segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Ouve ó povo de Deus! (Dt 6.4-5; Mc 12.29-31)

 Vigésimo quarto Domingo após Pentecostes

03 de novembro de 2024

Salmo 119.1-8; Deuteronômio 6.1-9; Hebreus 9.11-14; Marcos 12.28-37

Texto: Dt 6.4-5; Mc 12.29-31

Tema: Ouve ó povo de Deus!

 

A expressão “ouve, ó Israel...” se tornou uma oração judaica Shemá (ouve).

Amar a Deus não é uma escolha; é um mandamento. O amor ao Deus único deve estar acima de todas as coisas.

No evangelho de Marcos 12.28-34 somos lembrados que o amor ao Deus único e o amor ao próximo são mais importantes do que todos os holocaustos e sacrifícios. Amar a Deus e ao próximo é a verdadeira adoração a Deus.

Marcos 11.1-12.44 é chamado pelos estudiosos de “pequeno Apocalipse”, onde se destaca a destruição do templo, a perseguição aos cristãos e a vinda do Cristo glorificado.

Os versículos 28 até o 34 do capítulo 12 é um bloco de controvérsias em torno de Jesus. Os críticos desejam saber sobre a questão da autoridade de Jesus, o tributo a César e a Ressurreição.

O evangelho de Marcos é o evangelho do debate. A palavra debate aparece 10 vezes no Novo Testamento e em Marcos ocorre seis vezes.

Um dos debates mais acalorados na época era: qual é o mandamento primeiro de todos os mandamentos?

Para responder essa questão, Jesus faz a combina dos textos de Deuteronômio 6.4 e Levítico 19.18 e, assim forma um resumo da lei.

Dentro de um sistema religioso legalista, responder à pergunta do escriba não era tarefa fácil. É fácil agora repetir a resposta de Jesus.

Jesus cita o shemá a confissão de fé do israelita.Escute, povo de Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.” E o segundo mais importante é este: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois” (Mc 12.29-31).

Temos aqui um imperativo de Jesus: amem.

Como amar a Deus?

De todo coração;

De toda a alma;

De todo entendimento;

De toda a força.

Ame a Deus com todo seu ser.

Amar a Deus é opor-se a idolatria.

O que é idolatria?

É tudo o que tira o primeiro lugar de Deus da minha vida. É tudo o que rouba a honra e a glória de Deus.

O que tira o lugar de Deus na minha vida?

As coisas que se idolatra. Pode ser meu lazer. Minha família. Meu trabalho.

É tão perigoso tirar o primeiro lugar de Deus da nossa vida que Jesus nos ensinou a orar: “seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”.

Jesus exorta a pedir ao Pai Celestial que desfaça a vontade daqueles que não querem nos deixar ouvir, aprender e viver a Palavra de Deus.

A resposta de Jesus é uma crítica ao sistema de culto da época. Um culto superficial, onde o essencial foi retirado.

Os religiosos da época buscavam aplicar a lei de Deus para as mais variadas circunstâncias do viver diário, desconsiderando que a lei se cumpre no amor. Assim engessavam as pessoas num sistema legalista sem amor para com Deus e com o próximo.

Os mandamentos são iguais ou há algum mais importante?

Para os religiosos da época, os mandamentos eram iguais. Todavia, eles se ocupavam com as minúcias e esqueciam o que era realmente essencial.

Lembre-se: sem amor, por mais que haja zelo, consideração, dedicação, a lei não é cumprida.

Os escribas eram zelosos, dedicados e esforçados, mas, nada disso provinha do amor a Deus e para com as pessoas. Então, por mais que se julgassem religiosamente melhores que os outros, viviam uma vida espiritual completamente equivocada.

Amar a Deus é interessar-se pelos outros e servi-los.

Amar a Deus e ao próximo nos faz ser menos egoísta.

Ao resumir a lei no amor, Jesus destaca que é o amor que governa nossos atos que se refletem no dia a dia. Conhecemos a dificuldade da vida em não vivenciar o amor.

O objetivo de Deus ao dar seus mandamentos era que seus filhos vivessem a verdadeira liberdade na vida diária.

As pessoas se dizem livres, mas, uma pessoa com a qual estão magoadas, as faz sair de determinado local. A inveja as faz trabalhar não para viver, mas possuir o que o outro possuiu.

A verdadeira liberdade proporcionada por Deus no amor a Deus e ao Próximo visa nos coroar de felicidade.

Jesus mostra que a verdadeira liberdade é vivida em amor. Por essa razão na carta aos Coríntios o apostolo Paulo escreveu: “portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor” (1Co 13.13).

Os coríntios estavam competindo entre si sobre qual era o maior de todos os dons e assim qual deles era melhor e maior que o outro. Diante disso, o apostolo Paulo diz que, se o dom individual não for utilizado por amor aos demais, em nada glorifica a Deus e apenas destrói a comunhão.

Ninguém consegue cumprir a lei como requisito de salvação. Sem embargo, a lei do amor não visa salvar, mas, mostrar que o salvo atua por amor a Deus que o salvou e em favor do seu próximo que necessita da salvação.

Celebrações – podem ser bonitas. Mas, se não houver amor para com Deus e com o próximo, de nada adianta tal cerimônia, pois não glorifica a Deus.

A resposta de Jesus ante a pergunta do escriba nos instruí a nos livrar das maldades, do egoísmo, das artimanhas traiçoeiras e da inveja.

Na carta aos Romanos, o apostolo destaca que a nossa única dívida para com o nosso próximo é o amor. Ainda não o amei o suficiente. Ainda posso fazer mais.

Colocar o amor a Deus e ao próximo em primeiro plano é crucial. Quem ama, tem Cristo perto de si.

Interessante é que após a pergunta do escriba, Jesus faz um questionamento a todos. Como vocês estão dizendo que o Cristo é Filho de Davi?

O Cristo ser o filho de Davi, era uma verdade universalmente aceita. Não havia dúvidas quanto a isso. No entanto, Jesus os questiona sobre o como eles podiam dizer isto?

Jesus cita as palavras do próprio Davi dizendo: se vocês pensam que Cristo é apenas descendente de Davi, estão equivocados, Ele é muito mais. Jesus é filho de Davi, mas é muito mais. E o problema deles era justamente quanto a esse muito mais.

E o muito mais conforme o autor a carta aos Hebreus (Hb 9) é que Jesus se ofereceu uma só vez. O sacrifício é único. Para esse sacrifício Jesus estava em Jerusalém. Em Jerusalém, o filho de Davi, o Redentor enviado por Deus estava por realizar a obra conclusiva de Jesus. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

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