segunda-feira, 24 de abril de 2017

...portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, ...” (1Pe 1.17)

30 de abril de 2017
3º Domingo de Páscoa
Sl 116.1-14; At 2.14ª,36-41; 1Pe 1.17-25; Lc 24.13-35.
Tema:...portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, ...” (1Pe 1.17)

Mesmo que as peregrinações seja algo cultural, realizado por muitos por fidelidade à tradição, com sentimento religioso intenso e como atuação de sua existência pascal, o mundo ficou extremamente chocado com o número de peregrinos, ou refugiados que deixaram sua pátria em busca de uma nova vida.
O dia 20 de junho marca o dia mundial do refugiado! Sei que ainda estamos em pleno mês de maio, mas, é preciso nos ocupar do tema, haja visto estar sendo descrito pelo texto bíblico de hoje: “...portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, ...” (1Pe 1.17).
Um refugiado, um peregrino, é aquele que é forçado a fugir da sua pátria natal por causa da guerra. Até o dia 20 de junho de 2015, o mundo estava assustado diante dos 65,3 milhões de refugiados no mundo. Desse número, a metade era de crianças.
O mundo não pode esquecer que os refugiados são pessoas, no entanto, são pessoas diferentes, pois a guerra levou sua casa, seu trabalho, seus parentes e seus amigos. Os refugiados, tal como peregrinos, precisam de socorro e auxilio de estranhos, numa cultura estranha a sua.
O ser humano foi criado para viver em harmonia com Deus, no entanto, de acordo com Gn 3.22-24, por causa da queda em pecado nos tornamos peregrinos, refugiados nesse mundo. O ser humano foi forçado a sair da sua pátria celestial e nesse mundo está em meio aos dessabores decorrentes da queda em pecado.
De acordo com a raiz hebraica, “peregrino”, significa viver entre pessoas que não são seus parentes consanguíneos, mas mesmo assim precisam desfrutar dos mesmos direitos civis como se fossem pessoas naturais do local. O peregrino é alguém completamente dependente da hospitalidade de outros.
Deus é dono da terra, de acordo com os textos de Lv 25.23; 1Cr 29.15 e os seus filhos são apenas estrangeiros e peregrinos, que dependem exclusivamente da hospitalidade de Deus.
Ao convidar os cristãos a continuarem sua peregrinação com temor é porque Pedro sabe o quão fácil é cair na armadilha do diabo. Ele mesmo após fazer uma brilhante confissão sobre a pessoa de Jesus, foi repreendido por Jesus (Mt 16.16,23).
Continuar a nossa peregrinação com temor se deve justamente ao fato de esquecermos de que tudo vem de Deus. O homem moderno, pós-moderno, esqueceu-se que tudo o que é e possui vem das graciosas mãos de Deus.
Mesmo tendo sido forçado a sair da nossa pátria celestial, Deus em seu amor não abandonou ao acaso. Continuou e continua estendendo a sua mão ao peregrino e refugiado nesse mundo.
Após vir ao encontro do homem, faz dele seu filho e filha. Assim, como seus filhos e filhas, o cristão reconhece que “sua pátria está nos céus” (Fp 3.20), e pela obra do Espírito Santo “não são mais estrangeiros e peregrinos nesse mundo” (Ef 2.19).
Isso mesmo: 1Pedro 1.17 + Ef 2.19 = já e ainda não.
O cristão sabe que é cidadão do céu, mas, sabe que ainda não está na sua pátria celestial. E enquanto não está em sua pátria, mesmo sabendo que seu lugar é a pátria celestial, continua sua peregrinação com temor, pois, sabe o risco que corre nessa sua peregrinação nesse mundo.
O apóstolo Pedro convida os cristãos, recém convertidos do paganismo a continuarem sua “...peregrinação, mesmo sabendo que não são deste mundo, com temor ...” (1Pe 1.17).
Ao escrever sua primeira carta, o apóstolo Pedro sabe que os cristãos estavam sendo tentados a abandonar a peregrinação cristã, a nova caminhada com Jesus, para voltar as velhas práticas religiosas. Os novos cristãos estavam sofrendo por causa de sua fé. A peregrinação não estava sendo fácil.
...portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, ...” (1Pe 1.17).
O apóstolo Pedro tem como objetivo ao escrever sua carta aos cristãos que estão longe da sua pátria celestial, para que continuem. Pedro lhes envia uma carta de esperança.
Quem está peregrinando, está em trânsito. São pessoas longe de sua pátria e precisam de auxilio e socorro. E é essa imagem que o apóstolo Pedro quer transmitir ao dizer: “Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação” (1Pe 1.17).
O socorro vem daquele que nos concede a pátria celestial e que nos fez seu cidadão.
Deus socorre todos seus filhos que peregrinam nesse mundo. Deus ouve as orações. Deus deseja que lhe roguemos sem temor e com confiança, afinal, ele é nosso Pai e nós somos seus filhos.
Deus jamais abandonará seus peregrinos nesse mundo. Afinal, “...não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento...” (1Pe 1.18).
Deus pagou um preço muito grande para nos resgatar e ter de volta em seu reino. Ele pagou um preço muito alto para nos permitir sermos novamente cidadãos pertencentes ao céu.
Em peregrinação nesse mundo, podemos a exemplo do salmista perguntar: “Que posso eu oferecer a Deus, o Senhor, por tudo de bom que ele me tem dado?” (Sl 116.12).
A própria pergunta nos revela a resposta. Nada. Mas, mesmo assim o salmista diz que posso manifestar a minha gratidão através de algum voto, o qual não sou obrigado a fazer, afinal de contas, eu não sou capaz de cumprir.
E é exatamente por causa da minha situação, o apóstolo Pedro recomenda: “...portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, ...” (1Pe 1.17).
Ao explicar os dez mandamentos, Martinho Lutero ressaltava que “Devemos temer e amar a Deus”. Ou seja, toda a nossa vida em peregrinação é uma resposta ao amor de Deus. Deus nos criou, nos mantêm, nos salvou, nos preserva na fé, e virá para julgar, sem acepção de pessoas.
O apóstolo Pedro convida os peregrinos a permanecerem na peregrinação em Deus Pai que enviou seu único Filho para dar liberdade do pecado, do diabo e da morte eterna. Amém!


Rev. M.S.T.  Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 18 de abril de 2017

Para além do aqui e agora!

23 de abril de 2017
2º Domingo de Páscoa
Sl 148; At 5.29-42; 1Pe 1.3-9; Jo 20.19-31.
Tema: Para além do aqui e agora!

É interessante a designação de que João seja o apóstolo do amor.
Quando jovem, João era um jovem como tantos outros de nossa época. Era violento. Chegou a ser apelidado de “filho do trovão”.
Mas, seu conhecimento e convivência com Jesus, o transformou como um discípulo do amor. O amor de Jesus o transformou!
Ele, como ninguém sabia que a única coisa que poderia transformar as pessoas da sua época era a mensagem do amor. João ressalta o amor de Deus através de palavras belíssimas: “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu seu único filho, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Em sua carta ressaltou: “Deus é amor” (1Jo 4.8).
Eram anos turbulentos aqueles em que João viveu. Muitas histórias a respeito de Jesus estavam circulando. No entanto, entre as muitas histórias, nem todas poderiam ser registradas. O importante não eram as histórias contadas por outros, muitas até inventadas, o importante e necessário era que todos fixassem seus pensamentos e conhecimentos na única e verdadeira história: a da salvação, descrita em breves palavras pelo próprio João.
João, na breve história sobre Jesus ressalta que, Jesus é Deus. Muitos duvidavam disso, assim como hoje. Jesus era tanto homem como Deus. Ele nasceu, viveu, cresceu na Palestina, bebia água, se alimentava, se cansava ao viajar, sofreu e morreu.
João destacou a humanidade de Jesus, pois, assim como é em nossos dias, alguns intelectuais seculares, mas ignorantes espirituais, consideravam Jesus um fantasma.
Jesus não foi um fantasma. Como verdadeiro homem, cumpriu a lei. Morreu, mas morto não ficou. Ele ressuscitou!
O apóstolo João tem apenas um propósito. Ele não quer que seu evangelho seja o único, no entanto, deseja ardentemente que o relato que apresentou em breves capítulos e páginas traga benefício aos que lerem, estudarem ou ouvirem. E essa benefício vai além da vida aqui e agora. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

domingo, 9 de abril de 2017

Não temais! Diante do ateísmo

Sermão para o Domingo de Páscoa
Sl 16; At 10.34-43; Cl 3.1-4; Mt 28.1-10
Tema: “Não temais! Diante do ateísmo” (Mt 28.10)

O ateísmo vem crescendo avassaladoramente em nosso país. O Jornal A Folha de São Paulo, no dia 16/11/2014 publicou um artigo intitulado: “O ateísmo sai do armário”.
O título bastante curioso mostra que nos EUA, de acordo com a constituição do Tennessee, um cidadão não pode concorrer a um cargo público se não acreditar em Deus. Em Nashville, capital do Estado do Tennessee, um grupo de 150 pessoas se reúnem semanalmente nos domingos num fórum de ateus, que conta com mil inscritos. Os encontros são marcados com leitura de Margareth Mead e J.R.R. Tolkien. Cada pessoa canta canções dos Rolling Stones, Munford & Sons, etc. Isso acontece num estado em que é considerado o mais religioso do sul do país, título que disputa com Dallas, no Texas.
Certa vez um fazendeiro que viajava 75 Km para um desses encontros, ao parar num entreposto agrícola, relata que ouviu o vendedor contar para uma freguesa que um dos candidatos a xerife da cidade, escolhido por eleição direta, não frequentava nenhuma igreja. Ao que a cliente reagiu dizendo que esse cidadão não receberia seu voto, pois o mesmo devia ser imoral. Nisso o homem que estava indo a reunião do grupo de ateus se calou, conforme ele, “permaneceu no armário”.
Ele permaneceu publicamente no armário, mas, o fato é que aceleradamente o ateísmo vem crescendo avassaladoramente nos EUA. Isso assusta, pois, os EUA é um dos países mais religiosos do mundo. Lá os cristãos são três vezes mais que no Brasil. Nos EUA de 2007 para 2012, os que não tinham religião foi de 15% para 20%. No Brasil, esse número foi de 7% para 8%, de 2000 a 2010. Entre os jovens (18-30 anos), o número dos sem religião cresceu de 20% para 32%. Dos 8% da população brasileira sem religião, 10% são aqueles entre 15-29 anos (IBGE 2010).
O assunto ateísmo ainda é um tabu. Por ser um tabu, é polêmico tratar esse assunto em público. Mas, famosos gostam de falar sobre assuntos polêmicos. Buscam colocar-se se assim, para ver o quanto conseguem influenciar outros a tomar como certa a sua opinião. O ator Brad Pitt e o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, promovem conferências anuais para os não crentes, chamadas “conferências dos céticos”. As redes sociais promovem as “paradas do orgulho ateu”.
Na internet é muito mais fácil ser ateu. Essa é uma afirmação de P.Z. Myers no livro “The Happy Atheist” (ateu feliz). O autor da obra afirma que Bush com sua política contribuiu grandemente para a causa ateísta.
  
O ateísmo está saindo do armário num país onde se popularizou a imagem retratando Jesus Cristo, entre George Washington e outros patronos da nação, segurando a Constituição como se fossem os Dez Mandamentos.
A identidade cristã cresceu convictamente nos EUA por reação ao socialismo e seus regimes forçados de ateísmo. E em pleno século XX, o ateísmo inaugurou-se com grande adesão e vai se desenvolvendo no século XXI.
Norman Geisler e Frank Turek no livro “Não tenho fé suficiente para ser ateu” enumera que os céticos se questionam sobre a possibilidade dos autores do Novo Testamento terem sido enganados. Teriam eles sido enganados no caso de acontecimentos miraculosos como a ressurreição de Jesus? Como os céticos excluem a ressurreição?
Os céticos apresentam a teoria da alucinação.
Alucinações não são experimentadas por grupos, mas apenas por indivíduos. Nesse aspecto, são muito parecidas com sonhos.
A teoria da alucinação não funciona porque Jesus não apareceu uma única vez para uma única pessoa — ele apareceu em dezenas de ocasiões diferentes, numa grande variedade de cenários, para diferentes pessoas, durante um período de 40 dias.
Ele foi visto por homens e mulheres. Foi visto caminhando, falando e comendo. Foi visto dentro e fora de lugares. Foi visto por muitos e por poucos. Um total de mais de 500 pessoas viu o Jesus ressurreto. Elas não estavam tendo uma alucinação ou vendo um fantasma, porque, em seis das 12 aparições, Jesus foi fisicamente tocado e/ou comeu comida verdadeira (v. tabela 12.1). A existência do túmulo vazio é a segunda falha fatal da teoria da alucinação. Se mais de 500 testemunhas oculares tiveram a experiência sem precedentes de ter a mesma alucinação em 12 ocasiões diferentes, então por que as autoridades judaicas ou romanas simplesmente não exibiram o corpo de Jesus pela cidade?
As autoridades adorariam ter feito isso, mas, aparentemente, não puderam fazê-lo porque o túmulo estava realmente vazio.
Dizem que as testemunhas foram ao túmulo errado. Talvez os discípulos tenham ido ao túmulo errado e, então, presumiram que Jesus havia ressuscitado. Essa teoria também possui duas falhas fatais.
Primeira falha: se os discípulos tivessem ido à sepultura errada, as autoridades judaicas e romanas teriam ido à sepultura certa e, então, teriam mostrado o corpo de Jesus na cidade. O túmulo era conhecido pelos judeus porque era um túmulo deles (pertencia a José de Arimatéia, membro do Sinédrio). O túmulo também era conhecido pelos romanos porque colocaram guardas ali. Como destaca William Lane Craig, a teoria do túmulo errado presume que todos os judeus (e os romanos) tiveram um tipo de “amnésia coletiva” permanente em relação àquilo que eles haviam feito com o corpo de Jesus.
Mesmo que os discípulos realmente tivessem ido ao túmulo errado, a teoria não explica de que maneira o Jesus ressurreto apareceu em 12 diferentes ocasiões. Em outras palavras, são as aparições que devem ser explicadas, e não apenas o túmulo vazio.
Perceba que o túmulo vazio não convenceu a totalidade dos discípulos (com a possível exceção de João) de que Jesus ressuscitara dos mortos. Foram as aparições de Jesus que os fizeram deixar de ser covardes assustados, fugitivos e céticos e se transformar na maior força missionária pacífica da história. Isso é especialmente verdadeiro com relação a um religioso inimigo do cristianismo, Saulo (Paulo). Ele não apenas não foi convencido pelo túmulo vazio, como estava perseguindo os cristãos logo após a ressurreição de Jesus. Foi necessária uma aparição do próprio Jesus para transformar Paulo. Parece que Tiago, o cético irmão de Jesus, também foi convertido depois de uma aparição de Jesus.
A conversão de Tiago foi tão dramática que ele se tornou líder da igreja de Jerusalém e, mais tarde, foi martirizado nas mãos do sumo sacerdote. O resumo é este: mesmo que alguém pudesse dar uma explicação natural para o túmulo vazio, não seria suficiente como prova contrária à ressurreição.
Eles não quebraram as pernas para apressar sua morte porque sabiam que já estava morto (as vítimas de crucificação frequentemente morriam por asfixia porque não podiam erguer o corpo para poder respirar. Quebrar as pernas, portanto, apressaria a morte). Além do mais, Pilatos foi verificar para certificar-se de que Jesus estava morto, e a morte de Jesus foi a razão de os discípulos terem perdido toda a esperança.
É incrível como o homem reluta em não crer. Claro que a fé não é obra humana, é presente de Deus, mas o ser humano pode se recusar a crer.
Isso não é nenhuma novidade.
O episódio da crucificação e também da ressurreição comunicam a respeito de Deus. Mas, o ser humano é tão surdo que não quis ouvir. Diz o relato bíblico que “houve um grande tremor de terra”. As pessoas ainda estavam comentando sobre o temor que havia acontecido na sexta feira por ocasião da crucificação de Jesus (Mt 27.51) e no domingo cedo, enquanto muitos dormiam, “houve um grande tremor de terra”.
O tremor da terra era tido como sinal da teofania e manifestação divina. Enquanto Deus se manifestava no alto da cruz como o sacrifício perfeito, Deus confirmava seu sacrifício através do tremor de terra, mas, as pessoas não quiseram ouvir.
As mulheres estavam indo visitar um morto. Viram Jesus morto, sepultaram Jesus. Choravam por Jesus. No entanto, o seu espanto mostra aquilo que é bem humano: elas, os discípulos, duvidaram do que Jesus havia dito antes da crucificação, “morrerei, mas ressuscitarei”.
O primeiro mensageiro da ressurreição, o anjo disse: “Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado, mas ele não está aqui; já foi ressuscitado, como tinha dito. Venham ver o lugar onde foi posto. Agora vão depressa e digam aos discípulos dele o seguinte: “Ele foi ressuscitado e vai adiante de vocês para a Galiléia. Lá vocês vão vê-lo.” Era isso o que eu tinha a dizer a vocês” (Mt 28.5-7).
Não temais! Essa é a primeira mensagem da páscoa dada pelo anjo do Senhor.
A “salvação vem por meio da ressurreição de Jesus Cristo” (1Pe 3.21). Ele venceu a morte. Apareceu durante 40 dias a muitos dos seus discípulos e outras pessoas que ficaram paralisados pelo medo.
Na quinta feira Jesus, ainda no Getsêmani, havia marcado um encontro com os seus discípulos. Ele disse que após sua prisão, crucificação e ressurreição, fossem para a Galiléia (Mt 26.32). Lá o encontrariam. No entanto, (Jo 20.26) apresenta os discípulos uma semana depois da ressurreição trancados, com medo em Jerusalém.
Quando por ocasião do sermão do monte, Jesus disse: “regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus, pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mt 5.12), agora mostra que a alegria está na certeza de que Jesus venceu a morte. Ele ressuscitou!
A mensagem do anjo: “Não temais” nos diz para permanecermos na alegria da ressurreição. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia:

Não tenho fé suficiente para ser ateu. Norman Geisler & Frank Turek. Vida Acadêmica, pp. 222-240.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

“Abri-me as portas da justiça; ...”

09 de abril de 2017
Sl 118.19-29; Is 50.4-9; Fp 2.5-11; Mt 27.11-66
Domingo de Ramos

Sl 118.19
Abri-me as portas da justiça; ...

Nos anos de 1984 a 1996 no canal de TV - SBT, todos os domingos, Silvio Santos apresentava um programa denominado: Porta da Esperança.
Era um programa baseado na assistência aos telespectadores. Na história da TV brasileira, esse é considerado o primeiro programa assistencialista, e serviu de modelo para outros, tais como: Voltando para Casa, Dia de Princesa, De volta para Minha Terra e Construindo um Sonho, Lar Doce Lar e Lata Velha.
No programa: Porta da Esperança, o telespectador escrevia sua história e enviava uma carta relatando a sua real necessidade (desde uma ferramenta de trabalho até uma casa), e também seus desejos (uma viagem a um instrumento musical), ou até mesmo, reencontrar alguém ou conhecer um artista famoso.
Os telespectadores selecionados, gravavam o programa, onde suas vidas eram apresentadas e seu pedido justificado para que houvesse alguém que atendesse o mesmo. Silvio Santos sempre soube manter o suspense. O suspense aumentava quando falava seu famoso bordão: “Vamos abrir as portas da esperança!!!...
Mesmo que esse quadro nunca tenha chegado ao quadro de liderança no Ibope na TV, o programa foi um sucesso e continua sendo lembrado por muitos.
O salmista diz: “Abri-me as portas da justiça; ...”.
No original hebraico, “portas” significa prefeituras, escolas, sinagogas, tribunais e todas as instituições públicas onde se trata de assuntos comunitários e públicos. Portas da justiçasignifica paróquias onde se desenvolve publicamente os ofícios da cristandade: pregar, ensinar, batizar, administrar e receber o sacramento, disciplinas, consolar.
O salmista ao pronunciar a respeito da porta da justiça, de maneira tipológica antecipava as palavras de Jesus, “Eu sou a porta” (Jo 10.9). Portas da justiça é referência aquilo que é tratado amplamente no Novo Testamento, como sendo, Perdão dos pecados, graça, fé.
Enquanto que as portas das escolas, das prefeituras, etc, insistem em obras e com elas produzem mais e mais pecadores, aumentando assim o pecado e a ira, Rm 3.19; 4.15; 7.7; Gl 3.10; 2.17; 1Co 15.56; 2Co 3.7; as portas da justiça de Deus, sua igreja e seu ministério visa admoestar, consolar, perdoar e animar o pecador justificado a permanecer firme em sua atuação cristã nesse mundo.
A porta da justiça de Deus permanece aberta! Ela está escancarada para todo aquele que deseja adentrar por ela (Sl 42.4; Lc 10.23; Mt 13.16). Pastores continuam sendo chamados para abrir as portas da justiça através da pregação da lei e do evangelho.
Jesus continua agindo em meio a sua igreja, através do ministério que ele sustenta, para manter viva pessoas que por suas próprias forças ou vontade não quereriam mais do que simplesmente abandonar a congregação, quer seja por um motivou ou outro (Ap 1.20).
Por amor e graça, Deus continua atendendo a oração feita pelo salmista: “Abri-me as portas da justiça; ...”, mantendo sua igreja, seus fiéis e seus pastores. Amém!


Rev. Edson Ronaldo Tressmann

sábado, 1 de abril de 2017

Reflexão

Uma carta aos meus queridos amigos

A atual situação na qual encontra a IELB, com falta de pastores e muitas paróquias vacantes, tenho observado um certo desleixo por parte de muitos colegas. Um desses desleixos é que muitos chamados são de imediato ignorados. Os pastores chamados por determinada paróquia, nem sequer dão-se o respeito de receber e ler o que a Paróquia requer de seu pastor. Infelizmente, fazer isso com a Paróquia que gostaria de ter determinado pastor, não é justo e nem sequer ético.
Dias atrás, preparando um mini curso para colegas do Distrito Paraná Norte, me deparei com uma verdadeira joia de Carl Ferdinand Wilhem Walther. Entre os anos de 1884 – 1885, em suas preleções, disse:
Quando é designado um lugar para um candidato de Teologia desenvolver seu oficio de ministro Luterano, este lugar deve se tornar o lugar mais querido, mais lindo e mais precioso do mundo para ele. Ele não deve querer trocar o mesmo nem mesmo por um reino. Quer seja uma metrópole ou uma pequena cidade nos campos ou uma clareira em uma floresta, um lugar de grande crescimento ou o deserto, para ele deve ser uma miniatura do paraíso. Até os anjos abençoados descem do céu com alegria, seja quando e para onde for que o Pai os envia para ministrar àqueles que serão os herdeiros da salvação. Então, porque nós, pobres pecadores, deveríamos estar relutantes ou ter má vontade de segui-los com grande alegria a qualquer lugar onde podemos levar outras pessoas, nossos co-pecadores, para a salvação?
Pastores não deveriam escolher local, o local deve escolher os pastores! Eles sabem do que necessitam, e além das qualidades e dons, o que cada local precisa é de um evangelista, ou seja, alguém que lhes pregue o evangelho.
Infelizmente, o oficio ministerial, tem sido associado a uma vida de certas regalias. Assim, muitos apenas querem receber chamados de paróquias que lhes dê segurança total.
Lembre-se: as dificuldades, sejam elas quais forem, não deve desmotivar um pastor em aceitar um chamado, um novo desafio. A verdade é que ao receber um chamado de alguma paróquia com dificuldades, precisa encher o pastor com um ardente desejo em ir e despertar as pessoas de sua morte espiritual através dos meios da graça e fazer desses, cristãos vivos e ativos. Apesar do diabo, querer ainda dar o tombo final, mantendo muitos filhos de Deus sem um pastor, é preciso que alguém aceite o desafio e iniciar o ministério em determinado local com o poder da fé.
Tudo o que um evangelista tem e é a única coisa que precisa, é a poderosa Palavra de Deus. Com a Palavra de Deus, qualquer congregação, por mais que esteja sendo um deserto seco, pode se transformar em um jardim florescente de Deus.
Caro amigo, colega pastor!
Os desafios existem! Os desafios só são vencidos pela Palavra de Deus. Qual é a razão da vosso medo?
Quando um pastor se acomoda e acha que seus dias de trabalho e lutas terminaram, é alguém do qual só se pode ter muita pena. Está muito enganado se pensa que agora entrou num porto de descanso e paz, que quer aproveitar bem, já que agora ele é seu próprio chefe e não precisa aceitar ordens de pessoa alguma no mundo. Igualmente de penalizar, como atitude mencionada, é o ministro que olha seu ministério como uma profissão ou um negócio e decide preparar para si mesmo uma paróquia boa e confortável, sendo cuidadoso para não fazer inimigos e fazendo tudo para que todas as pessoas sejam seus amigos. Esses infelizes indivíduos planejam usar meios espirituais para proveito temporal. Eles não são verdadeiros ministros de Cristo e, no dia derradeiro, Deus lhes dirá: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade Mt 7.23.
A preocupação do ministro é que nenhuma alma se perca! E, ao escolher essa ou aquela paróquia, já que o momento está sendo muito propicio para isso, o ministro está fazendo acepção, julgando que só determinada paróquia merece o exercício do ministério que lhe foi confiado por Deus.
Cada ministro precisa olhar para um chamado, pensando tão somente nas pessoas que lhe serão confiadas. Infelizmente, o diabo está lançando a tentação de fazer com que o pastor olhe primeiro para suas regalias. E assim, as dificuldades paralisam qualquer análise de chamado.
Querido amigo, colega pastor, ao me dirigir a você por meio dessa carta, gostaria tão somente te levar a reflexão sobre o que de fato tem sido primordial em seu ministério.
Lembre-se: fomos separados para proclamar o evangelho. Diante de qualquer chamado, a primeira e única pergunta deve ser: há pessoas que querem e precisam ouvir o evangelho? Se a resposta for afirmativa, o chamado já merece ser analisado com muito carinho e respeito.
Deus abençoe a cada colega no exercício do ministério onde quer que esteja. E que ao deixar a atual paróquia para um novo desafio, o colega pastor possa testemunhar: aqui estou eu e todos aqueles que me confiaste; nenhum só se perdeu.
Forte abraço
Em Jesus
Edson Ronaldo Tressmann
A mesma está disponível em https://www.facebook.com/pastoredsonronaldo/
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Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...