segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Vivendo o sexto dia da criação de Deus! (Gn 2.22)

 06 de outubro de 2024

Vigésimo Domingo após Pentecostes

Salmo 128; Gênesis 2.18-25; Hebreus 2.1-13; Marcos 10.2-16

Texto: Gn 2.22 e Sl 128.3

Tema: Vivendo o sexto dia da criação de Deus!

 

Dessa costela o Senhor formou uma mulher e a levou ao homem” (Gn 2.22)

Em casa, a sua mulher será como uma parreira que dá muita uva; e, em volta da mesa, os seus filhos serão como oliveiras novas” (Sl 128.3).

 

Deus havia dito: “cresça e multiplique” (Gn 1.28). Todavia, era necessária uma explicação de como a mulher foi feita e entregue a Adão para que essa ordem fosse realizada.

A própria mulher foi criada a partir do homem. Adão se tornou um ser vivo a partir da criação de Deus da terra.

As Escrituras Sagradas, não apenas ensina sobre a matéria e a forma de toda a criatura, mas também mostra o início e o fim de todas as coisas e quem as criou e para que foram criadas.

O primeiro homem não foi naturalmente concebido como os outros que descendem dele. Os descendentes são reproduzidos por meio da concepção; mas o primeiro homem é feito e formado da terra e a primeira mulher foi feita da costela do homem.

Tentar explicar a origem humana a partir de outro ponto de vista é retratar o que hoje somos, pecadores e ignorantes quanto as coisas criadas por Deus.

Ao criar homem e mulher, e designar-lhes a função que era procriar, temos muito a dizer sobre família: sobre o motivo pelo qual a mulher foi criada. É falar sobre o homem, a mulher e os filhos.

Deus não cria mais da terra e nem da costela, mas, pela concepção a partir da união entre um homem e uma mulher (Jó 10.10; At 17.25-27).

A raça humana é gerada a partir da semente masculina lançada no solo (útero) feminino. Uma gota dessa semente lançada no local adequada gera vida.

A raça humana veio a partir de um sangue – Adão.

Certa vez Agostinho disse que “os milagres são comuns e acontecem diariamente”. Tendo o suficiente para comer, os filhos, a união matrimonial.

Pitágoras escreveu que “o movimento igual e ordenado dos corpos celestes sob o firmamento emite uma bela e adorável canção”. Todavia, como as pessoas ouvem essa canção todos os dias, ficam surdas. É como uma pessoa que mora ao lado de uma cachoeira, aos poucos o barulho não lhe incomoda mais, pois se habituou com isso. Quem não está acostumado com isso, não tolera o barulho.

As bênçãos diárias, à medida que vão se tornando comum, acabam se tornando insignificantes. Muitas vezes isso ocorre com a procriação. Se um bebê nasce saudável, damos viva a ciência.

O bebê que nasce, alimentado pelo cordão umbilical, agora passa a se alimentar por um novo canal, o seio da mãe. Como de um poço, brota o leite e a criança se desenvolve.

Como a criação de Deus é maravilhosa e incompreensível. Infelizmente prestamos pouca atenção para isso. Ou parafraseando Pitágoras, como estamos nos tornando surdos para a canção da natureza. Ou como é bem-dito num ditado: o estranho é caro, mas o que é comum e cotidiano é negligenciado.

Deus tirou uma costela do lado de Adão e criou a mulher a partir dela. Se fosse da vontade de Deus, continuar nos criando da terra, como fez com Adão, assim seria. Todavia, o ato criacional de Deus (Homem e Mulher) visava continuar criando dentro da sua criação.

Nos maravilhamos com o fato de Deus, do pó da terra ter feito o homem e da costela do homem ter feito a mulher, a ponto de muitos questionarem isso tornando essa verdade uma fábula. Não nos maravilhamos quando da união de um homem e uma mulher nasça uma criança.

O criador é o mesmo! Afinal, “Ele não muda, nem varia de posição, o que causaria a escuridão” (Tg 1.17).

Quando a razão não conhece a Palavra de Deus, ela só pode falar infantilmente sobre o que causa tais grandes coisas.

Um ser humano nunca nascerá de um animal, e isso é fato pela Palavra de Deus.

Uma mulher engravida de uma gota da semente do homem e a mesma dá à luz um filho a seu tempo. Vemos com nossos olhos e nos são bem conhecidos; mas onde a Palavra não te lembra e não ensina, você não entende e também não reconhece o milagre que você mesmo pratica conscientemente e vê diante de ti. Muitos infelizmente preferem as argumentações filosóficas que fazem com que se permaneça cego para os milagres diários de Deus e surdo ao som da natureza.

A Palavra de Deus em Gênesis nos lembra tudo isso, por causa da queda em pecado infelizmente esquecemos isso. Sem a queda em pecado não teria sido necessário que Deus nos informasse isso.

Após ser criada e entregue por Deus ao homem, Adão reagiu dizendo que ela era um osso de seus ossos e carne de sua carne.

Esse texto de Gênesis para nós é fundamento de fé. Mas, proveniente da queda em pecado, para muitos é apenas uma bela e adorável fábula para os ouvidos da razão humana.

O início da raça humana se dá pela Palavra de Deus. Deus pega a terra e diz: "Façamos o homem"; faz o homem adormecer e pega a costela de Adão e diz: “Queremos fazer uma assistente”. Toda criação é proveniente da Palavra de Deus.

Entre os seres humanos caídos no pecado surgem tantas conversas inúteis que geram inúmeros debates. A tudo isso é preciso responder: "Deus falou". Se alguém quiser debater, tenho certeza de que cairei num sono profundo.

Atenhamo-nos à história simplória contada por Moisés. A mulher foi criada da costela de Adão e Adão foi feito da terra de terra e eu da gotinha de semente do meu pai lançado na minha mãe. Eu sou uma criação de Deus!

Com que admiração Adão disse “essa é osso dos meus ossos”?

Dominado pelo sono doce e suave, ao despertar recebeu sua assistente. Da mesma forma será conosco, naquele grande dia: “veja lá como subitamente colocou meu corpo, que foi comido e devorado por vermes para uma grande glória”.

A causa primeira e última, porque o homem e a mulher foram criados é aquela da qual as Escrituras nos dizem, ou seja, que o homem foi criado para ser como Deus e viver com ele para sempre.

A palavra “formou” não indica que Deus não criou a mulher, mas é uma referência a um ser igual e diferente do homem.

A Bíblia trata a mulher como sendo um edifício. Essa é a forma da mulher, larga embaixo e estreita em cima. Os homens têm ombros largos e encorpados.

Jesus conforme registrado por Mateus (Mt 12.44) chama o corpo humano de casa.

A imagem da criação do homem e da mulher no jardim, transmite a ideia de que àquele que têm uma esposa é como ter um ninho ou uma casa, e assim como os pássaros vivem em um ninho com seus filhotes. Essa vida em família é bem descrita pelo Salmista no Salmo 128.

Este morar junto, algo maravilhoso, muitas vezes devido ao pecado traz tantas dores de cabeça. Este ninho onde homem e a mulher vivem um com o outro, administram de comum acordo, dão à luz filhos e os criam, é uma bênção de Deus.

É preciso observar que o relato da criação da mulher visa nos ensinar que a mulher é a casa de um homem, da qual se mantém, onde mora e com quem cria e alimenta os filhos e é diligente em seu trabalho. Por isso, “O homem deixará seu pai e sua mãe e se apegará à sua esposa”.

Infelizmente por causa da queda em pecado, há inumeráveis desgostos, há aqueles que zombam contra o sexo feminino e desprezam o casamento, há àqueles que abandonam as mulheres que tomaram por esposa e fogem de todos os cuidados para com os filhos.

O ordenamento divino destaca que a esposa é um edifício, por meio do qual tudo é edificado na casa, onde por meio dos seus serviços e da sua ajuda cria-se os filhos. As mulheres edificam o homem. Elas são um ninho onde os homens vivem com prazer.

Moisés acrescentou: “e a trouxe a ele”.

Quem é esse que trouxe?

Jeová Elohim - isto é, todo o ser divino, Deus Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Se lá no paraíso Deus constatou a importância e necessidade de uma assistente. A pecaminosidade está levando muitos a entenderem que não precisam de tal ordem e instituição.

É preciso lembrar que é possível viver castamente sem se casar.

Eva é trazida para Adão pelo próprio Deus e é muito surpreendente que Adão considera a mulher como uma parte dele: “Esta é osso dos meus ossos, e carne da minha carne”.

Esse belo poema foi dito por alguém que entende a obra e a criação de Deus, de um homem justo e sábio, cheio do Espírito Santo. São palavras que revelam que o homem tem um edifício terreno e uma morada na mulher.

A palavrinha “agora sim” (Gn 2.23) expressa o afeto masculino. É como se Adão estivesse dizendo: não estou sozinho. Agora eu sei como Deus edifica minha vida e minha espécie.

Adão louva e glorifica a Deus por ter edificado para ele uma ajudante e companheira a partir de seu corpo.

A palavra Isch significa homem, e Adão diz que sua auxiliadora, deveria chamar ischah. Ou seja, uma mulher valente e viril que pode fazer coisas viris.

Nesta palavra está a descrição maravilhosa e adorável do estado civil: tudo o que o homem tem, a mulher também é dona, e, portanto, não só têm os seus bens em comum, mas também os filhos, alimentação, comida e bebida, cama, casa e lar. O homem só se diferencia da mulher pelo gênero. Pelo que o homem tem em casa e está nela, a mulher também tem e é.

A mulher se iguala ao homem nos cuidados, na alimentação e em todos os tipos de tarefas domésticas e administrações domésticas.

O capítulo 2 de Gênesis sublinha o trabalho do sexto dia com um pouco mais de clareza. Como o homem e a mulher foram criados e com conselhos especiais e bem pensados. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

Baseado no comentário de Gênesis de Martinho Lutero. Traduzido por

Cildo Miro Schmidt.

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