segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Ouve ó povo de Deus! (Dt 6.4-5; Mc 12.29-31)

 Vigésimo quarto Domingo após Pentecostes

03 de novembro de 2024

Salmo 119.1-8; Deuteronômio 6.1-9; Hebreus 9.11-14; Marcos 12.28-37

Texto: Dt 6.4-5; Mc 12.29-31

Tema: Ouve ó povo de Deus!

 

A expressão “ouve, ó Israel...” se tornou uma oração judaica Shemá (ouve).

Amar a Deus não é uma escolha; é um mandamento. O amor ao Deus único deve estar acima de todas as coisas.

No evangelho de Marcos 12.28-34 somos lembrados que o amor ao Deus único e o amor ao próximo são mais importantes do que todos os holocaustos e sacrifícios. Amar a Deus e ao próximo é a verdadeira adoração a Deus.

Marcos 11.1-12.44 é chamado pelos estudiosos de “pequeno Apocalipse”, onde se destaca a destruição do templo, a perseguição aos cristãos e a vinda do Cristo glorificado.

Os versículos 28 até o 34 do capítulo 12 é um bloco de controvérsias em torno de Jesus. Os críticos desejam saber sobre a questão da autoridade de Jesus, o tributo a César e a Ressurreição.

O evangelho de Marcos é o evangelho do debate. A palavra debate aparece 10 vezes no Novo Testamento e em Marcos ocorre seis vezes.

Um dos debates mais acalorados na época era: qual é o mandamento primeiro de todos os mandamentos?

Para responder essa questão, Jesus faz a combina dos textos de Deuteronômio 6.4 e Levítico 19.18 e, assim forma um resumo da lei.

Dentro de um sistema religioso legalista, responder à pergunta do escriba não era tarefa fácil. É fácil agora repetir a resposta de Jesus.

Jesus cita o shemá a confissão de fé do israelita.Escute, povo de Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.” E o segundo mais importante é este: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois” (Mc 12.29-31).

Temos aqui um imperativo de Jesus: amem.

Como amar a Deus?

De todo coração;

De toda a alma;

De todo entendimento;

De toda a força.

Ame a Deus com todo seu ser.

Amar a Deus é opor-se a idolatria.

O que é idolatria?

É tudo o que tira o primeiro lugar de Deus da minha vida. É tudo o que rouba a honra e a glória de Deus.

O que tira o lugar de Deus na minha vida?

As coisas que se idolatra. Pode ser meu lazer. Minha família. Meu trabalho.

É tão perigoso tirar o primeiro lugar de Deus da nossa vida que Jesus nos ensinou a orar: “seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”.

Jesus exorta a pedir ao Pai Celestial que desfaça a vontade daqueles que não querem nos deixar ouvir, aprender e viver a Palavra de Deus.

A resposta de Jesus é uma crítica ao sistema de culto da época. Um culto superficial, onde o essencial foi retirado.

Os religiosos da época buscavam aplicar a lei de Deus para as mais variadas circunstâncias do viver diário, desconsiderando que a lei se cumpre no amor. Assim engessavam as pessoas num sistema legalista sem amor para com Deus e com o próximo.

Os mandamentos são iguais ou há algum mais importante?

Para os religiosos da época, os mandamentos eram iguais. Todavia, eles se ocupavam com as minúcias e esqueciam o que era realmente essencial.

Lembre-se: sem amor, por mais que haja zelo, consideração, dedicação, a lei não é cumprida.

Os escribas eram zelosos, dedicados e esforçados, mas, nada disso provinha do amor a Deus e para com as pessoas. Então, por mais que se julgassem religiosamente melhores que os outros, viviam uma vida espiritual completamente equivocada.

Amar a Deus é interessar-se pelos outros e servi-los.

Amar a Deus e ao próximo nos faz ser menos egoísta.

Ao resumir a lei no amor, Jesus destaca que é o amor que governa nossos atos que se refletem no dia a dia. Conhecemos a dificuldade da vida em não vivenciar o amor.

O objetivo de Deus ao dar seus mandamentos era que seus filhos vivessem a verdadeira liberdade na vida diária.

As pessoas se dizem livres, mas, uma pessoa com a qual estão magoadas, as faz sair de determinado local. A inveja as faz trabalhar não para viver, mas possuir o que o outro possuiu.

A verdadeira liberdade proporcionada por Deus no amor a Deus e ao Próximo visa nos coroar de felicidade.

Jesus mostra que a verdadeira liberdade é vivida em amor. Por essa razão na carta aos Coríntios o apostolo Paulo escreveu: “portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor” (1Co 13.13).

Os coríntios estavam competindo entre si sobre qual era o maior de todos os dons e assim qual deles era melhor e maior que o outro. Diante disso, o apostolo Paulo diz que, se o dom individual não for utilizado por amor aos demais, em nada glorifica a Deus e apenas destrói a comunhão.

Ninguém consegue cumprir a lei como requisito de salvação. Sem embargo, a lei do amor não visa salvar, mas, mostrar que o salvo atua por amor a Deus que o salvou e em favor do seu próximo que necessita da salvação.

Celebrações – podem ser bonitas. Mas, se não houver amor para com Deus e com o próximo, de nada adianta tal cerimônia, pois não glorifica a Deus.

A resposta de Jesus ante a pergunta do escriba nos instruí a nos livrar das maldades, do egoísmo, das artimanhas traiçoeiras e da inveja.

Na carta aos Romanos, o apostolo destaca que a nossa única dívida para com o nosso próximo é o amor. Ainda não o amei o suficiente. Ainda posso fazer mais.

Colocar o amor a Deus e ao próximo em primeiro plano é crucial. Quem ama, tem Cristo perto de si.

Interessante é que após a pergunta do escriba, Jesus faz um questionamento a todos. Como vocês estão dizendo que o Cristo é Filho de Davi?

O Cristo ser o filho de Davi, era uma verdade universalmente aceita. Não havia dúvidas quanto a isso. No entanto, Jesus os questiona sobre o como eles podiam dizer isto?

Jesus cita as palavras do próprio Davi dizendo: se vocês pensam que Cristo é apenas descendente de Davi, estão equivocados, Ele é muito mais. Jesus é filho de Davi, mas é muito mais. E o problema deles era justamente quanto a esse muito mais.

E o muito mais conforme o autor a carta aos Hebreus (Hb 9) é que Jesus se ofereceu uma só vez. O sacrifício é único. Para esse sacrifício Jesus estava em Jerusalém. Em Jerusalém, o filho de Davi, o Redentor enviado por Deus estava por realizar a obra conclusiva de Jesus. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Socorre-me mesmo que eu não mereça!

 27 de outubro de 2024

Vigésimo terceiro Domingo após Pentecostes

Salmo 126; Jeremias 31.7-9; Hebreus 7.23-28; Marcos 10.46-52

Texto: Mc 10.47

Tema 1: Socorre-me mesmo que eu não mereça!

Tema 2: Uma confissão de fé diante do chamado de Jesus!


Marcos, Lucas e Mateus registram o episódio desse homem que possuía a limitação da cegueira. Essa limitação o levou para a insuficiência da pobreza extrema a ponto de ter que mendigar.

Relatos históricos demonstram que esse homem chamado BartimeuBar – filho. Bartimeu – filho de Timeu. Esse Timeu era um general israelita aposentado.

Há fatos que a Bíblia não narra, todavia, a tradição auxilia. E pela tradição aprendemos que Timeu, o pai de Bartimeu, foi um general que serviu a Israel numa unidade militar. Após o serviço militar tornou-se um cidadão bem-sucedido e um comerciante.

O fato é que, com o domínio Romano na Palestina, seus bens foram confiscados e o soldo da aposentadoria cortado. Daí passou de um cidadão bem-sucedido a um cidadão rebelde. Por sua formação militar, liderou grupos de movimentos revoltosos contra os romanos e passou a ser classificado pelos romanos como uma pessoa de alta periculosidade.

Toda a família foi perseguida e Timeu foi preso, crucificado e morto. Seu filho Bartimeu passou a conviver com a perseguição a ponto de ter seus olhos perfurados pelos romanos. Os romanos furavam os olhos dos meninos com o objetivo de que não se tornassem um revolucionário.

Todos àqueles que eram contrários a ocupação romana, eram crucificados e seus familiares e seguidores perseguidos. Se caso o revolucionário tivesse filhos, os meninos eram feridos para se tornarem deficientes para que não seguissem os passos do pai. A pena mais comum era perfurar ou arrancar os olhos. Esse era o recado vivo dos romanos: “não sigam o exemplo do pai revolucionário”.

Jesus e seus discípulos iam desde as margens do Rio Jordão até Jericó na Judéia. Após uma caminhada de 8km, chegando em Jericó, nos é relatado mais um dos 38 milagres de Jesus.

Uma multidão seguia Jesus. Eram peregrinos indo até Jerusalém para a festa da Páscoa (Deuteronômio 16.16). Estavam a 30 km de distância de Jerusalém.

João Marcos descreve que quando Bartimeu: “... ouviu alguém dizer que era Jesus de Nazaré que estava passando, o cego começou a gritar: - Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!” (Mc 10.47).

Observe que o simples fato daquele cego ouvir dizer que era Jesus de Nazaré, mesmo cego, o reconheceu como sendo o prometido da parte de Deus. Ele reconhece Jesus como Messias, por isso o chama de Filho de Davi.

Apesar de Filho de Davi ser uma crença amplamente divulgada entre os judeus daquele tempo, os líderes religiosos faziam questão de ignorar Jesus como Messias e o cumprimento das promessas de Deus em Jesus (João 1.11).

Bartimeu não perdeu a oportunidade ao ter ouvido que Jesus estava passando por ali. Ele gritou: “Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!” (Mc 10.47).

Os judeus esperavam o descendente de Davi para libertá-los da opressão romana. Para os judeus, o Filho de Davi, traria fim a humilhação nacional, libertando Jerusalém e assumindo o cetro de seu governo. E é exatamente por isso que os judeus se recusavam e se recusam a crer e aceitar Jesus, o crucificado. O apostolo Paulo escreve sobre a obra redentora de Cristo na cruz na expectativa de comunicar aos judeus que o crucificado Jesus se tornou maldito em nosso lugar (Gl 3.13).

Na cruz, Jesus tornou-se o Messias não de acordo com as expectativas judaicas, mas de acordo com o plano elaborado por Deus.

Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!” (Mc 10.47).

Que belo e necessário pedido! Tenha pena de mim!

Aquele homem vivendo todas as limitações humanas, só tinha uma súplica para fazer: misericórdia, compaixão.

Esse pedido demonstra o clamor de alguém que não tem o que apresentar diante de Deus. Era como se estivesse dizendo: Senhor, não tenho nada para te apresentar. Só clamo por misericórdia. Olha para mim com amor, mesmo sem que eu tenha realizado qualquer coisa para merecer sua ajuda.

Em Bartimeu encontramos um verdadeiro pequenino diante de Deus. “Deixai vir a mim os pequeninos...” (Lc 18.16).

Pequeninos são aqueles que não tem nada para apresentar a Deus. São aqueles que apenas esperam pela misericórdia divina. “Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!” (Mc 10.47).

O clamor irritou a multidão que tentou impedir que o cego clamasse ou recorresse à Jesus. Todavia, esse homem, quanto mais era persuadido a se calar, mais gritava como que desesperadamente. Sabendo ser essa a sua única oportunidade.

Essa cena mostra o quanto o mundo tenta silenciar os que clamam e buscam a Deus mesmo em suas limitações e fraquezas. Temos que pensar em duas situações. A primeira, é quanto ao acolhimento dado a um pecador que adentra a igreja. A segunda é quanto a perseguição disfarçada que acontece na expectativa de silenciar os pequeninos. Quantas vezes os pequeninos, tal como Bartimeu são impedidos de se aproximar de Jesus.

Por um instante eu fico pensando na reação de Bartimeu.

Ao ser chamado por Jesus, Bartimeu joga sua capa de lado (Mc 10.50). Ele estava certo de que Jesus o iria curar.

A capa significa identidade. Era a capa que o identificava como mendigo e cego. A capa identificava sua miséria. Dessa forma, ao “jogar a capa para o lado” era uma confissão de que não era mais miserável e nem sequer cego. Por isso Jesus disse: “...você está curado porque teve fé” (Mc 10.52).

Outro detalhe: ao ser chamado, mesmo cego, Bartimeu corre até Jesus. Havia pressa e urgência e nada poderia atrapalhá-lo de ir até Jesus. E mesmo após curado, diferentemente de muitos, passou a seguir Jesus pelo caminho (Mc 10.52).

Houve outras curas e milagres, mas nem todos seguiram Jesus. Os milagres conforme o apostolo João era para que as pessoas cressem que Jesus era o Messias e crendo tenham a vida eterna (João 20.31). Os milagres, na Bíblia apenas 38 relatos, no entanto, houve muitos outros, visam levar as pessoas para fé.

Bartimeu, mesmo cego confessou sem ver o que muitos que viam não conseguiam confessar: Jesus é o Messias! Após curado, Bartimeu que agora enxergava, seguiu Jesus. Àquele que sempre estava na beira do caminho, à espera de alguém para ajudá-lo, agora segue pelo caminho que Cristo segue.

Ainda hoje há àqueles que apenas estão à beira do caminho e há àqueles que seguem pelo caminho.

Jesus teve, tem e sempre terá misericórdia dos pequeninos e seu desejo é colocá-los no seu caminho para sigam com ele até a cruz e seja salvo. Amém!


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Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

A lição do camelo diante de uma porta! (Mc 10.25)

20 de outubro de 2024

Vigésimo segundo Domingo após Pentecostes

Salmo 119.9-16; Eclesiastes 5.10-20; Hebreus 4.1-13; Marcos 10.23-31

Texto: Mc 10.25

Tema: A lição do camelo diante de uma porta!

 

Na semana passada, meditamos sobre o equívoco em que um jovem rico estava vivendo sua vida espiritual. Ele supostamente dizia cumprir os mandamentos, mas, ao dialogar com Jesus, descobriu que acima do amor ao próximo estava o seu amor ao dinheiro.

A riqueza não é um problema. A riqueza é um dom (Ec 5.10-20 - Sermão descomplicado e simples!: Riqueza como Dom de Deus (sermoescristoparatodos.blogspot.com)

O apostolo Paulo na carta para Timóteo destaca o perigo da piedade como fonte de lucro e o imenso perigo que é o amor ao dinheiro. Dinheiro não é problema, mas, amá-lo a ponto de ignorar a vida espiritual, bem como auxílio e socorro ao próximo, é altamente perigoso.

Tempos atrás ouvi um relato em que a pessoa contou que no seu município havia um homem muito rico. Possivelmente o mais rico da sua cidade. Nos auge dos seus 70 anos, gravemente doente, pediu para que uma pessoa cristã o ensinasse a orar o Pai Nosso, pois não sabia e nunca se dedicou a isso. Quão pobre foi a vida desse homem rico.

O evangelista João Marcos (Mc 10.23-31) narra uma fala de Jesus sobre o perigo de colocar o coração (centro da vida) nas riquezas.

Os judeus viviam, a exemplo do jovem rico, equivocados tendo a riqueza como aprovação de Deus. Diante dessas palavras de Jesus, os discípulos ficaram perturbados. Se os ricos não estão aprovados por Deus assim como cremos - quem poderá ser salvo? (Mc 10.26).

Quão perigoso é colocar a confiança naquilo que não é Deus!

Muitas pessoas desde sempre vivem suas vidas espirituais como se estivessem sendo aprovadas por Deus devido a determinadas circunstâncias. Para uns a vida cristã é agradável a Deus quando elas só têm vitória (Oh glória). Outros julgam-se agraciados por Deus quando possuem riquezas. Outros dizem que são agradáveis a Deus por não terem sofrimento. Quão iludidos estão muitos cristãos!

As palavras de Jesus: “É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha” (Mc 10.25) soam como um verdadeiro alerta para àqueles que confiam em si mesmos, ou outros meios como caminhos que nos tornam agradáveis a Deus.

Numa época não tão diferente da nossa, em que as pessoas sabiam que um dos sinais da aprovação de Deus era o acúmulo de riquezas, ouvir Jesus dizer: “Como é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus!... É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha” (Mc 10.23,25) foi como soar o despertador dentro delas. E os primeiros a se alarmarem foram justamente os discípulos: “Então, quem é que pode se salvar?

Enquanto as pessoas se fundamentarem nos sinais (vitória, tranquilidade, riqueza) como evidência da aprovação de Deus, milhares continuarão vivendo suas vidas longe de Deus, achando-se próximos e aprovados por Deus.

É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha” (Mc 10.25).

A perplexidade que essas palavras causaram nos discípulos, nos convidam a uma reflexão.

Na época em que essas palavras foram ditas, as cidades eram cercadas por muralhas que possuíam portões que, por segurança, em boa parte do tempo eram fechados. Se mantinha uma porta pequena pela qual as pessoas entravam e saiam, para que as portas grandes não precisassem ser abertas a todo momento e expor a cidade ao perigo. Por essas pequenas portas, os animais menores passavam sem dificuldades, mas, o camelo, um dos maiores animais daquela região, tinha dificuldades para adentrar. Para que o camelo adentrasse na cidade, era necessário tirar a carga, ajoelhá-lo e empurrá-lo com força. Sem ser empurrado por alguém um camelo não passava a porta.

Dessa maneira, a exortação de Jesus significa que é necessário se humilhar diante de Deus (arrepender-se dos pecados) deixar suas cargas (cumprimento da lei, tradições, ...) e ser empurrado pela força (obra de Jesus).

A exortação de Jesus não é uma crítica ao rico. Jesus quer ensinar que se alguém acha que está aprovado diante de Deus por causa da sua riqueza, das suas vitórias, do não sofrimento, que reveja sua postura diante de Deus. É necessário que se deixe as cargas, se ajoelhe (arrependimento) e necessite da obra de Jesus.

Há um fato muito verdadeiro. As pessoas querem a bênção, mas não o abençoador.

Pessoas julgam-se aprovadas por Deus, por possuírem bênçãos. Por isso, muitos estão vivendo suas vidas espirituais de maneira iludida. Muitas são as pessoas que ao falarem de Deus, destacam as bênçãos como sinal da aprovação da vida que levam.

Por si mesmo é impossível ser salvo! Somos como o camelo diante de uma pequena porta. Só nos é possível entrar, sem nossas cargas (supostas realizações) e sendo empurrados por alguém.

O ser humano não merece a vida eterna. Se caso alguém faz algo com o intuito de ganhar o céu, corre o risco de perdê-lo, pois, confiará naquilo que faz. Arrependa-se, abandone suas cargas, pois a obra de Jesus é que o empurra para a salvação eterna. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

domingo, 6 de outubro de 2024

Tenha um coração sábio! (Sl 90.12)

 13 de outubro de 2024

Vigésimo primeiro Domingo após Pentecostes

Salmo 90.12-17; Amós 5.6-7,10-15; Hebreus 3.12-19; Marcos 10.17-22

Texto: Sl 90.12 e Mc 10.18

Tema: Tenha um coração sábio!

 

As pessoas vivem suas vidas como se cada dia fosse apenas mais um dia. Acordam, realizam suas tarefas, seguem determinada rotina. Antes de deitar sua única preocupação é com o próximo dia que para muitos será apenas uma repetição.

Cada dia é único! O profeta Jeremias ao escrever suas Lamentações, enfatizou: “Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade” (Lm 3.23).

Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (Sl 90.12).

Uma súplica para saber contar os dias. Analisá-los, observá-los, extrair lições.

Contar os dias significa dar sentido a existência.

Somente Deus conhece quantos dias restam da nossa vida. A certeza da morte é inegável e igualmente é certo o fato de que ninguém sabe em que dia ela virá.

Ter um coração sábio diante desses dias incertos, envolve aproveitá-los para se arrepender.

Ter um coração sábio faz eco a oração do apostolo Paulo na carta aos Colossenses: “Pedimos a Deus que encha vocês com o conhecimento da sua vontade e com toda a sabedoria e compreensão que o Espírito de Deus dá” (Cl 1.9).

Conhecer a Deus é ter um coração sábio. E as pessoas necessitam desse coração sábio, por isso, o profeta Oséias serve de exortação: “Meu povo padece por falta de conhecimento” (Os 4.6).

Ter um coração sábio significa enxergar bem. Há pessoas que possuem uma boa visão, mas, são piores que cegos que não conseguem enxergar Deus em meio as circunstâncias da vida.

Deus nos quer sábios! Por isso, o apostolo Tiago aconselha a pedir por sabedoria para Deus (Tg 1.5).

A sabedoria de visualizar esses dias sem perder os dias eternos na eternidade com Deus.

A vida humana é muito breve, não passa de um resumo de uma história que é eterna. A vida é eterna! Todos viverão a vida eterna, mas, infelizmente nem todos viverão a mesma eternidade.

Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (Sl 90.12).

Qual eternidade você irá viver?

O relato ocorrido durante o ministério de Jesus tem muito a nos ensinar.

Tanto Mateus, Lucas e João Marcos registram que um jovem rico se aproximou de Jesus.

A riqueza não era e não é um problema. O fato é que para os judeus, ser rico, era sinal de ser e estar aprovado diante de Deus. Nessa perspectiva, àquele jovem aproxima-se de Jesus dizendo: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Mc 10.17).

Ele chamou Jesus de bom, esperando receber de Jesus o mesmo elogio. Sua pergunta trazia embutido a esperança de que sendo ele rico e estando aprovado por Deus e, sendo um cumpridor da lei, Jesus lhe dissesse: não precisa nada. Você está aprovado diante de Deus. Você é bom.

Todavia, e é aqui que aprendemos uma preciosíssima lição.

Jesus dialoga com o jovem como que fazendo uma análise: “...você conhece os mandamentos: “não mate, não cometa adultério, não roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite o seu pai e sua mãe” (Mc 10.19).

No diálogo, o jovem rico confirma que desde criança tem observado esses mandamentos.

O fato é que Jesus não intencionava saber se ele já havia cometido algum desses pecados. Aliás: você já matou? Cometeu adultério? Roubou? Falou mal de alguém prejudicando assim a sua vida? Respeita seu pai e sua mãe?

Eu gostaria muito de poder dar a mesma resposta do jovem rico. Mas, não me é possível!

Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (Sl 90.12).

Contar os dias e ter um coração sábio significa fazer uma análise correta do nosso viver.

Diante da resposta daquele jovem rico, iludido por suas riquezas, julgando que por causa delas, Deus o estava aprovando, Jesus olhou com amor e disse: “...venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres ...” (Mc 10.21).

Quando Jesus perguntou sobre os mandamentos, é preciso relembrar que a ênfase estava na segunda tábua da lei. E nos mandamentos da segunda tábua somos ensinados a amar o próximo.

De que adianta não ter roubado, matado, falado mal, não ter tirado nada de ninguém, respeitar pai e mãe, se no íntimo do meu ser não ama meu próximo.

Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (Sl 90.12).

Qual eternidade você irá viver?

A minha eternidade depende do meu viver hoje!

O autor a carta aos hebreus destaca com todas as letras para se ter cuidado para que devido a maldade e descrença não se afaste de Deus. Não ser teimoso e se revoltar contra Deus. Não ter fé. (Hb 3.12-19).

Queridos irmãos, o exemplo dos milhões que caminharam no deserto e padeceram sem ter a oportunidade de tomar posse da terra prometida serve como exortação para nós que somos assediados constantemente em nossa fé.

Só há um meio de prevalecer. Ser conduzido por Jesus (Hb 3.1-6). Diante de cada tentação, Jesus oferece possibilidade de subsistir (1Co 10.13). Ouçamos o apostolo Paulo: “Mas o Senhor Jesus é fiel. Ele lhes dará forças e os livrará do Maligno” (2Ts 3.3).

Moisés nos ensinou a fazer uma importante e necessária oração: “Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (Sl 90.12).

O jovem rico, estava iludido por sua riqueza como aprovação divina. Esperou ser considerado bom por Jesus. Todavia, Jesus disse para àquele jovem e diz para nós: só Deus é bom (Mc 10.18).

Cuidado para não cair na tentação de ostentar sua vida espiritual. Isso ocorre com frequência, quando começamos a julgar uma vida ativa em detrimento de uma vida sem atividade na igreja.

O princípio básico da vida espiritual é não querer roubar a honra e a glória de Deus. Só Deus é bom.

Vida espiritual é encontrar descanso (Hb 3.18; 4.3,5-6,8-11) nesse Deus bom, cuja bondade é manifestada na cruz de Jesus Cristo.

Não perca a oportunidade!

Orar: “Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (Sl 90.12) é pedir para que Deus nos auxilie a analisar nossa vida e ser sábio, permanecendo em Cristo. É ouvir a voz de Deus e aproveitá-la hoje (Hb 3.15; 4.7).

Como é maravilho ouvir que só Deus é bom e em Cristo, Deus nos dispensa sua bondade para nossa salvação. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

Não deixemos de congregar

  Vigésimo sexto Domingo após Pentecostes 17 de novembro de 2024 Salmo 16; Daniel 12.1-3; Hebreus 10.11-25; Marcos 13.1-13 Texto: Hebr...