terça-feira, 30 de agosto de 2011

A importância do Ouvir

UMA NAÇÃO INDEPENDENTE TEM UM POVO DEPENDENTE DE DEUS

04/09/11 – 12º Domingo após Pentecostes
Sl 32.1 - 7; Ez 33. 7 - 9; Rm 13. 1 - 10; Mt 18. 1 - 20
Mensagem

Eis a importância do OUVIR

Agora, homem mortal, eu estou pondo você como vigia de toda a nação de Israel. Você dará a eles os avisos que eu lhe der (Ez 33.7)
Introdução
Se não fosse o profeta Ezequiel no meio do povo e Daniel no palácio, com certeza o povo de Israel não teria o prazer de ter visto nascer o salvador Jesus entre o seu povo. Tanto entre o povo, como dentro do palácio, esses dois homens de Deus foram necessários para preservar um povo cujo qual nasceria o salvador conforme promessa de Gn 3.15; 12.2.
No texto de Ezequiel 33.7-9 vemos que Deus chamou e escolheu Ezequiel para ser vigia sob o povo de Israel. Seu objetivo era cuidar do povo. Pelo vigia se protegia os que estavam dentro dos muros e alertava aos que estavam fora dos muros para que pudessem ser salvos mediante alguma ameaça. Duas funções eram importantíssimas ao vigia, OUVIR e FALAR.
Desenvolvimento
         Para um vigia é muito importante ter bons ouvidos. Ele precisa estar atento para qualquer barulho estranho, e ao perceber alguma anormalidade, pode se proteger e principalmente proteger as pessoas que o cercam.
Na época do profeta as cidades eram cercadas com muros altos. Antes da guerra um vigia era escolhido pelo povo, para que, do alto do muro avisasse os habitantes sobre eventuais perigos, e alertar os que estavam fora para entrarem e se protegerem. No entanto, o texto de reflexão nos apresenta que o profeta não foi escolhido pelo povo, mas é o próprio Deus que o escolhe, o chama. No novo testamento, o apóstolo Pedro, inspirado por Deus anuncia que essa escolha, esse chamado é estendido a cada cristão: “Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele...” (1Pe 2.9a). O cristão é chamado para exercer seu papel de vigia, cuidador, numa sociedade individualista. E o primeiro local onde exercemos esse cuidado é o próprio lar.
O profeta Ezequiel responsável por cuidar precisava estar alerta. Contra quem? O próprio Deus. Sim! Deus deixa claro que mesmo o povo estando exilado, longe de sua pátria, continua provocando a Deus. Não aprenderam a lição, não se arrependeram de seus pecados. Além do mais perderam suas esperanças de um retorno e de salvação. O povo deixou de ouvir a Deus, tanto as suas repreensões como suas promessas de amparo e cuidado.
Por meio do seu vigia colocado para cuidar, Deus quer restaurar as esperanças de seu povo. Esperança que ainda hoje é renovada pela certeza que ele nos dá na sua Palavra: “Ele quer que todos sejam salvos e venham conhecer a verdade” (1Tm 2.4). Por isso, o que cuida é convidado a ouvir e depois informar o povo.
Olhando as páginas de Ezequiel
Capítulo 1 – 32: Ezequiel alerta o povo sobre os perigos;
Capítulo 33 – 48: o profeta renova as esperanças ao povo. Esperança de um retorno à Jerusalém e de salvação.
Ezequiel foi colocado por Deus para cuidar do povo. E para exercer bem esse cuidado, precisava OUVIR. Na Bíblia Revista e Atualizada é dito: “A ti, pois, ó filho do homem, te constitui por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois ouvirás a palavra da minha boca...” (Ez 33.7a).
Eis a importância de ouvir mais e melhor. Se ouvirmos bem, nos protegeremos melhor, não nos desesperaremos por qualquer barulho estranho, não balançaremos por qualquer doutrina estranha. Não acontecerá aquilo que estava acontecendo com os Gálatas aos quais Paulo escreve: “Estou muito admirado com vocês, pois estão abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo e estão aceitando outro evangelho. Na verdade, não existe outro evangelho, porém eu falo assim porque há algumas pessoas que estão perturbando vocês, querendo mudar o evangelho de Cristo” (Gl 1.6-7).
Nessas palavras podemos destacar um grave problema, não querer ouvir. Muitas vezes é necessário fazer uso do cotonete que limpa nossos ouvidos, a Palavra de Deus, por meio de lei e evangelho. E esse alerta é dado pelos seus vigias, pregadores, estudiosos da Palavra de Deus. E para continuarmos alertas e alertando é importantíssimo OUVIR. Ouvir a voz daquele que quer o nosso bem, a nossa salvação, daquele que disse: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça”.
Quando Deus coloca um profeta para cuidar da casa de Israel, dá como primeira recomendação o OUVIR. No dia do batismo também fomos chamados por Deus. O mesmo chamado se deu e dá pelo evangelho. E como está o nosso ouvir? Faço essa pergunta, pois é fácil nos distrairmos com as ocupações, a correria do dia-a-dia, a competitividade, o individualismo e o egoísmo. Ouvimos tantas coisas que aquilo que é importante se tornou secundário. As preocupações nos distraem e nos ensurdecem para a voz que veio e vem para nos aliviar e dar certeza de descanso e tranquilidade.
Ouvir é importante, Jesus ao final de suas parábolas sempre disse: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Ao alertar sobre o ouvir, na parábola do semeador Jesus disse: “as sementes que foram semeadas onde havia muitas pedras são as pessoas que ouvem a mensagem e a aceitam logo com alegria, mas duram pouco porque não têm raiz. E, quando por causa da mensagem chegam os sofrimentos e as perseguições, elas abandonam a sua fé” (Mt 13.20-21).
A leitura do texto do evangelho, Mt 18. 1 - 20 Jesus dá àqueles que ele enviou para cuidar um grande ensino: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e mostre-lhe o seu erro. Mas faça isso em particular, só entre vocês dois. Se essa pessoa ouvir seu conselho, então você ganhou de volta seu irmão” (Mt 18.15). O que cuida não tem a finalidade de bisbilhotar, de ser falso moralista, mas olhar para fora de si mesmo, e ver a situação perigosa na qual o outro se encontra e conversar, para ganhar essa pessoa. E esse ganho é para o próprio Deus.
Ganhar - essa é a palavra correta. Quando um cuida do outro, a expectativa é sempre que o outro ouça o alerta, se corrija e volte a Jesus Cristo. E para cuidarmos melhor de nós e dos outros somos convidados a ouvir a voz de Deus: “Porque o que é claramente revelado se torna luz. E é por isso que se diz: ‘Você que está dormindo, acorde! Levante-se da morte, e Cristo te iluminará.Portanto, prestem atenção na maneira de viver. Não vivam como os ignorantes, mas como os sábios. Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm.” (Ef 5.14-16).
Se você querido(a) amigo(a), não aceita conselhos, não quer ouvir, Salomão diz: “O tolo pensa que sempre está certo, mas os sábios aceitam conselhos” (Pv 12.15). Ninguém, a não ser a Palavra de Deus, possui a verdade. Nós nem sempre estamos com a razão, é importante ter humildade, reconhecer os erros, se arrepender e pedir perdão.
Jesus o bom pastor quer todas as suas ovelhas. Ele não deseja que nenhuma se perca. Por isso, nos dá essa bela lição: importância do ouvir. Jesus diz: “O porteiro abre a porta para ele. As ovelhas reconhecem a sua voz quando ele as chama pelo nome, e ele as leva para fora do curral. Quando todas estão do lado de fora, ele vai na frente delas, e elas o seguem porque conhecem a voz dele” (Jo 10.3-4). A voz do bom pastor Jesus nos chama pelo nome. E quando nos chama pelo nome é para cuidar, amparar, proteger.
Ouça a voz do bom pastor, e assim você estará seguro contra as armadilhas do inimigo que quer te afastar desse Deus da Salvação. Pelo ouvir a voz de Jesus estaremos seguros com a certeza da vida eterna. O ouvir a Palavra de Deus é tão importante que Deus nos deixou registrado no 3° Mandamento: “Santificarás o dia do Descanso” e Lutero explica: “...devemos considerá-la santa, gostar de ouvir e estudar”. Por isso, Paulo completa: “...as Escrituras Sagradas, as quais lhe podem dar a sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus” (2Tm 3.15). E se alguém quiser lhe impedir de ouvir a mensagem de Deus, diga como Pedro: “Quem é que nós vamos seguir? O Senhor tem as palavras que dão a vida eterna!” (Jo 6.68).
Segurança verdadeira só no ouvir a Palavra de Deus que nos dá a certeza de que todas suas promessas foram, são e serão cumpridas. Continuemos a OUVIR a Palavra de Deus.
A importância do OUVIR
Certa vez em uma dessa conversas de rua, um homem me falou o seguinte: “Pastor, quem me garante que é Deus mesmo quem está falando. Geralmente os pregadores dizem: Deus diz... Mas, quem me garante que é Deus mesmo?
Uma observação feita por alguém que não freqüenta igreja nenhuma. Não tem tempo para ouvir aquilo que Deus diz. Seu álibi: “quem me garante que é Deus mesmo?
Claro que assim como esse homem, existem outros milhares em nosso país. Pessoas que duvidam que é realmente a Palavra de Deus que está sendo anunciada. A dúvida existe até por causa dos muitos falsos pregadores espalhados pelo Brasil. Cabe a nós falar da parte de Deus e não nos calar.
O texto de Ezequiel bem como o Evangelho de Mateus mostra as atitudes diante daquele que fala da parte de Deus: Interessados e Desinteressados. A cada cristão cumpre continuar falando da parte de Deus, pois o importante é anunciar, havendo interessados ou não. E para nos animar a continuar falando, pois somos vigias, Deus fez e cumpre a sua promessa: “assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo que designei” (Is 55.11).
Falar da parte de Deus a todas as pessoas - “Ide, por todo o mundo...”. Assim como fez Pedro diante das pessoas na casa de Cornélio: “Jesus mandou anunciar o evangelho ao povo e testemunhar que ele foi posto por Deus como juiz dos vivos e dos mortos. Todos os profetas falaram a respeito de Jesus, dizendo que os que crêem nele recebem, por meio dele, o perdão dos pecados” (At 10.42). Falemos aos outros àquilo que nós ouvimos.
Falar da parte de Deus a qualquer raça: “Assim como Cristo veio e anunciou a todos a boa noticia de paz, tanto a vocês, os não-judeus que estavam longe de Deus, como aos judeus, que estavam perto dele. É por meio de Cristo que todos nós, judeus e não-judeus, podemos ir, pelo poder de um só Espírito, até a presença do Pai” (Ef 2.17-18).
Se diante do nosso testemunho, como vigias de Cristo, encontrarmos pessoas que nos desafiam dizendo que não acreditam, pois ninguém pode lhe garantir que é a Palavra de Deus, pense em Paulo que deixou registrado o seguinte: “Mas nós anunciamos o Cristo crucificado – uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não-judeus é loucura” (1Co 1.23). Não nos envergonhemos, nem nos calemos, “Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é poder de Deus para salvar a todos os que crêem, primeiro os judeus e também os não judeus” (Rm 1.16), pois “Portanto, estamos aqui falando em nome de Cristo, como se o próprio Deus estivesse pedindo por meio de nós. Em nome de Cristo nós pedimos a vocês que deixem que Deus os transforme de inimigos em amigos dele” (2Co 5.20).
Querido(a) amigo(a), falemos, pois “As Escrituras Sagradas dizem: ‘Eu cri e por isso falei.’ Pois assim nós, que temos a mesma fé em Deus, também falamos porque cremos” (2Co 4.13). Nós conhecemos esse amor, porque sempre houve no passado vigias fiéis no ouvir e no falar, como disse Pedro: “Foi a respeito dessa salvação que os profetas perguntaram e procuraram saber com muito cuidado. Eles profetizaram a respeito da salvação que Deus ia dar a vocês e procuraram saber em que tempo e como essa salvação ia acontecer....Quando os profetas falaram a respeito das verdades que vocês têm ouvido agora, Deus revelou a eles que o trabalho que faziam não era para beneficio deles, mas para o bem de vocês...” (1Pe 1.10-12a).
Portanto, assim como Deus fez a Ezequiel: “A ti, pois, ó filho do homem, te constitui por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca e lhe darás aviso da minha parte” – fez a cada um de nós, nos chamou e chama pelo evangelho e nos torna como aquele que cuida pelo acolhimento e perdão. Assim como nós fomos cuidados por Deus em Jesus, que veio nos falar da parte de Deus e nos acolher e perdoar.
Conclusão
Ezequiel Ouviu as promessas de restauração e falou incessantemente ao povo. Se não fosse seu OUVIR e FALAR, se não fosse a Palavra de Deus entre o povo, todos estaríamos perdidos. Continuemos nós Ouvindo e nos alimentando na Palavra de Deus e Falando ao outro todo o amor e o cuidado que Deus tem pelos seus. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 23 de agosto de 2011

carregue a sua cruz

A IGREJA
COMUNICA A VIDA,
AGOSTO – 2011
PAIS!
Recarregue as baterias
Misericórdia
Deus aumenta as nossas forças
Carregue a sua cruz

Durante o mês de agosto demos ênfase especial aos pais. Pais, recarregue as baterias; uma oração pedindo por misericórdia; Deus aumenta nossas forças e tudo isso para que carreguemos a nossa cruz.

28/08/11 – 11º Domingo após Pentecostes
Sl 26; Jr 15. 15 - 21; Rm 12. 9 - 21; Mt 16. 21 - 28
Tema: Carregue a sua cruz
  
No mês de agosto falamos muito sobre fé. Fé em Jesus que recarrega nossas baterias. Fé para pedir por misericórdia. Certeza pela fé que Deus aumenta nossas forças e ainda hoje, nessa ultima mensagem desse mês de agosto queremos falar sobre confissão de fé, pois todos que confessam sua fé, hão de sofrer. E esse sofrimento por confessar a fé em Jesus é a cruz.
 O que é fé? Em Mateus 16, Jesus disse ao apóstolo Pedro: “Não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus (Mt 16.17). Fé não é obra humana, mas sim como bm definiu  Paulo aos Efésios: “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus” (Ef 2.8).
Eu tenho fé. Essa é a afirmação de milhares de pessoas em nossos dias. Mas, a fé é um assunto que quando debatido, como popularmente se diz, “dá pano pra manga”. E num debate, seja qual for o grupo, quem responderia como Pedro? “O Senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16).
Conversamos com muitas pessoas e entre esses mais variados grupos, dificilmente vemos uma unidade de fé. Nem todos do mesmo grupo crêem em Jesus Cristo como único e suficiente salvador. Entre os discípulos observamos uma unidade de fé, apresentada pelas palavras do apóstolo Pedro. Aquele grupo reconhecia que Jesus Cristo era o filho de Deus. Eu não os peço para se afastarem desses grupos, mas os peço para que tenhamos a coragem de Pedro, e que diante da questão quem é Jesus, que confessemos: “O Senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo”, pois assim estaremos definindo a verdadeira fé.
Olhando para o texto da meditação, observemos o versículo 21: “Daí em diante, Jesus começou a dizer claramente aos discípulos: - Eu preciso ir para Jerusalém, e ali os líderes judeus, os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei farão com que eu sofra muito. Eu serei morto e, no terceiro dia, serei ressuscitado” (Mt 16.21).
A confissão de fé: “O Senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo”, agora seria confrontada. Por isso Jesus diz: “...Eu preciso...”. Jesus não está simplesmente revelando o futuro. Eu preciso, ou seja, é necessário. E é preciso, é necessário, pois sem isto não haveria salvação para os pecadores. Sofrer, morrer é necessário.
É preciso... ser morto, e ressuscitar no terceiro dia. Num grupo, seja de amigos, familiares ou de debate, será que a mesma fé que confessamos, também não é confrontada, pois muitos julgam que não foi e nem é necessário a morte de Jesus.
Os discípulos, mesmo após a confissão, houve estranheza nessas palavras de Jesus. Pedro prontamente reagiu, “Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá” (Mt 16.22). O que a boca havia dito, “tu és o Cristo, o filho do Deus vivo”, agora, acabou se tornando pedra de tropeça. Assim como anunciou o apóstolo Paulo: “Mas nós anunciamos o Cristo crucificado – uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não judeus é loucura” (1 Co 1.23).
As palavras de Pedro apresentam o seu profundo amor por Jesus, mas segundo a mente humana. Em pleno século XXI, seguimos nossa razão e não damos a devida atenção à Palavra de Deus. Jesus reprova as palavras de Pedro e muitas vezes as nossas.
O nosso inimigo que anda em derredor procurando alguém para devorar, se aproveitou da fraqueza de Pedro, para dificultar a caminhada de Jesus para cruz. Muitas vezes, se aproveita da nossa fraqueza também e nos afasta da Cruz de Jesus.
Há pouco instantes, Pedro foi considerado bem-aventurado por sua confissão de fé. Jesus havia lhes entregado o sublime oficio de pregar o Evangelho. E agora, confiando sem suas palavras, foi repreendido por Jesus.
Nós somos cristãos bem parecidos a Pedro. Estamos na fé, mas temos esta fé em vasos de barro, em nossa natureza carnal, pois não compreende as coisas de Deus. Por isso precisamos ouvir sempre lei e evangelho, repreensão e consolo.
Jesus mostrou aos seus discípulos o que deveriam esperar no seguir a Jesus, isso para evitar desilusões. Jesus apresenta a cruz que cada um deveria carregar. Jesus disse: “Então disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me (MT 16.24)
            Se alguém - Jesus se refere não só aos seus discípulos, mas a todos os cristãos em todos os tempos. Se alguém quer vir após mim - ninguém é forçado, todos são convidados. E como dito por Paulo, isso é pela graça, ninguém é excluído. No entanto, precisamos nos lembrar que mesmo sendo por graça, essa maravilhosa graça de Deus é resistível. Assim como há os que seguem, que são voluntários, que dão suas vidas pela fé, há os que negam, que desafiam e esnobam.
            Jesus ainda disse sobre negar-se a si mesmo. Ou seja, dizer um não, é dar adeus a você mesmo. Precisamos a cada novo dia dizer um não ao nosso velho homem, a nossa natureza pecaminosa, a cada novo dia precisamos nos arrepender, e no perdão readquirir forças para continuar na nossa caminhada cristã, seguindo em carregar a nossa cruz. Mas uma vez quero lembrá-los, eis a importância de ouvir a pregação da palavra, participar da santa ceia. Pois somente a luz da Palavra de Deus o Espírito Santo nos ilumina. Só no perdão é que nós pecadores conseguimos caminhar.
            Jesus disse ainda - tome a sua cruz. Querido irmão e irmã, quando surge a fé, nossa vida é dirigida pelo Espírito Santo, e essa direção acontece pela Palavra de Deus. Assim procuramos iluminar e orientar toda nossa vida, todas as nossas decisões pela Palavra de Deus. Mas, devido ao pecado, a nossa natureza pecaminosa, precisamos saber que todos os dias temos uma luta contra nós mesmos.
Além disso, ainda temos o mundo que zomba e nos despreza. E não é fácil confessar nossa fé em Jesus. Por isso, nos grupos, sejam eles familiares, de amigos e de debate, confessar a fé é algo quase que inédito. Que Deus Espírito Santo nos fortaleça pela Palavra e Santa ceia a confessarmos nossa fé.
Jesus ainda disse - siga-me. Seguir no lar, no trabalho, na sociedade. Onde estivermos somos convidados a confessar o nome de Jesus.
Os discípulos demoraram em compreender a obra salvadora de Jesus Cristo. A compreensão só veio no dia de Pentecostes. Pois ali o Espírito Santo os iluminou para que compreendessem os mistérios da salvação e os capacitou para sermos proclamadores dessa fé. Ninguém diz que Jesus é Senhor sem o Espírito Santo.
Peguemos a nossa cruz e a carreguemos. Para que outros também tenham acesso à cruz de Jesus e sejam salvos. “Que a esperança que vocês têm os mantenha alegres; agüentem com paciência  os sofrimentos e orem sempre” (Rm 12.12). Amém.
Pr. Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Deus aumenta nossas forças

A IGREJA
COMUNICA A VIDA
21/08/11 - 10º Domingo após Pentecostes
Sl 138; Is 51. 1 - 6; Rm 11. 33 – 12.8; Mt 16. 13 - 20
Tema: Deus aumenta as nossas forças
Introdução
Davi orou, e a resposta à sua oração foi que Deus “aumentastes as minhas forças.
As pessoas necessitam de FORÇA. Não força física, mas ânimo, perseverança e esperança.
O salmo 138 é uma oração de agradecimento por parte de Davi. Davi foi escolhido por Deus para ser rei de Israel ainda jovem. Dentre os 8 filhos de Jessé, Davi foi escolhido. Essa escolha desagradou Saul que era rei de Israel, e assim passou a perseguir Davi. Nesses e tantos outros momentos de angústia e medo, necessitava de força, ânimo, perseverança e esperança. E em oração pedia a Deus força, e nas palavras do Salmo 138 vemos uma oração de agradecimento.
Davi nesse salmo agradece: a) – pelo amor e a fidelidade de Deus; b) – pelas promessas; c) – pela glória do Senhor; d) – interesse pelos humildes; e) – pela segurança e proteção;
Será que nós cristãos temos motivos para agradecer a Deus? E como está a nossa gratidão?
Entre os agradecimentos, Davi agradece por Deus “ter aumentado as suas forças.” Um belo agradecimento. Como diz uma revista que circula na Igreja Evangélica Luterana do Brasil, “Revista Servas”, eu nem havia pensado nisso. Agradecer por aumentar as minhas forças, por renovar as minhas esperanças, devolver o ânimo em meio a situações dolorosas e difíceis. Em quais momentos nós também poderíamos ter dito a Deus: obrigado por aumentar as minhas forças? Não estamos 100% todos os dias. Há dias em que as situações nos desconsolam, desanimam. Há dias em que nos sentimos fracos, tristes, desesperados.
Em muitos desses momentos, Deus nos animou, nos fez ter esperança, nos fez sentir fortes. Deus agindo em nós, e o fez e faz pela sua Palavra. Ele fez e faz por causa do seu amor e da sua misericórdia.
Força – é isso que falamos as todas as pessoas quando perdem um ente querido, quando estão desanimados, quando estão passando por dificuldades. Força é o que necessitamos para não desanimarmos em meio a tantas situações desagradáveis da vida diária: as finanças, a família, o casamento, os filhos adolescentes, doença, preocupação, incerteza, etc. Força, como necessitamos de forças. Dê-nos força ó Senhor.
Necessitamos de força para não desanimar diante do primeiro obstáculo. Necessitamos de força para continuar no caminho de Deus. Força para continuar adorando a Deus em meio à ridicularização do mundo. Necessitamos de força para continuar perseverantes na oração. Sabemos que é a “vontade de Deus que está sendo feita e será conforme a vontade e o tempo de Deus”. Mas, por sermos pecadores e ansiosos queremos que tudo seja rápido. Desejamos um Deus fast-food, que nos sirva rápido, quando e onde queremos. Dá nos força ó Senhor para podermos esperar em ti, na tua vontade e o teu tempo.
Diz o salmo 139, “ó Senhor Deus, tu me examinas e conheces.” Deus sabe de tudo, o que necessitamos, e saberá quando agir. Por isso, a cada problema, a cada desespero, angústia, desânimo, inquietação, decepção, para cada vez em que nosso coração entristecer, Deus nos dá forças, e podemos agradecer como Davi: “aumentastes as minhas forças”.
Deus dá forças e muitos, assim como eu, muitas vezes nem se dão conta disso e nas mais variadas situações procuram forças em outros meios e por outros caminhos. Deixamos de lado aquele que renova as nossas forças a cada dia pela sua Palavra, a cada culto pelo seu perdão, Palavra, corpo e sangue dados com e sob o pão e o vinho.
Se Deus renova as nossas forças, quero questioná-los: De onde estão tirando forças?
Paulo aos Colossenses diz que muitos tiram forças de argumentos sem valor; outros de ensinamentos humanos; etc. Pessoas aos milhares diante de suas inúmeras dificuldades que as deixam fracas, acabam deixando se levar pela tentação de que qualquer caminho lhes serve. Nós, amigos e amigas, de muitas dessas pessoas somos os proclamadores da verdade de que Deus, não importa a situação renova e nos dá novas forças, pois como Deus mesmo disse a Paulo e diz a nós também: “...A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9).
Vejamos o que aconteceu com Elias. Depois de ter vencido os profetas de Baal, e de tê-los matado, Jezabel decidiu acabar com a vida desse profeta. Com medo e se sentindo fraco diante dessa ameaça, fugiu. Foi até o deserto, e parou na sombra de uma árvore e teve vontade de morrer. Um anjo lhe apareceu e lhe deu de comer e essa comida lhe deu forças para andar quarenta dias e quarenta noites até uma caverna. Lá Elias disse que sempre tem servido a Deus, mas o povo de Israel quebrou a aliança com Deus, e ele era o único que havia sobrado. Aí Deus mandou um vento forte e quebrou as rochas, Deus não estava no vento. Deus mandou um terremoto, porém não estava no terremoto. Depois mandou fogo, e não estava no fogo. Depois do fogo veio uma voz calma e suave. Essa voz perguntou: o que está fazendo aqui? Elias estava reclamando que somente ele tinha restado no servir ao Senhor. Deus o tranqüilizou dizendo que ainda restavam 7 mil joelhos em Israel que o adoravam e o serviam. Deus encorajou Elias, deu-lhe forças novamente. A voz de Deus continua renovando nossas forças. Essa voz suave se apresenta pela sua Palavra, a Bíblia, o único lugar onde Deus ainda nos fala. Esta Palavra está cheia de promessas encorajadoras: “Eis que eu estarei contigo a cada novo dia” (MT 28.20); “no mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33); “porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1Jo 5.4); “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9); “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13); “também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza...” (Rm 8.26); “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37).
Deus aumenta as nossas forças.
O povo fraquejou e muitas vezes duvidou das promessas de Deus. Em Dt 7.7-8, Moisés conforta o povo de Deus, “O senhor Deus os amou e escolheu, não porque vocês são mais numerosos do que outros povos; de fato, vocês são menos numerosos do que qualquer outro povo. Mas o Senhor os amou e com a sua força os livrou do poder de Faraó, o rei do Egito, onde vocês eram escravos. Ele fez isso para cumprir o juramento que fez aos nossos antepassados. Lembrem que o Senhor nosso Deus é o único Deus. Ele é fiel e mantêm a sua aliança.” Deus é fiel e cumpre todas as suas promessas. Essa fidelidade de Deus é confirmada por Paulo quando escreve ao jovem Timóteo “Se não formos fiéis, Cristo continua sendo fiel, pois ele não pode ser falso para si mesmo” (2Tm 2.13). A fidelidade de Deus, recobrava as forças do povo de Israel na sua longa jornada pelo deserto, e renova as nossas forças para que continuemos caminhando em direção a vida eterna.
O apóstolo Paulo em sua primeira carta aos coríntios diz aos cristãos que eles não eram sábios, nem importantes, mas Deus os escolheu para aquilo que o mundo acha loucura e para envergonhar os poderosos, ele escolheu os fracos. Para destruir os que se acham muito importantes, Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz não ter valor. Com certeza essas palavras animaram os coríntios e animam a nós.
Não há tempo para explanarmos todos os episódios em que as pessoas se encontravam fracas, deprimidas, desanimadas, desconsoladas e receberam forças de Deus. Poderíamos ainda falar de Isaque, Jacó, José, Josué, mas quero pensar um pouco em mim, e quero que cada um pense em si mesmo.
Voltemos à pergunta: Diante das nossas fraquezas de onde estamos tirando forças? Veremos três caminhos pelos quais buscar a tão necessária força para a nossa vida no dia-a-dia.
Deus aumenta as nossas forças:
Primeiro: lendo e, ou ouvindo a Palavra de Deus. Mas isso não pode ser de vez em quando, precisa ser com freqüência. Pois a palavra de Deus como diz Paulo “é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver. E isso para que todo o servo de Deus esteja completamente preparado e pronto para fazer todo tipo de boas ações” (2Tm 3.16-17). E como diz o próprio Davi no Sl 19 “A lei do Senhor é perfeita e nos dá novas forças...” (Sl 19.7).
Deus aumenta as nossas forças:
Segundo: Perseverar na oração. Abraão um homem considerado justo pela sua fé orava a Deus, perseverava na oração e perseverava no tempo de espera do cumprimento a suas orações. Deus tem o seu tempo e a sua hora. Paulo ao escrever aos Tessalonicensses aconselhou: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17). Em muitos relatos dos evangelhos vemos Jesus orando. Ele ensinou seus discípulos a orarem, justamente por ser algo muito importante na vida cristã. Pela oração colocamos nas mãos de Deus todas as coisas do dia-a-dia. E para toda oração Deus nos dá sua resposta. Por isso, é importantíssimo lembrar que precisamos estar preparados para a resposta de Deus, pois acima de tudo “seja feita a sua vontade.” Paulo quando orou a Deus para que tirasse um espinho na sua carne, Deus lhe respondeu: “...a minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco” (2Co 12.9).
Deus aumenta as nossas forças:
Terceiro: Participar na santa ceia. As pessoas estão perdendo de vista o proveito que há no comer e no beber do corpo e sangue de Cristo dados com e sob o pão e o vinho. Na santa ceia cada cristão recebe o perdão dos pecados, vida, salvação. Aliás, já que estamos falando sobre buscar forças, a santa ceia é oferecida e precisa ser recebida justamente por você que está fraco na fé, justamente para que a sua fé seja fortalecida, como é dito no evangelho de Marcos “eu creio, ajuda-me na minha falta de fé” (Mc 9.24) e ainda em João “O que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37).
Em Jesus fomos resgatados pelo Pai. Jesus pagou um alto preço por cada um de nós ao morrer na cruz. Por isso, Deus aumenta as nossas forças para permanecermos nos seus caminhos.
Conclusão
Força é o que a família necessita a cada novo dia. Deus aumenta a sua força para que você continue vivendo dia após dia, olhando para Ele, olhando para Jesus. Deus aumenta as nossas forças para que possamos continuar trabalhando, estudando, pregando a palavra, para permanecermos casados, com a família unida. Deus nos fortifica pela Palavra, pois pela palavra enriquece nossa vida. Fortifica nossas forças pela oração, pois pela oração nós entregamos a Deus todo o peso e a carga. Deus fortalece as nossas forças pela santa ceia. No corpo e no sangue nos é concedido força e alento na tristeza, na angústia e na dor.
Deus a cada novo dia aumenta as nossas forças. Por isso, a cada novo dia podemos agradecer como Davi “aumentaste as minhas forças”. Obrigado Senhor, por nos dar força, ânimo e consolo. Obrigado por renovar a cada manhã nossa esperança. Obrigado pela salvação em Jesus Cristo que nos uniu a ti. Digamos como salmista Davi, “Eu te amo, ó SENHOR, força minha” (Sl 18:1) e “O Deus que me revestiu de força e aperfeiçoou o meu caminho” (18.32), e “Em ti, força minha, esperarei; pois Deus é meu alto refúgio” (Salmos 59:9).
Deus abençoe a cada um de vocês, lembrem-se, Deus aumenta as nossas forças a cada novo dia. Amém!
      Pr. Edson Ronaldo Tressmann
Mensagem pregada em setembro de 2008, em Alto Parnaiba, MA, e publicada no blog: sermões e Cia.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Misericórdia

A IGREJA
COMUNICA A VIDA,
AGOSTO – 2011
PAIS!
Recarregue as baterias   07/08/11
Misericórdia     14/08/11
Deus aumenta as nossas forças  21/08/11
Carregue a sua cruz    28/08/11


14/08/11 – 9º Domingo após Pentecostes
Sl 67; Is 56. 1, - 8; Rm 11. 1 – 2ª, 13 – 15, 28 - 32; Mt 15. 21 - 28
Tema: Misericórdia

         Mateus 15.20 registra Jesus deixando a região de Genesaré, e do versículo 21 até Mt 20.34 vemos a atuação de Jesus na Peréia. Viaja para as regiões de Tiro e Sidom.
         O texto anterior ao da nossa meditação, Mt 15. 1 – 20, Jesus responde a hipocrisia dos fariseus. Os fariseus preocupavam-se demasiadamente com a tradição dos anciãos. E por mais que tradições tenham seu valor, muitas vezes escurece a lei e o evangelho de Deus. Essa era a situação naquele período. E se à tradição leva a ocorrência de ruídos na comunicação de Deus para conosco, gentilmente deve ser tirada de nosso meio. Tudo o que contribui para edificação espiritual é bom e pode ser usado, mas tudo o que atrapalha a edificação pela Palavra de Deus precisa ser retirado.
         Jesus desconsidera a visão dos fariseus quanto à impureza, esse fato comprova-se pela viagem para uma região pagã. A tradição judaica reza que terras pagãs eram impuras, não podendo uma pessoa de Deus entrar nelas.
         O episódio narrado por Mateus no capítulo 15. 21 - 28 no qual iremos mediar em um acontecimento em terras pagãs. E nessas terras, por uma pessoa considerada impura, fora do povo de Deus, acontece uma das mais belas orações registradas na Bíblia: “Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim” (Mt 15.22).
         Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim!...” (Mt 15. 22). As palavras são: “Kyrie eleison” – Senhor, Misericórdia. Uma oração familiar, tanto no antigo como no novo testamento. O salmista faz essa oração num momento de angústia: “responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4.1) e ainda: “Tem compaixão de mim, Senhor, porque eu me sinto debilitado; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão abalados” (Sl 6.2).
         Misericórdia – é uma referência para necessidade da bondade e da misericórdia de Deus em situações especificas de necessidade. O termo misericórdia referindo-se a Deus demonstra sua própria fidelidade e que seu amor misericordioso e gratuito não muda. O próprio Jesus disse: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento]” (Mt 9.13).
         No texto proposto pela serie trienal, vemos uma multidão, discípulos, Jesus e uma mulher. A multidão está eufórica pelos milagres, os discípulos ansiosos para que Jesus resolvesse de vez a situação daquela mulher para que não os importunasse mais. Jesus está diante de uma mulher necessitada da bondade e da misericórdia de Deus. A mulher está diante daquele que é a manifestação misericordiosa de Deus, Jesus.
         Tem misericórdia – é a oração de uma pessoa frágil, impotente, indefesa. É um condenado a morte suplicando por perdão. Misericórdia é um presente dado por Deus. Clamar por misericórdia é justamente reconhecer-se incapaz de conquistar esse valioso presente de Deus.
         O homem e a mulher desde a queda em pecado mereciam a condenação eterna. Deus em seu amor e misericórdia sabendo da deplorável situação humana após a queda em pecado prometeu enviar seu Filho Jesus, Gn 3.15. E Jesus a misericórdia encarnada de Deus veio para nos socorrer.
         Misericórdia – esse clamor se deve a nossa miséria. E o Senhor é o único que age em misericórdia para conosco. Em seu amor enviou o Salvador Jesus. Em seu amor e misericórdia continua enviando pregadores da Palavra para nos comunicar seu amor. A IELB, de 2011 até 2014 adotou o lema: A IGREJA COMUNICA A VIDA, e para o ano de 2011, tem como tema: Jesus o Bom Pastor, “O Bom pastor da à vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Pela sua misericórdia, Jesus o bom pastor, continua a nos socorrer na dor, no sofrimento, na angústia.
         Misericórdia não é apenas sentir pena ou dó, na verdade, é um amor profundo e sem igual. Misericórdia é o sobrenome de Deus. Pois em amor enviou seu Filho por nós. Jesus em amor nos socorreu na cruz. Em amor permanece ao nosso lado em qualquer situação, pois sua promessa é permanecer conosco "...até o fim dos tempos", pois como disse o profeta Jeremias em suas lamentações: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;” (Lm 3.22), e isso se deve porque não outro deus como o nosso Deus, o qual já fora anunciado pelo Profeta Miquéias: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia” (Mq 7.18).
         Que maravilhoso saber que tenho um Deus que em sua misericórdia continua me assistindo, pelos meios da graça, Palavra, Batismo e Santa Ceia. Por isso: “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (1Cr 16.34). Amém!

Pr Edson Ronado Tressmann
Proclamando um Deus misericordioso

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Recarregue as baterias

AGOSTO – 2011
PAIS!
Recarregue as baterias  07/08/2011
Misericórdia   14/08/2011
Deus aumenta as nossas forças   21/08/2011
Carregue a sua cruz    28/08/2011
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07/08/11 – 8º Domingo após Pentecostes
Sl 18.1-6 (7-16); Jó 34.4 - 18; Rm 10. 5 - 17; Mt 14. 22 - 33
Tema: Recarregue as baterias.
Introdução
            Como é necessário recarregar as baterias. Por isso, em determinados momentos, procura-se descansar bem, pescar, dormir, passear, viajar. A necessidade de recarregar as baterias se deve ao stress do dia-a-dia, as tensões, a concorrência por uma vaga de emprego, dívidas, discussões dentro de casa, violência, corrupção, etc. Todos esses fatores nos levam ao medo e ao desespero, e o medo e o desespero em muitas dessas situações passam a ser conselheiros, e não sendo bons conselheiros, o medo e o desespero nos levam a buscar válvulas de escape, suicídio, etc.
            Recarregar as baterias é necessário, e Jesus, também procurou recarregar as suas. E dele podemos tirar alternativas para recarregarmos as nossas baterias. Jesus havia acabado de perder um ente querido, seu primo e entre os homens o maior de todos os profetas, João Batista. Mesmo querendo ficar sozinho, uma multidão foi ao seu encontro e por ele foi atendido. Depois desse ocorrido, procurou recarregar suas baterias. E que atitude Jesus tomou? Orou.
            Recarreguemos nossas baterias falando com Deus e ouvindo sua voz que nos diz: “tende bom ânimo, sou Eu”.
Desenvolvimento
            Recarregue as baterias.
            1 – Falando com Deus em oração
            Jesus havia multiplicado cinco pães e dois peixes para uma multidão. As pessoas que já estavam maravilhadas com as curas, agora viram a multiplicação, não poderiam ter outra escolha, proclamar Jesus o novo Rei, (Jo 6.14-15). Essa idéia também contagiava os discípulos, por isso Mateus relata que Jesus os obrigou a embarcar e passar adiante. Enquanto embarcavam, Jesus despedia as multidões.
            Depois de despedir as multidões, Jesus precisava recarregar as baterias e foi falar com seu Pai. Jesus sempre orava. Mesmo ele sendo filho de Deus, não deixava de se comunicar com o Pai.
            Como está nosso orar? Estamos nos comunicando constantemente com o nosso Pai?
            Jesus passava o dia com o povo, atendia as pessoas, e quando podia descansar, ele orava. Clamava ao Pai por forças para suportar sua missão de ir à cruz em nosso resgate. Orava também pelos seus discípulos, homens fracos na fé, pecadores, cheios de medo, e muitas vezes em completo desespero. O próprio texto dessa meditação, Mt 14. 22 – 33 nos relatam isso.
            Não tiramos tempo para orar. A correria do dia-a-dia não nos permite tirar tempo, seja para conversar com a esposa, com o esposo ou com os filhos. O que dizer então do falar com Deus.
            Não há nada de errado em recarregar nossas baterias, tirando férias, descansando, jogando futebol ou pescando. E muitos por estarem desorientados erradamente procuram recarregar suas baterias nas bebedeiras, nas drogas, etc.
            A desorientação nos leva a esquecer que dia-a-dia, temos um Pai amoroso que pede para colocarmos tudo em suas mãos, “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mt 7.7-8).
            Os problemas se tornam obstáculos, os sofrimentos nos paralisam, assim ficamos desanimados e a alternativa passa a ser uma clínica terapêutica. E para quem não pode pagar por um tratamento sério, há outro jeito simples, o Show da fé, onde o alívio é imediato, a prosperidade e a felicidade são plenas.
            A multidão que recebeu o pão e o peixe que havia sido multiplicado olhou para Jesus como aquele que não deixaria ninguém passar fome ou necessidade. Fazer dele um rei era urgente. Ao percebe a tentação do inimigo, Jesus despede a multidão, envia seus discípulos à outra margem e fica sozinho para orar. Pede forças a Deus para ajudá-lo no caminho até a cruz.
            Jesus fala com o Pai. Eis um belo exemplo de onde recarregar nossas baterias no dia-a-dia. Jesus nos estimula a recarregar nossas baterias falando com o Pai. Deixando aos cuidados do Pai tudo aquilo que nos inquieta, que nos preocupa e nos desanima, como disse o apóstolo Pedro: “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7). E nas palavras de Jesus, observamos qual de fato é a prioridade em nossas vidas: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará seus próprios cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6.33-34).
            Jesus nos mostrar que nos entregar aos cuidados do Pai, nossos dias são vividos na certeza de que por pior que seja, “todas as coisas trabalham juntas, para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28) e “minha graça te basta porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9). Reconhecendo nossa total dependência de Deus, somos estimulados a recarregar nossas baterias pela oração. E não há melhor exemplo de oração que a do Pai Nosso.
            Nosso Pai celeste ouve e atende as nossas orações, a seu modo e tempo, se o que pedimos contribui para o nosso bem e que para a glória de Deus. Lutero certa vez disse que nosso Deus é conhecido por criar todas as coisas do nada. Assim sendo, quando reduzidos a nada - em meio a dúvidas e insegurança nas tempestades da vida - Deus pode criar algo bom desse nada. Crês nisso? Eu Creio.
            Recarregue as baterias.
            2 - Ouvindo a voz de Jesus, tenha bom ânimo;
            Os discípulos estão cansados de tanto remar, já foram cerca de 6 a 8 horas remando contra a maré. Talvez estejam remando e pensando na grande multiplicação, e a possibilidade de proclamar Jesus como rei e ser seus ministros os levam ao êxtase. E em meio a essa mistura de sentimentos, aparece Jesus caminhando sobre as águas. Cansaço e euforia transformou-se em medo, “é um fantasma”. No desespero não conseguiram ver quem era e nem entenderam nada, “como pode?”. Conduzidos pelo medo e desespero, ficaram em Duvidas e gritos. Nesse momento, onde o medo e o desespero falavam mais alto, Jesus tranqüiliza seus discípulos dizendo: “Não tenham medo, sou Eu.
            Sou Eu – não deixe o desespero e o medo tomar conta de você. Mesmo Jesus transmitindo alivio aos discípulos, Pedro levando em conta o lado humano da fé, “se é você, deixe me ir até você, por sobre as águas.” O impressionante milagre da multiplicação havia deixado cada discípulo maravilhado. Ao invés de crerem, Pedro faz o desafio: “se é você Jesus, eu também quero andar sobre a água”.
            Ainda hoje, diante das dificuldades do dia-a-dia, Jesus continua nos aliviando, consolando com sua Palavra que diz: “tenha ânimo, sou eu” e ainda: “...No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Mas, ao invés de crermos de fato e de verdade, continuam-se os desafios: “Se você existe...; se é você...; etc
            Há é você Jesus, então... É muito comum ouvirmos a frase: “Se Jesus realmente existisse...” Olhamos superficialmente para Jesus, assim como fez Pedro. Mas a exemplo de Pedro, quando olhamos demasiadamente para os ventos fortes, inicia-se o naufrágio e Jesus nos socorre pelo grito do coração: “Salva-me, Senhor!” Orar é falar de coração ao nosso Deus. E não é em vão que no segundo mandamento Lutero aconselha que na hora do aperto, das dificuldades, oremos a Deus. E esse conselho baseado no segundo mandamento se deve justamente por que nas dificuldades somos conduzidos pelo medo e pela dificuldade a buscar alivio nas coisas que Deus detesta, a feitiçaria, benzedeiras, etc.
            Mesmo cercados pelo crédito pessoal, cheque especial, ser amigo do gerente do banco, termos um bom plano de saúde, conhecer e termos bons médicos. Há momentos em que nada disso resolve. E daí? Nesse momento surge o grito verdadeiro de socorro; “Salva-me, Senhor.” E no Senhor encontramos forças, coragem, recarga para a nossa bateria. Como é maravilhoso, extraordinário ouvir as palavras de Jesus: “Tenha bom ânimo, sou eu”.
            Recarregue as baterias – falando com Deus e ouvindo sua voz, que nos convida a ter bom ânimo.
Conclusão
            Deus é conhecido como criador das coisas a partir do nada. Do nada ele fez e faz grandes coisas. Quando nós somos reduzidos a nada, quando a carga da nossa bateria acaba, somos chamados a recarregar e cada dia dar carga no lugar e com a pessoa certa, Jesus.
            A cada novo dia, independente da situação, Jesus está do nosso lado. Assim, “entrega tudo nas mãos de Deus.” Ele está conosco, a cada novo dia recarregando as nossas baterias. Mesmo que estejamos no nosso descanso, nas nossas férias, no nosso divertir, Deus está presente. E que a nossa confissão diária possa ser como a dos discípulos “verdadeiramente Jesus é o filho de Deus”, e assim como o salmista podemos dizer:
            “Eu te amo, ó Senhor, força minha.
O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte” (Sl 18. 1 – 2).
Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

Em Jesus - uma nova aliança!

  17 de março de 2024 Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45 Texto: Jeremias 31.31-34 Tema: Em Jesus -  um...