segunda-feira, 17 de março de 2025

Tempo de graça! (Lc 13.1,3)

 Terceiro Domingo na Quaresma

Dia 23 de março de 2025

Salmo 85; Ezequiel 33.7-20; 1Coríntios 10.1-13; Lucas 13.1-9

Texto: Lc 13.1,3

Tema: Tempo de graça!

 

Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam sacrifícios a Deus. ... se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram...” (Lc 13.1,3).

Parece ser prazeroso as pessoas comentarem sobre os pecados dos outros. Muitos até comentam os eventos ruins decorrente de determinada situação e indica como sendo castigo de Deus.

Muitos comentaram que a pandemia foi um juízo de Deus para com o evento da escola de samba que colocou o diabo derrotando Jesus na avenida.

No texto narrado por Lucas (Lc 13.1-9) há o comentário de duas calamidades nacionais.

A primeira foi o massacre de alguns galileus que vieram a Jerusalém para adorar. Pilatos, governador da Judéia, ordenou que fossem mortos enquanto ofereciam sacrifícios. Esses judeus viviam na Galileia e os judeus em Jerusalém compreendiam que esses galileus haviam cometido um pecado terrível e por isso, Deus lhes foi desfavorável.

Diante desse sentimento e pensamento, Jesus os convida ao arrependimento para não perecerem da forma como estavam julgando que os malvados haviam perecido.

A segunda tragédia foi queda de uma torre em Siloé, que ocasionou a morte de 18 pessoas.

Jesus diz que essa catástrofe não foi um julgamento especial de Deus. Era preciso olhar para a tragédia como sendo um aviso para que aproveitasse o tempo para se arrepender.

As calamidades trágicas que ocorrem no nosso viver não podem ser vistas como um julgamento antecipado de Deus. Cada tragédia precisa ser vista como uma lição de arrependimento.

A partir dessas duas tragédias nacionais e o entendimento de que Deus havia feito justiça punindo essas pessoas pecadoras, Jesus conta a parábola da figueira estéril.

A figueira é Israel. Plantada num local propício para produzir. Mas, o dono da figueira (Deus), buscou frutos e não encontrou. E foi assim por três anos. Era inútil continuar esperando, pois se em três anos não havia produzido, não produziria mais.

Por três anos uma figueira se desenvolvia. Os outros três anos, o fruto era considerado proibido (Lv 19.23), e o fruto do quarto ano era dedicado a Deus (Lv 19.24). Ou seja, estando ela plantada a seis anos e sem nenhum fruto, se é que houvesse frutos nos próximos 3 anos, não eram frutos para serem consagrados ao Senhor. O fruto para o Senhor estava muitos distante ainda.

Jesus já estava entre o povo de Deus, três anos e nada. Milhares ainda não o havia reconhecido como Messias enviado da parte de Deus.

Por estar ocupando a terra inutilmente, sugando nutrientes e não produzindo, o mais sábio era cortar e plantar outra em seu lugar. Mas, o agricultor intercedeu pela figueira por mais um tempo.

Todavia, é preciso prestar atenção num detalhe especial. Além da intercessão, o agricultor se comprometeu a afofar a terra em volta da figueira e pôr bastante adubo (Lc 13.8).

A intercessão e se colocar à disposição para afofar ao redor e adubar era uma oferta da graça de Deus.

Em Isaías capítulo 5 também há uma parábola sobre a vinha de Deus. Todavia, lá não há nenhum oferecimento da graça. A resposta de Deus é o julgamento divino. Aqui, a resposta de Jesus é a possibilidade de reparo. Por isso, ao invés de cortá-la, o agricultor pede por perdão, para que não seja arrancada.

A ênfase está na misericórdia de Deus e não no juízo de Deus. Eis o tempo de misericórdia de Deus, tempo em que está afofando e adubando.

Esta parábola, sem conclusão, mantém seu suspense. O dono da terra consentiu com o tempo da graça. A figueira reagiu de forma positiva? Produziu os frutos esperados?

O fato é que nós estamos usufruindo desse tempo da graça. As tragédias não podem nos levar a conclusão de que Deus odiou tanto os referidos pecadores da tragédia que não lhes deu uma segunda chance. Sim, Deus lhes deu a chance, assim como está dando a nós. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

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