segunda-feira, 14 de outubro de 2024

A lição do camelo diante de uma porta! (Mc 10.25)

20 de outubro de 2024

Vigésimo segundo Domingo após Pentecostes

Salmo 119.9-16; Eclesiastes 5.10-20; Hebreus 4.1-13; Marcos 10.23-31

Texto: Mc 10.25

Tema: A lição do camelo diante de uma porta!

 

Na semana passada, meditamos sobre o equívoco em que um jovem rico estava vivendo sua vida espiritual. Ele supostamente dizia cumprir os mandamentos, mas, ao dialogar com Jesus, descobriu que acima do amor ao próximo estava o seu amor ao dinheiro.

A riqueza não é um problema. A riqueza é um dom (Ec 5.10-20 - Sermão descomplicado e simples!: Riqueza como Dom de Deus (sermoescristoparatodos.blogspot.com)

O apostolo Paulo na carta para Timóteo destaca o perigo da piedade como fonte de lucro e o imenso perigo que é o amor ao dinheiro. Dinheiro não é problema, mas, amá-lo a ponto de ignorar a vida espiritual, bem como auxílio e socorro ao próximo, é altamente perigoso.

Tempos atrás ouvi um relato em que a pessoa contou que no seu município havia um homem muito rico. Possivelmente o mais rico da sua cidade. Nos auge dos seus 70 anos, gravemente doente, pediu para que uma pessoa cristã o ensinasse a orar o Pai Nosso, pois não sabia e nunca se dedicou a isso. Quão pobre foi a vida desse homem rico.

O evangelista João Marcos (Mc 10.23-31) narra uma fala de Jesus sobre o perigo de colocar o coração (centro da vida) nas riquezas.

Os judeus viviam, a exemplo do jovem rico, equivocados tendo a riqueza como aprovação de Deus. Diante dessas palavras de Jesus, os discípulos ficaram perturbados. Se os ricos não estão aprovados por Deus assim como cremos - quem poderá ser salvo? (Mc 10.26).

Quão perigoso é colocar a confiança naquilo que não é Deus!

Muitas pessoas desde sempre vivem suas vidas espirituais como se estivessem sendo aprovadas por Deus devido a determinadas circunstâncias. Para uns a vida cristã é agradável a Deus quando elas só têm vitória (Oh glória). Outros julgam-se agraciados por Deus quando possuem riquezas. Outros dizem que são agradáveis a Deus por não terem sofrimento. Quão iludidos estão muitos cristãos!

As palavras de Jesus: “É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha” (Mc 10.25) soam como um verdadeiro alerta para àqueles que confiam em si mesmos, ou outros meios como caminhos que nos tornam agradáveis a Deus.

Numa época não tão diferente da nossa, em que as pessoas sabiam que um dos sinais da aprovação de Deus era o acúmulo de riquezas, ouvir Jesus dizer: “Como é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus!... É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha” (Mc 10.23,25) foi como soar o despertador dentro delas. E os primeiros a se alarmarem foram justamente os discípulos: “Então, quem é que pode se salvar?

Enquanto as pessoas se fundamentarem nos sinais (vitória, tranquilidade, riqueza) como evidência da aprovação de Deus, milhares continuarão vivendo suas vidas longe de Deus, achando-se próximos e aprovados por Deus.

É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha” (Mc 10.25).

A perplexidade que essas palavras causaram nos discípulos, nos convidam a uma reflexão.

Na época em que essas palavras foram ditas, as cidades eram cercadas por muralhas que possuíam portões que, por segurança, em boa parte do tempo eram fechados. Se mantinha uma porta pequena pela qual as pessoas entravam e saiam, para que as portas grandes não precisassem ser abertas a todo momento e expor a cidade ao perigo. Por essas pequenas portas, os animais menores passavam sem dificuldades, mas, o camelo, um dos maiores animais daquela região, tinha dificuldades para adentrar. Para que o camelo adentrasse na cidade, era necessário tirar a carga, ajoelhá-lo e empurrá-lo com força. Sem ser empurrado por alguém um camelo não passava a porta.

Dessa maneira, a exortação de Jesus significa que é necessário se humilhar diante de Deus (arrepender-se dos pecados) deixar suas cargas (cumprimento da lei, tradições, ...) e ser empurrado pela força (obra de Jesus).

A exortação de Jesus não é uma crítica ao rico. Jesus quer ensinar que se alguém acha que está aprovado diante de Deus por causa da sua riqueza, das suas vitórias, do não sofrimento, que reveja sua postura diante de Deus. É necessário que se deixe as cargas, se ajoelhe (arrependimento) e necessite da obra de Jesus.

Há um fato muito verdadeiro. As pessoas querem a bênção, mas não o abençoador.

Pessoas julgam-se aprovadas por Deus, por possuírem bênçãos. Por isso, muitos estão vivendo suas vidas espirituais de maneira iludida. Muitas são as pessoas que ao falarem de Deus, destacam as bênçãos como sinal da aprovação da vida que levam.

Por si mesmo é impossível ser salvo! Somos como o camelo diante de uma pequena porta. Só nos é possível entrar, sem nossas cargas (supostas realizações) e sendo empurrados por alguém.

O ser humano não merece a vida eterna. Se caso alguém faz algo com o intuito de ganhar o céu, corre o risco de perdê-lo, pois, confiará naquilo que faz. Arrependa-se, abandone suas cargas, pois a obra de Jesus é que o empurra para a salvação eterna. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

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