segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Árvore com frutos!

2º Domingo no Advento
04 de dezembro de 2016
Sl 72.1-7; Is 11.1-10; Rm 15.4-13; Mt 3.1-12
Tema: Árvore com frutos!

        O que é necessário para que uma árvore produza bons frutos?
        Pelo aprendizado recebido na educação natural, sempre soube que uma boa adubação é certeza para que a árvore produza bons frutos. No entanto, há situações em que fica-se curioso com algumas árvores que mesmo sem estar numa boa terra, ou nem ter recebida adubação alguma, bons frutos são produzidos. Essas situações sempre me deixaram intrigado e incomodado. Assim, numa dessas conversas “ao pé do ouvido” com essas pessoas que dedicaram uma vida inteira no campo, fiquei surpreendido com um agricultor que certa vez me disse: “se a árvore não dá fruto, prega três pregos, e ferindo-a, verá que dará muito fruto”.
           O que é necessário para que uma árvore produza bons frutos?
        A resposta dessa questão está num belíssimo sermão proferido por João Batista. Um verdadeiro prego fincado nos seus ouvintes, com o qual tinha um só objetivo: “arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2).
          A admoestação ao arrependimento foi a divisa que caracterizava sua pregação. João, o Batista, se fixava numa mudança completa de mente e coração. O arrependimento era necessário para o advento do Messias.
          Quando João Batista proferiu essa mensagem, estava com 30 anos de idade. Residia nas montanhas e terras ásperas em direção ao Mar Morto, nas planícies ou campos que de lá se estendiam para o vale do Jordão. Jesus, a quem João se referia em seu sermão e a quem preparava o caminho, morava na pequena cidade de Nazaré.
        João, apelidado de Batista, era um pregador e admoestador. Proclamava e anunciava solenemente a vinda do reino do céu. João Batista era pregador de uma só mensagem: “arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2).
         Mesmo tendo uma só mensagem, João, o Batista, não era qualquer homem. Foi alguém pré-anunciado pelo profeta Isaías, quando esse transmitiu palavras de conforto a Jerusalém: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus” (Is 40.3). Foi também pré-anunciado pelo profeta Malaquias: “Eis que envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; ...” (Ml 3.1).
         João Batista tinha apenas um sermão e esse com um único propósito: Preparar. O sermão de João Batista tinha por objetivo ferir as pessoas, ferir corações e mentes, para a vinda do grande Rei da Misericórdia (Kretzmann).
           João Batista juntamente com Jonas, o profeta, em minha opinião, foi um dos pregadores mais felizes da história. Ambos, em pouco tempo conseguiram atingir muitas pessoas.
       No caso de João Batista, o sucesso do sermão foi instantâneo. Primeiro: vieram os da circunvizinhança. Pessoas de todos os lados do Jordão. Segundo: a mensagem foi buscada por ter atingido aqueles de dentro da Judéia e, terceiro: a mensagem atingiu e foi buscada pelos moradores de Jerusalém.
           É preciso deixar claro que o poder esteve na Palavra e não na pessoa de João Batista. Por mais que João Batista tenha sido pré-anunciado por Isaías e Malaquias.
        João Batista convidava as pessoas a se arrependerem. Os ouvintes estavam cheios de culpa. João Batista os chamava de “raças de víboras” (Mt 3.7). Os ouvintes eram árvores sem frutos, e tudo que desejavam era perdão para os seus pecados.
         A confissão de pecados, feita por indivíduos, era coisa nova em Israel. Havia a confissão coletiva no grande dia da Expiação (Lv 16), e em certos casos, uma confissão individual (Nm 5.7). Mas, uma confissão pessoal e instantânea, cada pessoa por si mesmo, era algo novo e magnifico.
          Assim como é em nossos dias, tudo que é novo e excepcional conduz a curiosidade. O texto não diz nada sobre tal, mas, pode-se deduzir que por curiosidade e fascinação, os fariseus que insistiam na observância exterior da lei e das tradições dos anciãos e os saduceus racionalistas que rejeitavam todos os escritos inspirados, com exceção dos livros de Moisés, foram ouvir e procurar o batismo. No entanto, esses, a julgar pela resposta de João Batista não foram batizados, afinal, os mesmos não produziram frutos dignos de arrependimento.
        Diante de árvores sem frutos, João Batista sabia que os fariseus e saduceus estavam lá por outro objetivo. Esses imaginavam que podiam forçar a entrada no reino dos céus. Assim, ouviram a exigência: “produzi, pois, frutos dignos de arrependimento...” (Mt 3.8).
         Produzir frutos – João Batista exige mudança completa de coração, “porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc 12.34). De nada valeria os fariseus e saduceus serem admitidos e batizados sem mudança de coração. Ou seja, sem estar firmes naquele que João Batista não era sequer digno de carregar as sandálias (Mt 3.11).
          João Batista sabia que os fariseus e saduceus ali estavam pelo simples fato de se julgarem merecedores, afinal, eram descendentes de Abraão. Assim, eles pensavam e argumentavam (Jo 8.33,39). Por serem filhos de Abraão mereciam todas as bênçãos de Deus, inclusive o Batismo que João Batista oferecia.
         Querido e querida, em muitas mensagens tenho ressaltado que não adiante ser apenas batizado e filiado a igreja. A palavra de Deus é clara ao dizer: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Observe: quem não crer será condenado. Não quero entrar profundamente no mérito da questão, mas, é necessário pensar que apenas o rito batismal, como mero costume, é ter a mesma atitude dos fariseus: sou batizado na igreja.
           É necessário viver o batismo na vida diária, ou seja, a cada novo dia, arrepender-se, viver sob a graça do perdão e do amor de Deus em Jesus. Só vive o batismo na vida diária aquele que já está na fé verdadeira. E na fé verdadeira produz verdadeiros frutos.
      João Batista, como que pregando um prego na árvore exclama: “produzir bons frutos”. Pare de viver no “ex opere operato”, ou seja, não frequente a igreja por frequentar. É necessário arrepender-se.
         Arrepender-se envolve mudar de rumo, mudar de mente. “Jesus nos batiza com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11). Isso quer dizer que todo aquele que se arrepende de seus pecados recebe o perdão, o consolo, e todo aquele que não se arrepende e não recebe Jesus como seu salvador, não entrará no reino de Deus. Amém!


Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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