terça-feira, 19 de março de 2013

Fim da Quaresma e onde chegamos?


24/03/13 – Domingo de Ramos

Sl 118.19-29; Dt 32.36-39; Fp 2.5-11 ; Jo 12. 20 - 43

Tema: Fim da quaresma e onde chegamos?
 

         A quaresma está terminando. Um período de 40 dias. Esses 40 dias, período de quaresma, começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos.

         Quaresma é um tempo importante dentro do calendário eclesiástico. É tempo de preparação para o maior evento do cristianismo, a páscoa. Precisamos recordar que para os dois grandes eventos do cristianismo, Natal e Páscoa, há no calendário períodos de preparação.

         E nesse período de preparação, os últimos 40 dias, aqui na Paróquia Concórdia de Querência do Norte, vocês tiveram a oportunidade de meditar nos textos do Sl 91, capacitados a se abrigar a sombra do altíssimo; Sl 4; Jr 26. 8 - 15; Fp 3. 17 – 4.1; Lc 13. 31 – 35, perguntando sobre qual é a nossa maior necessidade e respondendo que é justamente testemunhar, no sentido de confessar a nossa fé; Lc 13 1 – 9, a parábola da figueira sem frutos; Lc 15. 1 – 3, 11 – 32, a parábola do filho perdido; Lc 20. 9 – 20, mais uma chance para a evangelização.

         E depois desse período de preparação podemos nos perguntar: Fim da quaresma e onde chegamos?

         Espero que tenhamos chegado onde os gregos chegaram, ou seja, em Jerusalém e buscando por Jesus fazendo o pedido “Senhor, queremos ver Jesus” (João 12. 21).

         No primeiro dia do pontificado do Papa Francisco, na missa com cardeais para encerramento do conclave, disse: “Sem Jesus, a Igreja é uma simples Ong” (artigo exposto abaixo dessa mensagem). E muitas vezes quando a igreja se torna um ONG, com fins lucrativos, dificilmente encontra o caminho de volta.

         Falando em caminho de volta, Jesus caminhando até Jerusalém. E nessa sua caminhada foi buscado por muitas pessoas. E no texto de hoje, vemos que chegou ao fim sua caminhada, pois está em Jerusalém, e ali, alguns gregos o buscaram. Eram dias de festa. Mas, mesmo em meio aquela agitação, euforia, os gregos se propuseram a ver Jesus.

         Buscar Jesus!

         Aqui em nosso município, pequeno, 12.300 pessoas, temos um número de 25 igrejas ao todo. Sã vários ramos, católicos, protestantes, calvinistas, pentecostais e neo-pentecostais. Se dividirmos a população para o numero de igrejas, vemos que cada igreja teria um total de 492 congregados. Mas, não é essa a realidade. Como luteranos temos 180. Alguém está com a nossa fatia nessa matemática.

         Quando digo isso, o faço para representar um fato simples e verdadeiro. Igrejas há aos montes, mas, que tipo de Jesus estão oferecendo e que tipo de Jesus as pessoas estão sendo acostumadas a buscar.

         Precisamos trazer a nossa lembrança um fato histórico. Entre o período antigo e o medieval da igreja temos a transição de poder. E nessa transição o pontífice era Gregório, o Grande. E esse iniciou o ensino de que o mérito precedia a graça. O objetivo da graça era produzir o amor. Iniciou-se todo o sistema de penitência: jejuns, orações e esmolas. Com isso as pessoas podiam mitigar a punição eterna. Com Gregório, os fundamentos da teologia medieval foi lançado. Estava nascendo o cristianismo ocidental. E nesse processo de igreja antiga para medieval observamos que a igreja em si estava permeada pela piedade popular. E a teologia da piedade só estava permeada e estragando a igreja por que havia sido difundida através do sacramento da penitência, ensinados em sermões e literatura devocional. O povo havia sido ensinado a confessar os pecados que lembravam, e depois fazer expiação do mesmo de acordo com a tarefa religiosa imposta pelo sacerdote. Jesus deixou de ser o centro. A Igreja não se tornará uma Ong piedosa, ela já é uma ONG piedosa. E contra essa ONG, Lutero no período da Reforma lutou e quis transformá-la numa Igreja novamente. No entanto, não se podia mexer numa fonte lucrativa.

         Essa mesma fonte lucrativa está em pleno funcionamento em nossos dias. Aliás, qual Jesus é oferecido? O Jesus que retribui meus dízimos. O Jesus que cura, mas que cobra. O Jesus irado, que precisa ser saciado com jejuns, orações, etc.

         Estamos num processo de desenvolvimento de igreja. E o então papa definiu que nesse processo não podemos correr o risco de nos tornar apenas uma ONG, associação, etc.

         Que Jesus as pessoas estão se acostumando a buscar? O Jesus que está sendo oferecido é aquele que ainda hoje rende lucros para as empresas chamadas, carismásticas, evangélicas e pentecostais.

         O pedido: “Senhor, queremos ver Jesus” (João 12. 21). E se queremos ver Jesus, então vejamos assim como Ele se nos apresentou.
 

         1 – “mas precisamente com este propósito vim para esta hora” (v. 27);

         A hora a que Jesus se refere aqui no evangelho de João e nos outros evangelhos é a hora do cumprimento. Ou seja, para realizar aquilo que veio realizar. Como confessamos no Credo: “... foi crucificado, morto e sepultado, ...”.

         Esse é o propósito da vinda de Jesus. E sendo isso, Ele não poderia fugir, ou abandonar esse momento. Jesus veio para nos dar novamente à vida eterna, perdida pela desobediência de Adão e Eva.


         2 – “não foi por mim que veio esta voz, e sim por vossa causa.” (v30);

         Jesus seria glorificado na cruz e também com a ressurreição. A cruz é o ponto alto da missão de Jesus. Em Jesus o nome de Deus é glorificado.


         3 – “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” (v.32);

         E justamente a cruz que lembra a crucificação de Jesus é rejeitada por muitos. Eu não me refiro a sua adoração, mas como símbolo do amor de Deus por nós pecadores. A obra de Jesus está sendo rejeitada por milhares. E quem são esses? Aqueles que esqueceram da sua situação perante Deus. Aqueles que não reconhecem que o verdadeiro Jesus é o salvador. O verdadeiro Jesus é aquele que não apenas me cura, me enriquece, mas á aquele que veio para me libertar do poder do diabo e da perdição eterna.

         A obra de Jesus atrai todas as pessoas. Pois como disse o próprio Jesus: “...Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente. ...” (João 11.25 - 26)
          Fim da quaresma e onde chegamos? Que tenhamos chegado até Jerusalém e diante do pedido para ver Jesus, que o tenhamos encontrado assim como Ele verdadeiramente é: Salvador de nossas vidas. Amém!

 

Pr Edson Ronaldo Tressmann
(44) – 3462 - 2796

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