segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Fé: a senha do wi-fi e a conexão com Jesus.

 17 de agosto de 2025

Décimo Domingo após Pentecostes – Próprio 14

Salmo 119.81-88; Jeremias 23.16-29; Hebreus 11.17-31;12.1-3; Lucas 12.49-53

Texto: Hebreus 11.17-31;12.1-3

Tema: Fé: a senha do wi-fi e a conexão com Jesus.

 

A fé é a chave que nos conecta à esperança e às promessas de Deus, transformando nossa jornada diária. Muitos heróis bíblicos nos ensinam que viver pela fé não é impor nossa vontade a Deus, mas sim nos curvar à vontade dEle. Há uma grande diferença entre viver com fé e viver como se quer, justificando as escolhas em nome de Deus.

O capítulo 11 de Hebreus, conhecido como o "capítulo da fé" é uma poderosa galeria de personagens do Antigo Testamento. Abel, Enoque, Noé, Abraão, Moisés, Sara — todos são exemplos de como a fé se manifesta em ações concretas. A vida deles nos mostra que a fé não é uma crença abstrata, mas uma convicção que molda decisões e sustenta, mesmo quando as circunstâncias parecem contradizer as promessas divinas.

Os personagens do Antigo Testamento foram citados em Hebreus 11 como modelo de perseverança para os cristãos. Era necessário citar esses, pois os que ouviriam e leriam a carta enfrentavam perseguição intensa e eram pressionados a abandonar a fé em Jesus e voltar ao judaísmo e suas muitas imposições religiosas. A citação de Abraão e Sara visava destacar justamente que ambos não retornaram à sua terra natal para não voltar a uma religião que não oferecia a redenção completa dos pecados.

A fé desses heróis, que caminharam com Deus e viram parte das promessas se cumprirem, era uma inspiração para que os fiéis continuassem firmes.

A intenção do autor, ao listar esses nomes, não era exaltá-los acima de outros, mas sim reforçar a importância de viver pela fé diante das adversidades. A fé, um dom de Deus (Ef 2.8), é o elemento essencial na nossa relação com Deus. A fé nos capacita a tomar decisões com confiança.

Abel mostrou sua fé com um coração alegre e grato, e sua oferta foi aceita por Deus.

Noé, em um tempo de descrença total, construiu a arca pela fé.

Abraão, cercado por idolatrias, ouviu o chamado de Deus e, pela fé, partiu de sua terra.

Sara, já idosa, teve um filho pela fé.

Moisés, pela fé, liderou a libertação do povo de Israel da escravidão.

Em cada um desses exemplos, vemos que a fé não é passiva. A fé é ativa, prática e dá sentido à jornada, permitindo avançar e obedecer mesmo quando tudo parece dizer o contrário.

A história de Abraão no sacrifício de Isaque mostra a lógica da fé que vai contra a lógica humana. Diante da ordem de Deus para Abraão sacrificar o filho prometido, Abraão não duvidou. A fé o levou a raciocinar que Deus, sendo fiel à sua promessa de uma grande descendência, teria poder até para ressuscitar Isaque. Não foi uma obediência cega, mas uma fé baseada na compreensão do caráter de Deus e na total confiabilidade de suas promessas.

A história de Moisés ressalta o poder da fé como uma escolha consciente. Ao renunciar à glória de ser “filho da filha de Faraó”, Moisés demonstrou que sua fé o fez valorizar a “desonra por causa de Cristo” acima de todos os tesouros e prazeres passageiros do Egito. Ele olhou para a recompensa eterna, e não para as glórias do mundo.

Os exemplos do Mar Vermelho, das muralhas de Jericó e de Raabe ensinam que a fé nos impulsiona à ação, mesmo diante de obstáculos gigantescos. A fé de Israel e de Raabe não se basearam em uma lógica militar, mas confiança nas ordens de Deus. O caso de Raabe é especialmente inspirador, pois mostra que a fé não está restrita a um único povo. A fé está disponível a todos.

 

- Abraão, Sara, Isaque, Jacó e José apontaram para o reino vindouro;

- Moisés revelou o Redentor prometido;

- A celebração da Páscoa indicou o cordeiro de Deus que dá a vida pelo mundo;

 

A fé nos faz escolher o melhor caminho, mesmo que isso custe renúncias e sofrimentos. A fé nos sustenta na esperança. A fé nos permite continuar agindo mesmo sem resultados imediatos. A fé nos ajuda a manter os olhos em Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé.

A fé permite avançar e obedecer mesmo quando tudo parece indicar que não vale a pena obedecer.

A fé dá sentido para a caminhada.

A fé faz ouvir o chamado de Deus.

A fé sustenta a esperança.

A fé faz perseverar durante a peregrinação nesse mundo temporário.

A fé permite continuar atuando mesmo sem resultado imediato.

A fé faz escolher o melhor caminho, mesmo que isto custe renúncias e sofrimentos.

A fé ajuda a olhar para Cristo, autor e consumador da fé, mesmo quando se é tentado a desviar esse olhar.

A fé é a certeza de que eu tenho futuro, quer seja aqui no mundo, mas principalmente o futuro eterno em Cristo.

A fé nos dá a certeza de um futuro, tanto nesta vida quanto na eternidade com Cristo. Eu tenho um amanhã.

Ao meditar sobre os heróis da fé, percebemos que eles enfrentaram medos e desânimos semelhantes aos nossos, mas pela fé foram sustentados pela fé. Essa lista de “heróis” pode se estender a muitos pais, amigos e familiares que, pela fé, permaneceram firmes em sua jornada.

O capítulo 12 de Hebreus nos convida a aplicar as lições dos heróis da fé em nossa caminhada. Eles são a "nuvem de testemunhas" (Hb 12.1). Observe que não são observadores, mas exemplos poderosos do que a fé pode fazer. Eles nos encorajam a correr a corrida da fé com perseverança, livrando-nos de todo peso e pecado que nos atrasa. Muitos desses personagens citados poderiam ter deixado a caminhada de lado. Abraão poderia ter preferido ficar com sua família. Moisés poderia ter optado em viver no luxo. Raabe poderia ter confiado no exército e não nos espiões.

Continuemos a orar: “seja feita a sua vontade, assim na terra como no céu” e assim pedindo o auxílio do nosso querido Pai celestial para não nos deixarmos levar por coisas e fatos que nos afastam da caminhada cristã.

A perseverança nessa jornada não depende da nossa própria força, mas de manter os olhos fixos em Jesus, que é a fonte e o destino final de nossa fé.

Jesus não é apenas um exemplo. Jesus é a razão de ser da fé.

Jesus suportou a cruz e a vergonha não por resignação, mas por um propósito: a alegria que o esperava. A alegria de Jesus foi cumprir a vontade do Pai e ver a nossa salvação. Essa alegria nos encoraja a focar na recompensa eterna em vez de desanimar pelas dificuldades temporárias. Olhar para Jesus é a chave para não desanimar na "corrida da fé". Amém.

Edson Ronaldo Tressmann

 

Bibliografia

LAUBACH, Fritz. Carta aos Hebreus: comentário Esperança. Tradução de Werner Fuchs. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2000.

 

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico: Hebreus e Tiago. Casa publicadora Paulista, 2023.

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