrimento que é decorrente do pecado para nos fazer produzir fruto de justiça.
Essa expressão é emprestada do AT (Pv 11.30). Deus espera que seus filhos produzam frutos (Sl 1.3; Jr 17.8; 10.1-8). O que é esse fruto da justiça? É levar para outro o que a árvore produz. A árvore é Cristo e os frutos são amor e misericórdia. Em outras palavras, o fruto da justiça, é levar ao outro a vida que recebemos de Deus em Cristo.
O fruto da justiça em meio ao sofrimento é manter-se firme na confiança em Deus, o Pai espiritual.
O fruto da justiça (Rm 6.22; Fp 1.11; Hb 12.11; Tg 3.18) é a santificação, ou seja, manter-se numa comunhão mais profunda com Deus. Afinal, no sofrimento, andamos em meio as balizas da tribulação, provação e tentação o nosso inimigo quer nos afastar dessa comunhão com Deus.
Decodificando o sofrimento e a tribulação.
1 – Suportem o sofrimento com paciência, Hb 12.7
2 – Levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos, Hb 12.12
A citação é de Isaías 35.3. O mesmo texto citado por Jesus quando indagado por João Batista se Jesus era o Messias (Mt 11.5), ressaltando que o fim messiânico anunciado pelos profetas se realizou em nEle, Jesus.
No sofrimento, quando se abate sobre nós as tribulações, as provações e as tentações, a igreja precisa proclamar o Cristo. Nesse sentido, as palavras: “Levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos” Hb 12.12, nada mais é do que permanecer firme, pois, por trás de tudo isso há um propósito maior.
O verbo grego é anorthoo – reconstruir, erigir. Entre os médicos da época era uma expressão usada para ressaltar o fortalecer. Ou em caso de ossos quebrados e deslocados no sentido de ajustar. Assim sendo, é como se o autor estivesse ressaltando para que não andassem como fracassados, que não podiam mover o corpo.
A metáfora baseada na fisiologia, descrevendo um corpo dominado por uma tremenda fraqueza, era justamente para que não se sentissem assim, pois todo o sofrimento tinha como fim ultimo disciplinar e mostrar que eles eram filhos de Deus. Não importava o que estavam enfrentando, Deus os livraria ao final de tudo, assim como prometeu por boca do profeta (Is 35.3-4).
O manter-se firme tem um propósito missionário (Hb 12.14, 15). Pois, se os sofrimentos, com suas tribulações, provações e tentações enfraquecerem os firmes, o que será dos que ainda não caminham firmemente.
O autor destaca a caminhada que tem um alvo. E essa caminhada é marcada por meio de sofrimentos e tribulações. E ao exortar para que fortaleçam as mãos e os joelhos e no intuito de ressaltar o alvo final, monte Sião (v.22), assembleia festiva (v.22), Deus (v. 23), Jesus (v. 24).
Levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos” (Hb 12.12).
Decodificando o sofrimento e a tribulação.
No sofrimento surgem as tribulações, provações e tentações, por isso, o Espírito Santo por meio do autor humano da carta aos hebreus nos exorta (Hb 12.14-24).
         - Tenham paz com todos e a santificação Hb 12.14
         - Não abandone a graça de Deus Hb 12.15
         - Não desrespeite as coisas sagradas Hb 12.16-17
Lembre-se: Em Cristo vocês ultrapassaram a lei (Ex 19.16-22; 20.18-21; Dt 4.11-12; 5.22-27) e chegaram a graça de Deus (Gl 4.26; Hb 11.10; Ap 21.2).
Os versos 22 a 24 descrevem todo o testemunho do NT de três maneiras. E esse testemunho não pode ser esquecido em meio ao sofrimento, tribulação, provação e tentação.
É preciso se lembrar do lugar da salvação, a igreja da salvação e o rei da salvação.
Assim como Abraão, Isaque e Jacó (Hb 11.10,16), a igreja, mesmo em meio ao sofrimento espera pela cidade vindoura (Hb 13.14). Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

CHAMPLIN, R.N. O novo testamento interpretado versículo por versículo. Volume 5. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2014.

LAUBACH, Fritz. Carta aos Hebreus. Comentário Esperança. Editora Esperança, Curitba, PR, 2013

WIERSBE, Warren W. Novo Testamento 2. Comentário Bíblico expositivo. Editora Geográfica, Santo André, SP, 2017.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Um super poder!


Salmo119.81-88; Jeremias 23.16-29; Hebreus 11.17-31; 12.1-3; Lucas 12.49-53
Texto: Hb 11.17-31; 12.1-3
Tema: Um super poder!

Se você tivesse a possibilidade de ter um poder, qual você gostaria de possuir? Você sabia que possui um poder incrível? E se caso, você não o possui, pode possui-lo?
Por treze vezes lemos a expressão pela fé.
O que é fé? É preciso relembrar a descrição sobre fé, dada nos primeiros versículos do capítulo 11.
A fé é a certeza e a prova. Em outras palavras, a fé é uma escora firme, um firme fundamento. A fé é uma convicção, uma persuasão íntima.
A fé é um firme fundamento, uma convicção íntima só por ser um presente de Deus (Ef 2.8). E para nos permitir estarmos seguros e convictos, Deus nos dá a fé pela sua Palavra (Rm10.17). E assim, pela fé, vivemos sempre no futuro e nunca no presente.
A expressão pela fé, aparece 11 vezes em Hebreus 11.17-31. Olhe nos versos 17, 20, 21, 22, 23, 24, 27, 28, 29, 30, 31.
Firmados no firme fundamento e convictos das promessas de Deus, Abraão, quando colocado à prova ofereceu Isaque, por certeza de que Deus o ressuscitaria (Hb 11.17-19).
Firmados no firme fundamento e convictos das promessas de Deus, Isaque abençoou Jacó e Esaú (Hb 11.20).
Firmados no firme fundamento e convictos das promessas de Deus, Jacó estando para morrer abençoou os filhos de José e adorou a Deus (Hb 11.21).
Firmados no firme fundamento e convictos das promessas de Deus, José anunciou a saída do povo do Egito e recomendou sobre o que fazer com seus restos mortais (Hb 11.22).
Firmados no firme fundamento e convictos das promessas de Deus, os pais de Moisés não temeram o decreto real e esconderam seu filho que anos mais tarde tornou-se libertador do povo (Hb 11.23).
Firmados no firme fundamento e convictos das promessas de Deus, Moisés preferiu sofrer e ser desprezado por causa de Cristo (Hb 11.26).
Firmados no firme fundamento e convictos das promessas de Deus, o povo de Deus, cerca de 2milhões e 500 mil pessoas, atravessaram o mar vermelho (Hb 11.29).
Firmados no firme fundamento e convictos das promessas de Deus, ruíram as muralhas de Jericó (Hb 11.30).
Firmados no firme fundamento e convictos das promessas de Deus, Raabe, uma prostituta foi salva e tornou-se descendente direta de Cristo (Hb 11.31; Mt 1.5).
Que poder incrível essas pessoas possuíam. Todas elas, foram pessoas comuns, com problemas, dificuldades, mas, pela fé, o poder especial dado por Deus os fez ver além do momento em que viviam. Esses homens e mulheres viviam com os olhos no futuro e não no presente.
O que torna a fé um poder especial, é que é dado por Deus através da Palavra (Rm 10.17). Por isso motivo, em um dos Dez Mandamentos, Deus recomenda ouvir e estudar a sua Palavra (Ex 20.8-11). Na carta de Deus às igrejas há muitos alertas para que quem tenha ouvidos, ouça (Dt 3.12-13; Ez 12.2; Mt 11.15; 13.9; 13.43; Mc 4.9; 4.23; 7.16; Lc 14.35; 8.8; Ap 2.7; 2.11; 2.17; 2.29; 3.6; 3.13; 3.22).
Ouvir a Palavra para pelo poder que ela nos dá, sermos capazes de ver além e não sermos destruídos pelos problemas e inquietações do presente. O salmista ao observar as angústias do presente confessou: “...porém espero na tua palavra” (Sl 119.81).
A fé passa pela provação, tribulação e tentação. E todas provações, tribulações e tentações, colocam em jogo a promessa, certeza e esperança de salvação.
O autor da carta aos hebreus ressaltou que Abraão ao ser provado, creu na ressurreição (Hb 11.19; Rm4.17-18). Momento difícil, mas, o poder da fé o fez ver e analisar a situação com outros olhos.
A fé, assim como foi com Isaque, Jacó, José direciona as palavras, principalmente as últimas (Gn 49; Dt 33; Js 24; 2Sm 23.1-5; At 7.58-59). Pela fé, esses homens e mulheres conheciam o caminho e o indica para seus filhos (Hb 11.39).
Pela fé, entendemos que toda nossa vida faz parte do plano de Deus e que nós na fé fomos colocados no plano salvador de Deus.
Os da fé veem coisas que os que não estão na fé, não veem (2Co 4.18).
A igreja, composição dos que estão fundamentados e convencidos da verdade a respeito das promessas de Deus, são convidados a permanecer nesse fundamento. Afinal, todos os eventos, todas as tribulações, tentações, contribuem para nos fundamentar ainda mais em Cristo e levar outros a fixarem-se nesse fundamento e convicção.
Ao citar esses exemplos em Hebreus 11, o autor visa encorajar a vivência da fé.
É preciso encorajar e estimular as pessoas a viverem na fé?
Sim!
Afinal, a igreja que mais cresce é a ICSI, ou seja, igreja dos cristãos sem igreja. A apostasia é um grande perigo de todos os dias.
Os exemplos citados pelo autor a carta aos Hebreus ilustra que aqueles homens e mulheres viveram com Deus de conformidade com a revelação que lhes foi concedida.
As experiências de fé desses homens e mulheres significam um fortalecimento direto na luta de fé da igreja na atualidade (Rm 15.4; 1Co 9.10). Não podemos viver querendo ter a mesma experiência de Abrão, Isaque, Jacó, José, Moisés e Raabe. Nós temos muito mais que aquelas pessoas tiveram. Já temos a promessa de Jesus concretizada. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Seu Filho(a) precisa de um Herói!


Salmo 33.12-22; Gênesis 15.1-6; Hebreus 11.1-16; Lucas 12.22-34
Texto para Prédica: Hb 11.1-16
Tema: Seu Filho(a) precisa de um Herói!

Super-herói, quem nunca sonhou em ser um super-herói com poderes extraordinários, capaz de salvar o mundo?
Na minha época, o super-herói que encantava a criançada era o Jaspion, Changerman. Atualmente, é o Thor, Hulk, Homem Aranha, Homem de Ferro.
Você sabia que é ou pode vir a ser um super-herói?
Não um super-herói como o Homem aranha, com poder de subir em lugares extremos. Thor, que possui poderes e a força do trovão. Homem de ferro, possuindo uma armadura impenetrável por tiros e explosões. Capitão América, um super soldado capaz de combater um exército sozinho. Hulk, que a raiva o transforma num ser de extrema força e poder.
Você pode ser um outro tipo de super-herói. Um herói ignorado por muitos. Você pode ser um herói, se já não é, a exemplo de Abel, Enoque, Noé, Abraão, Sara.
Abel foi o herói da verdadeira adoração. Ofertou a Deus das primícias do seu rebanho. Por isso, mesmo morto ainda fala (v.4). Enoque é o herói que agradou a Deus e teve a oportunidade de ser levado vivo ao céu (v.5). Noé, um herói construtor, que salvou sua família (v.7). Abraão, o herói da caminhada pelo GPS de Deus (v.8-10). Sara, uma heroína da maternidade na velhice (v.11-12).
Esses heróis, ignorado por muitos, salvaram e salvam o mundo. Afinal, da descendência deles, nasceu a luz do mundo: JESUS.
O verso 13 transparece essa verdade: “Todos esses morreram cheios de fé. Não receberam as coisas que Deus tinha prometido, mas as viram de longe e ficaram contentes por causa delas. E declararam que eram estrangeiros e refugiados, de passagem por este mundo” (Hb 11.13).
As crianças se encantam e levam os pais no cinema para admirarem seus heróis favoritos, mas, o herói que elas precisam é de um herói de fé. Hebreus 11 nos apresenta esses heróis. No entanto, essa lista terminou com esses nomes por ter sido escrita a muitos anos, mas, se a mesma fosse escrita hoje, muitos outros nomes estariam acrescentados a essa lista, inclusive o seu.
Os heróis apresentados em Hebreus 11, mostram pessoas que viveram e agiram fundamentados na fé.
O autor aos hebreus apresenta (Hb 1 - 6) Jesus Cristo como um ser superior e seu sacrifício superior (Hb 7 - 10). O capítulo 11, mostra as pessoas (heróis da fé) como sendo homens e mulheres que confiaram nessa realidade antes mesmo dessa ser visível e palpável.
Os leitores da carta (hebreus), eram tentados à voltar para o judaísmo e depositar sua confiança em Moisés, na lei como requisito de salvação. Eram tentados a confiar nas coisas visíveis deste mundo e não nas realidades invisíveis de Deus (promessas).
O que é mais extraordinário nos heróis da fé é que a fé lhes foi dada como presente (Ef 2.8). Os heróis da fé são testemunhas vivas que nos animam a viver nessa realidade (Hb 12.1). A realidade da fé.
O que é fé?
- É tudo o que ultrapassa a percepção humana;
- certeza pela qual o que crê empenha sua vida;
- uma convicção onde baseia a sua vida;
- uma força transbordante que rege toda a vida;
- firme confiança em algo esperado;

Antes do autor descrever o nome dos heróis da fé, o mesmo descreve o que a fé faz e como funciona.
A fé não é pensamento positivo, aquiescência intelectual e nem sequer crer apesar das evidências. Muitas pessoas vivem na superstição, ou seja, tiveram evidências de algo. Isso não é fé.
Os heróis da fé tinham outro entendimento (1Jo 5.20). Abel, Enoque, Noé, Abraão, Sara. “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra” (Hb 11.13).
Os heróis da fé tinham uma certeza, percepção, convicção, força e confiança que eram e continuam sendo estranhos ao mundo. A fé dá uma nova perspectiva da realidade invisível de Deus (2Co 4.18).
Os heróis da fé viveram e vivem num mundo novo, o mundo de Deus. Nesse mundo, Deus nos fala e nós cremos no que Ele diz.
O mundo dos heróis da fé é oposto ao mundo que muitos vivem. A objetividade das coisas tem tornado a fé como algo inconcebível e tem destruído a vida de muitos.
O que crê, não o crê por sua força e razão. Foram atingidos pelo poder de Deus pela sua Palavra (Rm 10.17; Ef 2.8). A concepção da fé, que torna alguém um herói da fé, é um ato similar ao da criação do mundo, em especial do primeiro dia: haja luz (Gn 1.3; 2Co 4.4).
Pela fé coisas invisíveis são descobertas e reconhecidas como realidades autênticas.
Os heróis da fé foram pessoas à quem Deus tinha uma promessa para cumprir. E para que os heróis da fé do século XXI seja bem sucedida, Deus também dá uma promessa: “... Respeite o seu pai e a sua mãe.” E esse é o primeiro mandamento que tem uma promessa, a qual é: “Faça isso a fim de que tudo corra bem para você, e você viva muito tempo na terra.”” (Ef 6.2 - 3). E aos heróis da fé, Deus diz: “Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele” (Pv 22. 6) e ainda: “Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos” (Ef 6.4).
Os heróis da fé, Abel, Enoque, Noé, Abraão, Sara, não perderam a perspectiva mesmo quando tudo indicava estar perdido.
Antes de ressaltar os heróis da fé, Abel, Enoque, Noé, Abraão, Sara, o autor fala sobre a fé. A fé é certeza, prova, aprovação.
A primeira palavra para descrever fé é a certeza. Isso é magnifico, pois o grande inimigo da fé cristã é a incerteza. Incerteza do perdão, da salvação, da ressurreição, da vida eterna. Milhares de pessoas irão para o inferno, por duvidarem do poder de Deus, revelado na cruz em Jesus e comunicado pelo evangelho (Rm 1.16-17).
As pessoas, nesse mundo de incertezas estão desconfiadas do amor, da misericórdia de Deus (1Co 1.18). Até ouso dizer que muitas igrejas abandonaram a mensagem da cruz, pois, a sua maior preocupação é com o crescimento numérico e financeiro e a Palavra de Deus, com a mensagem da cruz parece ser ultrapassada para atingir esses alvos. A fé é como os braços, nos abraça em alguma coisa e os heróis da fé estão agarrados em Cristo.
A fé é descrita com três termos em Hebreus 11. Certeza, Prova, Aprovação.
Certeza – o termo grego significa literalmente servir de escora. A versão Revista e Corrigida traduz corretamente o termo como firme fundamento.
A é para o cristão, o mesmo que o alicerce é para uma casa. Sem um alicerce firme, o morador fica inseguro na morada diante de uma ventania ou tempestade. A é estar seguro nas coisas que espera. O que se esperamos é o fundamento da fé. E essas, só são um firme fundamento por serem promessas de Deus.
Convicção, Prova – persuasão íntima. A fé nos persuade intimamente de que Deus cumprirá suas promessas.
Aprovação, testemunho – esse termo é muito importante em Hebreus. De maneira especial no capítulo 11. Aparece no v.2, v. 4(2x), v.5, v.39. Em Hebreus 12, os heróis da fé são chamados de grande multidão de testemunhas.
A fé capacita realizar o que é impossível realizar por si só. A fé me capacita e permite (v.4) adorar; (v.5-6) viver; (v. 7) trabalhar; (v.8 – 22) esperar.
J. Oswald Sanders ao escrever sobre esse trecho bíblico ressaltou as seguintes palavras: “A fé permite à alma que crê tratar o futuro como o presente e o invisível como o visível.
Os heróis da fé testemunharam sua certeza e convicção. Mantiveram-se firmes nas promessas de Deus até o fim. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

Bbliografia
LAUBACH, Fritz. Carta aos Hebreus. Comentário Esperança. Curitiba, Editora Evangélica Esperança, 2000.

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

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