segunda-feira, 29 de julho de 2024

Eu sou o pão da vida!

 Décimo primeiro domingo após Pentecostes

04 de agosto de 2024

Salmo 145.10-21; Êxodo 16.2-15; Efésios 4.1-16; João 6.27-35

Texto: Jo 6.35

Tema: Eu sou o pão da vida!

 

- A palavra pão aparece na Bíblia pela primeira vez em Gn 3.19 e última vez em Tg 2.15.

- A palavra pão aparece cerca de 333 vezes na Bíblia.

- Ao se enumerar como pão da vida é possível fazer uma reflexão.

- Para que haja pão e para que ele alimente, é preciso que o trigo seja cortado, triturado e britado.

- Isso ocorreu com Jesus conforme Isaías 53.5: “...ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades...”.

- Ao dizer: eu sou o pão da vida - Jesus garante que é a vida.

- Pão da vida - dádiva de Deus.

- O pão de cada dia é uma dádiva divina (Mt 6.11). Jesus ilustrou o amor de Deus dizendo: “...qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra?...” (Mt 7.9).

- Jesus é a dádiva de Deus ao ser humano. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

- O povo que entendia o maná como um sinal de Moisés, pediram para Jesus um sinal maior. Para essa multidão Jesus declarou: eu sou o pão da vida.

- O livro de Êxodo, ao narrar a saída do povo de Israel e sua caminhada em direção a terra prometida, apresenta os mais variados problemas e as inúmeras reclamações do povo.

- Uma das reclamações foi a falta de comida. “...Quem dera tivéssemos morrido por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar!...” (Êx 16.3).

- A resposta de Deus para essa reclamação foi: “Eis que vos farei chover pão dos céus, ...” (Êx 16.4).

- Ao chover pão do céu todos os dias, Deus ensinava para o povo que Deus estava no controle de tudo e que o sustento real vinha dEle.

- O pão do céu sustentou o povo, uma multidão, durante 40 anos no deserto.

- Jesus é o pão do céu que nos dá vida em abundância e nos sustenta em toda a nossa caminhada cristã.

- Eu sou o pão da vida – nos conduz a reflexão sobre comunhão.

- Como uma grande família (Ef 2.13-16) que é a igreja cristã, nos reunimos ao redor da mesa e recebemos no pão e no vinho, o verdadeiro corpo e sangue de Jesus. Corpo e sangue de Jesus dados a nós para fortalecimento da fé, perdão e vida. Ignorar esse pão da vida é desprezá-lo é querer permanecer no deserto sem forças para prosseguir na caminhada. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

Dons revelam Jesus! (Ef 4.1-16)

 Décimo primeiro domingo após Pentecostes

04 de agosto de 2024

Salmo 145.10-21; Êxodo 16.2-15; Efésios 4.1-16; João 6.27-35

Texto: Efésios 4.1-16

Tema: Dons revelam Jesus!

 

As pessoas amam estar num lugar mais alto. Valoriza-se quem chegou ao topo da montanha.

Valoriza-se o topo e se faz de tudo para permanecer no topo. O fato é que do tipo ninguém desce, apenas cai. E quem cai do topo é tido como fracassado.

O apostolo Paulo subiu uma escada com três degraus.

- “o menos importante dos apóstolos” (1Co 15.9)

- “os pecadores, dos quais eu sou o pior” (1Tm 1.15)

- “menor dos menores de todos os santos” (Ef 3.8)

Tendo atingido o topo desses degraus, o apostolo Paulo, foi intenso na proclamação do evangelho. Por isso, ocupa o topo dos apostolos.

O nome Paulo tem origem latina e significa “pequeno, humilde”. O nome Paulo tornou-se popular devido a influência do cristianismo. O nome Paulo carrega uma conotação de humildade, simplicidade, refletindo princípios cristãos de modéstia e serviço.

O apostolo Paulo, chamado fora do tempo (1Co 15.8), pode ser configurado como sendo o primeiro apostolo chamado por Jesus ressuscitado (At 9). Não à toa, suas cartas estão impregnadas com a mensagem da ressurreição.

Entre as cartas escritas por Paulo, recebemos para nosso aprendizado a carta destinadas aos cristãos da Ásia Menor, carta de Paulo aos Efésios.

Nessa carta, a rainha das cartas de Paulo, há muito ensinamento para a igreja.

Deus deseja conceder sua graça e misericórdia para todas as pessoas. Nesse sentido, o apostolo ora para que os cristãos compreendam a amplitude do amor de Deus.

O início do capítulo quatro, o apostolo faz uma transição de assunto. Paulo deixa de declarar a fé da igreja para declarar a missão da igreja. “Por isso eu, que estou preso porque sirvo o Senhor Jesus Cristo, peço a vocês que vivam de uma maneira que esteja de acordo com o que Deus quis quando chamou vocês” (Ef 4.1).

Após enumerar o chamado para que a igreja realize a missão de Deus, o apostolo nos versículos 4 até 7 destaca por sete vezes o pronome indefinido “um”.

um só corpo, e um só Espírito, e uma só esperança, para a qual Deus chamou vocês. Há um só Senhor, uma só fé e um só batismo. E há somente um Deus e Pai de todos, que é o Senhor de todos, que age por meio de todos e está em todos. Porém cada um de nós recebeu um dom especial, de acordo com o que Cristo deu” (Ef 4.4-7).

Por meio desse artigo indefinido um, nos é ensinado que Deus une sua igreja para que a sua missão seja realizada.

Observe:

- Um só Espírito, cria um só corpo;

A fonte da união da igreja, que é composta por pessoas diferentes, é o Espírito Santo.

- Um só Senhor Jesus Cristo, cria uma só esperança, uma só fé; desculpe o trocadilho, mas a igreja só recebe uma única fé, e não fezes.

- Um só Batismo e um só Deus, cria um único povo de Deus;

O apostolo Paulo com suas palavras nesse capítulo quatro da carta aos cristãos da Ásia Menor deseja enfatizar que assim como Deus é um, o povo de Deus é um (Ef 4.6). Todavia, para que esse seja um, Deus distribui vários dons para apresentar como Deus é um (Ef 4.7).

O Senhor que possui um só corpo, dá para esse corpo muitos e variados dons para que o um só corpo prevaleça. Porém, o inimigo que anda ao derredor procurando alguém para devorar (1Pe 5.8), causa divisão fazendo com que àquilo que é um passe a querer ser dois, três, quatro.

Cuidemos para que os dons que nos qualificam no Reino de Deus, não nos desqualifiquem por causa da divisão.

O apostolo Paulo ao escrever suas cartas faz uso das Escrituras Sagradas (Antigo Testamento), pois o Novo estava sendo escrito, e cita as palavras do Salmo 68.18: “Quando ele subiu aos lugares mais altos, levou consigo muitos prisioneiros e deu dons às pessoas”.

Com a citação desse Salmo, o apostolo Paulo quer ensinar que o vencedor de uma guerra tem o direito de receber dons do povo que conquistou e que lhe está sujeito.

Jesus Cristo venceu a batalha na cruz e dos seus a quem resgatou lhe pertence o que podem oferecer.

O que você pode oferecer para o Senhor?

Os mais variados dons são para apresentar o Senhor Jesus Cristo ao mundo. Dessa forma, quando passam a ocorrer discórdias, invejas, intrigas, não é o Senhor que está sendo glorificado.

Os dons, àqueles pelos quais muitas vezes nos sentimos qualificados e melhores que os demais, é um presente dado por Deus. Um presente para ser usado com o intuito de que outros passem a fazer parte desse um só corpo que já fazemos.

Foi ele quem “deu dons às pessoas”. Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja” (Ef 4.11).

- Apóstolos

- Profetas

- Evangelistas

- Pastores

- Mestres

Cinco ministérios pelos quais Deus se torna conhecido.

Dentro desses cinco ministérios, há pessoas com dons naturais, tais como a fala, que podem ser aperfeiçoados e usados no Reino de Deus.

Por um momento vamos ponderar cada um desses ministérios.

Apóstolosenviados com uma missão. Porta vozes de Deus, trazendo as revelações e entendimento à igreja.

Profetasrevelam a vontade de Deus para o presente (proclamação) e predizem o futuro. Apóstolos podem ser profetas, mas, nem todos os profetas são apóstolos.

Evangelistasespalham a mensagem do evangelho e plantam igrejas.

Pastoressupervisionam, confortam e guiam a igreja (At 20.28).

Mestresinstruem e ajudam a aplicar a revelação de Deus à vida da igreja. A função é transmitir os ensinamentos revelados para a igreja (1Co 15.3-4). São indispensáveis na igreja, pois capacitam os cristãos a distinguirem falsas doutrinas.

O propósito comum desses 5 ministérios: “Ele fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de Cristo”: equipar outros para o ministério” (Ef 4.12).

Os versos 11 até o 16 de Efésios 4 formam uma das muitas longas frases da carta aos Efésios.

O termo “preparar” (NTLH), “aperfeiçoar” (ARA) é traduzido por muitos no sentido de restaurar, consertar. No sentido de consertar ou restaurar alguém quebrado para algo completo. E esse algo completo é: “Desse modo todos nós chegaremos a ser um na nossa fé e no nosso conhecimento do Filho de Deus. E assim seremos pessoas maduras e alcançaremos a altura espiritual de Cristo” (Ef 4.13).

Os ministérios visam consertar alguém quebrado para realizar algo completo.

1 – Unidade da fé e conhecimento do Filho de Deus;

2 – Maturidade cristã;

3 – Plenitude em Cristo;

Unidade, maturidade e plenitude destacam o relacionamento na igreja. E o objetivo é o que se alcance estabilidade espiritual: “Então não seremos mais como crianças, arrastados pelas ondas e empurrados por qualquer vento de ensinamentos de pessoas falsas. Essas pessoas inventam mentiras e, por meio delas, levam outros para caminhos errados” (Ef 4.14).

O objetivo final de tudo isso é um corpo bem ajustado e compactado, pois “É ele quem faz com que o corpo todo fique bem-ajustado e todas as partes fiquem ligadas entre si por meio da união de todas elas. E, assim, cada parte funciona bem, e o corpo todo cresce e se desenvolve por meio do amor” (Ef 4.16).

Pelos ministérios, Deus:

- Aperfeiçoa para o serviço no Reino;

- Edifica o corpo que é de Cristo;

- Contribui para unidade do corpo;

- Conduz ao conhecimento de Cristo;

- Ajuda a igreja a permanecer em Cristo;

As pessoas amam estar num lugar mais alto. Valoriza-se quem chegou ao topo da montanha. Mas, o que chegou ao alto da cruz, Jesus Cristo, de lá proclamou: está consumado. E do alto da cruz nos tornou grandes no Reino de Deus e pelos dons que nos concede nos faz participantes da missão salvadora nesse mundo. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 22 de julho de 2024

O arco é a mensagem visível de Deus para com a humanidade

 

28 de julho 2024

Décimo Domingo após Pentecostes

Salmo 136.1-9; Gênesis 9.8-17; Efésios 3.14-21; Marcos 6.45-56

Texto: Gn 9.8-17

Tema: O arco é a mensagem visível de Deus para com a humanidade

 

Um milhão de cores indistinguíveis aos olhos humanos que conseguem ver apenas 7 tons de cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, roxo e violeta.

Há muitos mitos sobre o arco-íris.

1) - Os nórdicos viam o arco-íris como uma “ponte” de Bifrost para os deuses atravessarem da terra para sua casa chamada Asgard.

2) - Os japoneses antigos acreditavam que o arco-íris permitia que seus ancestrais falecidos voltassem à terra.

3) - Os antigos navajos acreditavam que era o caminho para os espíritos sagrados.

4) - Uma velha lenda irlandesa diz que há pote de ouro no final de cada arco-íris guardado por um duende astuto.

A Escritura Sagrada enumera que o arco-íris é um sinal proveniente de Deus no final da história do dilúvio.

Ao ordenar que Noé edificasse uma arca, Deus concedeu ainda 120 anos de graça ao povo. Foram 120 anos para o povo ver e ouvir e se arrepender. O povo não acreditou nas palavras de Noé. Não se arrependeu e nem abandonou seus pecados.

O arco-íris é o sinal da aliança de Deus com a humanidade.

Quanto tempo faz que você não vê um arco-íris?

- O arco-íris é uma mensagem de Deus.

- Deus colocou o arco-íris é símbolo de esperança.

- O arco-íris é assinatura de Deus para sua promessa: “Nunca mais vou amaldiçoar a terra por causa da raça humana, pois eu sei que desde a sua juventude as pessoas só pensam em coisas más. Também nunca mais destruirei todos os seres vivos, como fiz desta vez. Enquanto o mundo existir, sempre haverá semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8.21-22).

É maravilhoso ouvir essa promessa e ver o arco-íris, a assinatura de Deus para essa promessa, num mundo ameaçado por guerra nuclear, alterações climáticas e asteroides.

No relato do dilúvio e pós dilúvio se vê a atuação de Deus tal como na criação. Deus mostra seu poder sobre as estações, rotações da terra e mudanças de temperatura na terra (Gn 8.22).

Dias atrás ouvi um áudio enviado por wathsap, de um mato-grossense, que cobrava o vizinho a chuva que havia caído em sua propriedade.

Foi desenvolvida uma tecnologia, onde um avião põe produto na nuvem forçando a mesma a chover. Após a aplicação do produto, uma ventania redirecionou a nuvem sobre outra propriedade e choveu no vizinho. Daí a cobrança.

Deus ainda é Senhor da e na criação! O arco-íris é a mensagem visível de Deus para com a humanidade.

O sinal do arco-íris ilustra o gracioso propósito salvador de Deus. Ao poupar Noé e sua família, Deus concede a humanidade uma chance para começar de novo. É interessante notar que Deus dá essa chance não com alguém sem pecado, pelo contrário, o pós-dilúvio, a embriaguez de Noé e a maldição aos descendentes marca que o pecado não deixou de fazer parte da humanidade (Gn 8.21). Esse pecado não imobilizou e nem imobiliza o agir de Deus em prol da salvação. Diante do pecado, o pecador é chamado ao arrependimento e nesse sentido a visibilidade do arco-íris demonstra a necessidade do arrependimento. Diante do arrependimento, Deus apazigua a sua ira e estende o seu perdão.

O arco-íris é a marca da vida de Deus em meio as nuvens que haviam derramado água e causado mortes. A cruz é a marca da vida, mesmo que ela nos indique morte.

O arco-íris é o sinal da aliança de Deus (Gn 9.15).

A palavra aliança aparece ao longo das Escrituras Sagradas cerca de quatrocentas vezes.

A palavra aliança” nesse relato pós-dilúvio difere de como é usada em outras partes.

Diferentemente da aliança com Abraão ou da aliança do Sinai, não há nenhuma obrigação específica da parte dos que se beneficiariam da aliança.

A aliança de Deus é com todas as pessoas, “todos os seres vivos de todas as espécies” para “futuras gerações” (Gn 9.12).

O conceito de aliança em Gênesis 9 não é usado como em outras partes da Bíblia ao falar sobre o relacionamento entre Deus e o ser humano. É a demonstração do amor de Deus para com o ser humano. Essa aliança mostra que Deus ama. Ele é o benfeitor humano.

Quanto tempo faz que você não vê um arco-íris?

Mesmo que não se tenha visto uma arco-íris a muito tempo, ouvir esse relato traz consolo e esperança. Não estamos abandonados. Podemos nos desesperar diante das inúmeras catástrofes provenientes da chuva ou da estiagem, no entanto, Deus ainda é o agente na e da criação.

Arco-íris é um símbolo criado por Deus para lembrar o desejo de Deus em salvar, em cuidar da criação que será restaurada quando Jesus vier para julgar os vivos e os mortos.

O sinal do arco-íris tranquilizou Noé que saiu da arca com sua família para povoação de um novo mundo. O sinal do arco-íris deu esperança para Noé de que o mundo que ele iria iniciar a repovoar não seria destruído por um dilúvio.

O arco-íris dá ânimo àquele que atravessou a tempestade.

O arco-íris é o sinal visível de Deus, é a mensagem de Deus para os olhos, transmitida para um mundo assustado diante de tantas tragédias.

O arco-íris é a mensagem de Deus de que toda sua criação está sob seus cuidados. O evangelista Mateus registrou as palavras de Jesus de que um simples pardal, àquele passarinho que incomoda, que faz sujeira, está na agenda diária do cuidado de Deus (Mt 10.29).

O arco-íris é o sinal da promessa de Deus dada para Noé e relembrada por nós sobre o cuidado de Deus em meio ao caos.

Noé é um nome hebraico נֹחַ Noach da raiz da palavra לָנוּחַ lanuach repousar”. Dessa forma, é possível dizer que pela aliança anunciada por Deus para Noé, a humanidade pode repousar.

A humanidade que agora descenderia de Noé poderia, apesar de permanecer pecadora, descansar na aliança de Deus.

A aliança de Deus ainda está garantida, ainda se vê o sinal do arco-íris entre as nuvens.

Tragédias não tornam o ser humano melhor!

Aprendemos essa lição pós pandemia. Parece que o homem se tornou ainda mais cruel e essa humanidade cruel devido ao pecado recebe de Deus a demonstração do seu amor.

O arco-íris tem o formato de um arco de flecha (Gn 9.11-13, ler).

A palavra hebraica para arco é קַשְׁתִּי keshet. Um arco, tal como arco de um guerreiro está apontado para Deus. Assim, levando em consideração o arco virado para Deus e o nome Noé, Deus está destacando a certeza do descanso humano.

Um arco virado para a pessoa indica paz e restauração. Não há perigo.

Ao apontar o arco para si mesmo, Deus indica sua promessa de cuidado. O ferimento da lança se deu na cruz, quando Jesus morreu para apaziguar Deus e o ser humano.

Deus aponta para si e garante que a arma da vitória será o arco apontado para Deus que fere o Filho na cruz. Por isso, o profeta Isaías nos faz recordar: “...Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5).

Esse é o Deus da aliançauma aliança misericordiosa. Na qual permitiu que seu Filho fosse ferido para não nos ferir. O Filho foi ferido para nos salvar. Esse Deus continua cuidando e conservando a sua criação. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Cidadãos que pertencem ao povo de Deus!

 

Nono Domingo após Pentecostes

21 de julho 2024

Salmo 23; Jeremias 23.1-6; Efésios 2.11-22; Marcos 6.30-34

Texto: Efésios 2.19

Texto: Cidadãos que pertencem ao povo de Deus!

 

Portanto, vocês, os não judeus, não são mais estrangeiros nem visitantes. Agora vocês são cidadãos que pertencem ao povo de Deus e são membros da família dele” (Ef 2.19)

 

Ter um passaporte de Cingapura, Japão, França, Alemanha, Itália e Espanha, possibilita poder visitar 194 destinos ao redor do mundo sem ser incomodado. Ter um passaporte da Coréia do Sul, Finlândia e Suécia me permitiria ir a 193 destinos. E um passaporte da Áustria, Dinamarca, Irlanda e Holanda me permitiria ir a 192 destinos.

Esses são os passaportes denominados mais poderosos em 2024. Com um passaporte brasileiro posso viajar para 173 países sem necessidade de visto.

Convém enumerar que além desses passaportes, na minha opinião o passaporte mais poderoso de todos e que nunca sai do ranking de mais valioso e poderoso é o passaporte divino, o qual nos torna cidadãos da família de Deus. E esse passaporte possui a assinatura do sangue de Jesus Cristo. Os versos 11 e 12 nos garante que se Deus não tivesse enviado Jesus, seríamos estranhos na família de Deus. Jesus nos garante a cidadania no Reino de Deus. Por possuir esse passaporte, somos do mesmo Reino de alguém que está na outra extremidade do planeta.

Em Jesus não somos estrangeiros e nem visitantes, mas cidadãos dentro do Reino de Deus.

Portanto, vocês, os não judeus, não são mais estrangeiros nem visitantes. Agora vocês são cidadãos que pertencem ao povo de Deus e são membros da família dele” (Ef 2.19)

Falando em cidadania, a Constituição Federal de 1988 garante que os cidadãos brasileiros possuem direito à vida, à liberdade, à propriedade e à igualdade.

Interessante que como cidadão do Reino de Deus, possuímos exatamente isso: vida, liberdade, propriedade e igualdade. Essa vida, liberdade, igualdade e propriedade nos foi adquirida por Jesus Cristo como bem descreve Pedro em sua primeira carta (1Pe 1.18-21).

O apostolo Pedro escreveu na sua primeira carta: “Queridos amigos, lembrem que vocês são estrangeiros de passagem por este mundo...” (1Pe 2.11) e o apostolo Paulo na carta aos Filipenses anotou: “... nós somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá” (Fp 3.20). Essa pátria, essa cidadania nos é concedida pela graça de Deus que enviou Jesus e assim nos garantiu a Salvação eterna e o acesso a pátria celestial.

Portanto, vocês, os não judeus, não são mais estrangeiros nem visitantes. Agora vocês são cidadãos que pertencem ao povo de Deus e são membros da família dele” (Ef 2.19).

Em Cristo, meu passaporte garante estar e fazer parte do Reino celestial como cidadão e não como visitante e estrangeiro.

Ser cidadão vai muito além de possuir um documento ou título, é um estado de pertencimento e responsabilidade para com a comunidade em que vivemos.

Os dez primeiros versículos do capítulo 2 da carta de Paulo aos cristãos da Ásia Menor (Efésios), o apostolo escreve como Deus veio buscar e dar vida a todos em Jesus Cristo. É a descrição da bênção da salvação pela fé sem as obras da lei.

Precisamos recordar que um não judeu (gentio) era alguém estranho ao povo de Deus, como um visitante ou estrangeiro. Em Cristo, não importando a nacionalidade, cor e status social, sou cidadão do Reino de Deus (Ef 2.11-22).

Deus escolheu Abraão (Gn 12.3) e por seu neto Jacó (Israel, Gn 35.10) deu nome a sua nação. Deus poderia ter chamado um indiano, pois a Índia já se projetava uma nação grandiosa, ou um chinês, haja visto a China já ter se iniciado. Poderia ter escolhido um filisteu (povo guerreiro). Todavia, escolheu Abrão. Alguém sem filho e sem perspectiva de futuro.

Dessa forma, ser judeu, descendente de Abraão tornou-se sinônimo de povo de Deus. E a lei era a fronteira da separação entre o povo de Deus e o não povo de Deus. Dessa forma, a lei, calendário litúrgico, dias santos, festas religiosas, conduziu o povo de Deus a soberba e os afastou dos gentios. Os judeus passaram a se considerar uma cidadania superior a todas as outras e ignoravam qualquer um como sendo estrangeiro e visitante. Essa exacerbação do povo de Deus quanto as outras nações, é observada nos dias de Jesus.

O povo de Deus não está recluso a uma cidadania local, mas uma cidadania celestial. E o povo de Deus como cidadão do Reino celestial sabe que está em missão nesse mundo para que outros adquiram em Cristo essa cidadania e assim tenham direito à vida, à liberdade, à propriedade e à igualdade.

Jesus Cristo é a intromissão de Deus na história com o objetivo de salvar. Jesus não se intromete para paralisar nosso divertimento, ou paralisar nossa vida. Pelo contrário, Cristo é a intromissão de Deus para reverter a situação catastrófica de uma vida sem Deus.

Em Jesus Cristo, àqueles que eram ignorados pelo povo de Deus, foram agregados ao povo de Deus (Ef 2.13). Os povos, em suas diferenças culturais e étnicas, em Cristo são um só (Ef 2.14). Em Cristo, o muro (a lei), que separava os não judeus dos judeus, foi derrubado. Se a lei separa Deus das pessoas, Cristo derrubou esse muro, cumprindo a lei em nosso lugar. Em Cristo, Deus está acessível a todos (Ef 2.18). Essa é a paz que precisa ser evangelizada! (Ef 2.17). E hoje, pela igreja, Deus está acessível a todos, ao seu familiar, seu vizinho, amigo.

A igreja é a pátria dentro da pátria, é uma nação dentro da nação, são os separados para ajuntar, são os membros de uma grande família.

Portanto, vocês, os não judeus, não são mais estrangeiros nem visitantes. Agora vocês são cidadãos que pertencem ao povo de Deus e são membros da família dele” (Ef 2.19). Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

Jesus sabe que a maior necessidade de uma ovelha é um pastor.

 Nono Domingo após Pentecostes

21 de julho 2024

Salmo 23; Jeremias 23.1-6; Efésios 2.11-22; Marcos 6.30-34

Texto: Mc 6.30-34

Texto: Jesus sabe que a maior necessidade de uma ovelha é um pastor.


 

Quando Jesus viu a multidão disse que pareciam ovelhas sem pastor (Mc 6.34).

Há ovelhas sem pastor?

Sim há ovelhas sem pastor!

Há pastores sem ovelhas?

Muitos são os que renunciam o ministério. Muitos que desistiram do ministério levaram anos para se adaptar a vida sem os fiéis. Pode-se fazer assim como no Antigo Testamento, professores aposentados demoraram se adaptar a vida sem seus “alunovelhas”. Pais que com saída dos filhos de casa enfrentam a síndrome do ninho vazio.

Em dias de redes sociais, milhares vivem suas vidas em função dos “seguimentos” e das “curtidas”.

Quantas ovelhas vivem seguindo determinador “influenciapastores” e se tornam ovelhas seguidoras. “Joinhas” são colocados e “sininhos” acionados para que a qualquer palavra do “influenciapastores” sua palavra seja ouvida atentamente e novamente curtida e compartilhada.

Há pastores sem ovelhas e ovelhas sem pastor!

Jesus havia recebido o relatório dos discípulos que haviam sido enviados, por isso, Marcos os denomina apóstolos (enviados).

Como pastor, Jesus escuta o que seus discípulos viveram e experimentaram na missão (Lc 10.17-20). Eles descreveram suas fadigas e alegrias, resultados e fracassos da missão na Galileia.

Além disso, Jesus ainda foi informado da notícia da decapitação de João Batista. Assim, em meio aos relatos e cansaço dos discípulos, surge também a tristeza e ainda devido a correria a ponto de não terem tempo nem para comer (Mc 6.31) Jesus faz um convite: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco” (Mc 6.31).

Era preciso se afastar, descansar, relaxar. Saem sozinhos, mas as pessoas que vinham de todas as cidades, buscavam Jesus desesperadamente.

Ao desembarcar, o projeto do descanso, é interrompido, pois a multidão já está no local. Jesus é movido por uma compaixão visceral (verbo splanchnízo) enfatizando que suas entranhas se comovem como Deus em relação ao seu povo: “Israel, como poderia eu abandoná-lo? Como poderia desampará-lo? Será que eu destruiria, como destruí Admá? Ou faria com você o que fiz com Zeboim? Não! Não posso fazer isso, pois o meu coração está comovido, e tenho muita compaixão de você” (Os 11.8).

Deus não quer ovelhas sem pastor! Ele continua estabelecendo pastores para que suas ovelhas sejam guiadas, orientadas e pastoreadas.

Como vive uma ovelha sem pastor?

Ovelhas são animais dóceis e sociáveis. São animais frágeis e sensíveis. Tanto a saúde quanto a sobrevivência de um rebanho dependem basicamente dos cuidados do seu pastor.

Como vive uma ovelha sem pastor?

Exposta aos mais variados perigos – ataques de moscas ou animais ferozes.

Famintas e sedentas – sozinhas não encontram pastagem.

Inseguras - perdem o rumo certo a seguir.

Um criador de ovelhas destaca as três necessidades básicas de um rebanho: segurança; alimentação e paz para não haja atrito com as demais ovelhas do rebanho e elas se firam. Sem estas necessidades supridas as ovelhas ficam aflitas, angustiadas, cansadas e exaustas. O Antigo Testamento por muitas vezes denuncia que os pastores (líderes políticos, eclesiásticos e sociais) não supriam essas necessidades por isso as ovelhas andavam como sem pastor.

Um rebanho de ovelhas sem pastor está perdido.

Ao dizer que a multidão era como ovelhas sem pastor, Jesus fazia eco dos fatos ocorridos com o povo de Deus no Antigo Testamento.

Quando Moisés estava prestes a morrer, Josué é escolhido como seu sucessor, a fim de que o povo de Israel não fosse “como um rebanho sem pastor” (Nm 27.17). Quando Israel estava sob o reinado de Acabe, o profeta Miquéias afirmou que todo o povo estava disperso “como um rebanho sem pastor” (1Rs 22.17).

O Senhor, depois de condenar os falsos pastores de Israel, proclama sua promessa: “Eu mesmo reunirei o resto de minhas ovelhas” (Jr 23.3).

Jesus desejava descansar com seus discípulos. Era necessário um tempo de reclusão, mas, “ao desembarcar, Jesus viu uma multidão e sentiu pena deles, porque andavam como ovelhas sem pastor” (Mc 6.34). Jesus sabe que a maior necessidade de uma ovelha é um pastor.

Jesus vê a miséria espiritual das ovelhas e começa a ensiná-las. O milagre posterior – a multiplicação dos pães é sinal de seu amor como Pastor que alimenta.

Atualmente tudo é questionável; tudo é colocado em dúvida; e isso produz incerteza e angústia. Não sabemos lidar em meio a tantas opiniões contraditórias. O medo e o terror tomam conta e medo e terror é o senso comum nas ovelhas. Ovelhas que precisam de pastor!

No Antigo Testamento é descrito que Deus mesmo é o pastor que busca, apascenta, protege e cuida do seu rebanho (Jr 23). Nesta confiança o salmista Davi confessa: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sl 23). O Novo Testamento destaca que Jesus se torna o Bom Pastor, que conhece suas ovelhas e as ama tanto que dá a vida por elas. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

“...coloquei a minha causa nas tuas mãos” (Jr 11.20)

  22 de setembro de 2024 Décimo oitavo Domingo após Pentecostes Salmo 54; Jeremias 11.18-20; Tiago 3.13-4.10; Marcos 9.30-37 Texto: Sl...