segunda-feira, 28 de março de 2022

Lendo as Escrituras com o apostolo Paulo

 

03 de Abril 2022

4º Domingo na Quaresma

Lecionário anual

Salmo 132.8-18; Êxodo 16.2-21; Gálatas 4.21-31; João 6.1-15

Texto: Gl 4.21-31

Tema: Lendo as Escrituras com o apostolo Paulo

 

O que mais chama a minha atenção nos apóstolos é que os mesmos liam e explicavam o Antigo Testamento.

Na carta aos Gálatas capítulo 4, versos 21 a 31, Paulo ilustra a visão tipológica dos dois filhos de Abraão. Ouso dizer, o filho de Abrão e o filho de Abraão.

O desejo do apostolo é que os Gálatas se reconheçam como filhos da mulher livre, filhos e descendentes de Isaque. Nesse momento, Paulo usa um argumento veterotestamentário. Sua argumentação é que Sara e Agar não são apenas pessoas na história. Na verdade, Sara e Agar prefiguram realidades maiores dentro da história da salvação.

Liberdade é um conceito fundamental na epistola aos Gálatas. O tema vem sendo desenvolvido de o capítulo 2 verso 4. Aqui, no capítulo 4, o apostolo Paulo diz que em Jesus Cristo temos liberdade, no entanto essa liberdade só se dá pelo filho da promessa e aos filhos da promessa.

O filho da escrava foi gerado como todas as crianças são geradas” (Gl 4.23), ou seja, “segundo a carne” é uma censura moral, afinal, Abrão e Sarai tentaram resolver a sua maneira a descendência que parecia não vir. Abrão e Sarai interferiram no plano de Deus. É preciso recordar que a promessa só foi realizada quando humanamente falando era impossível. O filho da mulher livre (Sara) é justamente o filho da promessa (Isaque). Foi a promessa que restaurou o poder reprodutivo em Abraão e Sara.

Agar, a mulher escrava

Sara, a mulher livre

Ismael, nascido segundo a carne

Isaque, nascido mediante a promessa

A antiga aliança

A nova aliança

A Jerusalém atual

A Jerusalém lá de cima

Os filhos do legalismo

Os filhos da promessa

Judaísmo

Cristianismo

Justificação pelas obras da lei

Justificação pela fé em Cristo

 

Meus irmãos, vocês são como Isaque; são filhos de Deus por causa da promessa” (Gl 4.28).

Como podemos ser idênticos a Isaque, ou seja, filhos da promessa? No verso 28 a referência a “irmãos” mostra que a maioria dos Gálatas (Gl 1.6) ainda não se afastou da verdade do evangelho.

No verso 29, está escrito: “Naquela época o filho que havia sido gerado como todas as crianças são geradas perseguiu o que havia sido gerado por causa do Espírito de Deus; e a mesma coisa está acontecendo agora” (Gl 4.29).

Em Gênesis 29.8-9 é narrado a festa em que Isaque era desmamado. Sara ficou chateada com o deboche de Ismael em relação a Isaque. Lutero disse que esse deboche foi fazer com que Isaque praticasse a idolatria. Ou seja, os que julgam se salvar por justiça própria sempre irão zombar daqueles que se dizem justificados tão somente pela fé.

Mas o que é que as Escrituras Sagradas dizem? Elas dizem: “Mande embora a escrava e o filho dela, pois o filho da escrava não herdará a propriedade do pai, junto com o filho da mulher livre” (Gl 4.30; Gn 21.10). As palavras de Sara para Abraão logo após Ismael ter caçoado de Isaque se tornaram palavras de Deus.

Assim, ao escrever “Portanto, meus irmãos, nós não somos filhos de uma escrava, mas de uma mulher livre” (Gl 4.31), o apostolo chama de irmãos e manifesta sua solidariedade aos que não se afastaram de Cristo. Os que creem e se mantém na fé são filhos da mulher livre.

Quão necessário e urgente é ser filho da mulher livre, Gl 4. 30,31; 5.1; permanecendo em Cristo enquanto o mundo oferece tantos outros meios de salvação e liberdade. Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

quinta-feira, 24 de março de 2022

“levantar-me-ei e irei ter com meu Pai...”

 Salmo 32 Isaías 12.1-6 2Coríntios 5.16-21; Lucas 15. 1 – 3, 11 – 32

Texto: Lucas 15.18

Tema: levantar-me-ei e irei ter com meu Pai...

 

Seja qual for à situação e o momento é necessário levantar e ir!

Procurando de emprego? Levante-se e vai - mesmo que não haja certeza que irá conseguir.

Precisando de ajuda? Levante-se e vai - independente de quantas casas terá que bater na porta.

Está doente? Levante-se e vai ao médico - só será necessário que o médico esteja atendendo.

Desanimado ou deprimido? O conselho é: “levante-se, saia dessa situação. Reaja!” Porém, quem enfrenta essas situações sabe que não é tão simples assim.

Ao ler as palavras ditas pelo filho pródigo: levantar-me-ei e irei ter com meu Pai...”, não foi tão simples quanto é em outras situações.

O filho que pegou sua parte na herança e esbanjou tudo e ficou sem nada, levantou-se e foi voltou para casa. Uma casa na qual ele não tinha mais direito a nada, afinal, pegou sua parte e a esbanjou. Não foi tão simples levantar-se e ir para casa!

Quantas foram às perguntas e dúvidas desse filho esbanjador na sua volta para casa? A única coisa que ele tinha agora era fome e disposição para trabalhar por comida (Lc 15.19).

Em meio a sua angústia de alma, o filho esbanjador é recepcionado por seu pai com um abraço e um beijo (Lc 15.20). E seu pedido (Lc 15.21) não foi aceito, na verdade, ele foi restituído na posição de filho e com seus direitos readquiridos (Lc 15.22).

O filho pródigo se levantou e foi até seu Pai... no entanto, nunca imaginou que seria recepcionado com um abraço e um beijo e seria restituído na posição de filho.

Foi difícil para o filho pródigo levantar-se e ir até seu pai!

O perdão do pai deu outra vida para o ex filho esbanjador. Porém, a atitude do pai deu outra vida para o filho mais velho. O perdão do pai revelou o que havia no coração do filho mais velho. Ele ficou zangado (Lc 15.28). Sua raiva foi para com o pai (Lc 15.29-30). Tudo o que ele esperava era retribuição do pai pelo seu servir!

Essa era a crítica dos fariseus e escribas (Lc 15.1). Não compreendiam como Jesus assentava-se com pecadores e publicanos e parecia esquecer-se dos fariseus, escribas e tantos outros que com tanto zelo o serviam.

A atitude de perdão – não esperada pelo filho esbanjador e que lhe trouxe grande alegria, assim como trouxe alegria para o pai, não foi motivo de alegria para os zelosos e dedicados.

Pelo profeta Ezequiel, ouvimos Deus dizer que “não se alegra com a morte do pecador” (Ez 33.11) e seja qual for seu pecado, não importa o quanto tenha esbanjado, levantando-se e voltando ao Pai, será recebido com um abraço e um beijo, ou seja, será restituído à posição de filho (Lc 15.22).

O que essa atitude perdoadora do Pai lhe causa? Para alguns ela causa estranheza. Outros julgam essa atitude errada, a ponto de justificar dizendo que é por isso que muitos desperdiçam a sua vida, pois no final, diante do arrependimento serão perdoados e assim, muitos cristãos tomam o caminho do filho esbanjador e acabam se perdendo em seus caminhos e por não entenderem a atitude do Pai em perdoar, nunca mais voltam aos braços misericordiosos de Deus.

A lição de Jesus com a história do filho pródigo, registrado apenas por Lucas, quer nos ensinar que não importa o quanto tenhamos esbanjado da graça de Deus. Ou seja, não importa o quanto temos aproveitado a vida com prazeres e vícios, é preciso ver que esse caminho é cheio de frustração e o retorno desse caminho é árduo, mas, abandonar esse caminho e voltar é encontrar um pai que está esperando a volta e receberá com um abraço e um beijo. Sendo assim, “levantar-me-ei e irei ter com meu Pai...” (Lc 15.18). Amém!

ERT

terça-feira, 22 de março de 2022

O evento da anunciação aponta para algo além de Maria - aponta para Jesus!

 3º Domingo na Quaresma

Dia festivo

Salmo 45.7-17; Isaías 7.10-14; Hebreus 10.4-10; Lucas 1.26-38

Texto: Lc 1.26-38

Tema: O evento da anunciação aponta para algo além de Maria - aponta para Jesus

 

25 de março é dia da anunciação do nosso Senhor, episódio narrado em Lc 1.26-38. O ponto dessa celebração é um tema dogmático: concepção virginal de Maria.

Desde os primeiros séculos, a igreja professava a encarnação de Jesus através da concepção virginal. O concilio de Niceia (325 d.C.) e o Concilio de Constantinopla (553 d.C.) firmaram as palavras de que “por nós homens e para nossa salvação, desceu, se encarnou e se fez homem” (Credo Niceno). No concílio de Éfeso (431 d. C.) Maria foi proclamada Theotokos, mãe de Deus.

A partir do século VI, com Justiniano, a celebração da anunciação foi bastante difundida. Na igreja Romana foi introduzida no calendário no final do século VII.

Ao referir-se à Maria, não o faz por ser adepto de Maria, mas, para dar destaque a Jesus, o bendito fruto. No Oriente, durante o século V, era sim uma festividade mariana. No século IV na Palestina Maria era venerada. No Ocidente a festa foi denominada pelos católicos em 1974 pelo Papa João VI como sendo uma festa conjunta de Cristo e da Virgem.

A anunciação visa destacar o plano da salvação de Deus. Se em Gênesis, após a queda, Deus prometeu que o seu Filho nasceria de uma mulher (Gn 3.15). O profeta Isaías anunciou que não seria de qualquer mulher, mas de uma virgem (Is 7.14). E ao anunciar a concepção virginal, Deus está cumprindo sua promessa.

Vamos ao texto – Lucas 1.26-38.

O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá” (Lc 1.35a). O termo grego episkiazo significa “Toldar, cobrir”.

No Antigo Testamento essa palavra corresponde ao termo “sombra” com vários significados. Sombra de uma montanha, (Jz 9.36); sombra de plantas (Ez 17.23; 31.6; Jn 4.6), sombra de uma choupana (Jn 4.6). O texto de Isaías 38.8 e 2Reis 20.9, são obscuros com respeito ao termo. Eles falam de um milagre. Em Isaías 25.5 conforme a LXX transcreve o termo nuvem. Nuvem significa a demonstração da autoridade de Deus (Ex 40.34-35).

No Novo Testamento o verbo “episkiazo” aparece apenas cinco vezes. Parece que Lucas esqueceu de apontar a figura concreta da nuvem que lança sua sombra. A verdade é que a falta da referência quer indicar diretamente para o sujeito divino de “episkiazo”, ou seja, o Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá. Dessa forma, a festa da anunciação além de confirmar a promessa de Deus sendo cumprida, destaca o poder e a ação do Espírito Santo para esse cumprimento. O evento da anunciação aponta para algo além de Maria - aponta para Jesus.

Todas as cinco ocorrências de “episkiazo” no Novo Testamento traz como significado o fato de que é Deus, em última análise, a causa do sombreamento e faz observar a ação extraordinária do Espírito Santo.

A frase: estar envolvido pela sombra do altíssimo demonstra o poder e a glória de Deus. O evento da anunciação aponta para algo além de Maria - aponta para Jesus.

A mensagem do anjo mostra o mistério insondável de Deus. John Stott ressalta que entre todas as obras do Espírito Santo, a encarnação, a obra extraordinária e magnífica é negligenciada. Parece que o Espírito Santo está restrito ao dia de Pentecostes.

O evangelista Lucas, fazendo uso do termo “episkiazoobjetiva apontar para a ação do Espírito Santo e para Jesus. Assim, é preciso ressaltar que a concepção virginal de Jesus é um mistério insondável. A única coisa que podemos dizer é que Maria foi agraciada. Não posso dizer que foi escolhida por outro motivo. Chegou o tempo de Deus e ela foi agraciada e escolhida.

O evangelista Mateus (Mt 1.18) escreveu: “...achou-se grávida pelo Espírito Santo” e o evangelista simplesmente enfatizou que “...porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20).

O evangelista Mateus 1.16,18, 20 e 23 registra o relato da concepção virginal usando o termo grego “sunerchomai” do verbo “suneltein”, destacando assim que a gravidez aconteceu antes de qualquer consumação sexual (Gn 2.24).

Tanto Mateus quanto Lucas usam termos gregos diferentes com o único objetivo: ressaltar a transparente e milagrosa intervenção de Deus pelo poder do Espírito Santo.

Recorde-se que a concepção virginal de Jesus é o segundo milagre biológico da Bíblia. O primeiro foi a criação de Adão e Eva.

O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá” (1:35a). Deus revela que tal concepção ocorreu, não precisamente como, a nossa curiosidade determina, e não para nos satisfazer humanamente. O anjo revela e os evangelistas reconhecem que estão gravando um mistério insondável.

Lucas ao registrar o que disse o anjo (Lc 1.35) indica que Maria foi ofuscada pelo poder do Espírito Santo (cf. Ex 40.34 – 35).

O que esse relato nos ensina? É necessário celebrar a festa da anunciação do Senhor?

Os cristãos estão vivendo, assim como sempre viveram, dias desafiantes para a fé. Após o nascimento, sofrimento e obra de Jesus, há muitas reinterpretações e reconstruções diferentes de Jesus.

Cada geração faz a sua reinterpretação sobre Jesus, e essas ocorrem justamente por não se conseguir ver a obra de Deus em Jesus como algo completo.

Dentro do todo da obra de Jesus, a encarnação, uma obra extraordinária do Espírito Santo é negligenciada e esquecida.

Jesus, o filho de Deus, não permaneceu na segura imunidade do céu. Ele se esvaziou de sua glória e se humilhou para servir. Ele se tornou pequeno, fraco e vulnerável. Ele entrou em nossa dor, em nossa alienação e em nossas tentações. Jesus curou doentes, alimentou famintos, perdoou pecadores, tornou-se amigo dos rejeitados. Não veio para ser servido, mas para servir. Veio para dar sua vida como pagamento pelo resgate e libertação de outras pessoas.

Por mais que a encarnação seja um mistério e torna-se insondável, a celebração do dia 25 de março tem um propósito definido e prático. Jesus tornou-se homem para resgatar o homem que nascido de mulher é pecador e precisa da redenção.

O Espírito Santo continua fazendo uma obra especial, levando pessoas a crer em Jesus, aquele que foi concebido pelo seu poder e realizou a obra da salvação. Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

quarta-feira, 16 de março de 2022

Um espelho para todos!

 20 de março de 2022

Salmo 85; Ezequiel 33.7-20; 1Corintios 10.1-13; Lucas 13.1-9

Texto: Lucas 13.1-9

Tema: Um espelho para todos

 

Acompanhamos consternados os ataques à Ucrânia. Além disso, no Brasil vivemos na berlinda ante a polarização Bolsonaro e Lula.

Não bastasse isso, ouvimos as mais variadas noticias de tragédias.

Em meio a essas questões, a igreja é tentada e motivada a emitir sua posição política e ideológica. Seja qual for a posição ou opinião corremos o risco de ser tratado apenas como influenciador de uma posição ou outra.

Na caminhada rumo a Jerusalém, Jesus passou por muitas perguntas tentadoras. Diante de cada questão, foi tentador tomar uma posição política e ideológica. Se caso Jesus Cristo tivesse optado por uma ideia ou outra, se tornaria um agitador ou revolucionário, e a missão da cruz estaria prejudicada.

Após alertar acerca do juízo vindouro (Lc 12.35-40), “algumas pessoas chegaram” com o intuito de saber a respeito da atrocidade do procurador romano contra os galileus revolucionários.

A questão com teor político e teológico deixou Jesus numa situação difícil. Se caso tivesse respondido a questão no viés politico ideológico com certeza se tornaria um agitador revolucionário.

No entanto, Jesus Cristo respondeu a questão no viés teológico e faz com que cada um dos arguidores e ouvintes pensasse em algo muito profundo. É como se Jesus dissesse: bem, se vocês querem saber se esses supostos terroristas que estavam no templo oferecendo sacrifícios foram castigados por Deus, eu digo que não.

Para justificar a resposta, Jesus cita o exemplo de dezoito trabalhadores que morreram trabalhando quando a torre de Siloé desabou sobre eles.

Ante os acontecimentos na Ucrânia, muitas pessoas estão perguntando: como é possível crianças inocentes morrerem na guerra?

Não podemos nos satisfazer com respostas ideológicas e políticas, afinal, elas apenas criam mais discórdias.

Jesus não entra no debate político ideológico, mas responde a pergunta com uma questão teológica: “Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do os outros galileus?” (Lc 13.2).

Do possível debate politico ideológico, Jesus fez tornar-se uma conversa a respeito da própria situação dos arguidores e ouvintes.

Dessa forma, ao citar o exemplo da queda da torre de Siloé, que matou 18 trabalhadores num evento trágico, e que, aparentemente nada justificasse tamanha tragédia, Jesus desvencilha a ideia de que qualquer evento natural e trágico, ou causado por outro alguém, seja castigo da parte de Deus por causa de um ou outro pecado.

A resposta de Jesus (Lc 13.3-5) é um alerta para que as pessoas parem de olhar para os eventos como uma punição divina por esse ou aquele pecado e cada qual olhe para si mesmo. É como se Jesus estivesse dizendo: aproveitem os acontecimentos trágicos e de sofrimento como um espelho. Se os ataques na Ucrânia estivesse ocorrendo aqui? Como está sua vida com Deus?

Cada tragédia, sofrimento, morte é uma oportunidade para refletir sobre a nossa vida.

Em sua resposta Jesus fala sobre quem aquele povo era. A Palavra de Deus usa a vinha (Is 5.1-7) e a figueira (Jl 1.7) como imagens para o povo da aliança e assim, Jesus diz claramente para os seus que eles eram a figueira plantada na vinha, mas, sem fruto nenhum. Não havia entre eles frutos de justiça (Is 5.7) e de amor ao próximo (Jo 15.1-7). Assim, Jesus leva os ouvintes ao clímax do diálogo: se vocês tivessem sido atingidos pela tragédia da chacina ou da queda da torre, o que lhes aconteceria eternamente?

Sem esperanças em si mesmas, pois, se fosse por merecimento, eles também mereciam passar por tragédias semelhantes, Jesus anuncia a longanimidade de Deus (Lc 13.8). Temos mais uma oportunidade devido a longanimidade de Deus!

Aproveitemos os eventos trágicos para nos olhar no espelho e ver como está a nossa vida. Agradeçamos a Deus por estarmos de pé e oremos para que em sua fidelidade não caiamos da fé (1Co 10.12). Amém!

ERT

terça-feira, 15 de março de 2022

De pé!

 Salmo 85; Ezequiel 33.7-20; 1Corintios 10.1-13; Lucas 13.1-9

Texto: 1Co 10.12

Tema: De pé!

 

...aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair” (1Co 10.12)

 

Os coríntios viviam divididos. Uns se julgavam superiores a outros. Motivo: sabedoria e dons.

O apostolo Paulo na expectativa de ajudar os coríntios faz um alerta muito especial para aqueles cristãos.

Os filhos de Deus que foram tirados do Egito com poderosa mão e estiveram sob a mesma nuvem e todos passaram pelo mar vermelho, foram batizados em Moisés. Mesmo assim, muitos pereceram durante a caminhada. Os filhos de Deus que saíram do Egito estavam sob a graça de Deus, e apesar disso não chegaram “todos” sob a nuvem ao alvo.

Esse exemplo do apostolo Paulo visa enfatizar que ao viver os dias finais, estando próxima a volta de Cristo, será difícil manter-se de pé. É como uma corrida onde quanto mais perto da linha de chegada, mais cansado e mais distante parece estar essa linha. Quanto mais próximo do retorno de Jesus, mais fortes e intensas são as tentações e nesse contexto o apostolo Paulo alerta: “...aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair” (1Co 10.12). Em breve estaremos diante do tribunal celestial. Estaremos de pé?

Estar de pé significa estar num relacionamento com Deus. Estar de pé é estar firme na fé, participante ativo na congregação, usuário dos sacramentos. Cair é afastar-se de tudo isso e passar a ignorar as coisas de Deus. Lembre-se: estamos sujeitos a isso! Corremos o risco de substituir o Deus invisível pelo ídolo visível. Sujeitos a murmurar nas dificuldades e colocar Deus a prova.

O inimigo através do mundo e da nossa carne busca nos afastar para longe de Deus e nos tirar do caminho da fé. Por isso, o apostolo alerta: “...aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair” (1Co 10.12).

Somos orgulhosos de muitas coisas. Vez ou outra, muitas dessas coisas das quais nos orgulhamos causa muita vergonha. O orgulho de um filho “fica vermelho” de vergonha quando algo fora do comum acontece em relação a ele.

Há muitas pessoas orgulhosas da graça. Isso é muito perigoso. Muitos crentes se orgulham da sua fé dizendo que tem tanta fé a ponto de nunca caírem. Dessa forma, no momento da queda (do afastamento), a pressão do inimigo se torna pior ainda. Quantos dirão: cadê aquela pessoa que disse que nunca cairia.

Estar de pé é uma graça. É uma bênção! Ninguém é melhor que o outro por estar envolvido no servir, por participar dos cultos, ser da igreja. Muitos de coríntios estavam se julgando melhores e maiores, quer seja por sua sabedoria, quer seja pelo seu dom. Nessa situação, muitos estavam esquecendo de que estando em pé, corriam o risco e poderiam cair.

...aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair” (1Co 10.12).

A ênfase da fraseaquele que pensa que está de pé” está na expressão pensar estar de pé. Essa expressão significa que estar de pé não é algo meramente meritório. Não se está de pé por si mesmo. Está de pé por estar escorado e assim forçado a ficar de pé. O escoramento é na fidelidade de Deus (v.13). Deus é fiel e disse que sustentaria e provê todo necessário para que sua graça alcance as pessoas e assim as coloque e as mantenha de pé.

As pessoas não são objetos inanimados, nos quais a ação de Deus tem um efeito mágico e mecânico. Mesmo estando na graça de Deus, somos responsáveis e livres. E devido a essa responsabilidade e liberdade estamos sujeitos a queda, ao afastamento das coisas de Deus.

Agradeçamos a Deus por estarmos de pé e que na Palavra e no Sacramento recebamos forças e provisão de livramento para que não caiamos como muitos infelizmente já caíram. Amém!

ERT

quinta-feira, 10 de março de 2022

Deus quer! (Lc 13.34)

 Texto: Lucas 13.34

Tema: Deus quer!

 

Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!” (Lc 13.34).

 

Essas palavras são uma verdadeira declaração de amor de Deus!

Quem já viveu ou vive no sitio sabe do cuidado que uma galinha tem pelos seus pintinhos. A galinha cisca para que os pintinhos sejam alimentados. Afasta um possível perigo bicando o intruso. Acolhe os pintinhos em caso de chuva ou frio ou em caso de um predador estar sobrevoando.

A ilustração do cuidado e proteção da galinha para com seus pintinhos é usada por Jesus para destacar o amor de Deus para com seus filhos, pintinhos (Jerusalém).

Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo...” (Lc 13.34).

Quão expressiva é essa afirmação de Jesus: “quantas vezes eu quis ajuntar”.

É uma afirmação que faz Jerusalém pensar.

Profetas foram enviados para transmitir o abraço de Deus, para recolher os pintinhos, protege-los e orientá-los, mas, os profetas foram perseguidos, rejeitados e mortos.

Saul mandou matar Aimeleque e outros 85 sacerdotes (1Sm 22.17); Elias foi considerado perturbador do povo (1Rs 18.17-18; 19.4); Profeta Micais levou um soco no queixo e preso (1Rs 22). Profeta Zacarias foi apedrejado e morto no pátio do Templo por ordem do Rei Joás de Judá (2Cr 24.20-21). O profeta Jeremias foi colocado dentro de um poço (Jr 38.4; 38.17-23).

Quão expressiva é a afirmação: “quantas vezes eu quis ajuntar”.

Palavras de Jesus que mostra que Deus quer, mas, as pessoas não querem.

O apostolo João registrou que Jesus veio para o seu povo, mas, o seu povo o rejeitou. Lucas narra que os moradores de Nazaré rejeitaram Jesus.

Jesus continua dizendo: “quantas vezes eu quis ajuntar”. Deus quer! O povo não quer!

Ao dizer: “quantas vezes eu quis ajuntar”, Jesus esclarece que está disposto a amar mesmo sabendo que será rejeitado. O pecado da rejeição a Deus não têm perdão. Esse é o pecado contra o Espírito Santo.

A frase dita por Jesus: “quantas vezes eu quis ajuntar”, mostra sua tristeza diante daqueles que rejeitam o seu amor.

Infelizmente Jerusalém rejeitou os enviados através de perseguição, prisão e morte. Com Jesus não seria diferente, por isso, estava indo à Jerusalém para ser mais um profeta de Deus a ser morto naquele lugar. No entanto, essa morte não seria mais uma morte, mas, o sacrifício da parte de Deus para resgate dos seus.

A exclamação de Jesus “quantas vezes eu quis ajuntar” é um convite para os seus ouvintes para que não rejeitem a graça, o amor e a misericórdia divina. Jesus deseja que seus ouvintes evitem a “ruína da casa com as próprias mãos” (Lc 13.35). Jesus veio salvar e deseja que os seus sejam salvos, por isso faz o alerta para que pela rejeição os seus não sejam condenados.

As palavras de Jesus “quantas vezes eu quis ajuntar” precisam ser compenetradas pela igreja atual.

A visita de Deus é muito frequente é muito frequente no meio do seu povo. Deus envia pregadores, Deus nos dá sua Palavra Escrita e Pregada, oferece seus sacramentos. Deus continua querendo nos ajuntar, abraçar, assim como a galinha faz com seus pintinhos, mas, infelizmente muitos não querem. E mesmo que muitos não queiram, Deus continua querendo e por isso continua exclamando pelo agir da igreja cristã: “quantas vezes eu quis ajuntar” e faço tudo para ajuntar! Amém!

ERT

segunda-feira, 7 de março de 2022

Jesus venceu o maior gigante!

13 de março 2022

1º Domingo na Quaresma

Lecionário anual

Salmo 32; 1Samuel 17.40-51; 2Coríntios 6.1-10; Mateus 4.1-11

Texto: 1Samuel 17.40-51

Tema: Jesus venceu o maior gigante!

 

O texto vem de encontro com a realidade na qual o mundo está vivendo!

Israel estava enfrentando os filisteus. Durante 40 dias, Golias insultou e desfiou algum israelita para lutar com ele e o que perdesse a batalha serviria o outro país. Durante alguns dias faltou coragem para qualquer israelita para fazer isso. No entanto, Deus que age pelos acontecimentos, fez com que Jessé enviasse Davi para levar provisões para seus irmãos que estavam na guerra.

Uma guerra desigual. Um lutador com quase 3 metros de altura (2.90 mt), experiente guerreiro, armado até os dentes (vv. 4,5,7,33,40,42).

Para livrar Israel, Deus utilizou-se de um homem comum. Ele não era guerreiro. Foi colocado em dúvida e acusado de estar no lugar errado e ter abandonado seu trabalho de cuidar das ovelhas.

Apesar de experiência, armamento, força e tamanho de Golias, Davi tinha uma vantagem: seu relacionamento com Deus (Vv. 26,29,37,45-57). Esse relacionamento é destacado nos salmos 23 e 27.4 e Lucas no livro de Atos esclarece que Davi era conforme o coração de Deus (At 13.22). Davi confiava em Deus (1Sm 17.37-47). Sua confiança o cegou ante as armas e forças humanas. Davi era comprometido com as coisas de Deus mesmo ante os obstáculos (1Sm 17.4-11,32). Sua confiança o levou a confessar onde estava a solução e não o problema.

Lembre-se: todo aquele que age a favor de Deus enfrenta oposição (2Tm 3.12). O próprio Filho de Deus, Jesus, foi ridicularizado (Jo 7.3-6).

Davi ouviu a respeito do problema. Foi desacreditado a prosseguir. Todavia, diante da oportunidade de ir embora, Davi optou em prosseguir e encarar a luta. Deus não poderia ser desonrado por um filisteu e descreditado pelo povo de Deus.

A confiança e o relacionamento com Deus fez de Davi um homem cheio de coragem (1Sm 17.38-51). O principal não era a vida de Davi, mas a glória de Deus que estava em jogo. Essa mesma situação ocorreu na vida de Sadraque, Mesaque, Abdnego e Daniel. Todos esses homens diante do desafio a glória de Deus, preferiram passar pelo ridículo a ver Deus ser desonrado.

Os filisteus que antes dessa batalha já haviam sido derrotados outras vezes, agora, por causa do medo do povo, parecia ser invencível. No entanto, Deus lhes enviou o seu soldado, aquele que lutaria por eles.

O nosso maior gigante, àquele que tememos: diabo, morte e inferno, já foi vencido pelo Filho de Deus, que foi enviado para parte do Pai para lutar por nós e assim como a espada de Golias (1Sm 29.9) foi guardada para ser memorial de força e esperança, a cruz é um memorial de fé, esperança e certeza de vitória e eternidade ao lado do Pai. Amém!

ERT

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...