sábado, 31 de agosto de 2024

Efatá (Mc 7.34)

 08 de setembro de 2024

Décimo Sexto Domingo após Pentecostes

Salmo 146; Isaías 35.4-7; Tiago 2.1-10, 14-18; Marcos 7.24-37

Texto: Mc 7.34

Tema: Efatá

 

O profeta Isaías anunciou: “Digam aos desanimados: “Não tenham medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui.” Ele vem para nos salvar, ...Então os cegos verão, e os surdos ouvirão; ...” (Is 35. 5). No relato do evangelho é dito que “Algumas pessoas trouxeram um homem que era surdo e quase não podia falar e pediram a Jesus que pusesse a mão sobre ele. Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos dele. Em seguida cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem. Depois olhou para o céu, deu um suspiro profundo e disse ao homem: - “Efatá!” (Isto quer dizer: “Abra-se!”). E naquele momento os ouvidos do homem se abriram, a sua língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade” (Mc 7.32-35).

Só não é capaz de ouvir quem realmente não quer: Jesus veio salvar o seu povo. Por isso, o evangelista João foi enfático: “Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele” (Jo 20.30-31).

Jesus se comunica com palavras e sinais com intuito das pessoas saberem quem é Jesus.

Jesus está “em caminho”. Ele sai de Tiro, passa pela Sidônia com destino ao mar da Galileia. Nesse caminho atravessa a Decápole. Caminhando por terras pagãs em meio a outras religiosidades e costumes. A Boa Notícia do Reino de Deus (Cristo) precisa chegar a todos os lugares.

Ao enumerar a região gentia na qual estavam, aprendemos que Jesus estava treinando os doze para que eles vissem a importância de alcançar os não alcançados, especialmente aqueles fora de Israel.

As pessoas daquela localidade levam para Jesus um homem que tinha duas limitações: era surdo e falava com dificuldade.

No evangelho (Mc 7.35) é narrado que os ouvidos do homem surdo foram curados, sua língua foi solta e ele começou a falar corretamente.

Ouvir e falar são aspectos essenciais da comunicação entre as pessoas e as pessoas e Deus.

Ouvir bem e falar bem é essencial para a comunicação que gera vida.

A comunicação restaura relacionamentos rompidos e destruídos pela falta de comunicação.

Pela comunicação da sua Palavra, Deus vivifica o ser humano.

O profeta Jeremias denuncia a surdez voluntária do povo de Deus. O povo não quis escutar e fechou seus ouvidos e seu coração para a voz de Deus. “Com quem devo falar? E, mesmo que eu fale, quem vai me ouvir? Eles taparam os ouvidos, pois não querem prestar atenção. Eles não querem ouvir a tua mensagem e zombam do que dizes” (Jr 6.10).

As palavras do profeta Isaías: “Digam aos desanimados: “Não tenham medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui.

Ele vem para nos salvar, ...Então os cegos verão, e os surdos ouvirão; ...” (Is 35. 5) enfatizam que escutar e falar é um sinal do Reino Messiânico (Is 35.5-6). E fazer escutar e falar seria um indicativo de que o Reino Messiânico (Jesus) havia chegado.

A cura desse homem em terra estrangeira mostra com ênfase que Jesus Cristo chegou e Cristo é para todos.

Marcos já apresentou outras curas antes do capítulo 7. A sogra de Pedro que sofria de febre. Doentes possuídos por demônios. O leproso, o homem da mão ressequida, o paralitico, a mulher com hemorragia.

As doenças eram tidas como um castigo divino. Por essa razão, as pessoas se segregavam e vivam isoladas. Ser curado era como estar livre desse castigo divino. A chegada do Messias indica exatamente isso: somos livres do castigo divino (condenação).

Quando João Marcos que escreveu seu evangelho para Roma, destaca que Jesus usou saliva para curar aquele homem, em nossa cultura é anti-higiênico. Todavia, na época, a saliva tinha poder curativo. Essa simples informação foi a linguagem adotada por Marcos com o objetivo de que as pessoas que estavam sendo perseguidas por Nero, ao ler esse episódio compreendessem a mensagem do Evangelho. Jesus está próximo e sempre pronto a socorrer.

Jesus usou uma palavra de origem aramaica “Efatá” que de acordo com o texto significa abre-se.

Efatá tem se tornado uma oração em muitos círculos evangélicos e católicos como que uma súplica para que Deus abra as mentes e os corações para verdades espirituais.

O autor a carta aos Hebreus escreveu: “Se hoje vocês ouvirem a voz de Deus, não sejam teimosos...” (Hb 3.7). Jesus disse: “Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam” (Mc 4.23). O profeta Isaías anunciou: “Se ouvirem e fizerem o que eu ordeno, vocês comerão do melhor alimento, terão comidas gostosas. Escutem-me e venham a mim, prestem atenção e terão vida nova. Eu farei uma aliança eterna com vocês e lhes darei as bênçãos que prometi a Davi” (Is 55.2b-3).

A exortação de Jesus em Apocalipse par as sete igrejas: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7).

Na primeira pregação na Europa, eis que: “Uma daquelas mulheres que estavam nos ouvindo era Lídia, uma vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira. Ela adorava a Deus, e o Senhor abriu a mente dela para que compreendesse o que Paulo dizia” (At 16.14).

Na carta circular, Paulo disse orar o seguinte: “Peço que Deus abra a mente de vocês para que vejam a luz dele e conheçam a esperança para a qual ele os chamou. E também para que saibam como são maravilhosas as bênçãos que ele prometeu ao seu povo” (Ef 1.18).

Pelo ouvir ainda ocorre o Reino Messiânico entre nós. A Palavra nos dá Cristo. E Cristo é o Reino de Deus entre nós.

O Espírito Santo nos chama pelo Evangelho. Pelo Evangelho, Deus abre ouvidos que estão fechados. Por isso é tão necessário trazer pessoas surdas da Palavra para Cristo.

O Efatá de Jesus, o abrir ouvidos, têm como objetivo a salvação do pecador.

Digam aos desanimados: “Não tenham medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui. Ele vem para nos salvar, ...Então os cegos verão, e os surdos ouvirão; ...” (Is 35. 5). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

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