quarta-feira, 26 de julho de 2017

As boas coisas que Deus tem preparado para nós!

30 de Julho 2017
8º Domingo após Pentecostes
Sl 125; Dt 7.6-9; Rm 8.28-39; Mt 13.44-52
Texto Base: Rm 8.28-39
As boas coisas que Deus tem preparado para nós!

Você deseja coisas boas? O que são essas coisas boas?
Essa semana, o jogador do flamengo Ederson, anunciou que está com um tumor no testículo. Em sua entrevista destacou também que "é até grato pelo o que aconteceu. Tenho 16 anos de carreira profissional e nunca aconteceu de cair no doping três vezes. Deus é bom e permitiu isso para descobrir o problema. Não quero ver ninguém com carinha triste ou de choro...
Minha pergunta é: e se o tumor tivesse sido descoberto no final e não houvesse mais muita possibilidade de cura? Deus deixaria de ser bom? Não me refiro especificamente a essa situação, mas, as muitas famílias que não tiveram tal sorte.
Corremos o grave risco de ver Deus como bom, maravilhoso, apenas nos bons momentos. E é justamente para compreender o que são as coisas boas para as quais Deus converge tudo para o bem das pessoas é que temos diante de nós as palavras de Romanos 8.28-39.
As boas coisas que Deus tem preparado para nós!
1 – A vida no Espírito
O que são as coisas boas que desejamos? Saúde, riquezas, família, bom vizinho, boas amizades, trabalho, ...
É preciso destacar que Deus nos concede todas essas coisas, afinal, essa é a nossa confissão através das palavras do credo apostólico: Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do céu e da terra. E por isso que agradecemos e pedimos na oração do Pai Nosso: o pão nosso de cada dia nos dá hoje.
Não tenho dúvida nenhuma que Deus nos concede muitas dessas boas coisas que desejamos. No entanto, quando o Espírito Santo inspirou o apostolo Paulo a escrever: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28), o objetivo era mostrar que as coisas boas de Deus envolve muito mais que as coisas boas que desejamos nesse mundo.
Martyn Lloyd-Jones (1899 – 1981) ressaltou que o tema principal de Rm 8 é a segurança do cristão. E a segurança do cristão está justamente na maravilhosa obra do Espírito Santo, ou seja, ele liberta, habita, santifica, guia, testifica, ressuscitará os filhos de Deus (Rm 8.1-17); o Espírito Santo testifica que há glória futura (Rm 8.18-27); o Espírito Santo através do chamado, da predestinação para salvação, da conversão, da justificação, mostra aos filhos de Deus que o seu amor é inabalável, e Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam e não permitirá que nada separe seus filhos de seu amor (Rm 8.28-39).
O cristão está seguro em sua vida no Espírito e não pela sua vida na lei. Tanto que esse é o contraste entre o capítulo 7 e 8 de Romanos. No capítulo 7, Paulo dedicou-se a escrever sobre o papel da lei, no capítulo 8, sua dedicação é escrever sobre a obra do Espírito Santo. Há um verdadeiro contraste entre a fragilidade da lei e o poder do Espírito. O pecado que habita em todos os seres humanos, nos impede e atrapalha cumprir a lei de Deus (Rm 7.17,20). O Espírito Santo, ao contrário, habitando no ser humano, além de libertar “da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2), também é a garantia da “ressurreição e eterna glória” (Rm 8.11,17,23). A segurança do cristão está na sua vida no Espírito. John Stott escreveu que em meio aos sofrimentos e das coisas ruins desse mundo, o cristão é sustentado pela esperança da glória que há de vir. E toda esperança cristã tem como fundamento o inabalável amor de Deus.
Romanos 8.28 já foi comparado a um travesseiro sobre o qual descansar a nossa cabeça fatigada.
As boas coisas que Deus tem preparado para nós!
2 – Um chamado, uma escolha e a justificação.
O filho de Deus, pela ora do Espírito Santo e não por causa da lei, são os que sabem. O apóstolo Paulo escreveu que “sabemos” (Rm 8.22,28). O cristão, aquele que vive sua vida no Espírito sabe. Sabe o que? Sabe que toda a criação sofre por causa da queda em pecado (Rm 8.22), e sabe que está sobre o cuidado providencial de Deus (Rm 8.28). O que nos chama atenção é que Paulo diz que mesmo sabendo essas duas coisas, nós não sabemos como orar (Rm 8.26).
A vida cristã é uma vida de tensão. A tensão entre o que sabemos e o que não sabemos.
Sabemos que todas as coisas cooperam - (todas as coisas concorrem, contribuem) do grego sinergia.
O dicionário define sinergia como “ação associada de dois ou mais órgãos, sistemas ou elementos anatômicos ou biológicos, cujo resultado seja a execução de um movimento ou a realização de uma função orgânica”.
Para aqueles que amam a Deus - todas as coisas convergem para o bem.
Enquanto que a riqueza, o conforto, a saúde, ... são coisas boas para nós. Deus, vai além, e nos dá uma coisa bem melhor e faz tudo convergir para essa coisa boa. Deus faz tudo convergir para trazer a pessoa para sua glória. Para dar-lhe a salvação. Alguma coisa em sua vida está ruim? Deus está convergindo isso para salvá-lo. Deus trabalha em cima de projetos eternos (Rm 8.29 e 30). Por pior que esteja sendo o momento, em Jesus, pelo poder do Espírito há um laço amoroso que Deus quer ter e tem com muitos (Rm 8.35). Esse laço amoroso de Deus em Jesus, ultrapassa a própria morte (Rm 8.38 e 39).
Deus atua nesse mundo com o objetivo de salvar o ser humano (1Tm 2.4). No entanto, o apostolo Paulo diz que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, ...” (Rm 8.28). Quem são esses que amam a Deus? Já são os chamados, os escolhidos, os justificados. No entanto, Deus deseja e quer salvar outros, afinal, ele ama a todos.
O ponto é que o cristão não pode se sentir ignorado ou até mesmo rejeitado por Deus quando está sofrendo. O grande perigo para a fé cristã, são as pregações que afirmam que o cristão não sofre. É preciso ter cuidado. Jesus alertou que “No mundo, passais por aflições; mas, tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
As boas coisas que Deus tem preparado para nós!
3 – A salvação.
Vamos lembrar do homem de quem Jesus nos diz na parábola (Mt 13. 44 - 45). O mesmo está procurando pérolas, ou seja, está buscando uma satisfação pessoal, riqueza. Busca por coisas boas. Mas, encontra algo muito mais valioso. “O reino do céu é como um tesouro escondido num campo, que certo homem acha e esconde de novo. Fica tão feliz, que vende tudo o que tem, e depois volta, e compra o campo” (Mt 13.44). Esse homem, assim como tantos hoje, estava vivendo sua vida normalmente. Estava voltado para muitas coisas boas, mas não para as coisas de Deus. No entanto, de repente, se defronta com a Palavra de Deus e por esta Palavra foi chamado e iluminado.
Ouvindo a voz do evangelho, a pessoa reconhece que o maior de todos os tesouros é o Reino de Deus. “O reino do céu é também como um comerciante que anda procurando pérolas finas. Quando encontra uma pérola que é mesmo de grande valor, ele vai, vende tudo o que tem e compra a pérola” (Mt 13.45-46).
As duas parábolas, do tesouro escondido e da pérola (Mt 13.44-52), apresenta que inesperadamente, na rotina diária, homens são confrontados com a Palavra de Deus. Pela semente do evangelho são chamados à fé. Pelo evangelho reconhecem a graça de Cristo. Cristo é o maior tesouro. Diante da Palavra de Deus só resta confessar que Cristo com seu Reino é o maior tesouro.
Nesse mundo caído, que geme e suporta angústias (Rm 8.22), é preciso que o cristão saiba que Deus age e converge todas as coisas com o objetivo de salvar.
O apostolo Paulo dá a melhor resposta ao sofrimento e a dor para os filhos de Deus nesse mundo caído. Muitas vezes não vemos nada de bom nos desastres e sofrimentos desse mundo. No entanto, esse mundo caído e sofredor, que geme, não é o todo da realidade. Há uma realidade fantástica, ou seja, a eternidade. Por isso, não deixe de carregar a sua cruz por ser filho de Deus. Pois, se nesse presente, carregamos a cruz, assim como Cristo tomaremos posse da vida eterna.
É preciso que os cristãos aprendam a definir o que é bom. Se definirmos “bom” apenas as coisas que vemos nesse mundo, perderemos de vista o “bom” que Deus em Jesus já nos preparou (Rm 8.18). Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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