segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O teu Deus é o meu Deus!

09 de outubro de 2016
21º Domingo após Pentecoste
Sl 111; Rt 1.1-19; 2Tm 2.1-13; Lc 17.11-19
Tema: O teu Deus é o meu Deus!

         Eram dias em que “cada qual fazia o que bem entendia” (Jz 21.25) e muitos enfrentavam o problema da fome e da violência. Mesmo que houvesse alguns heróis, tais como Sansão, não se pode deixar de analisar e reconhecer a história de Rute.
         Num primeiro momento, é possível apenas caracterizar a história de Rute como uma história de amor de nora pela sogra. No entanto, ao analisar todo o relato em meio a terrível e calamitosa situação que vivia o povo de Israel, vê-se que a história de amor de uma nora chamada Rute por sua sogra chamada Noemi, apresenta em si o amor de Deus para com todos os povos. Deus tinha uma promessa para cumprir, a promessa de enviar seu Filho (Gn 3.15). Enquanto que a maioria do povo de Israel estava ocupado com a exploração, a violência, e fazer o que bem lhe agradava, Deus ocupava-se em realizar sua promessa.
         Os juízes tinham a tarefa de administrar a justiça. Eles eram heróis que guiavam o povo de Deus na luta para permanecer nos territórios conquistados. Os juízes eram guia, direcionamento e governo do povo.
         O povo não merecia, afinal, haviam se afastado de Deus. Mas, Deus é misericordioso e por amor sempre levantou juízes para libertar seu povo da opressão de outros povos. Entre esses juízes levantados por Deus, é possível lembrar-nos de Débora. Essa juíza e profetiza, aos pés de uma palmeira, governava o povo e atendia àqueles que solicitavam a sua mediação em casos de litígio (Jz 4.4-5). Deus levantou Gideão, um camponês humilde (Jz 6.11). Também enviou Jefté, filho de uma prostituta que liderou um bando de malfeitores (Jz 11.1,3). E ainda, Sansão (Jz 16.3).
         Todos esses juízes, mesmo sendo pessoas revestidas pelo poder do Espírito Santo, não viveram dias fáceis. Era um período complicado e delicado. Todos os anos em que Deus agia através dos juízes somou 410 anos. Anos caracterizados como um período da fragilidade da fé. Devido a fragilidade da fé, o período dos juízes (410 anos) foi um tempo propício para exclusividade da educação cristã.
         E é exatamente dessa maneira que a história de amor de uma nora não israelita por sua sogra israelita que o livro precisa ser lido e estudado. Ou seja, a história quer educar cristãmente o povo de Deus.
         O que desperta a atenção para essa história que visa educar cristãmente, é o fato de que o povo de Deus havia sido instruído por meio de Moisés e Josué a exterminar todos os estrangeiros. O objetivo era evitar contaminação na adoração a outros deuses.
         A instrução e ordem de Deus não foi cumprida (Jz 1.21,27,29,30,31,33,35). Essa desobediência contribuição para confusão e conflitos na fé (Jz 2.2,3; 2.11-13; 10.6). Mas, nem tudo estava perdido. Noemi mostrou a Rute o amor e a misericórdia de Deus e por isso, no momento de despedida, Rute testemunhou: “Não me inste para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16).
         Nos momentos da costura, do trabalho doméstico, Noemi falava sobre Deus e todos os seus feitos. O amor e a misericórdia de Deus foi compreendido por Rute, tanto que esse Deus era tudo o que ela tinha naquele momento.
         O amor de Deus encheu o coração de Rute cheio de coragem e dedicação para acompanhar sua sogra. Por meio de Rute, Deus dizia a Noemi e todo seu povo que não estava contra eles, mas, a favor de toda a raça humana, permitindo que a descendência fosse continuada e dela nasceria o salvador.
         O período dos Juízes (410 anos) foi complicado, mas, através de seus heróis, Deus visava ensinar seu povo. Para ensinar, Deus permitiu que toda a história acontecida nas terras de Moabe fosse testemunhada em todos os cantos da terra através dessa história de amor de uma nora moabita por sua sogra israelita.
         A família de Elimeleque parecia estar destinada a terminar nas terras de Moabe. A história apresenta uma família do povo de Deus que parecia a princípio ter sido esquecida por Deus em terras estrangeiras. Morre o pai, o marido. Após dez anos a morte bate na porta da família e dois filhos, dois maridos, morreram.
         Parecia ser um triste fim de uma família israelita que havia fugido da fome em busca de uma vida melhor. Mas, não foi!
         A tão sonhada vida boa e menos sofrida que havia sido buscada em Moabe, foi amarga. Essas foram as palavras de Noemi em Belém, após seu retorno: “Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Ditosa eu parti, porém o Senhor me fez voltar pobre; ...” (Rt 1.20,21).
         Deus que não abandona seu povo, e age mesmo que longe de onde está seu povo, ensina através da história de Noemi e Rute que quando tudo parece ruim e perdido, algo maravilhoso acontece. Deus usou Rute, a moabita, para dar continuidade a sua promessa (Gn 3.15).
         Noemi tinha um parente chamado Boaz. Esse foi, conforme a lei de Deus, o redentor de Rute ao se casar com ela. Rute e Boaz tiveram um filho chamado Obede. Esse foi pai de Jessé. Jessé foi pai de Davi. E Jesus, o Salvador, é conhecido como filho de Davi.
         De uma inspiradora história de amor de uma nora para com sua sogra, descobre-se o amor de Deus pelos seus filhos. Deus continua agindo através de sua igreja. Por mais que a mesma em muitas situações pense apenas em fazer o que bem lhe agrada, Deus, pela pregação e pelos sacramentos continua salvando seus filhos e filhas. Amém!


Rev. M.S.T. Edson Ronaldo Tressmann

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