20 de outubro de 2024
Vigésimo
segundo Domingo após Pentecostes
Salmo
119.9-16; Eclesiastes 5.10-20; Hebreus 4.1-13; Marcos 10.23-31
Texto:
Mc 10.25
Tema:
A lição do camelo diante de uma porta!
Na
semana passada, meditamos sobre o equívoco em que um jovem rico estava vivendo
sua vida espiritual. Ele supostamente dizia cumprir os mandamentos, mas, ao
dialogar com Jesus, descobriu que acima do amor ao próximo estava o seu amor ao
dinheiro.
A
riqueza não é um problema. A riqueza é um dom (Ec 5.10-20 - Sermão
descomplicado e simples!: Riqueza como Dom de Deus
(sermoescristoparatodos.blogspot.com)
O
apostolo Paulo na carta para Timóteo destaca o perigo da piedade como fonte de
lucro e o imenso perigo que é o amor ao dinheiro. Dinheiro não é problema, mas,
amá-lo a ponto de ignorar a vida espiritual, bem como auxílio e socorro ao
próximo, é altamente perigoso.
Tempos
atrás ouvi um relato em que a pessoa contou que no seu município havia um homem
muito rico. Possivelmente o mais rico da sua cidade. Nos auge dos seus 70 anos,
gravemente doente, pediu para que uma pessoa cristã o ensinasse a orar o Pai
Nosso, pois não sabia e nunca se dedicou a isso. Quão pobre foi a vida desse
homem rico.
O
evangelista João Marcos (Mc 10.23-31) narra uma fala de Jesus sobre o perigo de
colocar o coração (centro da vida) nas riquezas.
Os
judeus viviam, a exemplo do jovem rico, equivocados tendo a riqueza como
aprovação de Deus. Diante dessas palavras de Jesus, os discípulos ficaram
perturbados. Se os
ricos não estão aprovados por Deus assim como cremos - quem poderá ser salvo? (Mc 10.26).
Quão perigoso é colocar a confiança naquilo
que não é Deus!
Muitas
pessoas desde sempre vivem suas vidas espirituais como se estivessem sendo
aprovadas por Deus devido a determinadas circunstâncias. Para uns a vida cristã
é agradável a Deus quando elas só têm vitória (Oh glória). Outros julgam-se
agraciados por Deus quando possuem riquezas. Outros dizem que são agradáveis a
Deus por não terem sofrimento. Quão iludidos estão muitos cristãos!
As
palavras de Jesus: “É mais difícil um rico
entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha”
(Mc 10.25) soam como um verdadeiro alerta para àqueles que confiam em si
mesmos, ou outros meios como caminhos que nos tornam agradáveis a Deus.
Numa
época não tão diferente da nossa, em que as pessoas sabiam que um dos sinais da
aprovação de Deus era o acúmulo de riquezas, ouvir Jesus dizer: “Como é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus!... É
mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo
de uma agulha” (Mc 10.23,25) foi como soar o despertador dentro
delas. E os primeiros a se alarmarem foram justamente os discípulos: “Então, quem é que pode se salvar?”
Enquanto
as pessoas se fundamentarem nos sinais (vitória, tranquilidade, riqueza) como
evidência da aprovação de Deus, milhares continuarão vivendo suas vidas longe
de Deus, achando-se próximos e aprovados por Deus.
“É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um
camelo passar pelo fundo de uma agulha” (Mc 10.25).
A
perplexidade que essas palavras causaram nos discípulos, nos convidam a uma
reflexão.
Na
época em que essas palavras foram ditas, as cidades eram cercadas por muralhas
que possuíam portões que, por segurança, em boa parte do tempo eram fechados. Se
mantinha uma porta pequena pela qual as pessoas entravam e saiam, para que as
portas grandes não precisassem ser abertas a todo momento e expor a cidade ao
perigo. Por essas pequenas portas, os animais menores passavam sem
dificuldades, mas, o camelo, um dos maiores animais daquela região, tinha
dificuldades para adentrar. Para que o camelo adentrasse na cidade, era
necessário tirar a carga, ajoelhá-lo e empurrá-lo com força.
Sem ser empurrado por alguém um camelo não passava a porta.
Dessa
maneira, a exortação de Jesus significa que é necessário se humilhar diante de
Deus (arrepender-se dos pecados) deixar suas cargas (cumprimento da lei,
tradições, ...) e ser empurrado pela força (obra de Jesus).
A exortação de Jesus não é uma crítica
ao rico.
Jesus quer ensinar que se alguém acha que está aprovado diante de Deus por causa
da sua riqueza, das suas vitórias, do não sofrimento, que reveja sua postura
diante de Deus. É
necessário que se deixe as cargas, se ajoelhe (arrependimento) e necessite da
obra de Jesus.
Há
um fato muito verdadeiro. As pessoas querem a bênção, mas não o abençoador.
Pessoas
julgam-se aprovadas por Deus, por possuírem bênçãos. Por isso, muitos estão
vivendo suas vidas espirituais de maneira iludida. Muitas são as pessoas que ao
falarem de Deus, destacam as bênçãos como sinal da aprovação da vida que levam.
Por si mesmo é impossível ser salvo! Somos
como o camelo diante de uma pequena porta. Só nos é possível entrar, sem nossas
cargas (supostas realizações) e sendo empurrados por alguém.
O
ser humano não merece a vida eterna. Se caso alguém faz algo com o intuito de
ganhar o céu, corre o risco de perdê-lo, pois, confiará naquilo que faz. Arrependa-se,
abandone suas cargas, pois a obra de Jesus é que o empurra para a salvação eterna.
Amém
Edson
Ronaldo Tressmann
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