terça-feira, 26 de março de 2019

Bem aventurados!


31 de março de 2019
Quarto Domingo na Quaresma
Salmo 32; Isaias 12.1-6; 2Corintios 5.16-21; Lucas 15.1-3, 11-32
Tema: Bem aventurados!

“Enquanto não confessei o meu pecado, eu me cansava chorando o dia inteiro” (Sl 32.3) Disse Davi! Ele escreveu essas palavras após ter sido exortado por Natã (2Sm 12).
O filho pródigo também precisou passar por uma situação amarga para se arrepender e reconhecer não só o seu pecado, mas, principalmente o amor do pai.
Você tem reconhecido seu pecado?
As pessoas, quando reconhecem seus pecados, precisam lidar com sentimento de culpa. E não é fácil lidar com sentimento de culpa.
Como participei assiduamente no CMDCA em Querência do Norte, certa vez uma moça, já casada, com dois filhos, procurou-me para conversar. Sua angústia era a culpa. Foi preciso, mesmo num ambiente fora da igreja, trabalhar esse sentimento de culpa naquela moça, que, pelo que sei, ainda hoje está trabalhando esse sentimento.
Você se sente culpado?
Após reconhecer o pecado e ter que lidar com a culpa, as pessoas se expressam: “não sei como pude fazer isso?” Ficamos pensando como somos fracos diante das situações corriqueiras e como é fácil cair em pecado.
Não é fácil lidar com a culpa!
Davi. Precisou ver o quão culpado era, para reconhecer seu pecado e sua culpa (2Sm 12 – contar o relato).
Não sentimos culpa, por que não reconhecemos a seriedade do nosso pecado. Parece que não é mal o que estamos fazendo. Parece ser inofensiva aquela crítica, aquela palavra mal dirigida. Parece ser um desabafo num momento de discussão de casal. Aquela inveja, não vai me levar a nada.
Precisamos reconhecer nossa culpa – nosso pecado. Reconhecendo nossa culpa e nosso pecado, verdadeiramente arrependidos, receberemos perdão e desse perdão forças não só para continuar, mas principalmente para falar abertamente sobre o assunto (Sl 32 e 51).
A pior coisa que um ser humano faz diante do pecado é se esconder. Muitas pessoas, cometem graves pecados, e sua defesa é fugir. O melhor exemplo disso é o própria Adão e Eva (Gn 3.10). O próprio Davi (Sl 32.3), todos os dias sofria, mas, fugia do reconhecimento do pecado. Natã o procurou um ano depois do pecado de assassinato e adultério (2Sm 12), e lhe anunciou que seu pecado não estava escondido dele.
A triste notícia é que todos nós fugimos todos os dias. Quando acaba aquilo que temos, fazemos como o filho pródigo, preferimos ir cuidar dos porcos, do que dar meia volta. A fuga sempre é melhor que reconhecer o pecado.
Davi foi agraciado por Deus em ter recebido a visita de um profeta que lhe fez ver e reconhecer seus pecados e confessá-lo, e o mesmo nos dá uma valiosa dica - Sl 32.9.
Será que a dificuldade em reconhecer nosso pecado, está no que os outros irão pensar?
O problema não são as pessoas e o que elas irão pensar. O problema querido amigo e amiga é o a situação comigo mesmo (Sl 32.3-4) e principalmente diante de Deus (1Jo 1.8-9; Tg 5.16; 2Sm 12.13).
De que adianta um sorriso no rosto, mas, no íntimo algo que lhe corrói?
Muitos personagens bíblicos, os quais admiramos que caíram no erro, mas, puderam continuar por causa do reconhecimento do pecado e do perdão. Davi é o maior exemplo.
Davi, sentiu-se atraído pela bela Bate-Seba. Cometeu adultério com ela e para esconder seu pecado, resolveu cometer assassinato. Caiu numa profunda depressão, afinal, adultério e assassinato não são atitudes cristãs e ele sendo um homem conforme o coração de Deus (At 13.22), caiu. Foi tentado, não resistiu e caiu. Mas, bem pior do que cair em pecado (coisa da qual não estamos livres), é deixar de reconhecer o amor e a misericórdia de Deus.
Davi estava sofrendo por causa do seu pecado, pelo fato de não tê-los confessado a Deus. E a pergunta é: porque ele não confessou, mas preferiu escondê-lo? A Lei de Deus (Lv 20.10), prescrevia que o adultério seria punido com a morte. E Davi não queria morrer.
Confessar um pecado que colocará em risco a minha vida, o meu emprego, o meu casamento. Nem pensar!
Querido amigo e amiga, não tenha medo daqueles que podem ferir o corpo, mas pensem naquele que tem poder para matar a alma e destruir no inferno a alma e o corpo (Mt 10.28).
Davi não confessou o seu pecado, por medo de Deus. Afinal, a lei prescrevia a morte a todo adultero (Lv 20.10; Ex 20.14; ...).
O filho pródigo, preferiu ir cuidar de porcos e ficar numa situação desagradável do que voltar ao pai.
Pessoas estão angustiadas, na mesma situação de Davi. Depressivas, sofrendo. A causa é medo de se abrir com Deus porque veem Deus como aquele que pune. E na situação que já não anda boa, a pessoa vê a mão pesada de Deus a esmagando. Daí muitos chega a conclusão: estou pagando pelo meu pecado!
Querido amigo e amiga, as pessoas não conseguem ver Deus como é quando se sentem culpadas pelos seus pecados. Como Deus é nessa situação?
Natã responde: “você não morrerá” (2Sm 12.13).
Davi responde: “feliz aquele, cujos pecados, Deus perdoa” (Sl 32.)
O filho pródigo o conhece: “vinha ele ainda distante ... o Pai correu e o abraçou e disse aos empregados ...” (Lc 15. )
Não podemos agir como Judas, após o remorso, suicidar-se.
Eu não posso impedir a culpa e todo o sofrimento que a mesma me causa. Mas, posso me aproximar de Deus, confessar meus pecados, receber e viver no perdão.
Não deixe a culpa te destruir. Não deixe o peso da sua consciência te paralisar e causar tanta desgraça. Volte ao Pai, pois, ele está esperando todos os dias. Não faça uma festa na sua casa para esconder alguma coisa. Provoque uma festa no céu, arrependendo-se. Viva sua vida feliz, mesmo sem festa, no perdão que Deus te oferece e dá. “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto” (Sl 32.1).
Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 18 de março de 2019

Mais uma chance misericordiosa


24 de março de 2019
Terceiro Domingo na Quaresma
Salmo 85; Ezequiel 33.7-20; 1Corintios 10.1-13; Lucas 13.1-9

Texto: Lucas 13.1-9
Tema: Mais uma chance misericordiosa.

Jesus aproveitou bem a oportunidade para falar sobre as almas das pessoas. Jesus aproveitou um acontecimento e fez àquelas pessoas pensarem em suas vidas e situação diante de Deus.
Diante de qualquer tragédia, é comum ficarmos preocupados com os que morreram. No entanto, Jesus está dizendo para os que pareciam preocupados com os que morreram numa tragédia da queda de um prédio. O que importa sobre o que aconteceu com aquelas pessoas? Considerem os seus caminhos. Se não se arrependerem, vocês morrerão.
Conversamos sobre a morte dos outros, mas não queremos falar e pensar na nossa morte. Quando morre alguém é aquele alvoroço. Nossa, nem sabia que estava doente. Ou, sempre corria demais, não respeitava as leis de trânsito.
Não falamos e pensamos na nossa morte e no destino das nossas almas.
Alguém foi assassinadoe eu, meus pecados estão perdoados? Morte súbitae eu, estou preparado? Uma pessoa vive em pecados grosseirose eu, quem me transformou?
Precisamos aprender com àquilo que acontece com os outros. Isso é o que Jesus ensina aqui.
Jesus estabelece a necessidade do arrependimento. Todos pecaram e carecem de Deus (Rm 3.23).
O arrependimento é reconhecimento do pecado, tristeza e vergonha pelo pecado, confissão do pecado perante Deus. Sem arrependimento não há perdão. Observe que ao exercer o Oficio das Chaves, o pastor em nome da igreja e por parte de Jesus anuncia o perdão somente aos que estão verdadeiramente arrependidos.
Você alguma vez já se arrependeu? Sentiu tristeza e vergonha pelos seus pecados? Já suplicou perdão a Deus?
Arrependimento não é assunto insignificante – é um assunto de vida e morte.
Vivemos cercados de motivos para nos arrepender. Há júbilo no céu quando um pecador se arrepende (Lc 15.10).
Neste corpo e nesta vida, sempre haverá pecados para confessar, lamentar e se entristecer. Pior será quando acharmos que não há mais nada do que se arrepender. Aquelas frases: “Não me arrependo nada do que fiz” é uma frase perigosa, pois, se torna um norte que muitas pessoas tendem a seguir. Odiemos nossos pecados.
Há milhões de pessoas que estão vivendo como a figueira (Lc 13.6-9), sem tristeza e vergonha pelos seus pecados e falta de frutos.
Perderam a vergonha – mas, não precisam esconder o rosto de mim, no entanto, pensem se conseguirão se esconder de Deus.
Israel era a figueira de Deus plantada no mundo. Separados por Deus. Vivenciaram atos poderosos que outras nações não tiveram a oportunidade e privilégio de vivenciar. E tudo o que era esperado deles, eram frutos e mais frutos. Era esperado que em Israel houve mais fé, louvor, arrependimento, devoção, vida piedosa, mas em muitas situações isso foi encontrado entre os pagãos e não entre o povo de Deus.
A igreja atual tem conhecimento bíblico, ensino e preceitos que muitos incrédulos não tem. Nesse sentido, precisamos examinar nosso coração. Temos mais de 40 tipos de traduções bíblicas. Somos livres para pregar e ouvir o evangelho. Quem somos nós em comparação aos países que não tem essa oportunidade e privilégio? No entanto, quais são os frutos que estamos produzindo?
Somos responsáveis diante de Deus por tudo aquilo que usufruímos. Somos uma figueira planta na vinha. E como figueira tiramos forças do adubo que é jogado para a videira. E os frutos?
Graças a Deus que o viticultor Jesus intercedeu e intercede por nós: “Senhor, deixa-a ainda este ano”.
Apesar de esperar e exigir frutos – Jesus é benigno com sua igreja, a figueira plantada nesse mundo. Como disse o profeta Miquéias: “Ele tem prazer na misericórdia”. Essa misericórdia suporta figueiras sem frutos. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 11 de março de 2019

Caminhando tranquilamente


17 de março de 2019
Segundo Domingo na Quaresma
Salmo 4; Jeremias 26.8-15; Filipenses 3.17-41; Lucas 13.31-35
Texto para prédica: Lucas 13.31-35
Tema: Caminhando tranquilamente!

O que temos nesse trecho das Escrituras é um diálogo entre Jesus e os fariseus.
Jesus estava no território administrado por Herodes Antipas. Jesus estava em Macaira, sul da Pereia, lugar onde Antipas mantinha uma casa e supostamente lugar esse em que João Batista foi decapitado. Conforme narra Lucas (Lc 9.51), Jesus havia deixado a Galileia e estava na sua caminhada rumo a Jerusalém.
Os fariseus pareciam preocupados com Jesus e até parecem estar sendo amigos, mas, na verdade, eles estavam mal intencionados.
É sabido que Herodes Antipas era leviano, perdulário e sem caráter, mas, não parece que tenha tido nele o desejo de matar Jesus. A morte de João Batista, também não foi sua intenção, e conforme Lucas (Lc 9.7-9), foi algo que lhe incomodou por muito tempo. Na verdade, Herodes, pelo que entendemos da pesquisa do evangelista Lucas, queria muito conversar e ver algum milagre de Jesus (Lc 23.8).
Os fariseus querem que Jesus vá rapidamente a Jerusalém para que junto com os herodianos e o Sinédrio, ponham um fim na atuação de Jesus.
Talvez a multidão que o acompanhava, ficaram até alegres com a preocupação dos fariseus. Mas, Jesus, os desmascara. Responde a eles que continuará fazendo o que tem fazer até quando Deus lhe permitir, afinal, a sua hora ainda não havia chegado. Jesus diz que continuará pelo tempo necessário, até que sua incumbência tenha sido concluída.
Ao responder: “Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei meu trabalho” (v. 32), Jesus está enfatizando que não está preocupado com as ameaças, pois Deus lhe conduzirá em segurança até Jerusalém, onde ele será morto. No entanto, isso será quando Deus o determinar, e não quando os fariseus quiserem (Jo 11.9).
Jesus está dizendo aos fariseus que toda sua caminhada está nos planos de Deus e que tudo será conforme a vontade de Deus. E diante de todos, declara algo triste sobre Jerusalém. Essa cidade é assassina de profetas. Com isso, Jesus poderia estar dizendo que mesmo que João Batista tenha sido morto ali por Herodes Antipas, não seria o seu caso, pois, com exceção de João Batista, Jerusalém é que é assassina de profetas.
Se os fariseus se mostram preocupados com Jesus e com o que possivelmente Herodes Antipas poderia lhe fazer, Jesus, se diz preocupado com Jerusalém (v.34). Jesus lamenta o fato de tantos outros profetas terem tentado, e sem sucesso, não conseguiram proteger Jerusalém. Ele mesmo seria morto pelo seu povo que veio proteger.
Ao responder: “Agora a casa de vocês ficará completamente abandonada...” (v. 35), Jesus diz que de asas abertas sempre veio ao encontro deles, profetas foram enviados, o filho de Deus foi enviado, mas, como não quiseram, precisam agora proteger a si mesmos e a única coisa que lhes restará será passar vergonha quando Cristo vier para julgar os vivos e os mortos.
O que esse texto tem a nos ensinar hoje?
Primeira lição: nossa caminhada está direcionada pelo Pai celeste.
Confiança nas coisas por vir. Somos muito medrosos (Sl 112.7).
Imitamos os muçulmanos sendo fatalistas e os estoicos, quando somos insensíveis. Não podemos negligenciar coisas e nem deixar de nos preparar para o futuro, mas, é preciso confiar, entregar nas mãos de Deus. Pois, por mais que nos programemos e planejemos, os acontecimentos estão nas mãos de Deus.
Não vivemos hoje, não caminhamos tranquilos, pelo fato de estarmos muito ansiosos com nossa saúde, família, dinheiro e planos.
Nossos passos estão firmados no Senhor (Sl 37.23). Todas as coisas cooperam para o bem dos filhos de Deus (Rm 8.28). Quando somos disciplinados, é para nosso bem (Hb 12.10). Até mesmo na doença, há algum propósito sábio da parte de Deus (Jo 11.4). Não é sorte ou acaso, é a mão de Deus nos guiando em nossa caminhada. Em Cristo, eu posso confessar: andarei hoje e amanhã e a obra do Senhor será realizada.
Segunda lição: o amor misericordioso de Deus.
Jesus conhecia a maldade de Jerusalém, assassina de profetas. Mas, não deixa de dizer sobre seu desejo de reunir a todos como uma galinha faz com seus pintinhos.
Por meio do profeta Ezequiel (Ez 33.11), Deus disse que não tem prazer nenhum na morte do perverso. Muitas vezes ficamos horrorizados quando vemos um filho ofendendo pai e mãe; uma separação; um congregado abandonando a igreja. No entanto, nada disso é comparado quando ofendem a Cristo e ignoram seu desejo de amá-lo e abraça-lo.
Deus não quer a morte eterna de nenhuma pessoa. Ele deseja arrependimento e que conheçam a verdade (2Pe 3.9; 1Tm 2.4).
Jesus quis e quer reunir os seus filhos, mas, vós não quisestes. Deus quer! Deus continua e continuará querendo. O problema é que as pessoas, sabendo que precisam desse abraço misericordioso de Deus, não querem. Como disse Jesus: “Mas vocês não querem vir para mim a fim de ter vida” (Jo 5.40).
Querido irmão e irmã em Jesus, por mais graduado que seja, você não é mais sábio que a Bíblia. E por mais simples que pareça ser, o convite de Jesus: “quantas vezes quis eu te abraçar” é mais sábio e lógico que toda a sua sabedoria e lógica.
Jesus se apresenta como Salvador de nossas vidas e almas. Se desejo é nos abraçar! Amém!
 Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança. Evangelho de Lucas. Ed. Esperança, Curitiba, PR, 2005. Pp. 302 - 303


terça-feira, 5 de março de 2019

Um arauto em minha rua!


10 de março de 2019
Primeiro Domingo na Quaresma
Salmo 91.1-13; Deuteronômio 26.1-11; Romanos 10.8-13; Lucas 4.1-13
Texto para prédica: Romanos 10.8-13
Tema: Um arauto em minha rua!

No contexto de Rm 10, o que significa crer? Significa confiar na obra (morte e ressurreição) de Cristo.
Crer no coração e Confessar com a boca não são atos separados. São dois lados da mesma moeda. Confessar com a boca nada mais é do que crer com o coração. Todo aquele que crê, expressa o que crê com a boca.
O apostolo Paulo escreveu na carta aos Romanos que há duas coisas distintas, mas, que fazem parte do mesmo evento. Confessar que Jesus é Senhor e crer de coração no que Jesus fez.
Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (v.13)
Paulo está recordando, ou até pregando sobre o texto do profeta Joel 2.32.
Por que invocar o Senhor? A resposta é simples e está no verso 14. Invocamos o nome do Senhor porque cremos nele. Confessamos o nome do Senhor para que outros creiam na mensagem. Confessamos com a boca, pois outros precisam ouvir.
Lembre-se: não é apenas falar sobre Jesus e a fé se dará de uma maneira mágica. A mensagem precisa ser proclamada de maneira compreensível e quem a ouve precisa compreender. É preciso ouvir a mensagem com atenção. O terceiro mandamento dado por Deus destaca a necessidade do ouvir com atenção e gostar de estudar a Palavra de Deus. Nesse sentido, gosto de destacar que é necessário ouvir. Não deixe de prestar atenção no sermão, no estudo, no que a Bíblia está te dizendo. Parece não ser importante naquele momento, mas tenha certeza, durante a semana, algum aspecto da pregação será fundamental para você.
Paulo ao escrever o capítulo 10 da carta aos Romanos destaca que a mensagem precisa ser transmitida para alguém outro com o intuito de que o outro creia.
...como ouvirão, se não há quem pregue?” (v.14)
A expressão “pregue” do grego - kerysso, significa arauto.
O que significa arauto?
O arauto era um jornal vivo. Os arautos representavam um grande meio de transmissão de notícias ao fazer anúncios no mercado e nas ruas da cidade. Nesse sentido, pregar, não era o que hoje chamamos de “sermões”. Pregar era ser um arauto, um divulgador de notícias na rua, nas praças.
Pessoal é importante e fundamental te falar algo. Se queremos ser e agir missionariamente, não podemos tão somente esperar pelo pastor. Há lugares que como pastor eu não chegarei, mas você chega constantemente. Na casa do seu amigo, vizinho, parente. Seja um jornalista da boa noticia de Deus em Jesus nesses lugares.
Paulo indica no verso 15 do capítulo 10 da carta aos Romanos que alguém é enviado como arauto. Eu sei que aplica-se o texto do profeta Isaías 52.7 aos pastores. No entanto, pelo contexto, essas palavras o apostolo Paulo usa para enfatizar o quão formoso são os pés dos arautos que por onde andam, proclamam a boa e extraordinária mensagem de Cristo.
Querido irmão e irmã em Jesus – seus pés são formosos e não por ter feito as unhas. Eu mesmo tenho as unhas todas tortas, a sola do pé rachado. Mas, mesmo assim, são pés formosos. E essa formosura está no fato de caminhar e proclamar com a boca aquilo que creio.
Nesse sentido, como entender a pergunta de Paulo: “E como pregarão, se não forem enviados?” (Rm 10.15).
Essa palavrinha “enviado” – do grego apostello significa enviado para fora, em uma missão. O enviado é aquele que foi separado e enviado para fora. Ou seja, o arauto precisa compreender que foi enviado e está em missão.
Jesus Cristo enviou testemunhas e mestres autorizados, (seus apóstolos). E da mesma forma, enviou sua igreja, a todos os lugares para serem mensageiros da palavra apostólica. O cristão é um jornalista da boa notícia de Deus em Jesus.
Caro irmão e irmã em Jesus – sim você que crê e confessa no que crê. Deus nos enviou com uma mensagem de salvação para atuarmos em nossa rua, nosso bairro. Deus nos enviou para pregar, quer seja do púlpito diante da igreja, quer seja do outro lado da rua para nosso vizinho.
O apostolo Paulo está falando sobre evangelismo. E evangelismo nada mais é do que anunciar o evangelho. Não adianta teorias sobre evangelização, pois ninguém evangeliza ninguém sem evangelho.
Não adianta falar sobre evangelismo, se como escreveu Paulo: “se não há quem pregue, como crerão?” Ou seja, se os arautos lá da sua rua não espalharem a boa notícia, eles não terão boa notícia.
Se quer que de fato a igreja evangelize – então a regra é muito simples: esteja disposto a falar. É preciso persuadir a pessoa, fazer com que ela entenda e veja a importância do que está sendo proclamado.
Também não quero que nos frustremos na nossa evangelização. Por isso, é preciso destacar que nem todos crerão (v.16). Muitos até irão zombar. Mas, não se preocupe, pois ninguém rejeita você ou a mim, as pessoas rejeitam a Deus e é a ele que prestarão contas.
Ao falar sobre proclamação, testemunho, evangelismo, o apostolo Paulo cita palavras do profeta Isaías 53.1, que haviam sido ditas 700 anos antes do nascimento de Jesus.
Desde a queda em pecado, as pessoas desprezam a Palavra de Deus. Os judeus, que conheciam e sempre ouviam as promessas de Deus, rejeitaram o próprio Cristo. Assim, eu como mero arauto, um mero jornalista da boa noticia de Deus em Jesus, também serei rejeitado. Mas, sou um enviado na minha rua para que outros creiam.
Se as pessoas ouvirem o evangelho, elas não terão desculpas. Mas, se não ouvirem, quero ver qual será a sua desculpa.
Louvemos o nosso Deus, por ter nos permitido ouvir algum arauto proclamar a boa noticia de Deus em Jesus. Louvemos a Deus por nos permitir crer e confessar com a nossa boca. Você e Eu estamos na mesma missão – sermos arautos onde estivermos caminhando. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

  Quarto Domingo de Páscoa 21 de abril de 2024 Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18 Texto: 1João 3.16-24 Tema: Dar a ...