quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A prática do perdão ao ultimo extremo!

17 de setembro de 2017
15º Domingo após Pentecostes
Sl 103.1-12; Gn 50.15-21; Rm 14.1-12; Mt 18.21-35
Tema: A prática do perdão ao último extremo!

O evangelista Mateus usa uma palavra rara para apresentar a história que foi contada por Jesus. O evangelista Mateus utiliza o termo makrothymia: que expressa passividade, submissão resignada a uma situação que é, para todos os efeitos práticos irremediável.
Paciência é a palavra adotada pelos tradutores para Makrothymia. No entanto, essa paciência é refrear a ira e a fúria. Esse é um atributo de Deus, “o Senhor é tardio em irar-se...” (Na 1.3).
Os israelitas apelavam para a clemência, para a paciência de Deus, quando reconheciam seus pecados. Eles sabiam que Deus em sua clemência e paciência sempre estava disposto a conceder sua graça. Mas mesmo assim, todo israelita sabia que era possível fazer irromper a ira de Deus (Sl 7.12; Mt 18.35).
Muitos cristãos hoje sofrem por causa da clemência e paciência de Deus. Mateus 18.15-20 retrata as três maneiras para se resgatar o caído.
O profeta Jonas é um belo exemplo de alguém que sentiu grande dificuldade em concordar com a paciência e clemência de Deus (Jn 4.2).
Deus é paciente e clemente, afinal, seu objetivo é salvar o homem pecador.
Jesus havia instruído seus discípulos sobre a ação cristã diante de um pecado cometido contra a pessoa. Jesus ressalta três alternativas para se restabelecer a convivência entre as pessoas. Jesus também ressalta a disposição em perdoar, não apenas quatro vezes que era comum entre os rabinos, mas sempre.
Ao contar a parábola do servo incompassivo, Jesus ilustra a atitude divina para com o perdão e a nossa maneira de tratar o próximo.
A dívida do primeiro servo na parábola não tinha a menor possibilidade de ser paga. Esse por sua vez clama pela paciência do rei, pois resgataria todo o empréstimo. O rei, por sua vez, fez muito mais que isto: perdoou-lhe a dívida toda.
Esse servo perdoado ao sair encontrou um homem que lhe devia uma valor correspondente a uma diária de trabalho (Mt 20.2). Esse servo também clamou por paciência, mas, não recebeu o mesmo tratamento.
Jesus ensinou a orar: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mt 6.12,14-15). O perdão não depende de sentimentos humanos comuns, o perdão está intimamente ligado com a atitude que lhe foi mostrada, ou seja, “assim como eu me compadeci ... igualmente devias tu”. Os incompassíveis serão excluídos da misericórdia de Deus (Mt 18.35), e aqueles que recebem o perdão de Deus devem demonstrar a mesma atitude de perdão para com os outros.
Conforme o Novo Testamento, “igreja” significa comunidade dos crentes em Jesus. A igreja é santa por ter sido chamada por Jesus, por ter sido santificada por Cristo e vivificada pelo Espírito Santo. A igreja é o povo santo. A igreja é composta por aqueles que depositam sua confiança em Cristo e esperam receber apenas dele a justiça e a salvação. A igreja é a composição de pessoas perdoadas em Cristo. Lutero disse que “a igreja está repleta de perdão dos pecados”. O perdão é o maior presente dado à igreja! O perdão é o maior recurso da igreja! O perdão é a prática até o último extremo.
Com a parábola do credor incompassivo Jesus apresenta a clemência de Deus para com o pecador que não consegue de maneira nenhuma saldar sua dívida diante de Deus.
Deus é paciente para com o pecador (1Pe 3.20). E essa paciência visa salvar (1Tm 1.16; 2Pe 3.15).
A igreja depende exclusivamente dessa paciência divina. Em sua paciência, Deus conserva aberta a porta para uma nova vida na prática do perdão.
No mundo em que se vive, a prática do perdão tem se tornado anormalidade. Mas, na igreja essa prática expressa algo recebido de Deus. A igreja “não recebe em vão a graça de Deus” (2Co 6.1). A paciência e o perdão para com outro pecador não é uma virtude, mas uma modo de vida. Vive o perdão aquele que é perdoado!
O único motivo em Deus perdoar o pecador que tem para com Deus uma dívida que não pode ser saldada é a sua graça e o seu amor. O perdão não foi conquistado pelo pecador. A verdade é que o pecador não o merece, o recebe das mãos graciosas de Deus em Jesus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

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